quinta-feira, 18 de março de 2010

Nova escalada subversiva contra Cuba

Com ampla cobertura da mídia


• Discurso do Ministro das Relações Exteriores da República de Cuba, Bruno Rodríguez Parrilla, no segmento de alto nível do 13 período de sessões do Conselho de Direitos Humanos, Genebra, 3 de março de 2010

SENHOR presidente:

Foram necessários 60 milhões de mortos na II Guerra Mundial, para desenvolver o conceito de direitos humanos, particularmente do direito à vida e à dignidade humana.

Muito temos adiantado no desenvolvimento conceitual dos direitos humanos e muito pouco em garantir seu exercício.

O tema virou um dos pilares fundamentais das Nações Unidas, junto ao desenvolvimento, a paz e a segurança internacionais. Contudo, é a área mais prejudicada por causa da manipulação ideológica, da hipocrisia política e da dupla moral dos países industrializados.

Aqueles que pretendem ser guardiães dos direitos humanos, e tentam questionar outros, são precisamente os responsáveis diretos pelas mais graves, sistemáticas e flagrantes violações dos direitos humanos, sobretudo do direito à vida.

São os autores do sistema colonial que serviu para espoliar os países do Sul e condená-los ao subdesenvolvimento. São os responsáveis pela ordem econômica internacional atual que silenciosamente assassina dezenas de milhões de seres humanos, vítimas da fome, da pobreza e das doenças previsíveis e curáveis. São os que impõem as modernas guerras de conquista que causam milhões de mortos, geralmente civis, assombrosamente chamados "danos colaterais".

Também são os beneficiários do pensamento único, dos modelos exclusivos, dos valores excludentes, da guerra midiática, da construção de verdades imanentes, da subcultura da publicidade comercial, da imposição de reflexos condicionados, da imprensa estabelecida, mendaz, dócil e embrutecedora que justifica ou dissimula o massacre.

A manipulação do terrorismo serviu aos Estados Unidos e seus aliados europeus para lançar as guerras de dominação e conquista dos recursos energéticos no Iraque e no Afeganistão, causando a morte de milhões de vidas humanas. Também serviu para justificar as desaparições forçadas, as torturas, os cárceres secretos e centros de detenção onde não se reconhece o Direito Internacional Humanitário nem a condição de seres humanos. Foi o pretexto para "leis patrióticas" como as que acaba de prorrogar o governo norte-americano, que destroem liberdades e garantias conquistadas pelo movimento a favor dos direitos civis em lutas que demoraram séculos.

Quem vai responder pelas atrocidades cometidas em Abu Ghraib, Bagram, Guantánamo e em outros centros de tortura e morte? Quando serão julgados os responsáveis para pôr fim à impunidade?

O vice-chanceler da Suécia fez um discurso curioso e arrogante, com opiniões críticas sobre nove países. Contudo, não disse uma palavra sobre a cumplicidade do governo sueco com os voos secretos que fizeram escala no seu território levando pessoas sequestradas. Esperamos que algum dia conclua sua prolongada investigação a respeito e informe sobre seu resultado a este Conselho.

Quem vai responder nos países europeus pelos voos secretos, pelos cárceres clandestinos nos seus territórios e pela participação nos atos de tortura?.

O que tem acontecido na Palestina durante anos constitui um verdadeiro genocídio. Milhares de palestinos morreram por causa dos ataques militares indiscriminados e de ferrenhos cercos e bloqueios que os privam dos mais elementares meios de sobrevivência.

As ditaduras militares na América Latina, impostas e mantidas pelos Estados Unidos durante décadas, assassinaram 400 mil pessoas. Somente em Cuba provocaram 20 mil mortos.

O direito à vida é constantemente violado no mundo. A existência mesma da espécie humana está seriamente ameaçada pela mudança climática, pela qual são responsáveis histórica e atualmente os mesmos que desatam e levam às guerras de conquista. A vergonhosa reunião de Copenhague, com suas práticas fraudulentas e excludentes, foi um ato contra o direito da humanidade à vida e à sobrevivência.

Sr. Presidente:

Por meio século, Cuba tem sido vítima de agressões norte-americanas e de ações terroristas. O saldo foi de 5.577 cubanos mortos ou mutilados.

Os autores da sabotagem no ar de um avião da Cubana de Aviação em 1976 gozam de impunidade ao abrigo do governo dos Estados Unidos. Uma epidemia de dengue, resultante de guerra bacteriológica, matou 101 crianças cubanas. Numa cadeia de atentados à bomba em Havana, em 1997, perdeu a vida um jovem italiano.

A chamada Lei de Ajuste Cubano e a política de "pés secos-pés molhados" instam à emigração ilegal, cobrando vidas humanas.

O bloqueio econômico, comercial e financeiro imposto a Cuba é um ato de genocídio, especificado nas alíneas b) e c) do Artigo no. 2 da Convenção contra o Crime de Genocídio e uma violação em massa, flagrante e sistemática dos direitos humanos.

A política dos Estados Unidos contra Cuba, que o governo do presidente Obama não mudou, custa vidas ao povo cubano.

Uma nova escalada subversiva, com ampla cobertura da mídia, foi lançada contra Cuba. Não respeita princípio ético algum. Pretendem apresentar mercenários como patriotas, agentes remunerados pelo governo dos EUA em território cubano como dissidentes.

A poderosa maquinaria do império não hesita em utilizar um prisioneiro reincidente e sancionado num devido processo por crime comum, e depois recluído em prisão, para apresentá-lo como lutador pelos direitos humanos. Para obter espúrios benefícios políticos, foi levado à morte, apesar dos esforços esmerados dos médicos para salvá-lo. Como expressou o presidente cubano, Raúl Castro Ruz, foi um fato lamentável. Ele foi outra vítima da política subversiva dos Estados Unidos contra Cuba.

