sexta-feira, 8 de janeiro de 2010

Incêndio destrói quase 60 hectares em Táchira, Venezuela

Caracas, 7 jan (Prensa Latina)


Unidades de bombeiros, da Guarda Nacional e outros meios tentam apagar um incêndio que consumiu quase 60 hectares em menos de 72 horas no ocidental estado venezuelano de Táchira.



Desde faz três dias, essas forças unidas à comunidade local, tratam de extinguir os focos de fogo que começaram na segunda-feira última.



Segundo o diretor do Instituto Autônomo de Proteção Civil de Táchira, Alfredo Jaczko, as chamas afetaram plantações de pinheiros, bosques e campina, destaca hoje o diário La Nación.



O trabalho está orientado a tratar de sufocar o incêndio para evitar que se sigam produzindo danos à natureza.



Se realizará um percurso aéreo, indicou Jaczko, para fazer uma avaliação e de ser necessário se empregará um dispositivo para uso em massa de água nos lugares de difícil acesso.



Também apontou o oficial que de continuar o fogo se poderiam ver afetadas as plantações e comunidades vizinhas.



Até o momento os ventos têm transferido a fumaça até criar sobre San Cristóbal -capital do estado- uma camada densa de nebulosidade, adverte o informe do quotidiano tachirense.



arc/rsm/dcp

Comissão chinesa avaliará projeto para instalar satélite boliviano

La Paz, 7 jan (Prensa Latina)


Uma comissão chinesa chegará nos próximos dias à Bolívia para avançar em aspectos técnicos vinculados à transferência de tecnologia para a execução do projeto do satélite Tupac Katari.



Segundo o vice-ministro de Ciência e Tecnologia, Roger Carvajal, o grupo de trabalho está conformado por ao menos 18 técnicos e especialistas em telecomunicações da empresa Great Wall Industries Corporation (CGWIC) e permanecerá na nação andina do dia 10 ao dia 15 de janeiro.



Carvajal informou que a delegação do Estado asiático não somente analisará o tema das telecomunicações, senão também outros referidos a telemedicina e teleducação.



No próximo dia 31 de março deve ser assinado o contrato de construção, razão pela qual se deve concluir o projeto com todos os detalhes técnicos, dimensões, usos, capacidades e outros elementos que gerarão um só documento base, explicou o vice-ministro.



Por outra parte, o ministério de Obras Públicas informou que a delegação chinesa visitará a Estação Terrena da Guarda, no departamento de Santa Cruz.



Durante essa visita serão avaliadas as condições técnicas e de infra-estrutura para ver a possibilidade de utilizar instalações estatais de telecomunicações, como estação de Telemetria, Telecomando e Controle (TTyC) do futuro satélite.



Em janeiro de 2009 o presidente boliviano, Evo Morales, anunciou a possibilidade de instalar essa tecnologia na nação sul-americana, com vantagens para o acesso à comunicação como direito universal, o qual está aprovado na nova Constituição Política do Estado.



Segundo especialistas, depois da instalação do satélite, a Bolívia poupará 40 por cento em despesas pelo uso desse serviço, cujo valor econômico ascende a 10 milhões de dólares anuais.



As empresas que atualmente vendem à nação andina seus serviços de satelites são Intelsat, Eurotv, Hispasat, Argsat, Satmex, Sesnewskys.



lgo/por/es

Apoiam na Venezuela denúncia sobre possível agressão colombiana

Caracas, 7 jan (Prensa Latina)


A Comissão de Política Exterior da Assembleia Nacional venezuelana apresenta hoje à plenária um comunicado de respaldo à denúncia do presidente Hugo Chávez sobre uma possível agressão colombiana a partir de argumentos fabricados.



De acordo com o chefe dessa instância parlamentar, Roy Daza, o texto saiu da primeira reunião do grupo de trabalho instalado ontem no início do período legislativo 2010.



Realizamos uma exaustiva análise em torno da situação política da Venezuela e seus vínculos com o contexto internacional, apontou.



Para Daza, a proposta de apoio à denúncia do estadista com segurança receberá amplo respaldo na plenária, onde os socialistas têm maioria absoluta.



Uma das prioridades discutidas na comissão foi a denúncia apresentada por Chávez no final do ano passado, quando assegurou ter provas de planos contra este país orquestrados no Estados Unidos utilizando a Colômbia como ponta de lança.



Segundo o presidente, Washington e Bogotá manejam a variante de semear evidências de um suposto apoio venezuelano à guerrilha das FARC, o que utilizariam como justificativa para lançar um ataque.



Estão preparando o que chamam um falso positivo. Não seria estranho que matem pessoas na Colômbia e as tragam para cá, as rodeiem de fuzis e propaganda em um acampamento improvisado e depois digam "aqui está o acampamento guerrilheiro na Venezuela", advertiu.



A propósito do tema, Chávez ratificou a postura de Caracas de não permitir efetivos armados estrangeiros em seu território.



Aclaro uma vez mais, nosso governo nem apoia nem permite, nem o fará, a presença de força armada alguma estranha que não seja a gloriosa Força Armada Bolivariana e seus grupamentos populares, expôs.



lgo/wmr/es

Reinicia resistência em Honduras com marchas antigolpistas

Tegucigalpa, 7 jan (Prensa Latina)


A Frente Nacional contra o golpe de Estado de Honduras confirmou para hoje sua primeira marcha deste ano em demanda da restituição da ordem constitucional rompida pelos militares em junho passado.



Dirigentes da Frente indicaram que durante a manifestação recusarão as tentativas do governo de facto de retirar a nação da Aliança Bolivariana para os povos de Nossa América (ALBA).



O líder camponês Rafael Alegria apontou que outros dos objetivos da demonstração é exigir o fim das violações dos direitos humanos e a convocação de uma assembleia nacional constituinte.

Alegria recordou que a ALBA, a qual se aderiu o país durante o mandato de Zelaya, propiciou a aplicação em Honduras de planos de benefício social e econômico aos setores mais desprotegidos da sociedade.



Acrescentou que promoveu planos de luta contra o analfabetismo, melhorias nos sistemas de saúde, entrega de fundos para o desenvolvimento e acesso a combustíveis em condições favoráveis de pagamento, entre outras vantagens.



O governo de facto que assumiu com o golpe militar de 28 de junho decidiu no passado 15 de dezembro renunciar ao tratado com a ALBA, assinado no dia 25 de agosto de 2008, e o tema será debatido pelo Parlamento na próxima semana.



Depois do derrocamento de Zelaya, Honduras foi suspensa da ALBA e igualmente de outros organismos regionais como a Organização dos Estados Americanos (OEA).



A marcha desta quinta-feira, de caráter nacional, ocorrerá a 20 dias da tomada de posse do presidente eleito nas questionadas eleições de 29 de novembro passado, o conservador Porfirio Lobo.



A Frente, surgida no mesmo dia do golpe, desconhece os resultados das eleições e chamou a resistência a manter a luta pacífica até conseguir a refundação de Honduras mediante uma constituinte.



Essa vasta aliança de forças populares acusa Lobo e seu Partido Nacional de estar entre os principais promovedores da ação militar golpista.



A marcha coincide com a decisão do ministério Público de solicitar um requerimento diante da Corte Suprema de Justiça contra a cúpula militar por abuso de poder e pela expatriação de Zelaya.



O estadista advertiu em declarações à imprensa, da embaixada do Brasil, onde se encontra desde setembro passado, que o recurso dos promotores é uma tentativa de lançar um manto sobre o ocorrido no dia 28 de junho.



Zelaya assegurou que tanto o ministério Público como a Corte Suprema e o Congresso Nacional conspiraram com os militares para dar juntos o golpe de estado.



lgo/rl/es

Cuba: o socialismo sustentável

Por Equipe de Redação Central da Prensa Latina



Havana, (Prensa Latina)


Cuba inicia 2010, outro ano que se vislumbra difícil para a economia mundial, sobre a base de medidas articuladas em 2009, como estratégia de prevenção, encaminhadas a conseguir o maior aproveitamento possível dos recursos com que conta o país.



Com a linha traçada por seu prócer José Martí de que "tem que se fazer devagar o que tem que durar muito", avançam os estudos com vistas a introduzir as mudanças que fortaleçam o sistema social vigente mediante a atualização do modelo econômico cubano.



Na linha dos investimentos, os planos levados a cabo têm como principal objetivo criar a base produtiva na qual se desenvolva o socialismo sustentável, objetivo que levado em conta na hora de contrair acordos de cooperação econômica e comercial durante o ano de 2009.



Cooperação e Comércio Internacional



O ano de 2009 abriu novas possibilidades no caminho da cooperação ainda durante a crise econômica na qual se move hoje o mundo, e da qual Cuba não está alheia. Durante esse ano a Ilha estreitou seus vínculos com a Venezuela, país que se firmou como seu primeiro sócio comercial, a China, a Rússia, o Brasil, o Vietnã e o Irã, e os retomou com Portugal e Líbia, sem deixar de atender outros sócios tradicionais.



