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quarta-feira, 29 de dezembro de 2010
NUESTRA PROMESA DE AÑO NUEVO
A BATALHA CONTRA A CÓLERA
Faço alto entre várias análises importantes que ocupam meu tempo nestes dias para me referir a dois temas que devem ser conhecidos por nosso povo.
A ONU, instigada pelos Estados Unidos da América, criadores da pobreza e do caos na República haitiana, tinha decidido enviar ao território do Haiti suas forças de ocupação, a MINUSTAH (Missão de Estabilização das Nações Unidas no Haiti) que, aliás, introduziu a epidemia de cólera nesse país irmão.
O Secretário-geral da OEA, por seu lado, decidiu nomear a começos de 2009, como seu representante pessoal no Haiti, um intelectual brasileiro, Ricardo Seitenfus, que naquela altura trabalhava no Ministério de Relações Exteriores de seu país.
Seitenfus gozava de merecido prestígio nos círculos diplomáticos e governamentais da capital do Haiti pela seriedade e franqueza com que abordava os problemas. Em 1993 tinha escrito um livro titulado: “Haiti: a soberania dos ditadores”. Nesse ano visitou o Haiti pela primeira vez.
Há dois dias, no passado 25 de dezembro, as agências de informação divulgaram a notícia de que o representante especial da OEA tinha sido abruptamente afastado de seu cargo.
O quê originou a drástica medida?
Entrevistado há vários dias pelo jornal Le Temps, na Suíça, Seitenfus respondeu várias perguntas feitas por esse órgão de imprensa, expondo com sinceridade seus pontos de vista.
Em apertada síntese explicarei com palavras textuais o acontecido de acordo à informação oferecida através de Internet e traduzido do francês.
A primeira pergunta de Le Temps foi:
“Dez mil capacetes azuis no Haiti, a seu ver, é uma presença contraproducente?”
Resposta de Ricardo Seitenfus:
“O sistema de prevenção dos litígios no marco do sistema da ONU não se adapta ao contexto haitiano. Haiti não é uma ameaça internacional. Não estamos em situação de guerra civil. […] o Conselho de Segurança […] impôs os capacetes azuis em 2004, após a saída do Presidente Aristide. […] Para a ONU era uma questão de congelar o poder e de transformar os haitianos em presos de sua própria ilha.”
Pergunta 2.
“O quê é que impede a normalização do caso haitiano?Ricardo Seitenfus: “Durante duzentos anos, a presença de tropas estrangeiras tem alternado com a de ditadores. A força é a que define as relações internacionais com o Haiti e nunca o diálogo. O pecado original do Haiti, no cenário mundial, é sua libertação. Os haitianos cometeram o inaceitável em 1804: um crime de lesa majestade para um mundo impaciente. O Ocidente era então um mundo colonialista, escravocrata e racista que baseava sua riqueza na exploração das terras conquistadas. Por conseguinte, o modelo revolucionário haitiano dava medo às grandes potências. Os Estados Unidos da América não reconheceram a independência do Haiti até 1865, e a França exigiu o pagamento de um resgate para aceitar essa libertação. Desde o começo, a independência estava comprometida e o desenvolvimento do país obstaculizado. […] Nada fica solucionado; piora. Querem fazer do Haiti um país capitalista, uma plataforma de exportação para o mercado americano; é absurdo. […] Existem elementos nesta sociedade que têm conseguido impedir que a violência se espalhe sem medida.”
Pergunta 3.
“Não é uma deixação ver no Haiti uma nação inassimilável, cujo único futuro é o retorno a valores tradicionais?Ricardo Seitenfus: “Uma parte do Haiti é moderna, urbana e tornada para o estrangeiro. O número de haitianos que moram fora de sua fronteira é estimado em
quatro milhões. É um país aberto ao mundo. […] Mais de 90% do sistema educativo e da saúde estão em mãos privadas. O país não dispõe de recursos públicos para fazer funcionar, de uma maneira mínima, um sistema oficial. […] O problema é socioeconômico. Quando a taxa de desemprego atinge 80%, desdobrar uma missão de estabilização resulta insuportável. Não há nada para estabilizar…”
Pergunta 4.
“O Haiti é um dos países que recebe mais ajuda no mundo, contudo, a situação não faz outra coisa do que se deteriorar há vinte e cinco anos. Por que?Ricardo Seitenfus: “A ajuda de urgência é eficaz; mas quando se torna estrutural, quando esta substitui o Estado em todas suas missões, consegue-se uma falta de responsabilidade coletiva. […] O sismo de 12 de janeiro e posteriormente a epidemia de cólera não fizeram outra coisa que acentuar este fenômeno. A comunidade internacional tem o sentimento de que cada dia tem que refazer o que terminou na véspera. […] Tinha a esperança que, perante a desventura de 12 de janeiro, o mundo ia compreender que se enganara com o Haiti. […] Em vez de fazer um balanço, foram enviados ainda mais soldados. É preciso construir estradas, elevar barragens, participar na organização do Estado, no sistema judicial. A ONU diz que não tem mandato para tal. Seu mandato no Haiti é manter a paz do cemitério.”
Pergunta 5.
“Que papel jogam as ONGs neste fracasso?Ricardo Seitenfus: “A partir do sismo, o Haiti se converteu em uma encruzilhada inevitável. Para as ONGs transnacionais, o Haiti se tem transformado em um lugar de passo forçoso. Diria inclusive algo pior do que isso: de formação profissional. […] Existe uma relação maléfica ou perversa entre a força das ONGs e a fraqueza do Estado haitiano. Algumas ONGs só existem devido à desgraça haitiana.”
Pergunta 6.
“Que erros foram cometidos depois do sismo?Ricardo Seitenfus: “Perante a importação maciça de bens de consumo para alimentar as pessoas sem lar, a situação da agricultura haitiana tem piorado. O país oferece um campo livre para todas as experiências humanitárias. Resulta inaceitável do ponto de vista moral considerar o Haiti como um laboratório. A reconstrução do Haiti e a promessa que salientamos dos 11 biliões de dólares despertam cobiça. […] Os médicos haitianos que Cuba forma, […] cerca da metade […] que deveriam estar no Haiti […] estão trabalhando hoje nos Estados Unidos, no Canadá ou na França.”
Pergunta 7.
“O Haiti é descrito sem cessar como a margem do mundo. Você vê o país como um concentrado de nosso mundo contemporâneo…?Ricardo Seitenfus: “É o concentrado de nossos dramas e dos fracassos da solidariedade internacional. Não estamos à altura do desafio. A imprensa mundial vem ao Haiti e descreve o caos. […] Para ela, o Haiti é um dos piores países do mundo. É necessário ir à cultura haitiana, é necessário ir ao torrão. […] Ninguém se toma o tempo nem tem a vontade de tentar compreender o que eu chamaria de alma haitiana.”