Desde que a Revolução Cubana triunfou em 1959, em Cuba jamais houve um só caso de assassinato, tortura ou execução extrajudicial; jamais houve um "esquadrão da morte" nem uma Operação Condor". Cuba tem uma trajetória exemplar e limpa quanto à proteção do direito à vida, inclusive, mediante cooperação altruísta, além de suas fronteiras.

Sr. Presidente:

Tivesse gostado me referir a aspectos concretos do sério trabalho que realiza este Conselho, tratar do assunto da revisão deste órgão, que deverá ter lugar no ano próximo, para denunciar as tentativas de submetê-lo, modificar sua composição e seus procedimentos, para lhe impor interesses políticos. Tivesse gostado me referir ao mecanismo de Exame Periódico Universal, que já demonstrou sua utilidade, apesar de suas imperfeições e da falta de autocrítica dos poderosos já evidenciadas. Tivesse gostado defender o Conselho e salientar a importância de preservá-lo isento de politização, discriminação, selectividade e dupla moral.

Posso garantir que Cuba continuará contribuindo com seu esforço e dedicação para que o Conselho de Direitos Humanos mantenha seu caminho independente e se consolide a cooperação como verdadeira via para a promoção e proteção dos direitos humanos no mundo.

Devo proclamar, em nome do povo heroico e nobre de Cuba, que nenhuma campanha vai nos afastar de nossos ideais de independência e liberdade.

Muito obrigado.

Defendamos Cuba

Estimad@s amig@s:


Ante la nueva campaña mediática en contra de Cuba a base de difamación e injurias, destinada a crear una ofensiva mundial en contra de la Revolución Cubana, para desprestigiar nuestro histórico proceso y minar la confianza y el respeto que goza Cuba en el área internacional, facilitando así el trabajo de nuestros enemigos y valiéndose de todo tipo de presiones y chantajes, es importante que nos movilicemos y realicemos una contraofensiva.

La declaración que adjuntamos se trata de una iniciativa del Capitulo Mexicano de la Red de Redes en Defensa de la Humanidad. Le solicitamos brinden a esta Declaración la mayor divulgación posible.

Además pueden adherirse a ella todos los que defienden a la Isla Rebelde y Solidaria y juntan sus manos y voces en defensa de Cuba, ya sean compañeros de las organizaciones de solidaridad, personalidades o amigos. Pueden enviar su adhesión o suscripción a este correo indicando nombre, país, profesión y correo electrónico. Igualmente pueden enviar declaraciones o pronunciamientos con similares datos.

Compañer@s, se hacen vanas ilusiones los que piensan que orquestando campañas como estas, podrán presionar o chantajear a nuestra Revolución. No cederemos porque nos asiste la verdad y porque los principios son el arma mas sagrada que tenemos y no se negocian, por eso les decimos: Señores imperialistas ¡A CUBA NO LA TENDRAN JAMAS !

Les pedimos acuse de recibo de la presente información y quedamos al tanto de su respuesta,

Dirección América Latina y el Caribe
Instituto Cubano de Amistad con los Pueblos





DECLARACIÓN

En Defensa de Cuba

A propósito de la resolución del 11 de marzo del Parlamento Europeo sobre Cuba, los intelectuales, académicos, luchadores sociales, pensadores críticos y artistas de la Red En Defensa de la Humanidad manifestamos:


1.- Que compartimos la sensibilidad mostrada por los parlamentarios europeos acerca de los prisioneros políticos. Como ellos, nos pronunciamos por la inmediata e incondicional liberación de todos los presos políticos, en todos los países del mundo, incluidos los de la Unión Europea.


2.- Que lamentamos profundamente, como ellos, el fallecimiento del preso común Orlando Zapata, pero no admitimos que su muerte, primera “…en casi cuarenta años” según el propio Parlamento, sea tergiversada con fines políticos muy distintos y contrarios a los de la defensa de los derechos humanos.


3.- Que instar “…a las instituciones europeas a que den apoyo incondicional y alienten sin reservas el inicio de un proceso pacífico de transición política hacia una democracia pluripartidista en Cuba” no sólo es un acto injerencista, que reprobamos en virtud de nuestro compromiso con los principios de no intervención y de autodeterminación de los pueblos -defendidos también por la ONU-, y en contra de la colonialidad, sino que supone un modelo único de democracia que, por cierto, cada vez se muestra más insuficiente y cuestionable. La búsqueda y profundización de la democracia supone, entre otras cosas, trascender sus niveles formales e inventar nuevas formas auténticamente representativas que no necesariamente están ceñidas al pluripartidismo que, como bien se sabe, encubre frecuentemente el hecho de que las decisiones sobre los grandes problemas mundiales son tomadas unilateralmente por pequeños grupos de interés con inmenso poder, por encima del régimen de partidos.


4.- Que pretender justificar una intromisión en los asuntos políticos internos del pueblo cubano manipulando mediáticamente el caso de Orlando Zapata -delincuente común y de ninguna manera preso político-, coincide con las políticas contrainsurgentes que han estado aplicándose en América Latina para detener o distorsionar los procesos de transformación emancipadora que están en curso y se suma al criminal bloqueo al que ha sido sometido el pueblo cubano, por el simple hecho de no aceptar imposiciones y defender su derecho a decidir su destino con dignidad e independencia.


