quinta-feira, 15 de abril de 2010

Diplomatas africanos rejeitam resolução anti-cubana do Parlamento Europeu

Cuba celebrará primeiro Congresso Internacional de Diplomados da ELAM








HAVANA, Cuba, 14 abr (ACN) O primeiro Congresso Internacional de Diplomados da Escola Latino-Americana de Medicina de Havana terá lugar de 20 a 25 de abril em Santiago de Cuba, com a presença de médicos de cerca de 20 países.







Segundo Rosa Duconger, reitora da Universidade de Ciências Médicas de Santiago os graduados da ELAM irão analisar o impacto no mundo da formação dos profissionais de saúde em Cuba.







Duconger salientou a felicidade que irão experimentar os professores ao reencontrarem novamente seus ex-alunos.







Os participantes irão intercambiar experiências sobre outros temas importantes, tais como programas de cuidados a crianças e mulheres grávidas, reprodução, qualidade de vida, doenças transmissíveis, idosos, câncer, odontologia e biomedicina, entre outros.







Simultaneamente, será realizado o Primeiro Congresso de Ciências Básicas e Clínicas para a discussão de temas científicos entre pesquisadores, professores, médicos, enfermeiros e estudantes.







A ELAM já formou várias centenas de médicos brasileiros, que hoje buscam caminhos legais para se inserirem na sociedade daquele país, sobretudo, entre os setores mais carentes, para cuja ajuda foram formados.














HAVANA, Cuba, 14 abr (ACN) Vários embaixadores de países africanos, com o representante da República do Congo, Pascal Onguemby, à cabeça rejeitaram a resolução anti-cubana, recentemente, aprovada pelo Parlamento Europeu.


Assim ficou evidente durante a abertura da XI Conferência Internacional sobre Cultura Africana nas Américas, que começou na véspera em Santiago de Cuba. Durante o evento o diplomata falou em nome dos embaixadores do Burkina Faso, Cabo Verde e Moçambique, bem como o adido cultural de Angola.


Onguemby salientou que, apesar das pressões norte-americanas, a África apóia e defende Cuba, devido à gratidão que sente pela solidariedade altruísta e histórica da ilha e sua cooperação com a causa dos povos africanos.


“Nós também levantamos nossas vozes pela libertação incondicional dos cinco cubanos presos injustamente nos Estados Unidos”, acrescentou.


“Este é um ano muito importante para nós porque muitos de nossos países na África comemoram o 50º aniversário da sua independência e porque Senegal decidiu eliminar as bases militares estrangeiras de seu território”, disse Onguemby.


O evento internacional terá lugar até a sexta-feira e, entre outros temas, os participantes vão analisar a influência da cultura africana em Cuba e as Américas, bem como os desafios atuais enfrentados pelo Continente Negro.







Agência Cubana de Notícias



www.cubanoticias.ain.cu



ainportugues@ain.cu

terça-feira, 13 de abril de 2010

Raul Castro Ruz

*DISCURSO PROFERIDO PELO GENERAL-DE-EXÉRCITO, RAUL CASTRO RUZ, PRESIDENTE DOS CONSELHOS DE ESTADO E DE MINISTROS E SEGUNDO SECRETÁRIO DO PARTIDO COMUNISTA DE CUBA, NO ENCERRAMENTO DO IX CONGRESSO DA UNIÃO DE JOVENS COMUNISTAS (UJC). HAVANA, 4 DE ABRIL DE 2010. "ANO 52 DA REVOLUÇÃO"*



Companheiras e companheiros delegados e convidados:



Tivemos um bom Congresso, que realmente começou no mês de Outubro do ano

passado com as reuniões abertas das quais participaram centenas de milhares

de jovens, continuou com as assembleias de balanço das organizações de base

e dos comités municipais e provinciais, onde se foram conformando os acordos

adoptados nestas sessões finais.



Se algo abundou nos pouco mais de cinco anos transcorridos desde que Fidel

proferiu o discurso de encerramento do VIII Congresso da UJC, no dia 5 de

Dezembro de 2004, foi o trabalho e os desafios.



Realizamos este Congresso em meio de uma das mais ferozes e concertadas

campanhas mediáticas contra a Revolução Cubana nos seus 50 anos de

existência, tema ao qual terei que fazer referência mais para frente.



Apesar de que não pude participar nas assembleias prévias ao Congresso,

fiquei a par de todas elas de maneira resumida. Conheço que se falou pouco

de resultados para concentrar-se nos problemas, olhando para dentro e sem

utilizar mais tempo do que verdadeiramente é necessário em avaliar os

factores externos. É o estilo que deve caracterizar de maneira permanente o

trabalho da UJC, perante aqueles que se dedicam a procurar a palha no olho

alheio em vez de empregar esse esforço em fazer o que lhes corresponde.



Foi gratificante escutar muitos jovens dedicados à produção que explicaram,

com orgulho e palavras simples, o trabalho que realizam sem mencionar

dificuldades materiais e obstáculos burocráticos que os afectam.



Muitas das deficiências analisadas não são novas, acompanham a organização

há muito tempo, sobre elas os congressos anteriores adoptaram os acordos

correspondentes e contudo reiteram-se em maior ou menor medida, o que

demonstra a insuficiente sistematização e rigor no controlo do seu

cumprimento.



Neste sentido é justo e necessário repetir algo no qual insistiram os

companheiros Machado e Lazo, que presidiram numerosas assembleias: o Partido

também se sente responsável por cada deficiência do trabalho da UJC, muito

especialmente nos problemas na política de quadros.



Não devemos permitir que, mais uma vez, os documentos aprovados se tornem

letra morta e sejam engavetados a modo de memória. Devem constituir o guia

para a acção quotidiana no nível do Bureau Nacional e de cada militante. O

fundamental já foi acordado por vocês, agora o que resta é trabalhar.



Alguns são muito críticos ao se referirem à juventude de hoje e esquecem que

eles também foram jovens. Seria ilusório pretender que as novas gerações

sejam iguais àquelas de épocas passadas, um sábio provérbio diz: os homens

têm mais parecido ao seu tempo do que aos seus pais.



Os jovens cubanos sempre estão dispostos a afrontarem os desafios, assim o

demonstraram na recuperação dos danos causados pelos furacões, no

enfrentamento às provocações do inimigo e nas tarefas da defesa, poderia

mencionar muitos mais.



A idade média dos delegados ao Congresso é de 28 anos, portanto, todos

cresceram nestes duros anos do período especial e foram participes dos

esforços de nosso povo para manter as conquistas principais do socialismo no

meio de uma situação económica muito complexa.



Precisamente pela importância de que a vanguarda da juventude esteja a par

da nossa realidade económica, a Comissão do Bureau Político, tendo em

consideração a positiva experiência da análise realizada a esse respeito com

os Deputados da Assembleia Nacional, aprovou oferecer às assembleias

municipais da UJC uma informação que descreve, sem disfarce, a situação

actual e as perspectivas nesta matéria, a qual receberam mais de 30 mil

jovens militantes, do mesmo jeito que os principais dirigentes

partidaristas, das organizações populares e dos governos nos diferentes

níveis.