Com a Venezuela o intercâmbio cresceu a 1 bilhão 499 milhões de dólares com a execução de 107 projetos, e durante a sessão da Comissão Intergovernamental em Havana, no mês de dezembro, aprovaram-se outros 285 acordos no valor de mais de 3 bilhões 161 milhões de dólares, cuja materialização em 2010 contribuirá para o desenvolvimento econômico de ambos os países.



Os planos referem-se às áreas de esporte, saúde, alimentação, educação, mineração, siderurgia, agricultura, entre outras de interesse e benefício mútuo.



Por sua vez, Cuba fortaleceu sua cooperação com a China em 2009, ano em que assinaram acordos financeiros, agropecuários, marítimos e de comunicações, em ocasião da visita a Havana do presidente da Assembleia Popular Nacional da China, Wu Bangguo.



Em particular, ambos os países chegaram a um amplo consenso sobre temas de interesse comum, como o comércio bilateral e financiamento, investimento mútuo e cooperação econômica e tecnológica, pela combinação de ambas as economias em benefício de seus respectivos povos.

A China, de fato, ratificou-se nos últimos quatro anos como o segundo sócio comercial de Cuba e uma de suas principais fontes de doações.



As relações com o Brasil constituíram outro baluarte das relações econômico-comerciais de Cuba com o exterior. De janeiro a setembro de 2009, o volume de exportações brasileiras a Cuba ascendeu a 61,8 por cento de bens industrializados e 38,2 por cento de produtos básicos.



Enquanto isso, o Brasil importou da Ilha extratos biológicos para uso medicinal (72,9 por cento do total) e cimento Portland (23,5 por cento). Até setembro passado, cerca de 364 companhias brasileiras efetuaram vendas para Cuba e 15 compraram de empresas cubanas.



Como mostra de um melhoramento em seus vínculos bilaterais, Moscou outorgou um crédito a Havana de 20 milhões de dólares para adquirir mercadorias russas. Ambas as partes acertaram também acordos creditícios entre a corporação estatal russa Banco de Desenvolvimento e Comércio Exterior e a companhia cubana Aviaimport para o fornecimento de um avião TU-204SE e seus equipamentos correspondentes, bem como um acordo geral de cooperação entre o fabricante de caminhões russo KAMAZ e a empresa cubana Tradex.



A tradicional amizade com Hanoi se traduz em maiores níveis comerciais e de cooperação. Durante o IV Fórum de Negócios Vietnã-Cuba, celebrado em setembro, assinou-se um convênio emblemático para a produção de arroz na Ilha no período 2009-2015, que busca ampliar a produção do grão e diminuir as importações. Também assinaram acordos em transporte e na indústria leve entre outros setores.



Em um esforço por ampliar e diversificar seus vínculos econômicos, Havana reiniciou em 2009 a cooperação com Portugal sobre a base das grandes potencialidades em turismo, biotecnologia, indústria farmacêutica e energias renováveis.



Algo similar ocorreu com a Líbia, depois de 15 anos de vínculos interrompidos com essa nação africana, enquanto com o Irã se concluíram sete acordos para a exportação e importação de produtos e cooperação econômica, encaminhados à aquisição de matérias-primas e à elaboração de detergentes, resinas e bolsas plásticas.



Política Exterior



A visita de cerca de 40 chefes de Estado, quase a metade latino-americanos ainda que não faltaram os africanos, chanceleres, outras altas personalidades e até artistas de renome internacional converteram, em 2009, Cuba despretensiosamente em uma enorme passarela internacional.



No início do ano, a nação caribenha, ademais, ratificou a Convenção Internacional para a Proteção das Pessoas contra os Desaparecimentos Forçados e apresentou em Genebra seu relatório nacional ao Exame Periódico Universal do Conselho de Direitos Humanos.



Depois de liderar o Movimento de países Não Alineados (MNOAL) desde 2006, Cuba entregou a presidência ao Egito, em julho passado, com uma organização revitalizada que antes reuniu em Havana mais de 60 chanceleres e 142 delegações, 112 delas de países membros.



E como epílogo, Havana fechou 2009 como sede da Cúpula da Aliança Bolivariana para os Povos de Nossa América (ALBA) na qual se confirmou a vontade integracionista de seus membros.



A Estratégia



Com esses antecedentes os cubanos iniciaram o ano de 2010 que estará igualmente cheio de desafios, especialmente no plano econômico. Na passada sessão da Assembleia Nacional, celebrada no final de 2009, o presidente cubano, Raúl Castro, assinalou que "é preciso caminhar para o futuro, com passo firme e seguro, porque não temos direito a nos equivocar".



Sob esse prisma, retoma-se o planejamento quinquenal da economia nacional e concluem-se os trabalhos para traçar o período 2011-2015, com vistas a submetê-lo em março à aprovação, em primeiro lugar, do Conselho de Ministros.



A decisão de retomar o planejamento a médio prazo responde a uma necessidade vital que tem o país, sobretudo no complexo período que atravessa o mundo: a de excluir os riscos que derivam da improvisação e da falta de integralidade no enfoque da economia, explicou Raúl Castro diante do parlamento cubano.



O planejamento por quinquênios que aplicava Cuba desde os anos sessenta foi interrompido nos noventa, quando Cuba teve que enfrentar sozinha, sem o respaldo do desaparecido campo socialista, um recrudescimento do bloqueio econômico, comercial e financeiro dos Estados Unidos que tenta render por fome e doenças o povo da Ilha.



As perdas que anualmente origina essa política hostil ascenderam a 96 bilhões de dólares até dezembro de 2008, desde sua implantação há 50 anos.



Não obstante, em que pese os fatores negativos aos quais esteve submetida a Ilha, da mesma forma que muitas outras nações pela crise global, mais os agregados pelo bloqueio, para os economistas cubanos os resultados de 2009 são de grandes méritos.



O deputado Osvaldo Martínez, presidente da Comissão de Assuntos Econômicos da Assembleia Nacional, informou diante do pleno parlamentar que a economia cubana cresceu 1,4 por cento em 2009, comparando-se com o saldo médio do crescimento latino-americano de 1,9 por cento, quando a nível mundial se registrou um decrescimento de um por cento.



Como estratégia, o governo cubano traçou para 2010 centrar, fundamentalmente, os novos investimentos naqueles projetos que gerem rendimentos em divisas a curto prazo e substituam importações.



A respeito, o presidente Raúl Castro pontualizou na sessão legislativa de fim de ano que "estamos investindo na criação da base produtiva que será capaz de fazer sustentável o socialismo, garantia imprescindível de nossa independência e soberania nacional".



Os investimentos se concentrarão, principalmente, no setor energético, na indústria farmacêutica, na produção do níquel, no turismo e em obras de infra-estrutura da ordem produtiva e social.



A origem desta medida radica em que a fatura petroleira, junto com a importação de alimentos, representam as maiores despesas que o país se vê obrigado a realizar anualmente.



Os serviços médicos, o turismo e o níquel seguem constituindo as maiores fontes de divisas de que dispõe Cuba atualmente.



Os planificadores cubanos preveem um crescimento de 1,9 por cento em 2010, uma taxa definida por eles como modesta, mas que leva em conta a instabilidade e incerteza que predominam na economia mundial, e que também seu comportamento será rigorosamente acompanhado por dirigentes e especialistas, caso seja requerido algum ajuste nos próximos meses.



mh/rr/jbg/jrr/yo/rob/es

quarta-feira, 6 de janeiro de 2010

Honduras em Luta

Honduras en lucha!




martes 5 de enero de 2010

Desengaño y gobernanza

Anarella Vélez







Cuando en un país reina el caos, es una vergüenza ser rico y funcionario.

CONFUCIO



La verdad hiere, pero la mentira mata.

ADAGIO POPULAR





El desengaño generalizado de la gente sobre la conducta de los que nos gobernarán y nos representarán es ya una realidad. El Presidente electo Porfirio Lobo Sosa ha propuesto el denominado Diálogo Nacional en un contexto en el cual, la mitad o más de las/os hondureñas/os, afirman que esa iniciativa ha sido, otra vez, una mera simulación. En tanto Don Porfirio no considere seriamente una aproximación al Presidente Constitucional Manuel Zelaya, al Frente Nacional de Resistencia Contra el Golpe en su calidad de interlocutores válidos, a nadie que sea sensato va a convencer de sus intenciones de trabar conversación transparente con todas/os y cada una/o de los sectores de la sociedad hondureña.

La suspicacia en relación a los nuevos administradores del Estado se agrava cuando las/os ciudadanas/os ven al presidente electo por los hondureños -a tres meses de su retorno a su patria- encarcelado en la Embajada de Brasil, por dar respuesta –de todas/os es conocido- a las necesidades sociales de las/os hondureñas/os. ¿ Quién, con dos dedos de frente, no sabe que lo tienen preso por querer alcanzar la equidad como fundamento de un nuevo orden de justicia social? La ciudadanía se halla al corriente de que el Presidente Zelaya está sufriendo en carne viva la violación de sus derechos por liderar propuestas de transformación de las condiciones materiales y sociales de la población.