5.- Que compartimos la preocupación mostrada por los parlamentarios sobre el respeto a los derechos humanos en Cuba pero la extendemos al mundo en su totalidad. Así como les preocupa el caso del delincuente fallecido (que en 40 años no tiene ningún antecedente similar), los invitamos a exigir el fin de la ocupación de Gaza y del hostigamiento al pueblo Palestino, que ha provocado no una sino miles de muertes; de la intervención en Irak y Afganistán sembrando muerte y terror en pueblos y ciudades; de los bombardeos en esos lugares con el argumento de defender la democracia; el fin de la doble ocupación de Haití; el cierre de la prisión de Guantánamo y la entrega de ese territorio a Cuba, a quien le pertenece; la devolución de las islas Malvinas a Argentina; y, por supuesto, el fin de un bloqueo que viola los derechos humanos del pueblo cubano y que puede poner en duda la calidad moral de quien exige trato humano para un delincuente cuando se lo niega a un pueblo entero.


El acoso económico y mediático al que está siendo sometida Cuba, aun antes del deceso del preso común Orlando Zapata, constituye un atentado contra los derechos humanos y políticos de un pueblo que decidió hacer un camino diferente.


Exigimos respeto a los procesos internos del pueblo cubano para definir y ejercer su democracia, y consecuencia con los principios universales de no intervención acordados por las Naciones Unidas.


Red En defensa de la Humanidad


Pablo González Casanova, Víctor Flores Olea, Ana Esther Ceceña



Sitio donde aparece la declaración:

http://www.defensahumanidad.cult.cu/artic.php?item=9196

Aos intelectuais e artistas do mundo

Pronunciamento da Uneac e da AHS:


HAVANA, Cuba, 17 mar

A seguir a ACN publica o Pronunciamento do membros da União de Escritores e Artistas de Cuba e da Associação “Hermanos Saíz”.


ENQUANTO a Feira do Livro percorria nosso país de lés a lés e centenas de médicos cubanos salvavan vidas no Haiti, vinha se gestando uma nova campanha contra Cuba. Um delinqüente comum, com um histórico provado de violência, tornou-se "prisioneiro político", declarou-se em greve de fome para que lhe fossem instalados telefone, cozinha e televisão na cela. Alentado por pessoas sem escrúpulos e apesar de tudo quanto se fez para prolongar-lhe a vida, Orlando Zapata Tamayo morreu e converteu-se num lamentável ícone da maquinaria anticubana. Em 11 de março, o Parlamento Europeu aprovou uma resolução que "condena energicamente a morte evitável e cruel do dissidente e preso político Orlando Zapata Tamayo" e numa intromissão ofensiva em nossos assuntos internos "insta as instituições europeias a darem apoio incondicional e alentarem, sem reservas, o início dum processo pacífico de transição política, rumo a uma democracia pluripartidarista em Cuba".

Com o título "Orlando Zapata Tamayo: Eu acuso o governo cubano", está circulando um chamamento para recolher assinaturas contra Cuba. A declaração assegura que este recluso foi "injustamente preso e brutalmente torturado" e que morreu "denunciando estes crimes e a falta de direitos e de democracia em seu país". Ao mesmo tempo, mente sem pudor algum quanto a uma suposta prática de nosso governo de "eliminar fisicamente seus críticos e opositores pacíficos". Em 15 de março, um jornal espanhol mostrava na primeira página o rosto de Zapata Tamayo, já defunto, no caixão, ao tempo que anunciava a adesão ao chamamento de alguns intelectuais que ligavam suas assinaturas às de velhos e novos profissionais da contrarrevolução interna e externa.

Nós, escritores e artistas cubanos, estamos cientes da maneira em que se articulam, sob qualquer pretexto, as corporações midiáticas e os interesses hegemônicos e da reação internacional para prejudicar nossa imagem.


Sabemos com quanta sanha e morbo se deturpa nossa realidade e a forma em que se mente diariamente sobre Cuba. Sabemos também o preço que pagam os que tentaram se expressar, a partir da cultura, com matizes próprios.

Na história da Revolução jamais foi torturado um prisioneiro. Não houve um único desaparecido. Não houve uma só execução extrajudiciária. Fundamos uma democracia própria, imperfeita, é sim, mas muito mais participativa e legítima que aquela que nos pretendem impor. Não têm moral os que orquestraram esta campanha para dar-nos lições de direitos humanos.


É imprescindível parar esta nova agressão contra um país bloqueado e acossado sem piedade. Portanto, apelamos à consciência de todos os intelectuais e artistas que não escondam interesses espúrios em torno ao futuro duma Revolução que foi, é e será um modelo de humanismo e solidariedade.

Secretariado da União Nacional de Escritores e Artistas de Cuba (Uneac)

Direção Nacional da Associação Hermanos Saíz



16-03-2010

Governo brasileiro não se alinha à hipócrita campanha anticubana

Carta Maior
Data: 14/03/2010


O governo brasileiro foi irrepreensível ao se recusar a figurar nessa (má) companhia, apesar das pressões. A esclarecedora declaração do chanceler Celso Amorim sobre a posição brasileira ficou quase perdida em meio à histeria oposicionista.



Em vez de pressionar para que o governo brasileiro se some à atual campanha anticubana, como sempre capitaneada pelas agências oligopólicas de notícias, as boas almas que se manifestaram pela democratização de Cuba têm o dever moral de exigir o fim da política de agressão dos EUA contra Cuba. Do contrário, sua posição, apresentada como democrática, se revelará escandalosamente desonesta e hipócrita. Cessada a agressão e desanuviado o ambiente internacional, o próprio povo cubano poderá decidir, sem pressões externas, como será o seu modelo de democracia, conforme parecem indicar os debates já em curso no país, com grande participação popular.

Os chamados dissidentes cubanos receberam forte apoio da oposição brasileira e da mídia dominante local, em seu empenho para constranger o presidente Luiz Inácio Lula da Silva a se manifestar publicamente contra o governo de Havana. Na famosa entrevista à Associated Press, usada como pretexto para a pancadaria, o presidente brasileiro trouxe à baila um episódio de morte em uma greve de fome coletiva de prisioneiros do Exército Republicano Irlandês (IRA), durante o governo de Margareth Thatcher, em março de 1981. “Eu vejo muita gente que hoje critica o governo cubano por causa da morte, [e que] não falava nada da morte do IRA”, cobrou Lula. Esse trecho foi convenientemente omitido pela mídia dominante, para deixar o caminho livre para a atual campanha.