*A batalha económica constitui hoje, mais do que nuca, a tarefa principal e

o centro do trabalho ideológico dos quadros, porque dela depende a

sustentabilidade e preservação do nosso sistema social.*



Sem uma economia sólida e dinâmica, se não são eliminados os gastos

supérfluos e o esbanjamento, não se poderá avançar na elevação do nível de

vida da população, nem será possível manter e melhorar os elevados níveis

atingidos na educação e na saúde garantidos gratuitamente a todos os

cidadãos.



Sem uma agricultura forte e eficiente que podemos desenvolver com os

recursos que temos, sem sonhar com as grandes verbas de outros tempos, não

podemos aspirar a sustentar e elevar a alimentação da população, que ainda

depende muito da importação de produtos que podem ser cultivados em Cuba.



Enquanto as pessoas não sintam a necessidade de trabalharem para viver,

amparadas nas regulamentações estatais excessivamente paternalistas e

irracionais, jamais estimularemos o amor pelo trabalho, nem daremos solução

à falta crónica de construtores, operários agrícolas e industriais,

professores, policiais e outros ofícios indispensáveis que vão desaparecendo

aos poucos.



Sem a firme e sistemática rejeição social às ilegalidades e diversas

manifestações de corrupção, não poucos continuarão a se enriquecer a custa

do suor da maioria, disseminando atitudes que atacam directamente a essência

do socialismo.



Se mantemos vagas exageradas em quase todos os âmbitos dos afazeres

nacionais e pagamos salários que não se correspondem com os resultados,

elevando o volume de dinheiro em circulação, não podemos esperar que os

preços detenham o seu aumento constante, deteriorando a capacidade

aquisitiva do povo. Sabemos que sobram centenas de milhares de trabalhadores

nos sectores orçamentado e empresarial, alguns analistas calculam que o

excesso de vagas ultrapassa o milhão de pessoas e este é um assunto muito

sensível que estamos no dever de enfrentar com firmeza e sentido político.



A Revolução não deixará ninguém desamparado, lutará por criar as condições

para que todos os cubanos tenham empregos dignos, mais não se trata de que o

Estado seja o encarregado de colocar cada um depois de várias ofertas de

trabalho. Os primeiros interessados em encontrar um trabalho socialmente

útil devem ser os próprios cidadãos.



Resumindo, *continuar gastando por cima das receitas significa simplesmente

malgastar o futuro e pôr em risco a própria sobrevivência da Revolução.*



Enfrentamo-nos a realidades nada agradáveis, mas não fechamos os olhos

perante elas. Estamos certos de que há que romper dogmas e assumimos com

firmeza e confiança a actualização, já em andamento, do nosso modelo

económico, com o propósito de criar as bases da irreversibilidade e o

desenvolvimento do socialismo cubano, que sabemos constitui a garantia da

independência e da soberania nacional.



Não ignoro que alguns companheiros às vezes ficam desesperados, desejando

mudanças imediatas em múltiplas esferas. Naturalmente refiro-me agora

àqueles que o fazem sem a intenção de fazer o jogo ao inimigo. Compreendemos

essas inquietações que geralmente têm a sua origem no desconhecimento da

magnitude da tarefa que temos na nossa frente, da profundidade e da

complexidade das inter-relações entre os diferentes factores do

funcionamento da sociedade as quais deverão ser modificadas.



Aqueles que pedem avançar mais rápido, devem ter em conta o rosário de

assuntos que estamos a estudar, dos quais hoje só lhes mencionei alguns.

Devemos evitar que por ter pressa ou por improvisar, tentando solucionar um

problema, provoquemos outro ainda maior. Em assuntos de envergadura

estratégica para a vida de toda a nação não podemos deixar-nos levar por

emoções e actuar sem a integralidade necessária. Essa é, como já explicamos,

a única razão pela qual decidimos adiar mais alguns meses a realização do

Congresso do Partido e a Conferência Nacional que o precederá.



*Este é o maior e mais importante desafio que temos para garantir a

continuidade da obra construída nestes 50 anos, que a nossa juventude

assumiu com total responsabilidade e convicção. A palavra de ordem que

preside este Congresso é: "Tudo pela Revolução" e isso significa, em

primeiro lugar, fortalecer e consolidar a economia nacional.*



Cabe a juventude cubana ser o relevo da geração fundadora da Revolução e

para conduzir a grande força das grandes maiorias precisa de uma vanguarda

que convença e mobilize, a partir da autoridade que emana do exemplo

pessoal, encabeçada por dirigentes firmes, capazes e prestigiosos,

verdadeiros líderes, não improvisados, que tenham passado pela

insubstituível forja da classe operária, em cujo seio são cultivados os

valores mais genuínos de um revolucionário. A vida nos tem demonstrado com

eloquência o perigoso de violar esse princípio.



Fidel o expressou claramente no encerramento do Segundo Congresso da UJC, no

dia 4 de Abril de 1972: cito:



"Ninguém aprenderá a nadar sobre a terra, e ninguém caminhará sobre o mar. O

homem é feito por seu meio ambiente, o homem é feito por sua própria vida,

por sua própria actividade". E concluiu:



"Aprenderemos a respeitar o que é criado pelo trabalho, criando. Ensinaremos

a respeitar esses bens, ensinando-o a criar esses bens."



Esta ideia, proferida há 38 anos e que certamente foi aclamada naquele

congresso, é mais outra amostra evidente dos assuntos que acordamos e que

depois não cumprimos.



Hoje mais do que nunca precisasse de quadros capazes de levar a cabo um

trabalho ideológico efectivo, que não pode ser diálogo de surdos nem

repetição mecânica de consignas; dirigentes que razoem com argumentos

sólidos, sem crer-se donos absolutos da verdade; que saibam escutar, embora

não agrade o que alguns digam; que avaliem com mente aberta os critérios dos

outros, o que não exclui rebater com fundamentos e energia aqueles que

resultem inaceitáveis.



Fomentar a discussão franca e não ver na discordância um problema, mas sim a

fonte das melhores soluções. A unanimidade absoluta geralmente é fictícia e

por conseguinte daninha. A contradição, quando não for antagónica como é o

nosso caso, é motor do desenvolvimento. Devemos suprimir, com toda

intencionalidade, tudo o que alimente a simulação e o oportunismo. Aprender

a uniformizar as opiniões, estimular a unidade e fortalecer a direcção

colectiva, são características que devem identificar os futuros dirigentes

da Revolução.



Em todo o país existem jovens com atitude e capacidade necessárias para

assumirem tarefas de direcção. O desafio é descobri-los, prepará-los e

dar-lhes vagarosamente maiores responsabilidades. As grandes maiorias

encarregar-se-ão de corroborar que a selecção foi correcta.