Pergunta 8.
“Além do reconhecimento do fracasso, que soluções propõe?Ricardo Seitenfus: “Em dois meses, terei concluído uma missão de dois anos no Haiti. Para permanecer aqui, e não ficar agoniado pelo que vejo, tive de me criar uma série de defesas psicológicas. Queria continuar sendo uma voz independente apesar do peso da organização que represento. […] No dia 12 de janeiro aprendi que existe um potencial de solidariedade extraordinário no mundo. E é preciso não esquecer que, nos primeiros dias, foram os haitianos os que completamente sozinhos, com as mãos vazias, tentaram salvar seus próximos. […] Devemos pensar simultaneamente em oferecer oportunidades de exportação para o Haiti e também proteger essa agricultura familiar que resulta essencial para o país. O Haiti é o último paraíso do Caribe ainda inexplorado pelo turismo, com 1 700 ?quilômetros de costas virgens […] Há 200 anos, o Haiti iluminou a história da humanidade e a dos direitos humanos. Agora é necessário dar uma oportunidade aos haitianos de confirmar seu ponto de vista.”
Pode-se ou não concordar com cada uma das palavras do brasileiro Ricardo Seitenfus, mas resulta inquestionável que disse verdades lapidárias em suas respostas.
Considero conveniente acrescentar, e também esclarecer:
Nosso país não só enviou centenas de médicos ao vizinho povo irmão do Haiti, mas também milhares deles a outros povos do Terceiro Mundo, nomeadamente em situações de desastres naturais, e contribuiu à formação de dezenas de milhares de médicos em nossa Pátria e no exterior.
A colaboração médica com o Haiti começou há 12 anos, a 4 de dezembro de 1998.
Quando a finais da década de 90 deixou de existir a tirania de Duvalier e dos Tonton Macoutes ?imposta durante décadas pelos Estados Unidos? e um governo de eleição popular assumiu a direção do Haiti, Cuba enviou 100 médicos para prestar serviços nesse país, e o primeiro contingente de jovens haitianos formados de bacharel se deslocaram a Cuba para iniciar seus estudos de Medicina em 1999.
Por sua vez, no ano 2001, iniciamos uma colaboração com a Universidade de Medicina criada pelo presidente Jean Bertrand Aristide, à qual enviamos professores que trabalhavam também como médicos ao serviço do povo haitiano. Quando os ianques promoveram um golpe de Estado, e a escola de medicina foi convertida em quartel pelos golpistas, ao redor de 270 estudantes da mesma se deslocaram a Cuba junto dos professores e continuaram seus estudos em nossa Pátria.
Não obstante, a Missão Médica Cubana continuou prestando seus serviços humanitários no Haiti, que nada tinham que ver com os problemas de caráter político internos do país, sob a ocupação dos soldados golpistas, as tropas ianques ou as forças da MINUSTAH.
Em agosto de 2005, os 128 primeiros alunos haitianos de sexto ano de Medicina regressaram a seu país para a prática docente de sua carreira, junto dos médicos cubanos que prestaram seus serviços no Haiti.
Desde o segundo semestre de 2006 até o segundo semestre de 2010 foram formados 625 jovens médicos haitianos, relativamente aos quais temos um altíssimo conceito. Deles, 213 trabalham nas instituições médicas do Governo do Haiti; 125 nos Centros de Controle Médico da Cólera ou nas brigadas de penetração nas sub-comunas, junto dos médicos cubanos e latino-americanos formados da ELAM que combatem a epidemia de cólera; 72 trabalham em centros médicos das ONGs e privados; 20 nos chamados “Centros Mistos”; 41 continuam estudando uma segunda especialidade em Cuba; 27 recém-graduados que já estão no Haiti, pendentes de colocação; 14 sem vínculo laboral por problemas pessoais como gravidez e maternidade; outros quatro cuja colocação se desconhece, e um falecido.
Por último, 104 trabalham no exterior, fundamentalmente na Espanha, nos Estados Unidos, no Canadá e na França; um na Suíça, e quatro em países da América Latina. Não seria correto emitir um critério sobre qualquer um deles visto que seu país é pobre demais, tem carência de recursos e empregos, e não consta em absoluto que algum deles se tenha negado a servir a seu país. São valores médicos muito demandados, cujos berços foram Haiti e Cuba.
A cifra oficial de falecidos pela cólera se eleva a 2 707 para uma taxa de 2,1%.
Durante três dias consecutivos não morreu um só doente de cólera entre os atendidos pela Missão Médica Cubana. A taxa de letalidade tem descendido já a 0,57 entre os 47 537 pacientes por eles tratados. A epidemia pode ser erradicada evitando que se converta em endêmica.
Na Mesa Redonda de amanhã, às seis horas da tarde, escutaremos notícias frescas e interessantes sobre a batalha contra a cólera no Haiti, e vozes com importantes notícias e autoridade sobre o tema.
Continuarei na Terça-feira 28 com o segundo ponto.
Fidel Castro Ruz
27 de dezembro de 2010
17h12
terça-feira, 21 de dezembro de 2010
Caiu a máscara da blogueira cubana Yoani
WikiLeaks:
Em visita que realizou a Havana, em setembro de 2009, para dialogar sobre o restabelecimento de cor-respondência direta entre Cuba e os Estados Unidos, a subsecretária de Estado ad-junta para a América La-tina, Bisa Williams, deve ter se surpreendido com a solicitação que lhe fez a blogueira Yoani Sanchez: levantar a restrição que a impede de fazer compras pela internet.
“Sabe quanto mais poderíamos fazer?”, sugere a blogueira à funcionária norte-americana de mais alto nível que visitou Cuba em décadas, aludindo, com o termo “poder fazer”, à “luta” para derrocar o governo de Cuba por meio do acesso livre ao mercado on-line.
A insólita revelação aparece em um despacho vazado por WikiLeaks, publicado no domingo, dia 19, pelo sítio norte-americano Along the Malecon.
O informe, assinado pelo chefe do Escritório de Interesses dos Estados Unidos em Havana, Jonathan Farrar, e enviado ao Departamento de Estado da sede diplomática estadunidense em Havana, em 25 de setembro de 2009, descreve a “calorosa” acolhida que o governo de Cuba dispensou a Bisa Williams. Diz também que a subsecretária se reuniu com “dissidentes”.