Na compacta barreira de desinformação que se orquestrou, as palavras-chave usadas têm sido: luta pela liberdade, dissidentes heróicos, masmorras cubanas, presos de consciência, tirania insensível, cumplicidade de Lula. Os atores brasileiros do drama (jornalistas locais, enviados especiais, colunistas, comentaristas convidados, políticos) repetem em uníssono o noticiário difundido por agências oligopólicas de notícias, como a citada AP, a France Press e a Efe, e por órgãos como a Voz da América, do governo dos Estados Unidos. No jornal O Estado de S. Paulo, a sanha tem sido tamanha, que até colunista de assuntos econômicos, caso de Rolf Kuntz, e articulista convidado, como Eugenio Bucci, reforçou o festival de acusações em termos praticamente idênticos aos do famoso extremista de direita Carlos Alberto Montaner. O Senado brasileiro aprovou moção de solidariedade aos “presos políticos”, em que também não faltaram críticas ao presidente Lula.

Nenhuma dessas boas almas, contudo, se preocupou em “checar” a notícia original ou qualquer de seus pormenores, cotejando-os com dados de outras fontes, ainda que fosse para complementar alguma informação. Se alguém o fizesse, poderia ter sabido que nenhum dos dois grevistas (Orlando Zapata Tamayo, que faleceu em 23 de fevereiro, e Guillermo Fariñas Hernández, que estava em estado crítico em um hospital cubano no final da segunda semana de março) foi condenado por atividades políticas, mas por delitos como furto, invasão de domicílio e agressões físicas, conforme registros judiciais cubanos. Ficaria informado também de que os presos por atividades políticas, cuja libertação é reivindicada por Fariñas, são os remanescentes do processo de 2003, quando 75 opositores foram condenados por receberem dinheiro do Escritório de Representação dos Estados Unidos em Havana para participar de atividades contra o governo revolucionário (e não, como diz a campanha-padrão contra Cuba, por se oporem ao regime).

Poderia confirmar ainda que o julgamento dos 75 foi realizado em tribunais regulares, em sessões públicas, com base em leis pré-existentes e assegurado o pleno direito de defesa e de apelação. O governo cubano divulgou, na ocasião, provas documentais sobre a relação que os acusados mantinham com representantes do governo estadunidense. É uma relação passível de incriminação penal em qualquer país do mundo. Em todo caso, cerca de 20 deles foram, desde então, libertados pelo governo por problema de saúde, obedecendo às 95 regras de tratamento carcerário humanitário, estabelecidas pela ONU.

Preso duas vezes por agressão

De acordo com a ficha corrida de Guillermo Fariñas Hernández, em 1995 ele espancou uma mulher na instituição de saúde onde trabalhava como psicólogo, causando-lhe ferimentos múltiplos no rosto e nos braços. Sofreu pena de três anos de prisão sem internamento (por sua primariedade), além de multa de 600 pesos. Em 2002, atacou um ancião com um bastão na cidade de Santa Clara, onde reside. A vítima teve de ser operada para extirpação do baço e o agressor foi condenado a 5 anos e 10 meses de prisão (Causa 569/2002, do Tribunal Popular Provincial de Villa Clara). Por essa época, ele começou a utilizar o recurso da greve de fome para obter vantagens, como televisor em sua cela, tendo dessa forma atraído a atenção dos grupos contrarrevolucionários, aos quais aderiu em seguida. Em dezembro de 2003, devido à sua saúde fragilizada pela sucessão de greves, recebeu uma licença extra-penal com base no código cubano. Fora da cadeia, passou a colaborar com a Rádio Martí e a receber dinheiro regularmente da já mencionada representação dos EUA em Havana. Em 2006, voltou a se declarar em greve de fome, para reivindicar acesso domiciliar à internet.

Na atual greve, Fariñas Hernández recusou toda oferta oficial para tratamento de sua saúde, obstinando-se em dizer que irá até o fim. Da mesma forma, rejeitou oferta de asilo na Espanha, feita com a anuência de Havana. Por isso, a intervenção médica cubana só pôde acontecer quando o manifestante entrou em estado de choque, na noite de quinta-feira, 11 de março, em estado gravíssimo, como no caso de Orlando Zapata Tamayo, que viria a falecer. Eis o que divulgaram as agências France Press, Efe e Reuters sobre esse momento, conforme publicado no Estado de S. Paulo : “Momentos antes de Fariñas desmaiar, um grupo de médicos do sistema de saúde pública de Cuba visitou o dissidente e pediu que ele concordasse em ir, de ambulância, até uma clínica para que fizesse um check-up profissional. O opositor, porém, agradeceu ‘o profissionalismo e a humanidade’ dos médicos, mas insistiu em fazer os exames em sua casa. Os médicos aceitaram as condições e coletaram amostras no local, mas saíram antes de Fariñas desmaiar”.

As vantagens de ser dissidente cubano

Orlando Zapata Tamayo também jamais havia sido seguidamente condenado por atividade política, embora esteja sendo apresentado agora como mártir da luta pela liberdade. Ele só começou a adotar um “perfil político” quando percebeu que, na situação particularíssima de Cuba, isso poderia ser vantajoso por causa do farto dinheiro distribuído pelos Estados Unidos aos que se declaram dissidentes no país. Antes havia cumprido pena por “violação de domicílio” (1993), “furto e agressão com arma branca” (2000) e “perturbação da ordem pública” (2002). Em 2003, chegou a ser solto, mas voltou à cadeia por reincidência. Por isso, não figurou na relação de “prisioneiros políticos” elaborada em 2003 pela antiga Comissão de Direitos Humanos da ONU, com a intenção de condenar Cuba por violação aos direitos humanos.