Su proyecto de participación ciudadana estaba encaminado a sentar las bases para la construcción de una nueva condición de la ciudadanía, así como en el reconocimiento pleno y el ejercicio garantizado de los derechos fundamentales. Ignorar esta verdad no hace más que profundizar el desafecto por la democracia representativa. Y lo que es más grave, socava hasta la más mínima confianza hacia los miembros del gobierno 2010-2014.

Importantes sectores de la sociedad le envían indicadores a los “gobernantes” electos y les demandan la adopción de los principios orientadores del equilibrio social, como la universalidad, la garantía de los derechos sociales establecidos en las normativas internacionales y nacionales. Más temprano que tarde, deberán entender que las/os ciudadanas/os de hoy están dispuestos a luchar por la equidad social a fin de romper la dicotomía tradicional que divide lo social de lo económico, subordinando lo social a lo económico y no a la inversa.

La ciudadanía se halla en su mejor disposición de contribuir al fortalecimiento practica humanista de la economía, la democratización de la propiedad de la tierra, la generación de empleo productivo y la reestructuración del régimen de remuneraciones, como ya lo establecía la agenda política de Zelaya Rosales, quien recogió las preocupaciones de la comunidad internacional en la Cumbre del Milenio (Nueva York, septiembre de 2000). Los gobernantes que ignoren estas aspiraciones populares estarán dándole la espalda a las posibilidades reales de entrar en el siglo XXI, e irremediablemente se quedarán, de un solo golpe, rezagados e incomunicados.



El gobierno que no oriente su política a encarar la solución de los problemas sociales más urgentes se enfrentará, ¡eso sí!, con una oposición organizada, que posee una visión de país bien definida, en la cual el Estado debe estar al servicio de la construcción de una sociedad equitativa, incluyente, en la que la promoción del respeto a los derechos de los sectores tradicionalmente excluidos (pueblos indígenas, población en situación de extrema pobreza, niñas/os, jóvenes, ancianas/os, mujeres) se convierta en realidad. De lo contrario la gobernanza será, una vez más, una materia pendiente. O lo que es lo mismo: cuatro años menos de una peligrosa cuenta regresiva.





gloriaavelos@gmail.com







Fuente: Vos el soberano



Publicado por Honduras en lucha! en 10:14

Solidaridad con el Compañero Esteban Meléndez





Vos El Soberano.com patentiza sus muestras de pesar por el desaparecimiento físico del Señor Juan Esteban Meléndez López, padre de nuestro compañero y periodista en resistencia, Esteban Meléndez, acaecido en la ciudad de La Ceiba, Atlántida.





Juan Esteban Meléndez López nació en la Ciudad de Olanchito y actualmente residía en La Ceiba donde recibía tratamiento médico a causa de una enfermedad.



El Colectivo de El Soberano, envía estas palabras de aliento a todos sus familiares, a llenar sus corazones con los mejores recuerdos de su ser querido y a honrar su memoria con la seguridad que la semilla que sembró ha brotado y cuenta con uno de sus mejores frutos.





de Cortázar para El Che



Che



Yo tuve un hermano.



No nos vimos nunca pero no importaba.



Yo tuve un hermano

que iba por los montes

mientras yo dormía.

Lo quise a mi modo,

le tomé su voz

libre como el agua,

caminé de a ratos

cerca de su sombra.



No nos vimos nunca

pero no importaba,

mi hermano despierto

mientras yo dormía,

mi hermano mostrándome

detrás de la noche

su estrella elegida.



JULIO CORTÁZAR

(octubre de 1967)

Fuente: Vos el soberano

.

Publicado por Honduras en lucha! en 10:09

GALEANO elogia un redescubrimiento latinoamericano que busca recuperar la dignidad y la diversidad

Ana Delicado

El escritor y periodista uruguayo Eduardo Galeano se consagró hace casi 40 años con el libro Las venas abiertas de América Latina, la obra que el presidente venezolano, Hugo Chávez, escogió para regalarle a su homólogo estadounidense, Barack Obama. Pero la fascinación que Galeano despierta perdura hasta hoy.





Un testimonio cotidiano de esa admiración: durante la entrevista, que se realiza en un café de Buenos Aires, un hombre se acercó con discreción con su hija y se sentó en una mesa cercana para poder escucharle. Su último libro, Espejos, habla de un mundo contradictorio que tiene miedo de mirarse, y de reconocerse.





¿Cómo define América Latina?





Es una tierra de encuentros de muchas diversidades: de cultura, religiones, tradiciones, y también de miedos e impotencia. Somos diversos en la esperanza y en la desesperación.





¿Cómo incide esa variedad en el presente?





En estos últimos años hay un proceso de renacimiento latinoamericano en el que estas tierras del mundo comienzan a descubrirse a sí mismas en toda su diversidad. El llamado descubrimiento de América fue, en realidad, un encubrimiento de la realidad diversa. Este es el arcoiris terrestre, que ha sido mutilado por unos cuantos siglos de racismo, de machismo y de militarismo. Nos han dejado ciegos de nosotros mismos. Es necesario recuperar la diversidad para celebrar el hecho de que somos más que lo que nos dijeron que somos.





¿Esa diversidad puede ser un impedimento para la integración?





Creo que no. Toda unidad fundada en la unanimidad es una falsa unidad que no tiene destino. La única unidad digna de fe es la unidad que existe en la diversidad y en la contradicción de sus partes. Hay una triste herencia del estalinismo y eso que llamaron socialismo real a lo largo del siglo XX que ha traicionado la esperanza de millones de personas justamente porque impuso ese criterio, el de que la unidad es la unanimidad. Se confundió así la política con la religión. Se aplicaron criterios que eran habituales en los tiempos de la Santa Inquisición, cuando toda divergencia era una herejía digna de castigo. Eso es una negación de la vida. Es una suerte de ceguera que te impide moverte porque el motor de la historia humana es la contradicción.





¿La diversidad puede establecer caminos de vida irreconciliables?





No siempre. En cualquier caso, no hay que tenerle miedo a la verdad de la vida. Hay que celebrarla, porque lo mejor que tiene la vida es su diversidad. El sistema que domina el planeta nos propone una opción muy clara. Hay que elegir, a ver si querés morirte de hambre o de aburrimiento. Yo no me quiero morir de ninguna de las dos. El sistema dominante de hoy nos impone una verdad única, una única voz, la dictadura del pensamiento único que niega la diversidad de la vida y que por lo tanto la encoge, la reduce a la casi nada. Lo mejor que el mundo tiene está en la cantidad de mundos que él alberga, y eso vale a su vez para América Latina. Lo mejor de ella es la cantidad de Américas que contiene.



Hablaba de un redescubrimiento latinomericano. ¿Un ejemplo?





Bolivia, con Evo Morales, ha redescubierto su diversidad con mucha dignidad y con el orgullo de decir: "Somos diversos, y somos indígenas. Pero no sólo indígenas. Somos diversos". Claro que Bolivia es un país como Paraguay, y hasta cierto punto Uruguay, sometido en cierta medida al peso avasallante de los vecinos grandes, y sobre todo de Brasil, que hoy por hoy se opone a que en el Banco del Sur cada país tenga un voto.





¿Cuál es la fuerza de ese proyecto?





El Banco del Sur es la base financiera de la unidad latinoamericana, un proyecto de Chávez, por cierto. Nace como una respuesta a la dictadura financiera del Fondo Monetario Internacional y del Banco Mundial, en donde no rige el sistema de "un país, un voto". Los votos dependen del capital invertido: tanto dinero, tantos votos, de modo que el Fondo está dirigido por cinco países, y el Banco por ocho, aunque uno se llame Mundial y el otro Internacional.



¿Se puede recuperar un funcionamiento democrático?





Es muy difícil, por la sencilla razón de que la democracia ha sido más formal que real en los procesos históricos latinoamericanos; y en las democracias, para que lo sean de verdad, no tienen que regir relaciones verticales o jerárquicas, donde hay un mandón y un mandado. Tienen que ser horizontales, solidarias, entre iguales capaces de respetarse y reconocerse, porque la verdad es que no nos conocemos. Tenemos que conocernos para empezar a reconocernos, para saber todo lo que podemos aprender del otro. Desde la conquista española hemos sido entrenados por imperios sucesivos para la ignorancia mutua, para el divorcio y el odio mutuo. La especialidad latinoamericana es la guerra de vecinos.



Brasil puede argumentar que, puesto que es más grande, debe tener más voz.





Eso parte de la base de que la grandeza coincide con lo grandote. Mi experiencia me enseñado que la grandeza no habita lo grandote. Está escondida en la gente anónima, en el día a día que parece insignificante e indigno de atención. Lo grandote suele ser muy mezquino y de alma chiquita. No quiero decir que Brasil tenga alma chiquita, pero no hay que confundir dónde está la grandeza brasileña, que reside en alguna de sus gentes peor tratadas.