Apreciamos que se continua avançando no referente à composição étnica e de

género. É uma direcção na qual não nos podemos permitir retrocessos nem

superficialidades e na qual a UJC deve trabalhar de maneira permanente. A

propósito, recalco que é outro dos acordos que adoptamos, neste caso, há 35

anos, no Primeiro Congresso do Partido, cujo cumprimento depois deixamos à

geração espontânea e não controlamos como correspondia, sendo este, além

disso, um dos primeiros pronunciamentos de Fidel em reiteradas ocasiões,

desde que triunfou a Revolução.



Como lhes dizia no início, *a realização deste Congresso coincidiu com uma

descomunal campanha de descrédito contra Cuba, organizada, dirigida e

financiada desde os centros do poder imperial nos Estados Unidos da América

e na Europa, içando hipocritamente as bandeiras dos direitos humanos.*



*Foi manipulada com cinismo e desfaçatez a morte de um indivíduo sancionado

à privação de liberdade em 14 causas por delitos comuns, devido por obra e

graça da mentira repetida e do afã de receber apoio económico do exterior,

num "dissidente político", que foi instado a manter uma greve de fome com

exigências absurdas.*



*Morreu apesar dos esforços de nossos médicos, o que também lamentamos no

seu momento e denunciamos aos únicos beneficiários deste facto, os mesmos

que hoje instam mais outro indivíduo a que continue essa atitude similar de

chantagem inaceitável. Este último, apesar de tanta calúnia, não está no

cárcere, é uma pessoa em liberdade que cumpriu sanção por delitos comuns,

especificamente por ter agredido e lesionado uma mulher, médica e directora

de um hospital, a quem também ameaçou de morte, e depois a uma pessoa idosa

de quase 70 anos, a quem tiveram que extirpar o baço. Do mesmo jeito que no

caso anterior, se estão a fazer todos os possíveis por lhe salvar a vida,

porém se não muda sua atitude de autodestruição, será responsável,

juntamente com seus patrocinadores, pelo desenlace que também não desejamos.

*



*É repugnante a dupla moral daqueles que na Europa guardam cúmplice silêncio

perante as torturas na chamada guerra contra o terrorismo, permitiram voos

clandestinos da CIA que trasladavam prisioneiros e até prestaram o seu

território para a criação de cárceres secretos.*



O que é que diriam se do mesmo modo do que eles, tivéssemos violado as

normas éticas e alimentássemos pela força estas pessoas, como se tem feito

habitualmente, entre muitos outros centros de tortura, na Base Naval de

Guantánamo. E certamente, são os mesmos que em seus próprios países, como é

mostrado pela televisão quase diariamente, usam as forças policiais montadas

a cavalo contra manifestantes, espancando-os e disparando-lhes gases

lacrimogéneos, e até balas. O que dizer dos frequentes maus-tratos e

humilhações aos quais são submetidos os imigrantes?



*A grande imprensa ocidental não só ataca Cuba, também estreou uma nova

modalidade de implacável terror mediático contra os líderes políticos,

intelectuais, artistas e outras personalidades que em todo o planeta alçam

sua voz contra a falácia e a hipocrisia e simplesmente avaliam os

acontecimentos de maneira objectiva.*



*Enquanto isso, poderia parecer que os porta-bandeiras da cacarejada

liberdade de imprensa esqueceram que o bloqueio económico e comercial contra

Cuba e todos seus inumanos efeitos sobre o nosso povo, conservam plena

vigência e se recrudescem; que a actual administração dos Estados Unidos da

América não cessa no mais mínimo o apoio à subversão; que a injusta,

discriminatória e ingerencista posição comum da União Europeia, patrocinada

no seu momento pelo governo norte-americano e pela extrema-direita

espanhola, continua a reclamar uma mudança de regime em nosso país, ou dito

de outra maneira, a destruição da Revolução.*



Mais de meio século de combate permanente ensinou o nosso povo que a

hesitação é sinónimo de derrota.



*Custe o que custar, jamais cederemos à chantagem de nenhum país ou conjunto

de nações por mais poderosas que sejam. Temos o direito a nos defender. *



Saibam que se pretendem encurralar-nos, saberemos resguardar-nos na verdade

e nos princípios. Mais uma vez seremos firmes, calmos e pacientes. Sobram os

exemplos na nossa história!



Foi assim que lutaram nossos heróicos mambises nas guerras pela

independência no século XIX.



Dessa maneira derrotamos a última ofensiva de dez mil soldados da tirania

fortemente armados, enfrentados inicialmente por apenas 200 combatentes

rebeldes que sob o comando directo do Comandante-em-Chefe Fidel Castro Ruz,

durante 75 dias, de 24 de Maio a 6 de Agosto de 1958, levaram a cabo mais de

100 acções combativas, incluídas quatro batalhas num pequeno território de

entre 650 e 700 quilómetros quadrados, isto é, uma área menor do que a

ocupada pela Cidade de Havana. Esta grande Operação decidiu o curso da

guerra e após pouco mais de quatro meses triunfou da Revolução, o que

motivou o Comandante Ernesto Che Guevara a escrever em seu diário de

campanha, cito: "O exército batistiano saiu com sua espinha dorsal quebrada

desta última ofensiva sobre a Sierra Maestra". Fim da cita.



Tampouco nos amedrontou a frota ianque em frente das costas da Baia dos

Porcos, em 1961. Nos seus próprios narizes aniquilamos o seu exército

mercenário, no que constituiu a primeira derrota de uma aventura militar dos

Estados Unidos da América neste continente.



Fizemo-lo novamente em 1962 durante a Crise de Outubro. Não cedemos nem um

milímetro perante as brutais ameaças de um inimigo que nos apontava com as

suas armas nucleares e dispunha-se a invadir a ilha, nem sequer o fizemos

quando, negociadas às nossas costas as condições para solucionar a crise, os

dirigentes da União Soviética, o principal aliado em tão difícil conjuntura

e de cujo apoio dependia a sorte da Revolução, de maneira respeitosa

tentaram convencer-nos para que aceitássemos a inspecção no solo pátrio da

retirada do seu armamento nuclear e lhes respondemos que em todo o caso

seria feito a bordo dos seus navios em águas internacionais, mas jamais em

Cuba.



Estamos certos que circunstâncias piores do que aquelas dificilmente possam

ser repetidas.



Já em época mais recente, o povo cubano deu uma amostra inesquecível da sua

capacidade de resistência e confiança em si próprio quando, como resultado

da desaparição do campo socialista e da desintegração da União Soviética,

Cuba sofreu o declínio em 35 por cento, do seu Produto Interno Bruto; a

redução do comércio exterior em 85 por cento; a perda dos mercados das suas

principais exportações como o açúcar, o níquel, os citrinos e outros, cujos

preços desceram a metade; a desaparição de créditos em condições favoráveis

com a conseguinte interrupção de numerosos investimentos vitais como a

primeira Central eletronuclear e a Refinaria de Cienfuegos, o colapso do

transporte, as construções e a agricultura ao desaparecer subitamente o

fornecimento de peças de reposição para a técnica, os fertilizantes, a ração

e as matérias-primas das indústrias, provocando a parada de centenas e

centenas de fábricas e o abrupto deterioro quantitativo e qualitativo da

alimentação do nosso povo até níveis por baixo da nutrição recomendada.