Aquela mesma boa alma caridosa poderia igualmente notar, na campanha em curso, que apesar da insistência na denúncia de que os “presos de consciência” cubanos foram encarcerados simplesmente por ser contra o governo, o noticiário correspondente é abundante em declarações de opositores que vivem em Cuba, como Manuel Cuesta Morúa, René Gómez Manzano, Elizárdo Sánchez, Osvaldo Payá Sardinãs e outros. Eles são contra o governo, dão entrevistas para a imprensa internacional recheadas de críticas, mas não estão presos! Há algo errado nessa denúncia, portanto. O próprio Fariñas, aliás, estava em casa antes de ser internado e lá recebia diariamente jornalistas estrangeiros.

Anistia Internacional: as situações em Cuba, nos EUA e na Europa

Sobre o suposto caráter ditatorial do regime vigente em Cuba, é interessante ainda comparar o que diz o relatório “O Estado dos Direitos Humanos no Mundo 2008”, da Anistia Internacional (entidade nada amistosa com o governo cubano), sobre a situação naquele país, nos Estados Unidos e na Europa. O documento acusa o governo cubano de restringir as liberdades de expressão, de associação e de circulação, fala nos “presos de consciência” remanescentes do grupo dos 75 e registra incidentes em que teria havido “fustigamento e intimidação” de dissidentes. Mas não menciona um só caso de sequestro ou desaparecimento de opositores, nem tortura ou morte de prisioneiros em dependências carcerárias. Da mesma forma, não fala em repressão policial, nem em execução extrajudicial em Cuba.

Esse mesmo documento da Anistia Internacional, em contrapartida, denuncia os EUA por prática sistemática da tortura conhecida como waterboarding (simulação de asfixia), detenções e interrogatórios secretos e desaparecimento de suspeitos. Acusa ainda Washington de manter milhares de detidos, muitos “há mais de seis anos”, em Guantánamo, em Bagram e no Iraque, sem acusação e nem julgamento. Sobre os governos europeus, o relatório da Anistia declara: “Em 2007 surgiram novas evidências de que diversos Estados-membros da União Europeia foram coniventes com a CIA no sequestro, na detenção secreta e na transferência ilegal de prisioneiros para países em que foram torturados ou sofreram maus tratos”.

Ora, a atual campanha contra o governo cubano se origina de forças políticas que admiram as democracias vigentes na União Europeia e nos Estados Unidos, considerando-as modelos a serem copiados por todo o mundo (inclusive Cuba). Deveriam, portanto, preocupar-se também com o estado dessa própria democracia e dos direitos humanos nesses países, em vez de gastarem todo o gás em sua fúria contra Cuba. Que tal uma campanhazinha para combater a pouca-vergonha denunciada pela Anistia Internacional nos EUA e na União Europeia?

As múltiplas e insistentes agressões contra Cuba

O governo brasileiro foi irrepreensível ao se recusar a figurar nessa (má) companhia, apesar das pressões. A esclarecedora declaração do chanceler Celso Amorim sobre a posição brasileira ficou quase perdida em meio à histeria oposicionista. “Uma coisa é defender a democracia, os direitos humanos e à livre expressão, como fazemos. Outra coisa é sair dando apoio a tudo quanto é dissidente no mundo. Quando você tem de falar alguma coisa [a um governo estrangeiro], você fala de outra forma, discretamente, não pela mídia”, declarou. O chanceler brasileiro disse, em outras palavras, o que Lula já havia declarado em sua primeira visita a Cuba como presidente, em setembro de 2003: que não se somaria às pressões permanentes de setores direitistas contra o governo de Havana, falando publicamente sobre assuntos internos de um país amigo.

Mas a frase mais significativa de Amorim, nessa questão, foi a seguinte: “Se alguém está interessado em uma evolução política em Cuba, eu tenho a receita rápida: acabe com o embargo. Isso vai trazer grandes mudanças em Cuba”. Ele se referia ao bloqueio unilateral que os Estados Unidos mantêm contra o país desde 1962, como parte de uma ampla política de hostilidade, que inclui ainda a transmissão, a território cubano, de propaganda contra a revolução cubana através da Rádio e TV Martí (ao arrepio do código da União Internacional de Telecomunicações), o fornecimento de recursos financeiros à oposição interna, o incentivo à emigração de cubanos para os EUA e outras medidas intervencionistas. O próprio bloqueio não se resume a impedir Cuba de comprar e vender no mercado estadunidense. Compreende ainda a proibição de comerciar com filiais de companhias estadunidenses no mundo todo, assim como com empresas que tenham capital acionário ou usem tecnologia e componentes daquele país em sua produção. Significa igualmente o fechamento do mercado dos EUA a qualquer parceiro comercial de Cuba, de qualquer país, inclusive a bancos e a navios mercantes. Por força dessa mesma política, aplicada apesar da condenação de praticamente todos os países representados na ONU, cientistas cubanos costumam ser excluídos de congressos internacionais e de pesquisas conjuntas e o próprio país não consegue se filiar a algumas organizações internacionais.

Essa política, por mais inacreditável que pareça, é respaldada pela lei Helms-Burton, aprovada pelo Congresso dos EUA em 1996. Arrogantemente intitulada Lei para a Liberdade e a Solidariedade Democrática em Cuba, ela autoriza o presidente dos EUA a “proporcionar assistência e a oferecer todo tipo de apoio a indivíduos e organizações não-governamentais independentes para apoiar esforços com o objetivo de construir uma democracia em Cuba”. Estabelece ainda como devem ser as eleições sob um governo “democrático e independente”, chegando a vetar a participação dos atuais líderes cubanos, especialmente Fidel e Raúl Castro! Os tão ardorosos defensores da democracia em Cuba, que se revelaram de corpo inteiro nessa campanha, têm o dever moral de denunciar essa política imperialista de agressão e exigir o seu fim, como tem feito o governo brasileiro. Do contrário, sua posição, que apresentam como democrática, se mostrará escandalosamente desonesta e hipócrita.