¿Héroes anónimos?





En una charla me preguntaron cuál era mi héroe preferido. Yo dije: "El día que me iba al aeropuerto para iniciar este viaje tomé un taxi, y estuve conversando con el conductor. El taxista trabajaba en el taxi entre 10 y 12 horas, pero después tenía otro empleo. Dormía entre tres y cuatro horas por día para dar de comer a sus hijos. Para él no existían los domingos, ni se acordaba de qué eran". Ese es mi héroe preferido.



Decía antes que el motor de la historia humana es la contradicción. ¿Cree que hay contradicciones dañinas?





No tiene por qué ser así. Toda contradicción es una señal de movimiento. Lo que sí hay son injusticias objetivamente dañinas. En América Latina, el abismo que separa a los que tienen de los que necesitan, a la minoría dominante de la mayoría dominada, es cada vez mayor. Esta es una región desigual en un mundo cada vez más injusto, donde los hambrientos superan los 1.000 millones de personas.



¿Observa hoy día un cambio significativo en América Latina?





Sí. Está ocurriendo algo muy lindo, que es una suerte de exorcismo colectivo de los viejos demonios. Y de algunos nuevos también. Uno de los que dejó la herencia colonial fue la cultura de la impotencia, que te mete la idea en la cabeza de que "no se puede". Y eso vale para los países pobres y para los ricos. Porque Venezuela es un país objetivamente rico, tiene petróleo, pero tiene metido adentro ese concepto de la impotencia contra el que ahora se intenta luchar. Es difícil, porque la cultura del petróleo te entrena para comprar y no para crear.





¿Qué quiere decir?





Te entrenan con la idea de que no hay que tomarse el trabajo de crear las cosas si se las puede consumir comprando. Es la cultura de consumo, no de creación. Nace de la cultura de la impotencia, que es la peor de las herencias coloniales. Te enseña a no pensar con tu cabeza, a no sentir con tu propio corazón, y a no moverte con tus propias piernas. Te entrena para andar en silla de ruedas, para repetir ideas ajenas y para experimentar emociones que no son las tuyas.





¿Son diferentes las izquierdas de América Latina?





Hay de todo, por suerte, justamente porque somos diversos. Por eso es muy injusto generalizar, sobre todo cuando la generalización proviene de miradas ajenas, que miran juzgándote, y juzgándote te condenan. Hay un complejo de superioridad que tienen los países dominantes en el mundo, que se sienten en condiciones de obligar a los demás a rendir exámenes de la democracia, que son los grandes maestros para decidir quién es demócrata y quién no, qué procesos están bien y cuáles están mal. Y cuando esos profesores de democracia vienen a juzgarnos, a mirarnos desde afuera y a condenarnos de antemano, están ejerciendo un derecho de propiedad que es uno de los derechos más repugnantes de todos.



¿Qué diferencia hay entre los presidentes de Venezuela, Ecuador y Bolivia?





Muchas, porque son expresiones de tres países diferentes. La lista de diferencias es interminable. Pero no es tan interminable la lista de las coincidencias de países que están buscando caminos de liberación después de siglos de opresión y de negación de sí mismos. Son experiencias diferentes de tres países que deciden dejar de escupirse al espejo, dejar de odiar su propia imagen, dejarse de mirar con los ojos de los que los desprecian.





¿Qué papel cumple Brasil en esto?





Uno muy importante, pero el problema es la tentación de una palabra abominable: el liderazgo. Todos los países se atribuyen la intención de ejercerlo y esto genera relaciones contaminadas por el orden jerárquico que niega la igualdad de derechos. Yo no quiero que nadie sea mi líder. No quiero mandar ni ser mandado. No nací para obedecer. Nací para ejercer mi libertad de conciencia. No puedo aceptar la idea de que entre las personas o entre los países haya conductores o conducidos. Hay que ir hacia una sociedad de veras libre.





¿Qué opina de la reelección presidencial?





No me gusta mucho, porque implica cierto apego al poder y eso no es aconsejable en ningún ámbito. El poder en sí, aunque sea un poderito, envenena bastante el alma. Sé que hay que ejercerlo, pero sabiendo que es peligroso. El poder genera monarquías, poderes absolutos, voces que sólo escuchan sus propios ecos incapaces de escuchar otras voces.





¿De dónde procede ese intento de perpetuarse en el liderazgo?





En Europa esto lo atribuyen a la herencia del caudillismo en América Latina, al subdesarrollo, a la ignorancia, a nuestra tendencia al populismo y a la demagogia. Pero hay que asomarse a la historia de los países dominantes para ver hasta qué punto ellos han estado sometidos a la voluntad, por ejemplo, de un tipo complemente loco como Hitler. Es inverosímil: en el país más culto de Europa, millones de personas lo aclamaban. Y los líderes de ahora, ¿qué tienen que venir a enseñarnos? Uruguay tiene una democracia más antigua que la mayoría de los países europeos. Y en materia de derechos humanos, conquistó antes que Estados Unidos y que muchos países europeos la jornada laboral de ocho horas, el derecho al divorcio, y la educación gratuita y obligatoria.





¿Por qué no hay apenas relación entre América Latina y África?





Es un escándalo. Eso proviene del sistema educativo y de los medios de la comunicación. En la mayoría de países de América Latina hay una influencia africana enorme: en la cocina, el deporte, el lenguaje, el arte. Y sin embargo nosotros, de África, no sabemos nada.



¿Por qué?





Por racismo. Sabemos lo que nuestros amos de siglo en siglo han querido que supiéramos, y de nosotros ignoramos casi todo porque a ellos les convenía. Por ejemplo, no les convenía que supiéramos que aquellos esclavos que llegaron de África cargados como cosas traían sus dioses, sus culturas. De todos modos, el desvínculo con África que nació del racismo y la explotación esclava no es latinoamericano, sino de todas las Américas. Por eso me pareció digna de celebración la elección de Obama, aunque luego lo que ha hecho no me convence demasiado.





¿Qué representa Obama?





Uno de mis maestros, don Carlos Quijano, solía decir: "Todos los pecados tienen redención. Todos menos uno. Es imperdonable pecar contra la esperanza". Con el tiempo aprendí cuánta razón tenía. Lamentablemente, Obama está pecando contra la esperanza que él mismo supo despertar, en su país y en el mundo. Aumentó los gastos de guerra, que ahora devoran la mitad de su presupuesto. ¿Defensa contra quién, en un país invadido por nadie, que ha invadido y sigue invadiendo a casi todos los demás? Y, para colmo, ese chiste de mal gusto de recibir el Nobel de la Paz pronunciando un elogio de la guerra.



¿Cuáles son, en su opinión, los miedos del siglo XXI?





El arte de narrar nació del miedo de morir. Está en Las mil y una noches. Cada noche, Sherezade iba cambiando un cuento por un nuevo día de vida. Pero también creo que el miedo de vivir es peor que el miedo de morir. Y me parece que el asunto, en este mundo y en este tiempo, es ese: el miedo de recordar, el miedo de ser, el miedo de cambiar. O sea: el miedo de vivir.



¿Ve un ejemplo de ese miedo en la Cumbre de Copenhague?





Los asesinos del planeta derraman de vez en cuando alguna lágrima, para que la platea sepa que también tienen su corazoncito. Pero es puro teatro. Bien saben que los modelos de vida de hoy, que ellos imponen, son modelos de muerte. Me pregunto a qué planeta se mudarán estos elegidos del Señor cuando terminen de exprimir la Tierra hasta la última gota.



Fuente: www.publico.es

.

Publicado por Honduras en lucha! en 10:07

Diputados decidirán el perdón para delitos cometidos por golpistas

En menos de una hora, un centenar de lectores del diario digital de EL LIBERTADOR se ha opuesto a una amnistía a favor de los crímenes cometidos por el sector golpista empresarial-político-militar desde el 28 de junio, día del golpe de Estado a la fecha. La reunión de los diputados está prevista para el próximo jueves y se espera que concedan la amnistía, porque están involucrados directamente en la violación sistemática de los Derechos Humanos de miles de hondureños. Lo que decidan no tiene valor internacional porque son decisiones de una institución protagonista en el golpe de Estado, que ha dado licencia a las Fuerzas Armadas y a la Policía para masacrar a un pueblo desarmado.



Los diputados en el Congreso Nacional han previsto una reunión el próximo jueves para discutir la amnistía o el perdón para los delitos cometidos por los autores materiales e intelectuales del golpe de Estado del 28 de junio, cuando se secuestró y se extraditó a Costa Rica al Presidente Manuel Zelaya.