Todos sofremos aqueles calorosos verãos da primeira metade da década de 90

do século passado com blecautes superiores à 12 horas diárias por falta de

combustível para gerar electricidade, e enquanto tudo isso acontecia,

dezenas de agências de imprensa ocidentais, algumas delas sem dissimular a

sua euforia, enviavam correspondentes a Cuba com a intenção de serem as

primeiras em reportarem a derrota definitiva da Revolução.



No meio desta dramática situação, ninguém ficou abandonado a sua sorte e

ficou evidenciado a força que emana da unidade do povo quando são defendidas

ideias justas e uma obra construída com tanto sacrifício. Só um regime

socialista, apesar das suas deficiências, é capaz de superar tamanha prova.



*Portanto não nos tiram o sono as actuais escaramuças da ofensiva da reacção

internacional, coordenada como sempre por aqueles que não se resignam a

compreenderem que este país jamais será subjugado por uma via ou por outra,

antes prefere desaparecer como o demonstramos em 1962.*



Há apenas 142 anos, no dia 10 de Outubro de 1868, começou esta Revolução,

nessa altura lutava-se contra um colonialismo europeu decadente, sempre sob

o boicote do nascente imperialismo norte-americano que não desejava nossa

independência, até que a "fruta madura" caísse por "gravidade geográfica"

nas suas mãos. Desse modo aconteceu após mais de 30 anos de guerras e

enormes sacrifícios do povo cubano.



Agora os actores externos intercambiaram os seus papéis. Há mais de meio

século nos agride e assedia constantemente o já moderno e mais poderoso

império do planeta, auxiliando-se do boicote que entranha a ultrajante

Posição Comum, que se mantém intacta graças às agressões dalguns países e

das forças políticas reaccionárias da União Europeia com diversos

condicionamentos inaceitáveis.



Perguntamo-nos, por quê? E consideramos que simplesmente porque na essência

os actores continuam a ser os mesmos e não renunciam às suas velhas

aspirações de dominação.



Os jovens revolucionários cubanos compreendem perfeitamente que para

preservar a Revolução e o socialismo e continuar sendo dignos e livres têm

daqui em diante muitos anos mais de luta e de sacrifícios.



Ao mesmo tempo, para a humanidade pairam colossais desafios e cabe, em

primeiro lugar, aos jovens enfrentá-los. Trata-se de defender a

sobrevivência mesma da espécie humana, ameaçada como nunca perante a mudança

climática, que se acelera pelos padrões irracionais de produção e consumo

que engendra o capitalismo.



Hoje no planeta somos sete biliões de habitantes. Metade deles são pobres,

mil e vinte milhões têm fome. Cabe perguntar-se que acontecerá no ano 2050,

quando a população mundial atinja os nove biliões e as condições de

existência na Terra tenham-se deteriorado ainda mais.



A farsa em que concluiu a última cimeira na capital de Dinamarca, em

Dezembro do ano passado, demonstra que o capitalismo com as suas cegas leis

de mercado jamais resolverá esse nem muitos outros problemas. Só a

consciência e a mobilização dos povos, a vontade política dos governos e o

avanço do conhecimento científico e tecnológico poderão impedir a extinção

do homem.



Para finalizar gostaria de fazer referência a que no mês de Abril do ano

próximo completar-se-á meio século da proclamação do carácter socialista da

Revolução e da vitória esmagadora sobre a invasão mercenária na Baia dos

Porcos. Celebraremos estes transcendentais acontecimentos em todos os cantos

do país, de Baracoa onde tentaram desembarcar um batalhão, até o extremo

ocidental da nação, e na capital realizaremos um grande desfile popular e

uma revista militar, actividades todas nas quais trabalhadores, intelectuais

e jovens serão os principais protagonistas.



Daqui a poucos dias, em Primeiro de Maio, nosso povo revolucionário, em todo

o país, nas ruas e praças públicas que por direito lhe pertencem, dará mais

outra contundente resposta a esta nova escalada internacional de agressões.



*Cuba não teme à mentira nem se ajoelha perante pressões, condicionamentos

ou imposições, venham donde vierem, defende-se com a verdade, que sempre,

mais cedo do que tarde, se impõe.*



*Um dia como hoje, há 48 anos, nasceu a União de Jovens Comunistas. Naquele

histórico 4 de Abril de 1962 Fidel asseverou:*



*"Crer nos jovens é ver neles além do entusiasmo, capacidade; além da

energia, responsabilidade; além da juventude, pureza, heroísmo, carácter,

vontade, amor à pátria, fé na pátria! amor à Revolução!, fé na Revolução,

confiança em si próprios!, convicção profunda de que a juventude pode, de

que a juventude é capaz, convicção profunda de que sobre os ombros da

juventude podem ser depositadas grandes tarefas", concluiu.*



*Assim foi ontem, é hoje e continuará a ser no futuro.*



*Muito obrigado.*

segunda-feira, 12 de abril de 2010

Cuba: Quem conhece a defende.

Há mais de meio século que uma ilha antilhana concretizou o sonho de libertação de 500 anos de dependência, de muitos patriotas, revolucionários e comunistas de America Latina. Por esta ousadia de ter lutado por um regime socialista, encabeçado por um partido marxista-leninista, com centralismo democrático e internacionalista, Cuba esta submetida a diferentes agressões como bloqueio econômico, político e militar, guerra de baixa e alta intensidade, guerra bacteriológica, guerra midiática, entre outras.

Lembremos que depois de Cuba ser o único território livre na América outros países lutaram para seguir o mesmo caminho de Fidel, Che, Camilo e Raul, nas décadas subseqüentes, vivendo agressões e sucessivos golpes militares. Tentaram acabar com todas as organizações políticas, seus lideres, seguidores, simpatizantes e amigos. Submetendo-os às mais bárbaras atrocidades.

O império norte-americano ocupou estes territórios com ajuda e complacência das burguesias nacionais, reacionárias e conservadoras. Os norte-americanos através dos serviços militares, inteligência, assessoraram, financiaram e circularam livremente por nossa América (Plano Condor) para praticar a contra-revolução. As ditaduras militares na America Latina, durante décadas, assinaram 400.000 lutadores do povo. Adiaram a possibilidade de sua classe operária e campesina ter em suas mãos o arbítrio de gerir sua indústria e seus recursos naturais, com o objetivo de colocar o Estado a serviço das potencialidades e superações humanas e a construçõa de nações soberanas e independentes.

Quando atacam Cuba agridem toda a humanidade, pois atacam a possibilidade dos homens e mulheres deste planeta de se relacionar de uma forma solidária e de cooperação, acabando com a possibilidade de viver respeitando-nos uns aos outros.