Cessada a agressão e desanuviado o ambiente internacional, o próprio povo cubano poderá decidir, sem pressões externas, como será o seu modelo de democracia, conforme parecem indicar os debates já em curso no país, com grande participação popular.

De um golpe, Honduras

Por Elaine Tavares - jornalista

O jornalistas hondurenho Rony Martínez esteve ontem na Faculdade de Jornalismo da Universidade Estácio de Sá, onde o coordenador do curso, Paulo Scarduelli, juntou todos os estudantes para uma aula magna. Com o auditório lotado, Rony falou sobre a experiência da Rádio Globo de Honduras na resistência ao golpe militar levado a cabo no dia 28 de junho de 2009. Contou em detalhes desde o primeiro dia do golpe, quando todas as rádios e televisões locais seguiam transmitindo como se a vida estivesse normal, e apenas a Rádio Globo informava ao povo sobre o que, de fato, se passava no país. “Ficamos no ar apenas dez minutos, e nos cortaram o sinal. Mas nós decidimos continuar transmitindo e junto com os companheiros da técnica improvisamos uma antena. Esta ‘ gambiarra’ permitiu que pelo menos a região central de Tegucigalpa seguisse nos escutando. Além disso, transmitíamos pela internet, informando ao mundo sobre o que se passava em Honduras”.

Para os estudantes que se mantiveram atentos até o final da conversa, a história do jovem jornalista soou como uma inspiração. A maioria deles só ouviu falar de golpe militar através dos pais e nunca vivenciaram uma situação como a que hoje passa Honduras. “Agora a gente entende o que dizem os nossos pais sobre o que aconteceu aqui no Brasil em 64”. Rony Martínez trouxe os detalhes sobre como a pequena equipe de jornalistas da Rádio Globo decidiu enfrentar toda a repressão e apostar naquilo que é a verdade do jornalismo: informar com responsabilidade sobre o que interessa a maioria da população. “Nas outras emissoras vinham falar os bispos, as autoridades, os pastores evangélicos, a dizerem que tudo estava bem, que era só uma substituição constitucional. Mas nós não dourávamos a pílula. O que havia era um golpe militar e nós decidimos dizer a verdade”. Rony descreveu ainda sobre o trabalho de uma jornalista que insistia em ir às coletivas de imprensa do governo golpista e perguntar, a queima-roupa: “como pode o senhor ser chamado de presidente constitucional? Quem foi que o elegeu”. E ela incomodava tanto com suas perguntas certeiras que o então presidente golpista mandou que os guardas a tirassem de dentro do palácio.

Também contou sobre quando eles seguiam transmitindo e informando sobre as manifestações da resistência popular e o exército decidiu invadir e fechar a rádio. “Nós já tínhamos preparado um rota de fuga pela janela. Quem mais sofreu foi o nosso diretor David Romero, porque é um pouco gordinho. Mas a gente conseguiu descer os três andares e nos abrigamos em uma casa. E dali seguimos transmitindo clandestinamente”.

Junto com Rony Martínez o também jornalista hondurenho Ronnie Huete mostrou o trabalho que realizou em Honduras como fotógrafo, trazendo as imagens de uma gente em luta, que nunca se rendeu ao golpe militar.

Nesta quinta, dia 18, os dois jornalistas falam sobre o golpe em Honduras e sobre a experiência da Rádio Globo na Univali, em outro curso de Jornalismo. Na sexta-feira, dia 19, participam do II Encontro de Soberania Comunicacional, no Sindicato dos Bancários, promovido pelo portal Desacato e pela Revista Pobres e Nojentas, junto com o Sindicato dos Jornalistas, que foi a entidade que tornou possível a vinda do jornalista da Rádio Globo. Durante o encontro acontece a pré-estréia do filme “De um golpe, Honduras”, roteirizado pelo jornalista Raul Fitipaldi e dirigido por Aline Razzera Maciel. Como bem lembrou Rony Martínez na coversa com os estudantes é bem assim que eles se sentem no seu pequeno país. “De repente, por conta do golpe, assomou Honduras, um país que não será mais o mesmo. O povo despertou, e sua caminhada rumo a liberdade não se deterá”.

quarta-feira, 17 de março de 2010

América Latina y el Caribe asume funciones de la OEA

Rafael Correa, presidente de Ecuador:


El presidente de Ecuador, Rafael Correa, consideró que la naciente Comunidad de Estados Latinoamericanos y del Caribe debe asumir funciones que actualmente tiene la Organización de Estados Americanos (OEA), entre ellas, la solución de controversias entre las naciones de la región.

En entrevista exclusiva concedida a teleSUR, Correa consideró que la resolución de conflictos como el del golpe de Estado en Honduras, para su solución, no amerita una reunión en la sede de la OEA en Washington, la capital estadounidense.

"En lo particular, yo creo que esta organización debe asumir muchas, muchas de la funciones que tiene actualmente la OEA, como por ejemplo, la resolución pacífica de controversias, porque como latinoamericano sí me revela que hay un golpe de Estado en Honduras y tenemos que reunirnos a discutir en Washington, eso no puede continuar", enfatizó el jefe de Estado ecuatoriano.