Ao referir-se ao encontro que a funcionária teve com os blogueiros protegidos pelos Estados Unidos, Farrar afirma: “Os blogueiros, que, em parte por sua própria preservação, não querem estar agrupados com a comunidade dissidente, estavam igualmente otimistas com o curso dos acontecimentos. ‘Uma melhora das relações dos Estados Unidos é absolutamente necessária para que surja a democracia aqui’, disse a pioneira dos blogs a Williams em seu modesto apartamento. Segundo a revista Time, a blogueira é uma das 100 pessoas mais influentes. ‘As restrições só nos prejudicam’, acrescentando: ‘Sabe quanto mais poderíamos fazer se pudéssemos usar o Pay Pal ou comprar coisas on-line com um cartão de crédito?’”
A única blogueira que foi incluída na lista de famosos da revista Time – certamente poucos meses depois que seu blog começou a ser publicado – é Yoani Sanchez. Ela lançou seu blog em abril de 2007 e em março recebia o prêmio Ortega y Gasset de Jornalismo – dirigido pelo Grupo Prisa da Espanha, também envolvido por essa época em reuniões contra Cuba organizadas por funcionários norte-americanos, de acordo com WikiLeaks. A blogueira Yoani Sanchez foi, assim, premiada menos de um ano depois de seu primeiro post na internet e sem ter nenhum antecedente como jornalista ou nos círculos literários de Cuba.
Desde abril de 2007 até hoje, Yoani Sanchez foi privilegiada não só pela publicidade, recursos técnicos e de tradução para sua visibilidade na internet, mas com o apoio das autoridades norte-americanas que, de acordo com outros documentos divulgados por WikiLeaks, depositam nela grandes esperanças e a utilizam para dar imagem à retórica contra Cuba.
De acordo com os vazamentos, o chefe do Escritório de Interesses dos Estados Unidos em Havana assegurou que “é a nova geração de ‘dissidentes não tradicionais’, como [a blogueira] Yoanny Sanchez (sic!), que poderia ter maior impacto de longo prazo na Cuba da era pós-Castro”.
A partir da data em que esse despacho foi feito, se intensificaram os prêmios em instituições norte-americanas e europeias à pessoa em que os Estados Unidos dizem depositar suas esperanças para o triunfo de sua política na Ilha.
Apesar de tudo isso, as revelações de WikiLeaks não são segredo nem mistério para ninguém. Os EUA não escondiam suas preferências por este setor da “oposição” cubana. A maior partida de fundos públicos que os Estados Unidos destinam a um grupo para promover a mudança de governo em Cuba é enviada aos blogueiros e tuiteiros, com mais de US$5 milhões por ano, de acordo com documentos revelados pelo Senado norte-americano e que qualquer pessoa pode consultar.
O Novo Herald publicou, em 9 de abril deste ano, que o governo dos Estados Unidos enviou a Cuba, até dezembro de 2009, durante todos os meses, de duas a cinco pessoas contratadas para dar “ajuda técnica e financeira” a “dissidentes”, blogueiros e tuiteiros.
Os fundos do governo dos Estados Unidos para os programas de subversão contra Cuba – que somaram US$45 milhões nos anos fiscais de 2009 e 2010 – são administrados por meio de uma complexa rede de organizações não governamentais e empresas privadas e disfarces da CIA, que organizam a entrega de tecnologia de telecomunicações e dinheiro vivo a supostos oposicionistas cubanos, que se convertem tacitamente em empregados do governo norte-americano.
Jovens na rede, objetivo dos EUA em Cuba
Em outro despacho divulgado no domingo, dia 19, proveniente dos vazamentos de WikiLeaks, datado de 27 de novembro de 2006, o ex-chefe do Escritório de Interesses dos Estados Unidos em Havana, Michel E. Parmly, descreve uma reunião de funcionários dessa sede diplomática com “jovens ativistas pela democracia”, realizada “no quintal da residência de um diplomata norte-americano em Havana”.
Parmly escreveu que esperava que as autoridades cubanas reagissem a esse encontro com os meios de comunicação e as organizações sociais “para carimbar os jovens líderes como agentes do governo dos Estados Unidos... [Nós] estaremos trabalhando da mesma maneira que o governo cubano para incentivar as ações em outra direção, mais concretamente, articulando um maior e melhor trabalho na rede com os estudantes universitários que se opõem ao regime”.
Em data muito próxima, 1º de junho de 2010, um despacho enviado pelo representante máximo da diplomacia norte-americana na Ilha, Johnatan Farrar, dedica um trecho de seu informe à blogueira e à atenção que seu governo dispensa a ela:
“O pensamento convencional em Havana é que o governo de Cuba vê os blogueiros como seu mais sério desafio, que tem dificuldades para conter como fez com os grupos tradicionais de oposição. Os dissidentes da ‘velha guarda’ têm estado bastante isolados do resto da Ilha. O governo de Cuba não presta muita atenção a seus artigos e manifestos, porque não têm ressonância nacional e possuem um peso muito limitado internacionalmente.
Temporariamente, ignorar os blogueiros também parecia dar certo. Mas a crescente popularidade internacional deles e sua habilidade de estar um passo tecnológico à frente das autoridades causam sérias dores de cabeça ao regime. Os temores de que o problema dos blogueiros está fora de controle [do governo cubano] foram reforçados pela atenção que os Estados Unidos deram primeiro quando [a blogueira] foi detida e agredida e posteriormente quando o presidente [Barack Obama] respondeu a suas perguntas”.
Apesar disso, os diplomatas norte-americanos em Havana e sua chefa, a secretária de Estado Hillary Clinton – que dedicou um parágrafo à suposta agressão que a blogueira recebeu na brevíssima nota que divulgou no Dia Mundial da Liberdade de Imprensa, em 3 de maio de 2010 –, nunca conseguiram provar que Yoani Sanchez havia sido agredida, fato que foi posto em dúvida tacitamente por vários correspondentes internacionais em Havana.
O correspondente em Cuba do diário digital espanhol La República entrevistou os médicos que atenderam Yoani pouco depois que ela informou ter sido vítima de uma agressão em 6 de novembro de 2009. Os especialistas que estavam de plantão na noite de 7 de novembro na Policlínica Universitária “19 de Abril”, de Havana, para onde se dirigiu a blogueira, asseguraram que “a paciente” não tinha o menor sinal de golpes ou ferimentos em seu corpo, embora tenha chegado com muletas ao local.
La República postou no Youtube as entrevistas que deram os médicos da Policlínica Universitária “19 de Abril” de Havana.
Texto traduzido do sítio CubaDebate pela redação do Vermelho. Para ver o original, em espanhol.
segunda-feira, 20 de dezembro de 2010
O IMPÉRIO NO BANCO DOS RÉUS
• JULIAN Assange, um homem que há vários meses muito poucas pessoas no mundo conheciam, está demonstrando que o mais poderoso império que jamais existiu na história podia ser desafiado.