Es un hecho que el actual Congreso Nacional –protagonista en el golpe de Estado- otorgue amnistía, porque no hacerlo sería reconocer sus delitos, lo mismo que pasó el 2 de diciembre de 2009 cuando se opuso a la restitución del Presidente Zelaya por miedo a que los enjuiciaran. Los diputados si son inteligentes pueden amortiguar el daño que a sí mismos ya se impusieron y jamás deben olvidar que los delitos por violación de derechos humanos pueden perdonarlos aquí, pero internacionalmente no tienen valor alguno porque son decisiones de las mismas instituciones golpistas.



LA MUERTE NO OLVIDA



El tema de la amnistía para los delitos políticos está contemplado en el fallido “Plan Arias”, a fin de eximir de culpa a todas las personas vinculadas en los acontecimientos previos y posteriores a la asonada de ese entonces, cuando la oligarquía empresarial-político-militar decidió anular 27 años de orden institucional, asesinando y reprimiendo al pueblo que se ha manifestado en contra del régimen dictatorial, liderado por Roberto Micheletti Bain y Romeo Vásquez Velásquez.



La iniciativa sería presentada el jueves siete de enero, fecha en la cual se discutirá también el retiro de Honduras de la Alternativa Bolivariana para las Américas (ALBA), y otros temas que están en agenda para culminar la última legislatura, cuyo cierre será el 25 del presente mes.



Fuente: ellibertador.hn







Publicado por Honduras en lucha! en 03:06

El Lobo en su Laberinto

¿Se apegará Lobo a la Ley?

Francisco Romero




A pocos días de la toma de posesión del ganador de las ilegítimas elecciones del pasado noviembre y cuando se anuncia ya la conformación de las comisiones de transición del golpista régimen y de su continuador, las contradicciones afloran por doquier. Si el gobierno de Zelaya nació débil por la oposición de las elites, la regencia de Lobo nace en peores condiciones.



Por el lado que se quiera analizar, las circunstancias en que Lobo intentará gobernar serán de una crisis profunda de la que sólo con el apoyo real de todos los sectores del país y de la comunidad internacional, algo muy remoto, podrá sortear con algún grado de éxito su mandato, que por naturaleza es sumamente frágil. Considerando sólo los datos electorales, aún los manejados por sus adeptos, no podemos esperar lo mínimo de esta jefatura en ciernes.



Las primeras señales que Lobo ha dado son inequívocas sobre el tipo de régimen que ejecutará. Mas allá de la retórica ampliamente publicitada sobre el diálogo nacional, sus intenciones están muy claras. Su primera reunión después de resultar elegido fue con la Junta de Comandantes de las Fuerzas Armadas. A buen entendedor, pocas palabras. Este acto más que simbólico envía un mensaje claro a quienes esperaban que las elecciones y el cambio de régimen lavaran la cara sucia del golpe. Nada mas equivocado y la gente se da cuenta. Con el golpe, los militares renegaron de su mandato constitucional y ahora se volvieron políticos, desobedientes y deliberantes. En otras palabras, se quitaron la molesta máscara que les obligaron a ponerse en décadas pasadas.



Una contradicción a lo interno de las Fuerzas Armadas surgió cuando el Presidente Zelaya -haciendo una consideración especial con su entonces buen amigo y compadre Romeo Vásquez- prorrogó a éste el período como Jefe de las Fuerzas Armadas y que oficialmente había concluido cuando terminó el mandato de Maduro. Con esto, Mel casi triplicó el período establecido en la Ley Constitutiva de las Fuerzas Armadas. Esto no supondría un problema si no es porque el sistema de ascensos, basado en las promociones de la Escuela Militar, deja un margen de tiempo demasiado pequeño a quienes ciertamente aspiran a llegar a formar parte de la Junta de Comandantes o al menos, del Estado Mayor Conjunto, lo que en la práctica representa las llaves de mucho poder y riquezas, basados en gran parte en el tráfico de influencias, corrupción, narcotráfico y crimen. Si una promoción no asciende en el tiempo estipulado, entonces todo el engranaje se detiene. Por lo tanto, por mucho que se quiera ocultar, los militares de por lo menos las dos promociones posteriores de la que hoy controla el Estado Mayor y la Junta de Comandantes no están para nada contentos con la situación. El problema es tal que, o asumen en este período la dirección de las Fuerzas Armadas o tendrán ambas que conformarse con su retiro sin haber cumplido “el ciclo natural”. En otras palabras, el golpe de Estado les ha quitado su derecho a “distribuir el pastel” y deberán conformarse con las migajas.



Esa contradicción se profundizará ahora porque le tocará a Lobo -si finalmente asume el control del gobierno, porque hay muchos rumores de lo contrario- decidir la sustitución de Romeo Vásquez y sus principales colaboradores para dar el poder a las siguientes promociones. El problema no está en si esto puede o no hacerse. El problema es que hay demasiadas presiones desde abajo, de las promociones que necesitan subir para asumir el control y desde arriba, para no ser sustituidos. Un elemento clave y definitorio lo juegan las consecuencias penales que el golpe tiene para sus perpetradores y sustentadores, entre los que tienen un papel clave quienes hoy dirigen las Fuerzas Armadas. Su preocupación debe ser mayor ahora dada la necesidad legal de su sustitución contemplada en la Ley -lo que evidentemente les quitará la mayor parte del poder que hoy disponen- y las consecuencias penales que sus acciones en el marco del golpe les están acarreando, principalmente las que encabeza la Corte Penal Internacional.



Hace unas semanas, el que fuera efímero canciller de facto les envió un mensaje fulminante a sus compañeros golpistas. En una declaración pública el tristemente célebre personaje les aconsejó que se buscaran buenos abogados y que preferiblemente lo hicieran fuera del país, ya que el había revisado los documentos de la Corte y que la cosa iba en serio, que no serían suficientes sus mediocres abogados del país, pues se requerirían abogados de renombre internacional para su defensa. Al final del año, circuló la noticia que el ex presidente Maduro había sido detenido en un aeropuerto extranjero para entregarle un citatorio de la CPI. Esta noticia aunque no circuló en los medios masivos, corrió como reguero de pólvora a lo largo y ancho del país. Aunque no se pueda por ahora confirmar su autenticidad, solamente el rumor hace acrecentar geométricamente su miedo, cuando se podría constatar en carne propia y en la persona de uno de los más conspicuos representantes de la burguesía que la Corte Penal no esta jugando ni mucho menos.



Así que ni militares ni civiles involucrados en el golpe están muy convencidos de tener que dejar el poder en manos de quien sea, porque dispondrán a partir de ese momento de menos poder que se traducirá instantáneamente en menos recursos para su seguridad y defensa jurídica. Seguramente deben recordar a cada momento, cómo otros celebres personajes que antes sirvieron muy bien a sus amos acabaron bastante mal sus últimos días. Por sus cabezas deben dar vuelta los nombres de Noriega, Hussein, entre otros. Saben muy bien que mal paga el diablo a quien bien le sirve. Así que la cosa no esta nada fácil para ellos. Los gringos por su parte necesitan con urgencia lavarle la cara al golpe y para eso están dispuestos a sacrificar a algunos de sus peones. ¿Quiénes estarán en esa lista? La presión crece día a día y la olla parece estar a punto de reventar.



Por si fuera poco esto, la crisis económica que abate al país y que se agravó enormemente con el golpe de Estado obligará al gobierno ilegitimo entrante a tomar medidas que agravarán la situación de la mayoría de la población. Será como echar sal en la herida abierta de este pueblo.



La caída brutal en sectores como el turismo calculada en aproximadamente 80% y que tiene una tibia recuperación y en el sector servicios asociado a éste y lo que representa en términos de perdida de empleos, pobreza y precariedad, es otra herencia con la que Lobo deberá lidiar. Sumado a esto, se ha anunciado una reducción en el monto de las remesas que los migrantes hondureños han estado enviando por años para mantener a sus familias desde el exterior. La reducción afectará principalmente a las familias más pobres y en general al país entero.



Al mismo tiempo, las reservas internacionales de Honduras se redujeron en aproximadamente 100 millones de dólares mensuales desde el golpe de estado, totalizando a diciembre alrededor de 600 millones de dólares menos. Esto ha puesto en precario la liquidez de la economía del país y la capacidad de nuestra moneda de mantener su valor. Se menciona públicamente la posibilidad que el nuevo gobierno denunciará el Tratado del ALBA que fue firmado por el Presidente Zelaya y ratificado por el Congreso Nacional. Nada se dice de los recursos obtenidos a través de esa iniciativa, pero son muchos los rumores de que una gran cantidad de los recursos obtenidos a través de Petrocaribe han sido dilapidados. Éstos estaban previstos para programas sociales, especialmente para la construcción de viviendas populares para familias de bajos ingresos. La precariedad de esta situación afectara indudablemente a la mayoría de la población.