A continuación teleSUR ofrece el texto completo de la entrevista:

Por fin América Latina y El Caribe, juntos sin Estados Unidos

Sí, sí, se ha marcado un hito realmente histórico, un antes y un después en la historia de América Latina, cuando hace unos años, unas décadas, si América Latina gozara, tomara resoluciones para crear sus propias instancias, para marchar con sus propios pies, luchar con sus propias fuerzas y si lo hubiera intentado, hubiera ejercido influencia enseguida el Departamento de Estado, para tratar de bloquear cualquier intento de unidad.

Esta vez de forma independiente, autónoma, digna, yo diría hasta eficiente, porque esto fue presentado hace menos de dos años por Ecuador en abril de 2008, esta propuesta, ya es realidad esa Comunidad de Estados Latinoamericanos y del Caribe, foro en el cual podremos resolver de forma pacífica las controversias, velar por la democracia en la región, etcétera, sin necesidad de tener que ir a países no digamos extra-regionales, pero si bastantes distantes de nuestra visión, valores e intereses.

Se abre un nuevo capítulo de desafíos para América Latina y el Caribe. Están enfrentando juntos temas como la crisis económica, la crisis ambiental, el terrible terremoto que devastó a Haití, un golpe de Estado reciente en Honduras, las bases militares de Estados Unidos instaladas en territorio latinoamericano. En su opinión ¿Cuáles serían esos desafíos, cuál es el más importante, la prioridad, y cómo lo ve para esta nueva organización que surge?

Cuando usted pone en conjunto todos esos problemas, parecería como que si no hemos avanzado nada, y yo creo que si, que se ha avanzado y mucho. Recuerda usted lo que era América Latina antes, en muchos lugares dictaduras, abierta intervención de potencias extranjeras, entonces por supuesto, todavía subsisten conflictos y problemas, pero, peligro de guerra entre países, Argentina Chile, etcétera, el propio Ecuador con Perú, pero creemos que todavía subsisten conflictos y problemas pero que la región ha avanzado muchísimo y precisamente para, lo más rápido posible, superar esos conflictos un poco más estructurales, y cualquier conflicto coyuntural que se presente, es para lo que hemos creado esta organización.

Está claro que un desafío inmediato es el caso de Haití, estamos trabajando ya a nivel de la Unión de Naciones Suramericanas (Unasur), y obviamente a nivel de países, individualmente hablando, está el problema de las bases militares, está el problema de Honduras, precisamente por eso la nueva organización. La Organización de Estados Americanos (OEA) se mostró totalmente ineficiente para tratar de resolver el problema de Honduras, que dicho sea de paso, no se ha resuelto, y nos lo quieren imponer a la brava verdad.

Todavía subsisten problemas en la región. Creo que de todos modos no es comparable con lo que vivíamos antes, que realmente éramos un patio trasero, colonia, o pretendían que fuéramos colonia de ciertos países, pero muchos gobiernos, agenciosamente, aceptaban ese error, yo creo que ya eso no existe en América Latina, o es una especie en extinción.

Sin embargo, existen, subsisten, problemas estructurales, coyunturales, y para eso la nueva organización, para tratar de resolverlos.

Siempre habrá, aunque no estén dentro de la organización, intentos de fomentar odios inútiles, decía Martí a la confrontación entre hermanos y, de hecho, la hubo en su momento en esta propia cumbre, que pudo hacer fracasar la reunión. ¿Cómo cree usted que se enfrentará hacia el futuro y que significará para esta organización resolverlo desde dentro?

Bueno, "divide y reinarás", verdad. Yo creo que la respuesta, casi siempre, es la verdad, la verdad pura y simple. En América Latina, y en Suramérica, los problemas que hemos visto recientemente de tensión, Colombia - Ecuador, Colombia - Venezuela, no es culpa de Ecuador, no es culpa de Venezuela, es culpa de Colombia, y está generándose un foco de tensión y de desestabilización para los demás países, ante la impotencia de poder resolver sus propios problemas.

Quisieron acusar a Ecuador de cómplice de las Fuerzas Armadas Revolucionarias de Colombia (FARC), después a Venezuela de cómplice de las FARC, entonces a quién no va a molestar todo aquello y, enseguida, la derecha internacional con sus medios de comunicación, con sus fundaciones, con sus centros de reflexión autónomos e independientes, que no son otra cosa que portavoces de la extrema derecha, en la gran mayoría de casos, de la extrema derecha de Estados Unidos, atacar con que si los estudios, que si las vinculaciones con las FARC, con el narcoterrorismo, la narcodemocracia, etcétera, a qué gobierno soberano y digno, a qué país, soberano y digno, no molesta aquello, entonces, creo que la respuesta a todos estos conflictos, es la verdad.

Y la verdad es que tenemos un problema serio en Colombia, que todos los latinoamericanos deseamos que se solucione lo más pronto posible, pero mientras tanto que por favor se mantenga dentro de las fronteras colombianas y no se convierta en un foco de desestabilización para la región.

Usted hablaba de los medios, de las guerras mediáticas, usted las ha padecido internamente en Ecuador, el proceso que ha llevado adelante, si bien ha sido con mucho éxito, también ha tenido que enfrentar muchas campañas y muchas guerras mediáticas. ¿Cómo van las cosas en Ecuador hoy, cree que ha cumplido parte de los sueños y los compromisos con el pueblo ecuatoriano?

Es claro que hemos avanzado. Sólo un necio diría que el país se ha trancado o ha retrocedido. Estamos avanzando, para que vea que hasta la extrema derecha que me quiere acusar de tirano porque le ganamos todas las elecciones. Dicen 'hasta los tiranos hacen obras', porque no pueden negar la inmensa obra pública que está realizando la Revolución Ciudadana, pero jamás yo estaré satisfecho, mientras haya un pobre en el país, y en Latinoamérica y en el mundo, no podemos estar satisfechos. Hay que seguir avanzando, y mucho más rápido.