O audaz desafio não provinha de uma superpotência rival; de um Estado com mais de cem armas nucleares; de um país com centenas de milhões de habitantes; de um grupo de nações com enormes recursos naturais, dos quais os Estados Unidos não podiam prescindir; ou de uma doutrina revolucionária capaz de estremecer até seus alicerces o império que se baseia no saque e na exploração do mundo.
Era só uma pessoa que apenas se ouvira mencionar nos meios de imprensa. Embora já seja famoso, pouco se conhece dele, exceto a muito divulgada imputação de ter praticado relações amorosas com duas damas, sem a devida precaução nos tempos da Aids. Ainda não se escreveu um livro sobre sua origem, sua educação ou suas ideias filosóficas e políticas.
Não se conhecem, inclusive, as motivações que o levaram ao contundente golpe que assestou ao império. Somente se sabe que moralmente o colocou de joelhos.
A agência de noticias AFP informou hoje que “o criador de WikiLeaks continuará na prisão apesar de obter a liberdade sob fiança (…) mas deverá permanecer na prisão até que se resolva a apelação apresentada pela Suécia, país que reclama sua extradição por supostos delitos sexuais.”
“…a advogada que representa o Estado sueco, [...] anunciou sua intenção de apelar da decisão de libertá-lo.”
“…o juiz Riddle estabeleceu como condições o pagamento de uma fiança de US$380 mil, o uso de um bracelete eletrônico e o cumprimento de um toque de recolher.”
Segundo a informação da própria agência, no caso de ser libertado “…deverá residir em uma propriedade privada de Vaughan Smith, seu amigo e presidente do Frontline Club, o clube de jornalistas de Londres, onde WikiLeaks estabeleceu há três semanas o seu quartel geral…”
Assange declarou: “Minhas convicções não vacilam. Mantenho-me fiel aos ideais que expressei. Se alguma coisa fez este processo, foi aumentar minha determinação de que estes são verdadeiros e corretos’’…”
O valente e brilhante cineasta norte-americano Michael Moore declarou que ofereceu a WikiLeaks seu site na internet, seus servidores, seus nomes de domínio e tudo o que possa proporcionar-lhe para “…’manter WikiLeaks vivo e próspero enquanto continua trabalhando para expor crimes que foram tramados em segredo e cometidos em nosso nome e com nossos dólares destinados aos impostos’…”
Assange, afirmou Moore, “está sofrendo ‘um ataque tão desapiedado’ [...] ‘porque envergonhou os que ocultaram a verdade’.”
“…’independentemente de que Assange seja culpado ou inocente [...] tem direito a que se pague sua fiança e a se defender’. [...] por isso, ‘aderi aos cineastas Ken Loach e John Pilger e à escritora Jemima Jan e ofereçi dinheiro para a fiança’.”
A contribuição de Moore foi de US$20 mil.
O ataque do governo norte-americano contra WikiLeaks foi tão brutal que, segundo pesquisas do ABC News/Washington Post, dois em cada três estadunidenses querem levar Assange aos tribunais dos Estados Unidos por ter divulgado os documentos. Ninguém se atreveu, contudo, a impugnar as verdades que contêm.
Não se conhecem detalhes do plano elaborado pelos estrategistas de WikiLeaks. Sabe-se que Assange distribuiu um volume importante de comunicações a cinco grandes transnacionais da informação, que neste momento possuem o monopólio de muitas notícias, algumas delas tão extremamente mercenárias, reacionárias e pró-fascistas como a espanhola Prisa e a alemã Der Spiegel, que as estão utilizando para atacar os países mais revolucionários.
A opinião pública mundial acompanhará de perto tudo o que aconteça acerca de WikiLeaks.
Sobre o governo direitista sueco e a máfia belicista da OTAN, que tanto gostam de invocar a liberdade de imprensa e os direitos humanos, cairá a responsabilidade de que se possa conhecer ou não a verdade sobre a cínica política dos Estados Unidos e seus aliados.
As ideias podem ser mais poderosas que as armas nucleares.
Fidel Castro Ruz
14 de dezembro de 2010
21 h 34 •
quinta-feira, 16 de dezembro de 2010
Tony Guerrero
Alberto
El pueblo debe prepararse para resistir. El pueblo debe prepararse para luchar. El pueblo debe prepararse para vencer
(Miguel Enriquez)
comiteargentinoporloscinco@gmail.com
Enviado: mié, diciembre 15, 2010 7:46:41 PM
Asunto: de Tony Guerrero
Queridos amigos:
Hemos tenido un "lock down" (cierre total de la prision) desde el sabado, debido a un incidente.
Hoy miercoles han abierto por una hora, para darnos acceso a las duchas, al telefono y a este servicio. Yo decidi venir directamente para la cola de los que querian revisar sus correos. Me esperaban 31 mensajes que he leido en sus esencias sin poderme detener en una respuesta individual.
Esperamos que todo se normalice, y con mas tiempo leere todos los mensajes y les ire dando respuesta. Se que contare con su paciencia y comprension.
Agradezco todas las muestras de preocupacion por mi silencio.
Estoy bien, y el encierro ha sido tiempo util, como siempre.
Un fuerte abrazo.
Tony
15 de diciembre de 2010.
Notas: A mi hijo Tony y a Aliucha les digo que recibi sus correos desde Sudafrica y que cuando tenga mas tiempo les escribire.
Un saludo a toda nuestra delegacion al Festival que estan representando a nuestro querido pueblo.
A Alicia- que me llego el primer libro ayer. Muy bueno.
quarta-feira, 15 de dezembro de 2010
Silvio Rodriguez
mi música”
Por: Elizabeth López Corzo/Cubasí
A propósito de los recién concluidos premios Grammy 2010, Cubasí
entrevistó al gran músico cubano Silvio Rodríguez. Aquí les dejamos a
los lectores su opinión sobre ese concurso y otros proyectos que ha
realizado y propone continuar este poeta de nuestra historia.
- Una vez más Silvio es nominado al Grammy y no le dan el premio. En
una entrevista anterior para Cubasí usted comentaba sobre la
comercialización de la música con estos premios y dijo que los
laureles le asustaban. ¿No será que su personalidad y el tipo de
canción que defiende es lo que asusta al Grammy?
Esos concursos, como todo el mundo sabe, son promovidos por las
disqueras para vender discos. Mi producción discográfica es
prácticamente artesanal, lo que pone en claro que ninguna trasnacional
ganaría ni un centavo con un premio a mi música. Esa es la razón por
la que no he ganado --ni ganaré-- un premio de ese tipo en mi vida. En
los 80 y los 90, las décadas en que más discos míos se vendieron,
España, que era el país de mayores ventas, reportaba 60 mil vendidos,
por título. En aquellas fechas, en toda latinoamérica, no se reportaba
ni siquiera esa cantidad. O sea, nunca he sido un fenómeno de ventas y
no creo que que a estas alturas vaya a empezar a serlo.