No sólo estos recursos se han estado usando para sostener el régimen golpista. Los gremios magisteriales han denunciado fuertemente que desde el golpe de estado no se están haciendo las transferencias -que el gobierno esta obligado por ley- a su instituto de previsión. Tampoco se han hecho pagos de salarios, aguinaldos, pagos de zonaje y otros relacionados a su sistema de escalafón. El monto no transferido asciende ya a más de cinco mil millones de Lempiras, aproximadamente. El IMPREMA ha sido uno de los fondos de jubilación más codiciados por los grupos de poder para privatizarlo. Ahora están haciendo lo posible para quebrarlo y pasarlo después a manos privadas. Por supuesto que los maestros no se quedaran con las manos cruzadas y se han declarado en rebeldía y en pie de lucha para defender sus conquistas. Lobo sabe que el magisterio unido alrededor de esos temas será muy difícil de derrotar, pero también sabe que no tiene de dónde echar mano para apagar los incendios que el régimen de facto le esta legando. ¿Reprimirá a los maestros? Que no les quepa la menor duda.



La política fiscal hondureña es una de las más injustas de la región. Aquí el que más tiene es el que menos paga. El ex Presidente Maduro en su primer paquetazo identificado como decreto ejecutivo 194-2002 denominado rimbombantemente “Ley de Ajuste Financiero y Protección Social” redujo el impuesto a la importación de vehículos nuevos y lo incrementó para los vehículos usados. Pero aún más importante que eso es que en un período de 3 años, entre 2002 y 2004, redujo desde el 15% hasta el 0% el impuesto a quienes tienen rentas, utilidades, dividendos o cualquier forma de participación de utilidades o reserva, es decir, a los más ricos del país les eliminaron los impuestos a sus ganancias. Ésta es otra de las razones del golpe: mantener esta clase de privilegios que ya casi no se ven en ningún país del mundo.



El paquetazo es ya un secreto a voces, el que entre otras cosas incluiría una devaluación de medio grado entre el 20 y 25% del valor nominal actual del Lempira, lo que beneficiaría al sector exportador y castigaría a los asalariados y clase media. La indexación de los préstamos será una realidad, no así la de los salarios y ahorros. En palabras comunes se castigará a la población corriente incautándole alrededor de la cuarta parte de sus ingresos.



También se menciona el incremento a algunos impuestos, particularmente el ISV (impuesto sobre ventas) que actualmente es del 12% sobre el valor de los bienes y servicios, subirá a 15%. Este impuesto ha sido usado por las elites para enriquecerse pues lo retienen a los compradores y no lo restituyen al Estado, usando para ello doble contabilidad, sobornos, etc. El golpe redujo en un monto muy importante el ingreso fiscal.



El paquetazo de Lobo también incluirá el incremento al coste de la factura eléctrica residencial y del servicio de agua. En los últimos meses del año éstos se han ido incrementando de facto. La fórmula para poner el precio a los combustibles, una conquista de la Coalición Patriótica y del gobierno Zelaya que acabó con el monopolio de la importación, serán cancelados. Ahora se volvió al monopolio y ya se anunció la vuelta a la misma fórmula que enriquecía a una empresa por la importación y a las distribuidoras y el gobierno. El desmontaje de los beneficios sociales del gobierno Zelaya es más que evidente. Las empresas estatales como la ENEE (Energía) y Hondutel (Telefonía) serán privatizas tardíamente cuando ha quedado demostrado en otros países de la región la ineficacia del paradigma neoliberal y aún mas el empobrecimiento masivo de la población a partir de la puesta en marcha de sus recetas.



Esta difícil situación se agravará aún más porque el golpe ha aislado al país de la comunidad internacional. Muchos países y foros internacionales han declarado que no reconocerán al gobierno surgido de las elecciones ilegitimas realizadas en medio del golpe de Estado. Esto significa que importantes recursos de cooperación se mantendrán congelados en tanto no se resuelva la situación de ilegalidad en que esta el país. Y este aspecto esta ligado fuertemente a la situación de creciente violación de Derechos Humanos que preocupa a buena parte de esa comunidad internacional. Las denuncias de ejecuciones, secuestros, torturas, amenazas e intimidaciones van en aumento.



Las organizaciones de Derechos Humanos y otras instancias de la sociedad civil, han anunciado ya que no se sentarán en ningún diálogo en tanto no se resuelvan los casos de violaciones cada vez más brutales que estamos viviendo. El trabajo coordinado y cada vez mas concienzudo de estas organizaciones esta poniendo en evidencia la implementación de la nueva doctrina de seguridad nacional (NDSN), reeditada de los 80 y maquillada y perfeccionada para aplacar la resistencia contra el golpe. Sus métodos nos recuerdan el cinismo, la impunidad y la naturaleza criminal de sus implementadores y de sus patrones. Por ello se esta haciendo un esfuerzo por documentar con mayor detalle cada caso para que, llegado el momento, se conviertan en evidencias irrefutables con las cuales se podrá enjuiciar y condenar a los criminales que hoy creen erróneamente estar fuera del alcance de la ley y la justicia.



Lobo ha dado muy mal sus primeros pasos y ha mandado mensajes a quienes lo tienen de su lado y a quienes se le oponen. Parece que ha optado por el camino fácil de complacer a quienes ahora tienen el poder y le han advertido que ahora no le tolerarán sus deslices juveniles. Ha tenido que mostrarse dócil y complaciente con la cúpula militar, con la cámara empresarial y con los gringos. Por eso dejó de hacer lo que estaba en sus manos para mostrar la posibilidad de un camino de negociación a través del control de su bancada. Queda claro que los grupos de poder le han advertido que el sólo tiene una cuota mínima del poder que ellos quieren cederle.



Pero también ha desperdiciado una oportunidad para sentarse a hablar con La Resistencia. Su precariedad es tal que le han prohibido hacerlo so pena de no dejarlo sentarse en la silla que tanto ha ansiado. La Resistencia ha leído muy bien el gesto y sus dirigentes no se han dejado embaucar con los cantos de sirena del diálogo, rechazando las invitaciones a titulo individual. A estas alturas, no reconocer a La Resistencia es un error que pagará con creces. Pronto le harán saber su poder de convocatoria y su capacidad de lucha. Su careta caerá y se verá obligado a mostrar la mano dura que tanto le gustó empuñar en la contienda que perdió con Mel.



El laberinto de Lobo esta cada vez más difícil. La promiscuidad con los chafas y las elites por la que ha apostado le llevará -pese a lo que parece- por el camino duro. La bomba social que está a punto de estallar le salpicará en la cara y muy fuerte remeciendo lo poco de decencia si es que aún le queda alguna. La justicia internacional vendrá a cobrarse lo que el triste remedo judicial que tenemos dentro no es capaz de hacer porque es parte de lo mismo. El miedo de los golpistas se tornará en asombro y en incredulidad al principio y en llanto después. Será demasiado tarde. Las víctimas y sus familiares serán compensadas con el castigo a los criminales.



El presidente Zelaya, mientras tanto, seguirá usando su guitarra, su carisma y todos los medios a su disposición para conquistar más corazones y mentes como ya lo ha hecho en abundancia. El valor que ha mostrado y la contundencia de sus acciones no tienen parangón en la reciente historia política del país. Su estatura ha crecido enormemente y será indudablemente el dolor de cabeza que enfrentarán los grupos de poder y sus criados en el futuro cercano. Su poder reside en la justicia de su lucha y de su planteamiento y en la imperiosa necesidad de acabar el apartheid contra los pobres como modelo de gobierno. El pueblo hondureño tiene muy arraigado ese sentido y no tolera la injusticia. La Resistencia avanzará hacia la construcción de un frente amplio y de ahí presentará la lucha en cualquier campo. De su seno surgirán nuevos líderes que fortalecerán su estructura y dinamismo. Si quienes tienen secuestrado el Estado para su uso patrimonial persisten en cerrar los caminos políticos y democráticos e insisten en incrementar la campaña de terror será el último error que cometerán. Poco a poco pero de forma decisiva la paciencia se va acabando. El país no volverá a ser nunca el mismo. Los pobres serán reivindicados con la refundación de Honduras.

terça-feira, 5 de janeiro de 2010

Estudantes brasileiros em Cuba

51 anos de Revolução Cubana: socialismo é humanidade



O primeiro dia de cada novo ano é muito mais que o reveillon para um

rebelde povo. Foi num dia como este, há 51 anos, que o heróico povo

cubano livrou-se definitivamente das garras da grande águia do norte e

iniciou seu próprio caminho de soberania, liberdade e justiça. O

triunfo da revolução cubana é o culminar de quase 100 anos de

incansáveis batalhas e sacrifícios das massas e seus verdadeiros

heróis.







A cada novo ano de resistência socialista, o processo cubano nos enche

de esperança revolucionária, com inquestionável exemplo de que os

povos oprimidos do mundo podem escolher um caminho alternativo ao

domínio imperialista e à exploração do capitalismo. Essa esperança

torna-se ainda mais concreta se buscamos compreender a história deste

processo, real e presente, que se forjou em um movimento de gerações

revolucionárias. Façamos assim, um breve resgate histórico, que além

de uma singela homenagem ao povo cubano é também um legado para o

nosso próprio caminho revolucionário.