Nos Estados Unidos 10 presidentes se sucederão em ações bélicas e nocivas contra Cuba. Foram praticadas centenas de atentados fracassados contra a principal liderança do país, o comandante-em-chefe Fidel Castro. Para o império, era uma questão de tempo acabar com Fidel. Minou a URSS (de Lênin, Stálin e Kruschev) durante dezenas de anos da chamada "guerra fria". Os EUA pensou que Cuba não suportaria o período especial, mas os cubanos nos surpreenderam novamente com sua forte articulação e aliança latino-americana, e hoje encabeça a maior organização autônoma já pensada em nossa América.

Surpreendentemente, o presidente do maior império, Barack Obama, recebe o Prêmio da Paz, mesmo atentando contra nações e a coexistência pacífica entre vários povos do mundo. Este indivíduo, antes de ser eleito, acenava com possibilidades de avanços nas relações com Cuba. Depois de empossado, sua política continua a mesma dos governos anteriores. Ou melhor, pior, ainda mais agressiva. No entanto, incapaz de por de joelhos a um povo heróico e digno.

Quantas vidas de inocentes, crianças e anciãos as nações pobres perderam por decisões dos países ricos, quantos compromissos assumidos pelo Parlamento Europeu deixaram de ser cumpridas, causando morte massiva e “efeitos colaterais” a milhares? Estes que permitem o contrabando aéreo de detidos, o estabelecimento de cárceres ilegais, pratica de tortura e de desaparecidos ficam calados quanto ao trabalho da solidariedade cubana para o mundo. Jamais suas empresas midiáticas vão mencionar que Cuba, apesar de estar bloqueada, encontra-se no Haiti prestando solidariedade onze anos antes do terremoto de janeiro de 2010.

Na própria Assembléia Geral das Nações Unidas (ONU), na 16ª vez, foi condenado o bloqueio de Estados Unidos contra Cuba. Foram 184 países a favor de que se pare essa genocida política contra Cuba. Na batuta do prêmio Nobel da Paz e a comunidade anti-cubana em território norte-americano, aprovaram a última das pérolas, depois das leis Torriselli, Helmis Burton e de manter terroristas confessos como Posada Carriles, Orlando Boch passeando livremente. Pasmem, Cuba entrou para a lista de países terroristas, entre outros 14 países.

O Estados Unidos mantém mais de 1.000 bases militares pelo planeta afora, invade países, bombardeia território alheio, apropria-se dos recursos naturais existentes e futuros, cria conflitos entre países para por sua indústria belicista a trabalhar 100%, no precisando mais de boinas-verdes em aviões que antes eram invisíveis. Em contraponto, como diz Raul Castro, "em meio século em Cuba não assassinamos ninguém, aqui não foi torturado ninguém, aqui não se foi produzido nenhuma execução extrajudicial. Bom, em Cuba, se foi torturado, porém, em Guantánamo, não em território que governa a revolução”.

A campanha mídiática financiada e orquestrada pelos Estados Unidos e a Comunidade Européia, através de importantes meios ocidentais de imprensa e ideologia, voltam a chamar a atenção com as mentiras requentadas de interesses imperiais nocivas à soberania e autodeterminação de Cuba. Tanto o caso da blogueira mercenária Yani Sanchez, como Orlando Zapata Tamaio, servem a interesses do Estado terrorista norte-americano.

Por que não se diz nada de cinco heróis presos injustamente, por defender seu povo e suas fronteiras de terroristas cubano-americanos, que de Miami, principal centro de agressões contra Cuba, foram executores de diversas ações de sabotagem, violência, gerando milhares de mortos e feridos, alem de perdas econômicas. Estes terroristas, integrantes da máfia cubana-americana também são responsáveis por contrabando de armas, drogas, tráfico de pessoas e por transmissões ilegais para território cubano entre outros crimes.

Diferentemente, os cinco heróis organizaram um dossiê com as informações do terrorismo para entregar ao governo dos EUA para que parem com injurias e agressões. Mas, ao invés de coibir o terrorismo, os EUA prenderem os heróis acusando-os, invertendo tudo, de terrorismo e por ter supostamente desrespeitando leis nacionais e tratados internacionais.

Os ideais de Bolívar, José Martí, Zapata, Sandino, Farabundo Martí, Manuel Rodrigues, Luiz Carlos Prestes, Manuel Marulanda, SchafiK Handal e muitos, e muitos outros, tornam-se as palavras da ordem do dia. A integração latino-americana avança através da ALBA e da Comunidade de Estados Latino-Americanos e Caribenhos, formada por 32 países.

Sabemos que o império rearticula-se e que vem pela frente novos campos de batalha e teremos que enfrentar. Por isso, torna-se cada vez mais necessário que estudemos nossa história, nossa realidade, nossas táticas e estratégias, que nos organizemos cada dia melhor para enfrentar nossos maiores inimigos o latifúndio, o monopólio e o império. Sim queremos continuar viajando na nossa única nave que nos temos: a “Nave Terra”.



Edison

FIDEL CASTRO: O IX CONGRESSO DA UNIÃO DE JOVENS COMUNISTAS DE CUBA

Reflexões do companheiro Fidel

Tive o privilégio de acompanhar direitamente a voz, as imagens, os argumentos, os rostos, as reações e os aplausos dos delegados participantes na sessão final do IX Congresso da União de Jovens Comunistas de Cuba, que foi realizado no Palácio das Convenções no domingo passado dia 4 de abril. As câmaras da televisão captam detalhes desde as proximidades e desde ângulos muito melhores do que os olhos das pessoas presentes em qualquer desses eventos.

--------------------------------------------------------------------------------Não exagero ao dizer que foi um dos momentos mais emocionantes de minha longa e agitada vida. Não podia estar lá, mas eu o vivi dentro de mim mesmo, como quem percorre o mundo das idéias pelas quais tem lutado as três quartas partes de sua existência. No entanto, de nada valeriam idéias e valores para um revolucionário, sem o dever de lutar cada minuto de sua vida para vencer a ignorância com a qual todos nascemos.

Embora poucos o admitam, o acaso e as circunstâncias desempenham um papel decisivo nos frutos de qualquer obra humana.

Entristece pensar em tantos revolucionários, com muitos mais méritos, que não puderam nem sequer conhecer o dia da vitória da causa pela qual lutaram e morreram, fosse a independência ou uma profunda revolução social em Cuba. No fim, ambas inseparavelmente unidas.

Desde meados de 1950, ano no qual findei meus estudos universitários, me considerava um revolucionário radical e avançado, graças às idéias que recebi de Martí, Marx e, junto deles, uma legião incontável de pensadores e de heróis desejosos de um mundo mais justo. Tinha transcorrido então quase um século desde que nossos compatriotas iniciaram no dia 10 de outubro de 1868 a primeira guerra pela independência de nosso país contra o que restava na América de um império colonial e escravista. O poderoso vizinho do Norte decidiu a anexação de nosso país como fruta amadurecida de uma árvore podre. Na Europa tinham surgido já com força a luta e as idéias socialistas do proletariado contra a sociedade burguesa que tomou o poder por lei histórica durante a Revolução Francesa que estalou em julho de 1789, inspirada nas idéias de Juan Jacobo Rousseau e dos enciclopedistas do século XVIII, as quais também constituíram as bases da Declaração de Filadélfia em 4 de julho de 1776, portadora das idéias revolucionárias daquela época. Com crescente freqüência na história humana, os acontecimentos se misturam e sobrepõem.