- Mucha gente se conmovió con el concierto que dio recientemente en el
barrio de La Corbata. ¿Piensa seguir haciendo este tipo de recitales?
Y en cuanto al proyecto “Expedición” por las prisiones de Cuba,
¿cuánto influyó eso en usted como artista y ciudadano?
En diciembre haremos otros dos conciertos en barrios parecidos a La
Corbata y durante el próximo año continuaremos haciéndolos. Cuando
existía la Nueva Trova, como organización, alrededor de los
festivales, que eran anuales, íbamos a cantar a todas partes, incluso
a las prisiones. Entonces varios de nosotros hicimos giras por las
cárceles. Este último recorrido que mencionas fue especial, sobre todo
porque se divulgó y eso hizo que se creara un ambiente favorable, que
influyó en las prisiones. Mi planteo siempre ha sido que hay que
sistematizar la visita a los penales porque los que están privados de
libertad llegan a pensar que han sido olvidados por el mundo. Que
ocurran eventos que vienen “de afuera” influye positivamente en los
reclusos y también en los custodios.
- Uno de los últimos post de Segunda Cita, “habiso a todos lo
uzuario”, parece ser una broma. La imagen que mucha gente tiene de
Silvio no es precisamente la de un hombre bromista ¿Qué hace reír a
Silvio? ¿Qué lo haría llorar?
Hay que recordar que yo nací en San Antonio de los Baños, pueblo
conocido como “la villa del humor” por la cantidad de humoristas,
dibujantes y publicaciones de este tipo que ha dado. En mi pueblo hay
un museo del Humor y todavía se hace allí una Bienal. Por mi parte, a
los 15 años ya dibujaba historietas cómicas. El humor es algo que
tengo muy arraigado, aún cuando mis bromas no sean comprendidas.
- La foto del perfil del blog (si no me equivoco) es una imagen que
corresponde al documental “Hombres sobre cubierta”, un filme que es un
canto a la amistad, ¿es Silvio un hombre de amigos? ¿Qué necesita
para considerar a alguien como tal?
Pues no: la foto del perfil del blog es en la cabina de un avión que
estaba pilotando, o más bien que hacía como que pilotaba. Lo que sí es
cierto es que el piloto del avión era mi amigo, o al menos me quería,
porque hay que tenerme aprecio para darme el timón de una aeronave.
Ahí mismo, en el blog, dije que respecto a los amigos prefería repetir
algo que una vez le escuché decir a Fidel: amigos son aquellos que me
soportan. Ejemplo, el piloto de aquel avión.
- Silvio es, aunque no se lo proponga un líder de opinión, ¿reconoce
su responsabilidad como tal?
Tomándolo como tú lo tomas, yo diría que tú también lo eres, y puede
que hasta más que yo. Todo el que puede publicar una página o
pronunciarse ante un micrófono, puede llegar a formar opiniones.
- ¿Qué opinión tiene de las declaraciones que dio Silvito en Miami y
sobre la manipulación que intentaron los medios por la visita de
Silvito y Los Aldeanos en esa ciudad?
No es la primera vez que tratan de manipularlos. Por eso cuando se
bajaron del avión lo primero que aclararon fue que iban a cantarle a
todos los cubanos, no sólo al exilio. Y respecto a Silvio Liam, dijo
la verdad cuando afirmó que lo apoyaba.
- ¿Qué sigue inspirando a Silvio Rodríguez a escribir canciones?
No sé lo que me inspira las canciones, pero no es una sola cosa. Ellas
tienen su vida propia, son improgramables. A veces uno puede imaginar
que va a cantar sobre algo, pero la canción no aparece hasta que no
puede ser ella misma.
- Si algún día se alcanzara ese mundo utópico y mejor que deseamos, ¿a
qué le cantaríamos?
A las puestas de sol, al beso que nos dieron, a la muerte, a la vida,
a las ganas o a las desganas de cualquier cosa, a las contradicciones,
porque mientras haya gente habrá contradicciones, de eso no hay dudas.
- ¿Qué cosas le faltan por hacer y que le gustaría no perderse? ¿Qué
no haría nunca?
No me gustaría perderme el día en que haya Internet en las escuelas y
en los parques de mi país… Conste que ya la hay, según me han dicho,
en el Instituto Superior de Arte… Y sobre lo que no haría nunca, no
sabría decir… Supongo que nunca viviré eternamente…
- ¿Qué escritores sigue Silvio? ¿Qué música escucha? ¿Cuáles son sus
películas favoritas?
He seguido con saña a Edgar Allan Poe, a Horacio Quiroga, a Gabriel
García Márquez y a unos cuantos más… En la música me he ido ampliando,
sobre todo en cuanto a comprensión. Escucho más o menos lo mismo que
hace 40 años, pero ahora lo entiendo diferente. Quién sabe si uno no
debería escuchar más que unos pocos autores. Mis películas favoritas
son las imaginativas.
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Silvio Rodríguez: “Ninguna trasnacional ganaría un centavo por premiar mi música”
http://www.cubasi.cu/desktopdefault.aspx?spk=160&clk=284770&lk=1&ck=14
5113&spka=35
Profundizar a Revolução em Cuba
Revolución es sentido del momento histórico: es cambiar todo lo que debe ser cambiado; es igualdad y libertad plenas, es ser tratado y tratar a los demás como seres humanos. (Fidel Castro, 1° de Mayo 2000)
La batalla económica constituye hoy, más que nunca, la tarea principal y el centro del trabajo ideológico de los cuadros, porque de ella depende la sostenibilidad y preservación de nuestro sistema social. (Raúl Castro, IX Congreso U.J.C., 4 de Abril de 2010)
Dos ideas de los máximos líderes de la Revolución cubana, en una misma dirección, llevar a cabo profundas reformas económicas y transformaciones en las relaciones laborales, sin moverse del camino de construcción del Socialismo, encabezan el “Proyecto de Lineamientos de la Política Económica y Social”, que es debatido por toda la sociedad cubana y será resuelto en su “VI Congreso del Partido Comunista de Cuba”
La discusión está ya en la calle, la segunda edición del cuadernillo de 32 páginas que contiene las 291 propuestas, agrupadas en doce capítulos, se ha vuelto a agotar en menos de 48 horas, algo está claro, estas reformas no serán inconsultas y se harán con la participación de toda la sociedad, se transmiten discusiones por TV, se escriben en todos los medios y se la discute por la radio, en los colectivos de trabajo se desglosa, analiza y estudia cada una de las medidas y surgen modificaciones y nuevas propuestas.
