quarta-feira, 31 de agosto de 2011

Injusta desclassificação de Dayron Robles


O atleta cubano Dayron Robles, medalha de ouro olímpica em Pequim (2008) e recordista mundial (12s87) ganhou a prova dos 110 metros com barreira do Campeonato Mundial de Atletismo de Daegu, Coreia do Sul. Chegou à frente com 13s12, seguido de Jason Richardson  (EUA) com 13s16 e Xiang Liu (China) com 13s27. Finda a prova, os atletas se abraçaram e Robles foi abraçado por seus competidores.
A delegação da China recorreu, dizendo que seu atleta fora tocado e prejudicado por Robles. Duas horas depois vem a notícia: Dayron Robles desclassificado. Cuba recorreu, mas o recurso foi indeferido.
Quem vê a prova em câmara lenta - pode ser vista no You Tube - percebe que de fato Liu é tocado por Robles na passagem da 9ª barreira - são 10 barreiras ao todo. Ocorre que na prova dos 110 metros com barreiras, o braço contrário à perna que ataca a barreira é sempre estirada para o lado de modo a manter o equilíbrio. Robles ataca com a perna esquerda, portanto seu braço direito é estirado para o lado. Liu corria logo à direita de Robles. Robles estava 2 talvez 3 décimos de segundo à frente do adversário. Seu pé batia na pista fração de segundo antes. Estavam nos metros finais. A atenção de Robles estava totalmente fixada na linha de chegada. A de Liu e de outros também. Robles tem uma chegada muito forte.
O Comitê de Arbitragem julgou que Robles fez contacto e obstruiu Liu. Considerou que Liu foi prejudicado. Desclassificou Robles. Mas favoreceu Richardson que vinha nitidamente em terceiro. O atleta norte-americano ficou com a medalha de ouro e Liu com a de prata. Parece-nos que foi uma decisão totalmente injusta.
Entrevistado, Dayron Robles afirmou "Numa prova como os 110 com barreiras sempre se pode chocar, a gente corre muito junto, a gente abre os braços, sempre há contacto. Já tive corridas que toquei David Oliver, o mesmo com o chinês Liu e já fui tocado por eles. Isto é normal e todos os atletas sabem."
Nas provas de meio fundo em que não há balizamento - 800 metros (a partir dos 100 metros) e 1500 metros é muito comum haver cotoveladas, 'chega prá lá", esbarrões, empurrões, atletas levados fora da pista, pisões no calcanhar, atletas caindo, e não se vê desclassificações.
David Oliver dos Estados Unidos, 5º colocado na prova, o mais duro adversário de Robles e o melhor tempo da temporada com 12s99, afirmou categoricamente: "Aqueles que pensam que Robles agiu propositadamente estão loucos e não entendem de atletismo. O contacto é comum".
Disso tudo, é lícito depreender que se Dayron Robles fosse de outro país, se não fosse atleta de um país pequeno como Cuba, ele não teria sido desclassificado.
comentário de Max Altman

terça-feira, 30 de agosto de 2011

Sete pontos acerca da Líbia

Doravante mesmo os cegos podem ver e compreender o que está a acontecer na Líbia: Por Domenico Losurdo

1. O que se passa é uma guerra promovida e desencadeada pela NATO. Esta verdade acaba por se revelar até mesmo nos órgãos de "informação" burgueses. No La Stampa de 25 de Agosto, Lucia Annunziata escreve: é uma guerra "inteiramente externa, ou seja, feita pelas forças da NATO"; foi "o sistema ocidental que promoveu a guerra contra Kadafi". Uma peça do International Herald Tribune de 24 de Agosto mostra-nos "rebeldes" que se regozijam, mas eles estão comodamente instalados num avião que traz o emblema da NATO.

2. Trata-se de uma guerra preparada desde há muito tempo. O Sunday Mirror de 20 de Março revelou que "três semanas" antes da resolução da ONU já estavam em acção na Líbia "centenas" de soldados britânicos, enquadrados num dos corpos militares mais refinados e mais temidos do mundo (SAS). Revelações ou admissões análogas podem ser lidas no International Herald Tribune de 31 de Março, a propósito da presença de "pequenos grupos da CIA" e de uma "ampla força ocidental a actuar na sombra", sempre "antes do desencadeamento das hostilidades a 19 de Março".

3. Esta guerra nada tem a ver com a protecção dos direitos humanos. No artigo já citado, Lucia Annunziata observa com angústia: "A NATO que alcançou a vitória não é a mesma entidade que lançou a guerra". Nesse intervalo de tempo, o Ocidente enfraqueceu-se gravemente com a crise económica; conseguirá ele manter o controle de um continente que, cada vez mais frequentemente, percebe o apelo das "nações não ocidentais" e em particular da China? Igualmente, este mesmo diário que apresenta o artigo de Annunziata, La Stampa, em 26 de Agosto publica uma manchete a toda a largura da página: "Nova Líbia, desafio Itália-França". Para aqueles que ainda não tivessem compreendido de que tipo de desafio se trata, o editorial de Paolo Paroni (Duelo finalmente de negócios) esclarece: depois do início da operação bélica, caracterizada pelo frenético activismo de Sarkozy, "compreendeu-se subitamente que a guerra contra o coronel ia transformar-se num conflito de outro tipo:   guerra económica, com um novo adversário:   a Itália obviamente".

Parabéns Fernando Morais





 Estou terminando de ler o livro de Fernando Morais é realmente um importante documento jornalístico que desvenda o trabalho de terroristas e mercenários em território Norte Americano articulando contra um país livre e soberano como é Cuba.

O que realmente senti falta é o relato do trabalho de muitas pessoas nos mais recônditos lugares deste planeta se solidarizando pela libertação destes cinco patriotas. Em vários estados do Brasil parlamentares, assembléias legislativas, personalidades têm manifestado seu apoio.

É de fundamental importância que o governo brasileiro posicione-se, como tem feito em algumas causas internacionais justas, e manifeste ao presidente Obama que este exerça o seu poder e liberte definitivamente estes cinco heróis latino-americanos.

Edison Puente

Liberdade para os Cinco Heróis Latino-Americanos