O espírito autocrítico, a incessante necessidade de estudar, observar e refletir, são, na minha opinião, características das quais nenhum quadro revolucionário pode prescindir.

Minhas idéias, desde muito cedo, eram já irreconciliáveis com a odiosa exploração do homem pelo homem, conceito brutal no qual estava baseada a sociedade cubana sob a égide do país imperialista mais poderoso que tenha existido. A questão era fundamental, em meio à Guerra Fria, era a busca de uma estratégia que se ajustasse às condições concretas e peculiares de nosso pequeno país, submetido ao abjeto sistema econômico imposto a um povo semi-analfabeto, embora de singular tradição heróica através da força militar, o engano e o monopólio dos meios de informação, que tornavam em atos reflexos as opiniões políticas da imensa maioria dos cidadãos. Apesar dessa triste realidade, no entanto, não podiam impedir o profundo mal-estar que semeavam na imensa maioria da população a exploração e os abusos desse sistema.

Após a Segunda Guerra Mundial pela repartição do planeta, que foi a causa da segunda chacina – separada da anterior por apenas 20 anos, provocada esta vez pela extrema direita fascista, que custou a vida a mais de 50 milhões de pessoas, entre elas aproximadamente 27 milhões de soviéticos -, no mundo prevaleceram durante um tempo os sentimentos democráticos, as simpatias pela URSS, a China e outros Estados aliados naquela guerra que findou mediante o emprego desnecessário de duas bombas atômicas, que provocaram a morte de centenas de milhares de pessoas em duas cidades indefesas de uma potência derrotada pelo avanço imparável das forças aliadas, incluídas as tropas do Exército Vermelho, que em poucos dias tinham aniquilado o poderoso exército japonês da Manchúria.

A Guerra Fria foi iniciada pelo novo Presidente dos Estados Unidos da América quase logo depois da vitória. O anterior, Franklin D. Roosevelt, que gozava de prestígio e simpatia internacional por sua posição antifascista, morreu depois de sua terceira reeleição, antes do fim daquela guerra. Substituído então por seu vice-presidente Harry Truman, um homem descolorido e medíocre, foi ele o responsável por aquela política funesta.

Os Estados Unidos da América, único país desenvolvido que não sofreu nenhuma destruição devido a sua posição geográfica, possuía quase todo o ouro do planeta e os excedentes da produção industrial e agrícola, e impôs condições onerosas à economia mundial através do famoso acordo de Bretton Woods, de funestas conseqüências que ainda perduram.

Antes de se iniciar a Guerra Fria, na própria Cuba existia uma Constituição bastante progressista, a esperança e as possibilidades de mudanças democráticas, embora nunca fossem, é claro, as de uma revolução social. A liquidação dessa Constituição mediante um golpe reacionário em meio à Guerra Fria, abriu as portas à revolução socialista em nossa Pátria, que foi o contributo fundamental de nossa geração.

O mérito da Revolução Cubana pode ser medido pelo fato de que um país tão pequeno tenha podido resistir durante tanto tempo a política hostil e as medidas criminosas aplicadas contra o nosso povo pelo império mais poderoso surgido na história da humanidade, o qual, costumado a manipular a seu bel-prazer os países do hemisfério, subestimou a uma nação pequena, dependente e pobre a poucas milhas de suas costas. Isto não teria sido possível nunca sem a dignidade e a ética que sempre caracterizaram as ações da política de Cuba, assediada por repugnantes mentiras e calúnias. Junto da ética, forjaram-se a cultura e a consciência que tornaram possível a proeza de resistir durante mais de 50 anos. Não foi um mérito particular de seus líderes, senão fundamentalmente de seu povo.

A enorme diferença entre o passado – em que apenas podia proferir-se a palavra socialismo – e o presente, foi possível enxergar no dia da sessão final do IX Congresso da União de Jovens Comunistas de Cuba, nos discursos dos delegados e nas palavras do Presidente dos Conselhos de Estado e de Ministros.

Seria muito conveniente que o que lá foi dito seja reproduzido e conhecido dentro e fora do país, através dos mais variados meios de divulgação, não tanto no que se refere aos nossos compatriotas, experientes nesta luta durante longo tempo, senão porque aos povos do mundo convêm conhecer a verdade e as gravíssimas conseqüências para onde o império e seus aliados conduzem à humanidade.

Nas suas palavras durante o encerramento, breves, profundas e precisas, Raúl pôs os pontos nos is em vários temas de muita importância. O discurso foi uma estocada profunda nas entranhas do império e de seus cínicos aliados, ao exprimir críticas e autocríticas que tornam mais fortes e incomovivéis a moral e a força da Revolução Cubana, se somos conseqüentes com o que cada dia nos ensina um processo tão dialético e profundo nas condições concretas de Cuba.

Tão costumado estava o império a impor sua vontade, que menosprezou a resistência de que é capaz um pequeno país latino-americano do Caribe, a 90 milhas de suas costas, no qual era proprietário de suas principais riquezas, monopolizava o controle de suas relações comerciais e políticas e impôs pela força uma base militar contra a vontade da nação, sob o disfarce de um acordo legal ao qual lhe outorgaram caráter constitucional. Menosprezaram o valor das idéias perante o seu imenso poder.

Raúl lhes lembrou como as forças mercenárias foram derrotadas em Baia dos Porcos antes das 72 horas do desembarque, perante os olhos da frota naval ianque; a firmeza com a que nosso povo se manteve incomovível durante a Crise de Outubro de 1962, ao não aceitar a inspeção de nosso território pelos Estados Unidos da América – após a fórmula inconsulta do acordo entre a URSS e esse país, que ignorava a soberania nacional – apesar do incalculável número de armas nucleares que apontavam contra a ilha.

Tampouco faltou a referência sobre as conseqüências da desintegração da URSS, que significou a queda de 35% de nosso PIB e de 85% do comércio exterior de Cuba, ao qual se acrescentou a intensificação do criminoso bloqueio comercial, econômico e financeiro contra nossa Pátria.

Já quase transcorreram 20 anos daquele triste e funesto acontecimento, no entanto, Cuba permanece de pé decidida a resistir. Por isso, tem especial importância a necessidade de ultrapassar e vencer tudo o que conspire contra o sadio desenvolvimento de nossa economia. Raúl não deixou de lembrar que hoje o sistema imperialista imposto ao mundo ameaça seriamente a sobrevivência da espécie humana.