El debate se abrió, sin esquivar puntos conflictivos, la conducción de la Revolución se plantea las transformaciones de la economía y las relaciones sociales en un contexto internacional signado por la crisis económica, financiera y el incremento del bloqueo impuesto por EEUU, y en lo interno por la significativa ineficacia del mundo laboral. Básicamente tratará de solucionar en el corto plazo su déficit de la balanza de pagos, con un proceso de sustitución de importaciones y desarrollo de exportaciones con peso en el desarrollo tecnológico e intelectual, y un incremento significativo de la producción agropecuaria y de las industrias relacionadas, a través de una profunda reforma laboral, destinada a producir un gran salto en la productividad.
En las definiciones políticas de éste proceso, se determina con claridad, que la política económica en la nueva etapa se corresponderá con el principio de que solo el socialismo es capaz de vencer las dificultades y preservar las conquistas de la Revolución, y que en la actualización del modelo económico, primara la planificación y no el mercado. También se aclara que el socialismo es igualdad de derechos e igualdad de oportunidades para todos los ciudadanos, no igualitarismo.
Ya entrando en las definiciones del Modelo de Gestión Económica, se plantea el gran desafío de éstas reformas, al afirmar que el sistema de planificación socialista continuará siendo la vía principal para la dirección de la economía nacional….el modelo de gestión debe reconocer y estimular, además de la empresa estatal socialista, que es la forma principal en la economía nacional, las empresas de capital mixto, las cooperativas, los usufructuarios de tierras, los arrendadores de establecimientos, los trabajadores por cuenta propia, subrayando en otro punto del mismo capítulo que la planificación abarcará no solo el sistema empresarial estatal y las empresas cubanas de capital mixto, sino que regulará también las formas no estatales que se apliquen, dejando expresamente aclarado que en las nuevas formas de gestión no estatales no se permitirá la concentración de la propiedad en personas jurídicas o naturales.
Estos ejes ideológicos del diseño de las reformas, conllevan también grandes cambios en el aparato burocrático del Estado, es muy común escuchar en las calles que Cuba es el único país del mundo donde se puede vivir sin trabajar, dando ejemplos de lo que pasa en la misma cuadra donde vive el interlocutor, como que el ciclón de hace tres años le tiró parte de la casa al vecino, y que desde entonces el Estado le paga el salario para que la repare, y no lo hace y tampoco trabaja, o que haciendo, como decimos en argentina, alguna changa con extranjeros, no necesita trabajar y encima tiene ingresos superiores al que trabaja dos turnos, entre varios ejemplos más.
Es en éste campo donde se ven con mayor tenacidad las discusiones, donde el trabajo se define como un derecho, pero al mismo tiempo como un deber, la necesidad de fortalecer socialmente el papel del salario, para que se garantice que cada cual reciba según su trabajo, pero al mismo tiempo genere productos y servicios de calidad, eliminando subsidios y gratuidades que, según la propuesta elaborada, producen inequidades en la sociedad, favoreciendo prácticas comerciales no autorizadas y propician el mercado negro.
La reforma en lo laboral incluye la modificación de la estructura del empleo, con reducción de las plantillas de trabajadores, ampliamente y mal difundida por la prensa monopólica internacional en éstos días, ampliándose el trabajo no estatal, ya que nadie quedará desamparado y sin trabajo en Cuba. Se está llevando a cabo en todos los centros laborales un exhaustivo análisis de la misma, y bajo el principio de idoneidad demostrada, con la participación de los trabajadores, el sindicato y el estado, se producen las modificaciones de la misma, en algunos casos se llegó a demostrar la necesidad de incorporar nuevos trabajadores, y en otros casos se propusieron cambios en las formas de contratación, pasando actividades del sector estatal al cuentapropista, aproximadamente 500.000 trabajadores están siendo reubicados, de los cuales, 170.000 están pasando a la economía no estatal, pero conservando su puesto de trabajo, como barberías, estacionamientos y pequeños comercios.
Las propuestas apuntan también a terminar con un paternalismo estatal, que todo lo resuelve, pasando ahora la resolución del problema al conjunto de la sociedad, se busca también la formación de una fuerza de trabajo calificada, que esté de acuerdo a las necesidades laborales que se plantean actualmente, por lo cual se propone modificar la estructura de formación de especialistas, técnicos y obreros calificados, y donde la formación educativa no sea una salida a la falta de empleo y se base en el principio de que debe ser a cuenta del tiempo libre del trabajador y a partir de su esfuerzo personal.
En los lineamientos se abre un significativo debate que ya existe en la población desde hace años, la existencia de la doble moneda (el peso cubano y el peso convertible) y la libreta de abastecimiento.
Sobre la primera, no hay debate, todos están esperando que se unifique en un solo valor monetario de circulación, recordemos que el CUC (peso convertible en divisa) fue creado por la necesidad de captar por parte del Estado los dólares que ingresaban a Cuba por las transferencias de divisas del exterior, de familiares emigrados y los ingresos generados por el turismo en la época del denominado período especial, tras la caída de la URSS y el debacle de la economía cubana, cuyo PBI se desplomó en un 30%. Se afirma públicamente, que para efectuar éste cambio solo hay que esperar el buen resultado de las reformas propuestas en los incrementos de la productividad del trabajo, de la disponibilidad de bienes y servicios y en los efectos de los mecanismos distributivos.
En el caso de la Libreta de Abastecimiento el debate es mayor, y surge en medio de la discusión política e ideológica que generan éstos cambios, para los detractores que proponen su eliminación, con ella se subsidia al no necesitado, que propicia entonces el trueque y la reventa, que sirve de alimento al mercado subterráneo, que conlleva una carga administrativa-burocrática muy pesada, para sus defensores, que es un piso de igualdad en el consumo dentro de la sociedad socialista, que es el mínimo seguro alimentario que el Estado debe garantizar, que es un elemento de organización político-social, que el valor de lo provisto por la libreta está evaluado por sus beneficios sociales y no por su precio, etc.
El Proyecto de Lineamientos lleva la discusión a temas que van desde las políticas macroeconómicas, hasta la agroindustrial, ciencia y tecnología, industrial y energética, turismo, transporte, comercio, viviendas y recursos hidráulicos. Incluye un tema poco considerado hasta ahora, el impositivo, algo poco común para el cubano medio, con las nuevas modalidades laborales, se reglará el impuesto a las ganancias de acuerdo a los ingresos que obtengan las categorías productivas y de servicios no estatales.
Las inversiones deberán ser previamente aprobadas por los organismos del Estado pertinentes, apuntando a una efectiva descentralización, deberán demostrar su capacidad de recupero por los resultados de los recursos generados, planteando su financiación mediante créditos externos o capital propio, aceptando la participación de inversores externos en Asociaciones Económicas Internacionales para enfrentar inversiones complejas, dando respuestas priorizando los objetivos estratégicos de Cuba, no plantea en ningún lugar un ingreso de capitales externos irrestrictos y sin control.