Recordemos que Cuba constituiu-se como colônia espanhola no século XVI

e, desde então, sua economia foi baseada no trabalho do escravo negro

e na produção açucareira. A partir de meados do século XIX

acentuaram-se as contradições entre a metrópole e as elites crioulas

locais, em virtude das crises econômicas mundiais de 1857 e 1866, da

baixa nos preços do açúcar e da decadência do império espanhol. Tais

contradições culminaram nas guerras de libertação nacional: a “Guerra

dos 10 anos” (1868-1878), liderada por Carlos Manuel de Céspedes, e a

Guerra de Independência (1895-1898), na qual surge o líder José Martí,

um homem muito à frente de sua época, cujas idéias patriotas e

humanistas, somadas a sua exemplar prática como revolucionário, o

consagraram herói nacional de Cuba. Desde a guerra de independência

Martí já alertava o perigo que vinha da América do Norte, em um

chamado ao povo cubano pela sua real libertação.







Durante esse processo, o incipiente movimento das massas de

trabalhadores, ainda com precárias formas de organização e

politicamente pouco ativas, não pode fazer contraponto à força das

classes senhoriais. Os chamados criollos não conduziram as lutas de

libertação do domínio espanhol para uma revolução política contra

ordem existente, temendo que o controle político militar do movimento

se deslocasse para os grupos sociais identificados com a pressão

popular por revolução democrática. Assim, as forças do movimento de

libertação nacional foram canalizadas para uma “revolução dentro da

ordem” que, assegurando a permanência das oligarquias, estabeleceu

entre elas e os EUA um pacto que permitiu ir até o fundo a

“modernização da colonização indireta”, através da incorporação

financeira e comercial de Cuba aos EUA. Em 10 de dezembro de 1898, com

a assinatura do Tratado de Paris entre EUA e Espanha, Cuba deixou de

ser colônia espanhola para estar subordinada ao imperialismo ianque.

Em 1º de janeiro de 1899 foi oficializada a ocupação militar

estadunidense em Cuba. No ano de 1901, a Emenda Platt foi adicionada à

Constituição cubana, permitindo a intervenção estadunidense em caso de

segurança nacional. Foi através de tal emenda, que os EUA criaram a

base militar de Guantanamo, existente até hoje, mesmo com a abolição

da Emenda Platt em 1934. Dessa maneira a burguesia internacional

fincou suas garras em Cuba, realizando em 1902 a expropriação de

terras dos camponeses por empresas como American Tobacco Company,

Cuban American Sugar e a United Fruit Company.







O despertar cubano, ainda que sob a frustração do sonho patriótico,

serviu como experiência para as lutas que se travariam nas décadas

seguintes, sendo agora o crescente imperialismo dos EUA o principal

inimigo, assim como já deixava claro José Martí.







No inicio do século XX se organiza o movimento operário em Cuba, bem

como o movimento estudantil, influenciados pelas conquistas da

Revolução de Outubro, a Revolução Mexicana, e as reformas

universitárias ocorridas em diversos países da América (como

Argentina, Chile e Peru). São constantes greves obreiras e estudantis

no país. Em 1904, Carlos Baliño (que fundou junto com Marti o Partido

Revolucionário Cubano), fundou o Partido Socialista Obreiro, que se

converteu em Partido Socialista de Cuba. Em 1923 foi fundada a

Federação Estudantil Universitária, por Julio Antonio Mella, que em

1925, junto a Baliño, fundou o Partido Socialista Popular (equivalente

ao primeiro Partido Comunista de Cuba). Em 1939 foi fundada a

Confederação de Trabalhadores Cubanos.



rescente ismo travariam posteriormente, a



A necessidade da luta antiimperialista volta com vigor no processo

revolucionário iniciado em 1933, desencadeado pelos efeitos da crise

do capital de 1929. A organização dos movimentos de massa,

especialmente do movimento operário e estudantil, culminou com a

derrocada do ditador Geraldo Machado e a instituição do chamado

“Governo dos 100 dias” que foi duramente reprimido pelas forças

Ianques. Tal movimento evidenciou o papel contra revolucionário da

burguesia nacional e dos latifundiários, dependentes e associados aos

interesses do Império.







No contexto pós II Guerra Mundial acirraram-se as contradições e a

miséria no país, configurando marcadamente fortes condições objetivas

para a retomada do processo revolucionário. Diante do crescimento do

movimento de massas e da possibilidade de uma vitória eleitoral do

partido ortodoxo (com ideais patrióticos e democráticos), em 1952

Fulgencio Batista aplicou um golpe de Estado, novamente com amplo

apoio das forças militares do norte.







As massas populares se opuseram à ditadura e sua atividade cresceu na

mesma proporção ao agravamento da situação do país. O movimento

operário foi ilegalizado, sendo a luta contra a ditadura organizada

dentro dos sindicatos clandestinos, com orientação do Partido

Socialista Popular.







Nesse processo desempenhou um papel determinante a vanguarda

revolucionária que dirigiria as atividades das massas no sentido de

terminar as tarefas iniciadas nas lutas contra o colonialismo espanhol

e nos combates da geração de 1930. Fidel e Raúl Castro, Melba

Hernandez, Haydeé e Abel Santamaría, junto a outros 117 jovens

mártires, organizaram os corajosos ataques ao Quartel Moncada e ao

Quartel Carlos Manuel de Céspedes, inaugurando uma nova fase na luta

revolucionária cubana, em que a guerra civil oculta passava a ser

aberta e a luta armada a forma fundamental de enfrentamento ao regime.







O ataque ao quartel Moncada, em 26 de julho de 1953, teria como

objetivo obter armas, dar a conhecer o movimento revolucionário que

surgia e incorporar as grandes massas populares. O fracasso militar do

assalto levou os revolucionários sobreviventes à prisão e à

organização do Movimento 26 de Julho (M-26-7). Na cadeia, os

revolucionários trataram de preparar-se teoricamente, ao mesmo tempo

em que conduziam a organização e fortalecimento do movimento através

da campanha de anistia. É neste contexto que Fidel escreve sua

magistral defesa que anunciava os princípios norteadores da revolução

cubana: “A historia me absolverá”.







Após sua saída da prisão, em 1955 os revolucionários são perseguidos e

ameaçados. Fidel se exila no México e desde aí busca nos exilados

cubanos o financiamento para o preparo militar do M-26-7, que seguiu

se articulando e crescendo na ilha, com grande inserção no meio

estudantil e operário. No México, Fidel conhece Ernesto Guevara, que

passa a ser conhecido como Che. Em 2 de dezembro de 1956, desembarcam

82 revolucionários em Cuba, depois de uma longa viagem desde o México

a bordo do Iate Granma, entre eles Fidel, Raúl y Che. Esses, apoiados

pelo forte movimento construído em solo cubano, iniciam o braço armado

guerrilheiro na Sierra Maestra.







O M-26-7 unificou os combatentes do Diretório Revolucionário 13 de

março, de José Antonio Echeverría, e o Partido Socialista Popular, de

Blas Roca, em torno da estratégia revolucionária de libertação

nacional, cuja luta antiimperialista constituiu um elemento central. O

objetivo foi buscar, através da revolução nacional, a instauração da

democracia, da soberania popular e um desenvolvimento independente.

Palavras de ordem que de início serviam tanto ao proletariado como a

setores da burguesia nacional, mas que forjaram as bases para um

direcionamento socialista da revolução à medida que a organização das

classes oprimidas ganhou espaço. Da unidade entre o M-26-7, o

Diretório Revolucionário e o PSP surgiu o equivalente social e

político do partido revolucionário, que abriu o caminho para a

revolução das massas exploradas.







Com o triunfo da revolução em 1º de janeiro de 1959 os representantes

das oligarquias e o imperialismo foram varridos do governo

revolucionário recém instaurado. A radicalização do processo

revolucionário cubano significou não apenas a criação do primeiro

Estado socialista da América Latina, mas também a esperança e o

exemplo dos povos oprimidos deste continente.







O dia 1º de janeiro foi apenas o inicio das vitórias contra o

imperialismo e exploração do povo cubano. Neste mesmo ano, o governo

revolucionário iniciou a nacionalização de empresas pertencentes ao

grande capital internacional, entre estas 36 indústrias açucareiras,

que dominavam 40% da produção de açúcar do país. Realizou-se também a

primeira Reforma Agrária, que distribuiu 50% das terras cubanas a

cerca de 600 mil famílias. Nacionalizaram-se a saúde e a educação. Em

22 de dezembro de 1961, graças ao trabalho de mais de 100 mil jovens,

professores e trabalhadores, Cuba se tornou o primeiro país da América

livre de analfabetismo. Nesse mesmo ano Fidel Castro profere seu

inesquecível discurso declarando a Revolução Cubana de caráter

socialista.