Temos atualmente um povo que passou do analfabetismo para um dos mais altos níveis de educação do mundo, que é o dono da mídia, e pode ser capaz de criar a consciência necessária para ultrapassar dificuldades velhas e novas. Independentemente da necessidade de promover os conhecimentos, seria absurdo ignorar que, em um mundo cada vez mais complexo e que muda constantemente, a necessidade de trabalhar e de criar os bens materiais que a sociedade precisa é o dever fundamental de um cidadão. A Revolução proclamou a universalização dos conhecimentos, ciente de que enquanto mais conheça mais útil será o ser humano em sua vida; mas nunca se deixou de exaltar o dever sagrado do trabalho que a sociedade requer. O trabalho físico é, pelo contrário, uma necessidade da educação e da saúde humana, por isso, seguindo um princípio martiano, proclamou-se desde muito cedo o conceito de estudo e trabalho. Nossa educação avançou consideravelmente quando foi proclamado o dever de ser professores e dezenas de milhares de jovens optaram pelo ensino - ou por aquilo que fosse mais necessário para a sociedade. O esquecimento de qualquer destes princípios entraria em conflito com a construção do socialismo.

Exatamente igual que todos os povos do Terceiro Mundo, Cuba é vítima do roubo descarado de cérebros e de força de trabalho jovem; não se pode cooperar jamais com esse saqueio de nossos recursos humanos.

A tarefa à qual cada um consagre sua vida, não só pode ser fruto do desejo pessoal senão também da educação. A requalificação é uma necessidade irrenunciável de qualquer sociedade humana.

Os quadros do Partido e do Estado deverão encarar problemas cada vez mais complexos. Dos responsáveis da educação política demandar-se-ão maiores conhecimentos do que nunca sobre a história e a economia, precisamente pela complexidade de seu trabalho. Chega ler as notícias recebidas todos os dias desde todas partes para compreender que a ignorância e a superficialidade são absolutamente incompatíveis com as responsabilidades políticas. Os reacionários, os mercenários, os que desejam consumismo e esquivam o trabalho e o estudo, terão cada vez menos espaço na vida pública. Não faltarão nunca na sociedade humana os demagogos, os oportunistas, os que desejam soluções fáceis na procura de popularidade, mas os que traem a ética terão cada vez menos possibilidades de enganar. A luta nos ensinou o dano que podem provocar o oportunismo e a traição.

A educação dos quadros será a tarefa mais importante que os partidos revolucionários deverão dominar. Não haverá jamais soluções fáceis, o rigor e a exigência terão que prevalecer. Cuidemo-nos especialmente também daqueles que junto da água suja vertem os princípios e os sonhos dos povos.

Há dias desejava falar sobre o Congresso da Juventude, mas preferi esperar sua divulgação e não lhe roubar nenhum espaço na imprensa.

Ontem, sete de abril foi o aniversário de Vilma. Escutei com emoção, através da televisão, sua própria voz acompanhada pelas finas notas de um piano. Cada dia valoro mais seu trabalho e tudo o que fez pela Revolução e pela mulher cubana. As razões para lutar e vencer multiplicam-se a cada dia.





Fidel Castro Ruz



8 de abril de 2010



15h40

Fracasa en São Paulo nueva provocación contra Cuba

SAO PAULO, 07/04/2010.

La Unión General de los Trabajadores ”UGT” de Brasil, convocó un acto de masas contra Cuba al frente del Consulado de Cuba en São Paulo, a realizarse el 7 de abril.


Mediante su convocatoria disfrazada de consignas como “acto de solidaridad con el pueblo cubano y con las damas de blanco” y “acto por el fin del bloqueo”, la UGT trató de encubrir su verdadero objetivo que era: realizar un acto de provocación e irrespeto al pueblo cubano y su revolución, solidarizándose con los mercenarios asalariados de los Estados Unidos, pagados para contribuir a las ambiciones anexionistas de los EEUU.


La tentativa de provocación de los mercenarios fue frustrada por un acto de apoyo a Cuba, realizado por más de doscientos amigos de Cuba cuya única motivación para defender la Isla es la solidaridad incondicional para con el pueblo cubano y su revolución, frente a la motivación basada en la remuneración que fue repartida por la UGT para las masas “movilizadas” después de su participación en el acto. La cifra de amigos participantes, en varios momentos, sobrepasó la cantidad de personas traídas por la UGT.


Respondiendo a la convocatoria lanzada por el Movimiento Paulista de Solidaridad con Cuba y por varias de las organizaciones colaboradoras del mismo, participaron en el acto en apoyo a la Revolución, dirigentes y militantes de organizaciones políticas e juveniles, sindicales y otras, pertenecientes a distintos partidos y organizaciones, tales como el Movimiento de los Trabajadores Rurales sin Tierra, Frente Parlamentario de Solidaridad con Cuba, PT, PCdoB, PCB, PCML, PCR, PSB,PSOL, Asociación de Padres y Amigos de Estudiantes Brasileños en Cuba “AFAC”, la ONG “UNEAFRO” y la Asociación Nacional de Cubanos Residentes “José Martí”, miembros de la CUT, dirigentes y militantes de la CTB y de la Intersindical, así como del Sindicato de los Petroleros de Sao Paulo y de los Químicos Unificados de Osasco, Campinas y Vinhedo y del Sindicato del Movimiento Urbano, así como prestigiosos diputados estaduales y concejales y figuras de la resistencia en la época de la dictadura brasileña; Vereador Jamil Murad, Diputado Estadual Vicente Cândido, Representantes del Diputado Estadual Raúl Marcelo, además del abogado Aton Fon, la educadora popular Elza Lobo y Max Altman, en representación del Departamento de Relaciones Internacionales del Partido de los Trabajadores, entre otros.


Los amigos de Cuba afrontaron el desafío con gran valentía y arrojo, toda vez que la UGT trajo entre sus “movilizados” a seis provocadores de la UGT cuya función es la de una “tropa de choque”. Cuando estos individuos intentaron desplazar a los amigos de Cuba, fueron firmemente confrontados y tuvieron que conformarse, junto con el grupo mayor de la UGT, con pararse en la calle frente al Consulado y en la acera lateral de edificios contiguos. Cada vez que los movilizados de UGT intentaron desplazar a los amigos de Cuba, fueron rechazados y hubo hasta algún intercambio de golpes, neutralizado por la intervención de la policía con spray de pimienta.


Cuando arribó el presidente de la UGT, Ricardo Patah, la UGT empezó su discurso, utilizando un carro altoparlante. Las expresiones al micrófono abordaron la “libertad de expresión en Cuba”, la necesidad de “democracia y libertad de los presos de opinión” y en la confrontación verbal con miembros de la solidaridad hablaron de los “presos políticos” y de las “damas de blanco”.


Anterior a las intervenciones de la UGT, los amigos de Cuba ya estaban en el uso de la palabra, con altavoces, durante más de hora y media, con consignas a favor de la Revolución y por la libertad de nuestros Cinco Héroes Prisioneros del Imperio. En estas intervenciones se evidenció la superioridad en contenido y la coherencia de nuestros amigos, frente al discurso vacío de sus contrincantes.


Las flores rojas que trajeron las mujeres de la UGT, regresaron con ellas al terminar el acto. EL presidente de la UGT, Ricardo Patah había anunciado que traían un documento para entregar al Consulado. También se lo llevaron de regreso, ya que no tuvieron ninguna oportunidad para acercarse al Consulado y entregarlo o depositarlo dentro del predio.