Lo que si se aclara con mucho énfasis es que se continuarán preservando las conquistas de la Revolución en campos como la medicina, la educación, la cultura, el deporte, la recreación y la seguridad social, desarrollando puntualmente algunos temas que tienen que ver con las modificaciones a introducir, como en la educación superior, donde se fomentará la matrícula en carreras con correspondencia con las demandas del desarrollo económico planteado, en Salud se plantea una reorganización territorial y fortalecimiento de las políticas de prevención, y en la Seguridad Social una disminución relativa de su participación en el Presupuesto del Estado, incorporando como contribuyentes a los trabajadores del área no estatal. En la construcción de las viviendas, problema que encontramos en todo el mundo, se plantea una política de descentralización con planificación municipal y se tenderá a aumentar la infraestructura en turismo.
Los Lineamientos expresan también una reafirmación de su política exterior, como la Solidaridad Internacional que ofrece a otros países, al garantizar que estén incorporadas al Plan de la Economía Nacional para asegurar su realización, y que en la medida de lo posible, ésta colaboración sea compensada en sus costos, todo es parte de la discusión, que no está cerrada y recién empieza.
Algunos cubanos muestran inquietud con lo que se discute, temen que estos cambios introduzcan relaciones sociales individualistas que atenten contra las formas colectivas de pensar y vivir la sociedad, que se produzcan diferencias sociales con las reformas, otros opinan que esto es una “actualización” y no una “reforma”, que se deben solucionar los problemas de producción, trabajo y balanza de pagos que atraviesa Cuba, pero todos afirman que los trabajadores cubanos son los que detentan el poder, y que la participación de toda la sociedad cubana en el debate de los lineamientos políticos, económicos y sociales servirá para seguir profundizando el socialismo y no marcharán hacia atrás, hacia viejas formas capitalistas, es el gran desafío de esta joven generación de dirigentes de la Revolución que acompañan a Fidel y Raúl en éste proceso, dirigiendo territorialmente la política de masas, que no ha dejado de ser el pilar de ésta Cuba que resistió durante más de 51 años la agresión imperial norteamericana, sobrevivió a la caída del socialismo real soviético, y sigue siendo el faro que ilumina las ansias de liberación en América y el Mundo.
En definitiva, ésta Revolución no deja de sorprender en el lanzamiento de desafíos, hacia su interior y hacia el exterior, y como afirmara Fidel en Abril de 1958 en la Sierra Maestra ante el inminente ataque de las fuerzas de la tiranía batistiana “Por todos los caminos les vamos a hacer resistencia”, y hoy con total desparpajo, no solo le hace resistencia al imperialismo, sino que se lanza a la ofensiva con algo que pocos se animan, la participación, la discusión y la decisión de todo el Pueblo.
Alberto Más
Cuba - 11/12/2010
terça-feira, 14 de dezembro de 2010
Dados sobre a mulher em Cuba (2010)
· En las elecciones parciales del 2010, de 15 mil 93 delegados el 33% fueron mujeres.
· Son el 66% de la fuerza técnica del país.
· Son el 46.7% de la fuerza laboral.
· La Federaciõn de Mujeres Cubanas tiene más de 4 millones de afiliadas
· El 88.5% de las mujeres son mayores de 14 años.
· El 67% son graduadas universitarias
· Constituyen más del 70% de los trabajadores de la educación y la salud.
· Dirigen 45 de los centros e institutos científicas más importantes del país.
· Constituyen más del 45% del Parlamento (5to lugar en el mundo).
Alexis Bandrich Vega
XVII Festival Mundial de la Juventud y los Estudiantes en Sudáfrica
Mensaje de Fidel Castro a los participantes en el XVII Festival
Mundial de la Juventud y los Estudiantes en Sudáfrica
Compañeras y compañeros:
Es muy grato para mí y un gran honor acceder a la solicitud que me
hicieron llegar de transmitirles un mensaje con motivo del XVII
Festival Mundial de la Juventud y los Estudiantes que tiene lugar en
la Patria de Nelson Mandela, símbolo viviente de la lucha contra el
odioso sistema del apartheid.
Cuba fue sede de dos festivales mundiales: el XI, en 1978; y el XIV, en
1997.
Por primera vez el Festival dejaba de realizarse en Europa para
hacerlo en un país de este hemisferio.
La decisión fue tomada por la IX Asamblea de la Federación Mundial de
Juventudes Democráticas que tuvo lugar en Varna, Bulgaria, a fines del
año 1974.
Eran tiempos diferentes: el mundo se enfrentaba a problemas serios,
pero menos dramáticos. Los jóvenes más progresistas luchaban por el
derecho de todos los seres humanos a una vida digna; el viejo sueño de
los mayores pensadores de nuestra especie cuando era evidente que la
ciencia, la tecnología, la productividad del trabajo y el desarrollo
de la conciencia lo hacían posible.
En un breve lapso de tiempo la globalización se aceleró, las
comunicaciones alcanzaron niveles insospechados, los medios para
promover la educación, la salud y la cultura se multiplicaron.
Nuestros sueños no eran infundados. En ese espíritu se llevó a cabo el
XI Festival Mundial de la Juventud y los Estudiantes, en el que
participó también nuestro pueblo.
En el Consejo General de la Federación Mundial de Juventudes
Democráticas, celebrado precisamente en la heroica Sudáfrica a
principios de octubre de 1995, se aprobó la realización en La Habana
del XIV Festival, en el que participaron más de 12 mil delegados de
132 países. Nuestro país llevaba entonces casi 37 años librando la
batalla política e ideológica contra el imperio y su brutal bloqueo
económico.
Hasta la década de 1980 no solo existían la República Popular China,
la República Popular Democrática de Corea, Vietnam, Laos y Kampuchea,
que habían soportado guerras genocidas y los crímenes de los yankis,
sino también el campo socialista de Europa y la Unión de Repúblicas
Socialistas Soviéticas, un enorme Estado multinacional de 22 millones
402 mil 200 kilómetros cuadrados, con enormes recursos de tierra
agrícola, bosques, petróleo, gas, minerales y otros. Frente a la
superpotencia imperialista, con más de 800 bases militares desplegadas
por todo el planeta, se erguía la superpotencia socialista.
La disolución de la URSS, fuesen cuales fueran los errores en uno u
otro momento de la historia, constituyó un duro golpe al movimiento
progresista del mundo.
Los yankis se movieron rápidamente y extendieron las bases militares y
el uso de instalaciones construidas por la URSS para cercar más
estrechamente con su maquinaria de guerra a la Federación Rusa, que
aún continúa siendo una gran potencia.
El aventurerismo militar de Estados Unidos y sus aliados de la OTAN se
incrementó en Europa y Asia. Desataron la guerra de Kosovo y
desintegraron a Serbia.