Do triunfo revolucionário aos dias atuais







A medida que avançavam as conquistas do heróico povo cubano, crescia

também a contra-ofensiva do império. Ainda em 1961 a CIA financia e

organiza o ataque de 1200 mercenários a Playa Girón, derrotados pelo

povo combatente. Foi então que para organizar o povo cubano e defender

suas conquistas foram criados os Comitês de Defesa da Revolução – CDR,

possibilitando a construção do socialismo e da democracia popular em

cada bairro. Depois desse, vieram muitos outros ataques, como a

explosão de uma avião em 1976 que matou 73 pessoas, cujo autor, Juan

Posadas Carrilles, segue livre sob proteção ianque.







Além dos ataques terroristas, em 1962 EUA expulsam Cuba da Organização

dos Estados Americanos, OEA, e declara o bloqueio econômico à Ilha,

buscando impedir que outros países comercializem ou desenvolvam

qualquer tipo de relação com este país. Com o bloqueio genocida, Cuba

estreita suas relações com a União Soviética, através de acordos

comerciais, militares e de solidariedade. Também nesse período, em

1965, concluiu-se o processo de unificação dos grupos revolucionários

em um único partido. Dessa forma se constituiu o Partido Comunista de

Cuba, de caráter marxista-leninista, com Fidel Castro como Secretário

Geral.







Os feitos da revolução cubana seguiram impressionando nos anos

seguintes. Em poucos anos Cuba desenvolve-se como potência científica

em diversas áreas, como a medicina e a farmacologia. Torna-se o país

com maior expectativa de vida e menor mortalidade infantil das

Américas, números comparáveis aos mais desenvolvidos países europeus.

Desenvolve-se no âmbito dos esportes e cultural, sendo, por exemplo, o

país de todo mundo com o maior percentual de escritores per capita,

mostra do nível intelectual alcançado pelo povo durante o socialismo.

Nas artes plásticas, na dança, na música, no cinema e no teatro a

revolução deixou também sua marca: um povo culto é um povo livre,

parafraseando José Martí.







O socialismo cubano também não acabou em si mesmo. Os cubanos deixaram

marcas de emancipação em diversos países. Na África, para

exemplificar, contribuíram com os esforços para a libertação nacional

de várias nações, como Angola, Etiópia, Congo e Moçambique, sendo sua

participação fundamental para o fim do regime Apartheid na África do

Sul.







Na década de 80, os acordos com o campo socialista passaram a

responder por 85% do intercâmbio de mercadorias realizado por Cuba. Na

década de 90, com a desintegração da URSS e do socialismo no leste

europeu, teve inicio uma das épocas mais difíceis da história do

aguerrido povo cubano: o período especial.







No primeiro ano após a dissolução do campo socialista do leste europeu

e da União Soviética, o produto interno bruto decaiu 33%. A questão

energética foi uma das mais prejudicadas, colapsando o transporte. Um

exemplo do caos gerado foram as muitas safras de alimentos que

apodreceram no campo, já que sem combustível para o transporte não

podiam ser deslocadas às cidades. Faltavam alimentos, remédios e

outros produtos essenciais. Nesse contexto, o cruel bloqueio

imperialista tornou-se ainda mais perverso.







Mesmo com tamanhas dificuldades, em pleno período especial, o povo

cubano ratifica sua vontade de seguir construindo o socialismo em

plebiscito nacional, com mais de 90% dos votos e uma participação de

quase 100% da população. Talvez, por tão heróica resistência e

convicção do rumo escolhido, que Fidel considera o Período Especial “o

mais glorioso dos 50 anos da Revolução Cubana”. Nessa etapa as idéias

criativas para superar as dificuldades foram muitas, como o

desenvolvimento de um efetivo programa de agricultura urbana,

referência mundial, que hoje emprega cerca de 400 mil cubanos e produz

alimentos para milhões.







Em contraponto, o período especial gerou também uma série de novas

contradições cujas soluções tornaram-se, atualmente, os principais

desafios para o avanço do socialismo em Cuba. Para reverter o processo

de carência e dependência econômica criaram-se diversas empresas

mistas (parcerias entre o Estado - sócio majoritário – e empresas

capitalistas), com a finalidade de aumentar e diversificar a produção

agrícola e industrial. Para incrementar a arrecadação do Estado, Cuba

foi obrigada a abrir-se ao predatório turismo internacional.







Com tais medidas, Cuba pôde evitar a ofensiva da contra-revolução

capitalista e manter as mais importantes conquistas da revolução. No

entanto, este longo período de dificuldades materiais foi bastante

marcante na determinação da consciência social. Um grande contingente

de cubanos deixou o país durante os anos do período especial, e

problemas como a prostituição, o mercado negro e a corrupção,

tornaram-se presentes. As desigualdades internas foram intensificadas,

especialmente quanto à valoração do trabalho: um trabalhador do

turismo, um taxista particular, alguém que recebe dinheiro de um

familiar no exterior ou que aluga um quarto para estrangeiros têm

maiores possibilidades de consumo que um exemplar operário, um médico

ou um reconhecido professor universitário.







Essas contradições têm sido os maiores desafios do Estado cubano, do

Partido Comunista e das organizações de massa do povo. A fim de

avançar na superação delas, o governo revolucionário tem proposto à

população uma série de reformas - cabe ressaltar que elas têm um

caráter absolutamente distinto das contra-reformas que vem sendo

aplicadas no Brasil. Uma delas trata da legislação trabalhista e

objetiva aumentar a produtividade industrial e a agilidade dos

serviços, por meio de incentivos materiais aos trabalhadores mais

dedicados e comprometidos com a revolução. Tal medida vem no sentido

de reafirmar o principio socialista de “receber de acordo com seu

próprio trabalho e esforço”, rumando assim no sentido de diminuir a

burocratização dos serviços e a corrupção, que estagnam a produção.

Outra importante medida adotada recentemente é a distribuição das

terras ociosas do Estado aos pequenos agricultores e a garantia de

condições para produzir, com o objetivo de aproximar Cuba da soberania

alimentar.







Mesmo com tantas dificuldades, Cuba segue sendo vanguarda no que se

refere à solidariedade internacional. Atualmente estudam em Cuba cerca

de 50 mil estrangeiros, dos mais diversos cursos universitárias, sendo

a maioria medicina. Além disso, são bastante conhecidas as missões

cubanas de solidariedade na área de saúde e educação, hoje presentes

em mais de 70 países, em especial nos que estão em guerra ou que

sofrem de catástrofes naturais. Somente na Venezuela são mais de 35

mil cubanos, entre médicos, profissionais da saúde e educadores. Outro

relevante exemplo do internacionalismo do socialismo cubano é o

projeto Escola Latino Americana de Medicina - ELAM, idealizado pelo

Comandante Fidel Castro em um momento em que toda a América Central

havia sido assolada por três furacões. Este ano o projeto comemorou 10

anos de existência, com uma grande quantidade de médicos atuando em

toda a América Latina, incluindo, por exemplo, a fundação de hospitais

populares. Atualmente, cerca de mil brasileiros estudam em Cuba.







Ainda assim os ataques imperialistas não cessam. O assassino bloqueio

segue vigente, mesmo com as sucessivas votações contrárias nas

assembléias da ONU, em que apenas 3 nações do mundo se mantêm

favoráveis a sua continuidade. Os prejuízos para Cuba são

incalculáveis: em apenas 8 horas de bloqueio o governo cubano poderia

reparar cerca de 40 creches ou em 1 dia comprar 139 ônibus de

transporte urbano. O caso dos cinco heróis cubanos é outro exemplo da

desumanidade que impõe o monstro do norte - como definia Simon Bolívar

– presos por lutar contra o terrorismo dos EUA.







Muitos insistem em deturpar o caminho escolhido pelo povo cubano, mas

os fatos não escondem a verdade: em 51 anos o socialismo humanizou a

sociedade cubana. Cuba é o único país das Américas em que a violência,

tão crescente no Brasil, é insignificante. Havana, uma capital com

quase 3 milhões de habitantes, é tão tranqüila quanto uma pacata

cidade do interior, em que assassinatos e seqüestros ficam restritos

aos romances policiais. Cuba é um país que trabalha cotidianamente

para superar a desigualdade de direitos entre os gêneros, para superar

o racismo, a discriminação e tantas formas de opressão, tão enraizadas

em nossas sociedades. Outros não cansam de afirmar que a Revolução

Cubana é coisa do passado e que o socialismo morreu junto com a URSS.

Para esses respondemos que não somente é presente o socialismo em

Cuba, mas que vem fortalecendo seus princípios e ideais à medida que

avançam os processos revolucionários na América Latina. Em

contrapartida, processos como o venezuelano e o boliviano, sem a

Revolução Cubana provavelmente não existiriam e o caminho da barbárie

a que conduz o capitalismo aparentaria ser a única via para a

humanidade. Cuba e o socialismo nos permitem seguir sonhando com a

utopia de um mundo humano, no mesmo sentido em que dedicaram suas

vidas tantos mártires nesses 51 anos de revolução. Por eles e pelas

gerações futuras o povo cubano jamais abandonará as trincheiras

conquistadas.



La Habana, 31 de dezembro de 2009.