Este acto constituyó una inobjetable victoria de la solidaridad con Cuba, pues los enemigos no consiguieron que su provocación quedara incontestada, enviando con ello una clara señal de que el movimiento de solidaridad con Cuba en Brasil no está dispuesto a dejar en la impunidad los recrudecidos ataques contra nuestra Revolución.


Al marcharse los participantes de la UGT, el Consulado invitó a todos los amigos de Cuba, donde el Cónsul General de Cuba en Sao Paulo, Carlos Trejo, agradeció su valiente e incondicional apoyo a la Revolución Cubana.


SAO PAULO, 07/04/2010.


Site oficial da Embaixada de Cuba no Brasil: http://embacu.cubaminrex.cu/brasil

MASSACRE ANUNCIADO EM HONDURAS

Por Celso Martins

O que a Resistência hondurenha vinha denunciando há pelo menos três semanas começa a acontecer: o despejo violento de cerca de 3.500 famílias que ocupam aproximadamente quatro mil hectares de terras cultivadas com palma africana. Os dois principais jornais apoiadores do golpe civil-militar de 28 de junho de 2009, El Heraldo (Tegucigalpa) e La Prensa (San Pedro Sula), informam em suas edições digitais de hoje a movimentação de tropas militares.

"Militares llegan a proteger el Bajo Aguán", informa La Prensa, citando a presença de militares do 4º Batalhão do Exército sediado em La Ceiba e grupos especiais enviados da capital, Tegucigalpa. El Heraldo destaca que diante da tensão existente o "Gobierno militariza Bajo Aguán", citando a presença de 30 veículos que desfilam "ante el miedo de los pobladores del lugar". Algumas viaturas transportam conchonetes e carros-pipa. Helicópteros norte-americanos da base de Palmerola (próximo a Tegucigalpa) sobrevoam a região.

As terras que são públicas foram arrendadas em 2002 pelo Governo de Honduras aos empresários-latifundiários Miguel Facussé, Reinaldo Canales e René Morales, por um periódo de três anos. À partir de maio do ano passado os camponeses residentes na região começaram a ocupar as terras, organizados em torno do Movimento Unificado Campesino del Aguan (MUCA). Os preparativos para o ataque militar em andamento incluíram uma campanha de desmoralização dos trabalhadores rurais ligados ao MUCA, acusados sem provas de ligações com o narcotráfico e vínculos com as FARC.


Os camponeses do Vale do Aguan estão armados apenas com suas velhas armas de caça e as ferramentas de trabalho, mas estão dispostos a resistir, o que amplia a tensão e anuncia um choque sangrento. A violenta repressão tende a se espalhar para outras regiões do país, onde às mortes de jornalistas, ativistas sociais, sindicalistas e professores se somam outras formas de violações dos direitos humanos. No dia 15, quinta-feira, a Frente Nacional de Resistência Popular (FNRP) realiza uma passeata em Tegucigalpa em apoio à luta do MUCA e os camponeses de Aguan, o que pode servir de pretexto para mais pressões, ameaças e execuções.

Enquanto isso, acontecem negociações entre integrantes do MUCA e o Governo de Pepe Lobo e se intensificam os entendimentos diplomáticos visando o retorno de Honduras ao seio de organismos regionais e internacionais, como a OEA, por exemplo. Miguel Facussé, assim como Canales e Morales, são homens de muita força política em Honduras - são a própria força política das oligarquias. Facussé, em especial, figura entre os mentores do golpe, ao lado de outros personagens sinistros.

Parece existir uma divisão entre os golpistas hondurenhos: de um lado os que buscam o reconhecimento internacional com o retorno de Manuel Zelaya a Honduras e o estrito respeito ao estado de direito no país, sobretudo os direitos humanos, a liberdade de expressão, organização e manifestação e, de outro, os que ainda apostam num banho de sangue para a conquista da "paz social". A divisão também ocorrer entre os que defendem a imediata repressão militar em Aguan e aqueles que buscam uma saída negociada, "adquirindo" as terras aos empresários.

Em princípio vai sair vencedor o grupo que melhor servir aos interesses estratégicos dos EUA, cuja liderança está determinada a conter o chamado "chavismo", incentivando governos de direita (Perú) e extrema-direita (Colômbia), implantando bases militares, assinando "acordos" de cooperação e agindo para atingir econômicamente os que estariam "alinhados" com o presidente venezuelano. Ou seja, está cada vez mais visível que o futuro da América Latina continua sendo jogado em Honduras, país pequeno e desconhecido, ignorado aqui no Brasil por boa parte da intelectualidade, partidos e agremiações de esquerda, parlamentares e, sobretudo, os jornalistas, desascotumados faz algum tempo a discutir política internacional.







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FRENTE NACIONAL DE

RESISTENCIA POPULAR



Comunicado No. 54



El Frente Nacional de Resistencia Popular alerta a la población hondureña y a la comunidad internacional de la grave amenaza que pesa sobre la vida de más de 3 mil familias campesinas organizadas en el Movimiento Unificado Campesino del Aguán (MUCA), contra quienes se ejecuta un operativo militar y policial de grandes dimensiones con el objetivo de desalojarlos de las tierras que ocupan actualmente.



En las últimas horas se ha reportado un aumento de la agresividad de los militares y se teme que en cualquier momento la oligarquía ordene al régimen de facto de Porfirio Lobo, usar los cuerpos de represión del Estado para arremeter contra las familias campesinas que exigen de manera pacífica su derecho a la tierra.



Responsabilizamos desde ahora a Porfirio Lobo, al ministro de seguridad de facto, Óscar Álvarez, y a los terratenientes Miguel Facussé Barjum, Reinaldo Canales y René Morales por cualquier violación de los derechos humanos cometida por el ejército, la policía y los grupos paramilitares que forman parte del despliegue militar.



Hacemos un llamado a la comunidad internacional para que condenen estos actos de violencia contra la población civil y exija que se detenga de inmediato esta ofensiva que podría terminar en una masacre.



No habrá paz en la zona, ni acuerdo satisfactorio si no se cumple con las siguientes condiciones:



1. Reconocimiento de los derechos de los campesinos y campesina a acceder a la tierra tal como lo establece la Constitución de la República.



2. Retiro inmediato e incondicional del ejército de los asentamientos campesinos.



3. Desmantelamiento de los cuerpos paramilitares al servicio de los terratenientes.



4. Investigación y condena de los responsables de los asesinatos y otras violaciones de los derechos humanos.





Convocamos a la Gran Marcha de Los Sombreros Campesinos, que se llevará a cabo el 15 de abril en Tegucigalpa para solidarizarnos con las compañeras y compañeros del MUCA y con todas las luchas campesinas que se llevan a cabo en el país. Asímismo llamamos a los integrantes de la Resistencia Popular a estar alertas sobre otras acciones coordinadas que se realizarán para defender los derechos del pueblo trabajador.







¡Viva la lucha heroica del movimiento campesino!

¡Resistimos y Venceremos!



Tegucigalpa, M.D.C. 12 de abril 2010