En el ámbito de nuestro hemisferio, aún antes de la desintegración de
la URSS, invadieron en el año 1965 a la República Dominicana;
bombardearon e intervinieron con fuerzas mercenarias a Nicaragua;
invadieron con sus tropas regulares a Granada, Panamá y Haití;
promovieron sangrientos golpes militares en Chile, Argentina y Uruguay
y dieron apoyo a la brutal represión de Stroessner en Paraguay.
Crearon la Escuela de las Américas, donde no solo entrenaban a miles
de oficiales latinoamericanos en conspiraciones y golpes de Estado,
sino también familiarizaron a muchos con doctrinas de odio y prácticas
sofisticadas de torturas, mientras se presentaban ante el mundo como
paladines de "los derechos humanos y la democracia".
En la primera década de este siglo, la superpotencia imperialista
parece desbordarse de su propio cauce.
Los sangrientos sucesos del 11 de septiembre de 2001, en que fueron
destruidas las Torres Gemelas de Nueva York -un episodio dramático en
el que perdieron la vida alrededor de 3 000 personas-, y el ataque
posterior al Pentágono, vino como anillo al dedo al inescrupuloso
aventurero George W. Bush para instrumentar la llamada guerra contra
el terror, que constituye, simplemente, una peligrosa escalada en la
brutal política que Estados Unidos venía aplicando en nuestro planeta.
Está más que demostrada la bochornosa complicidad de los países de la
OTAN con tan repudiable guerra. Esa organización bélica acaba de
proclamar su propósito de intervenir en cualquier país del mundo donde
considere que sus intereses, es decir, los de Estados Unidos, estén
amenazados.
El monopolio de los medios masivos de información, en manos de las
grandes transnacionales capitalistas, ha sido utilizado por el
imperialismo para sembrar mentiras, crear reflejos condicionados y
desarrollar instintos egoístas.
Mientras los jóvenes y los estudiantes viajaban hacia Sudáfrica a
luchar por un mundo de paz, dignidad y justicia, en Gran Bretaña los
estudiantes universitarios y sus profesores libraban una batalla
campal contra los fornidos y bien equipados cuerpos represivos que,
sobre briosos caballos, los atacaban. Pocas veces y tal vez ninguna
otra en la historia se vió un espectáculo semejante de la "democracia"
capitalista. Los partidos neoliberales gobernantes ejerciendo su papel
de gendarme de la oligarquía, traicionando sus promesas electorales,
aprobaron medidas en el Parlamento que elevaban a 14 mil dólares
anuales el costo de los estudios universitarios. Lo peor de todo fue
el descaro con que los parlamentarios neoliberales afirmaron que el
"mercado resolvía ese problema". Solo los ricos tenían derecho a los
títulos universitarios.
Hace pocos días, el actual Secretario de Defensa de Estados Unidos,
Robert Gates, al comentar los secretos divulgados por Wikileaks
declaró: "El hecho es que los gobiernos tratan con EE.UU. porque les
interesa, no porque les gustemos, no porque confíen en nosotros, y no
porque crean que podemos guardar secretos. Algunos gobiernos tratan
con nosotros porque nos temen, algunos porque nos respetan, la mayoría
porque nos necesita. Todavía somos esencialmente, como se ha dicho
antes, la nación indispensable".
No pocas de las personas inteligentes y bien informadas albergan la
convicción de que el imperio yanki, como todos los que lo precedieron,
ha entrado en la etapa final y que las señales son irrebatibles.
Un artículo publicado en el sitio Web TomDispatch, traducido del
inglés por el sitio Rebelión, expone cuatro hipótesis del probable
curso de los acontecimientos en Estados Unidos, y en todas ellas la
guerra mundial figura como una de las posibilidades, aunque no excluye
que pueda haber otra salida. Añade que definitivamente ese país
perderá su papel dominante en las exportaciones globales de
mercancías, y en menos de 15 años perdería su papel dominante en la
innovación tecnológica y la función privilegiada del dólar como moneda
de reserva. Cita que ya este año China alcanzó un 12% frente a Estados
Unidos 11% en la exportación mundial de mercancías, y aludió a la
presentación por el Ministro de Defensa de China en el mes de octubre
de este año del superordenador Tianhe-1A, tan poderoso que, como
expresó un experto estadounidense, "liquida la máquina Nº 1? existente
en Estados Unidos.
Nuestros queridos compatriotas, al llegar a Sudáfrica, entre las
primeras actividades rindieron merecido tributo a los combatientes
internacionalistas que dieron su vida luchando por África.
Desde hace 12 años en el vecino Haití nuestra misión médica presta su
servicio al pueblo haitiano; hoy con la cooperación de médicos
internacionalistas graduados en la ELAM (Escuela Latinoamericana de
Medicina). Allí luchan también por África combatiendo la epidemia del
cólera, que es la enfermedad de la pobreza, para impedir que se
extienda a ese continente, donde al igual que en América Latina hay
mucha pobreza. Con la experiencia adquirida, nuestros médicos han
reducido extraordinariamente la tasa de letalidad. Muy cerca de
Sudáfrica, en Zimbabwe, en agosto de 2008, de "forma explosiva"
estalló esa epidemia según el diario "Herald" de Harare. Robert Mugabe
acusó a los gobiernos de Estados Unidos y Gran Bretaña de introducir
la enfermedad.
Como prueba de la total falta de escrúpulo yanki, es necesario
recordar que el Gobierno de Estados Unidos entregó armas nucleares al
régimen del apartheid, que los racistas estuvieron a punto de usar
contra las tropas cubanas y angolanas, que después de la victoria de
Cuito Cuanavale avanzaban en la dirección Sur, donde el mando cubano,
sospechando ese peligro, adoptó las medidas y tácticas pertinentes que
le daban el dominio total del aire. Si intentaban usar tales armas, no
habrían obtenido la victoria. Pero es legítimo preguntarse: ¿qué
habría ocurrido si los racistas sudafricanos hubiesen utilizado las
armas nucleares contra fuerzas de Cuba y Angola? ¿Cuál habría sido la
reacción internacional? ¿Cómo habría podido justificarse aquel acto de
barbarie? ¿Cómo habría reaccionado la URSS? Son preguntas que debemos
hacernos.
Cuando los racistas entregaron el gobierno a Nelson Mandela, no le
dijeron una sola palabra, ni qué hicieron con aquellas armas. La
investigación y denuncia de tales hechos sería en estos instantes un
gran servicio al mundo. Los exhorto, queridos compatriotas, a
presentar este tema en el Festival Mundial de la Juventud y los Estudiantes.
¡Patria o Muerte!
¡Venceremos!
Fidel Castro Ruz