HÁ GARANTIAS PARA A MARCHA PATRIÓTICA EXISTIR NA DEMOCRACIA DA COLÔMBIA – PERGUNTA ANDRÉS GIL AO RECOBRAR A LIBERDADE
Há garantias para a Marcha Patriótica existir como movimento
político na democracia da Colômbia? Vão continuar estigmatizando-a e justificar
assim sua repressão? Vai seguir a perseguição a suas lideranças? O presidente
da república da Colômbia Juan Manuel Santos vai manter-se sem pronunciar-se diante
esses fatos?
São as perguntas que o líder camponês e porta-voz
da Marcha Patriótica Andrés Gil fez ao povo e ao presidente da Colômbia quando
foi deixado em liberdade depois de ser detido de forma ilegal e arbitrária pela
policia colombiana e que parafraseamos.
No tempo que esteve detido ilegalmente, por parte
da força publica, Gil viveu sinalamentos, estigmatizações e mãos tratos que dão
conta da repressão e perseguição contra as lideranças do Movimento Social e
Político Marcha Patriótica.
A defensora de direitos humanos Piedad Cordoba, que
é uma das quatro Porta-vozes da Marcha Patriótica, caracterizou o fato como “um
mau começo para os diálogos de paz”. Embora o governo fale de criar garantias
para a construção da paz, a realidade mostra que não há garantias para os que “estão
exigindo uma saída política ao conflito, [...] para os que fazem oposição e
[...] para formar movimentos como a Marcha Patriótica”.
Piedad Cordoba acrescentou que “se não se houvesse
agido com prontidão, facilmente Andrés estivera desaparecido [...]”. Fazendo
referencia às usuais praticas de desaparição forçada que em circunstâncias
similares tem cometido membros da polícia e do exercito colombiano, e que fazem
que a democracia da Colômbia tenha mais desaparecidos que qualquer ditadura de
América Latina.
Andrés Gil foi detido de forma arbitraria e
sem que contra ele existisse um mandato de apreensão, sendo acusado sem provas
fundamentadas do delito de rebelião. A detenção ilegal ocorreu no
aeroporto internacional el Dorado da cidade de Bogotá, Capital da Colômbia,
onde o dirigente camponês se encontrava para viajar a Barcelona, Espanha. Nessa
cidade começaria uma gira com a finalidade de dar a conhecer a nível
internacional o Movimento Marcha Patriótica e a importância de apoiar as propostas
da sociedade civil para saída política ao conflito.
Como Marcha Patriótica Capítulo Brasil e Agenda
Colômbia-Brasil responsabilizamos ao governo da Colômbia, em cabeça de Juan
Manuel Santos, do que possa acontecer contra a integridade física e moral das
lideranças e militantes do Movimento Social e Político Marcha Patriótica pelas
reiteradas, permanentes e sistemáticas estigmatizações e sinalamentos, que
abrem espaço para que continuem as perseguições e a repressão às organizações e
pessoas que corajosamente mantém a bandeira da paz e acreditam na saída
política ao conflito e na construção democrática popular.
Fazemos
um chamado às organizações sociais e políticas brasileiras que acreditam na
solidariedade entre os povos para, incluir dentro de suas pautas de luta, para mobilizar-se
e pressionar às autoridades colombianas para que deem garantias e deixem de
estigmatizar e fazer sinalamentos injustos e irresponsáveis contra a Marcha
Patriótica, contra as organizações de esquerda e democráticas, contra as
pessoas que militam pela paz e os direitos humanos. E para
que apoiem o processo da Marcha Patriótica, como proposta que abre caminhos
para a paz e construção alternativa democrática de poder das organizações
sociais e de base do povo colombiano.
Marcha Patriótica Capítulo Brasil Agenda Colômbia-Brasil
http://agendacolombiabrasil.
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