Obviamente, los obstáculos, sobretodo para los gobiernos alternativos y de cambio como los nuestros, son gigantescos, cada día algo nuevo, y sobre todo a través de la punta de lanza, de las armas que tiene la extrema derecha, grupos de poder, que son gran parte, medios de comunicación, que proclaman la libertad de expresión, cuando es la libertad de sus bolsillos, y la libertad de sus caprichos, como me dijo un buen amigo, 'desde que Gutenberg inventó la imprenta, la libertad de expresión para esta gente, es la voluntad del dueño de la imprenta'.

Queremos inaugurar en América Latina una verdadera libertad de expresión, pero es un poder enorme al que nos enfrentamos, porque de ellos recibimos la noticia, ellos son los que crean realidades, muchas veces absolutamente falsas, que las quieren hacer pasar como realidad y cada día un nuevo invento, cada día un nuevo ataque, etcétera, pero estamos confiados en que junto a nuestros pueblos, triunfaremos, pero uno de los grandes desafíos que tiene Ecuador y América Latina, crear verdadera comunicación social y verdadera libertad de expresión, que no se reduzca a lo que pretenden estos señores, libertad de manipulación, libertad de extorsión, para seguir manteniendo el status quo y seguir manteniendo sus privilegios como buenos representantes que son, de los grupos de poder que siempre han dominado la región.

Como economista que es ¿Cuál es su opinión en torno a estas crisis múltiples que existen y que creo que son parte del estudio de la economía.? La crisis que ha generado el cambio climático y al propio tiempo la crisis financiera que no se ha generado en nuestros pueblos, pero que está haciendo mucho daño en nuestro continente ¿Por dónde cree usted que va el camino de la solución de estas crisis?

Bueno, replantear esta globalización que confió totalmente en el mercado, como economista, no puedo negar esa realidad económica llamada mercado. Otra cosa, es que confiemos en ese mercado para ordenar nuestras sociedades, para determinar vidas, personas, propiedades, etcétera.

El mercado no tiene conciencia ni alma y, además, que tiene grandes deficiencias. No solamente estamos hablando a nivel ético, de equidad y de justicia, sino incluso a nivel de eficiencia. Ahí está por ejemplo el cambio climático, osea, el mercado no se preocupa de esa clase de bienes sin precios explícitos y tiende a destruirlos por la ambición, el motor del sistema del mercado es el fin de lucro, otra forma de llamar esa misma ambición, buscar el fin de lucro, acumular.

En consecuencia, no se preocupan de esos bienes, tremendamente valiosos pero sin precios explícitos.

Creo que hay que replantear la globalización, crear acción colectiva a nivel mundial, los mercados deben estar sometidos a las sociedades, no las sociedades a los mercados, incluyendo en los países desarrollados. Ahí tendremos pues una globalización que tal vez brinde bienestar a la gran mayoría de nuestros pueblos, y no como ahora, el bienestar de unos cuantos, en perjuicio de las grandes mayorías, que procure cuidar el medio ambiente, que evite excesos como el que acabamos de ver y que ha producido esta crisis financiera que como usted bien indica, nosotros, sin haberla generado, somos las principales víctimas.

El momento en que se cambie la lógica económica prevaleciente en el mundo y que, sin negar la existencia de los mercados, tengamos claro que son las sociedades humanas las que deben dominar esos mercados y no viceversa.



En un momento como este, se genera una organización histórica, América Latina y el Caribe por fin juntos pero también es el momento en el que se ha producido producido digamos el giro a la derecha en algunos países de nuestra región. ¿En qué medida esto podría afectar los procesos de integración que vive América Latina?



Bueno yo no concuerdo mucho con aquello porque por el contrario se han ratificado procesos de izquierda también en algunos países de la región mire la esplendorosa victoria de Evo Morales en Bolivia, mire "Pepe" (José) Mujica en Uruguay, entonces es claro que en Chile va a tomar el poder un gobierno de derecha pero, con todo respeto para Chile verdad, la política económica que llevó a cabo Chile con los gobiernos de la Concertación fueron políticas de centro-derecha, no creo que allí haya grandes cambios, tal vez sí en la visión de integración regional, pero esperemos, esperemos a ver qué pasa. Chile siempre ha tenido una vocación integracionista entonces creemos que, independientemente de los gobiernos y de su orientación, van a seguir promoviendo, como lo hizo Michelle Bachelet, dicha integración.



Entonces realmente, además, consideramos que hay un ambiente en América Latina muy interesante, mide el clima en esta reunión, gobiernos como usted quiera definirlos, de centro- derecha, de derecha, centro-izquierda, izquierda, pero todos convergiendo en la necesidad de integración y de esta nueva organización que ha sido lograda por unanimidad. Entonces, creemos que más allá de las ideologías y las orientaciones de los gobiernos hay cosas fundamentales en América Latina que van más allá de esas orientaciones y que se están logrando como nuestras propias instituciones, como esa voluntad de ser dueños de nuestro destino.



Usted mismo ha recordado que la idea de hacer algo así como la organización que acaba de surgir partió de Ecuador. De Ecuador también han partido esfuerzos por consolidar Unasur, el ALBA, una serie de proyectos que han sido la expresión de la integración en los últimos tiempos en América Latina. ¿Cómo convivirían todos esos proyectos dentro de la organización que se crea y cómo conviviría esa organización con la OEA o sería como la negación de la OEA?



No interesa quién inició la idea de la nueva organización, lo importante es que ya es prácticamente una realidad. Es necesario, mire, yo veo esto como un proceso un poco caótico pero en la dirección correcta, es decir, nació y permaneció en América Latina el deseo de integrarnos, de tener nuestras propias instancias, etcétera, y tal vez fue un poco desorganizado ese primer intento, pero le insisto en la dirección correcta.



Se generaron muchas instancias de integración: Comunidad Andina, Mercosur, Unasur, ALBA, la Cumbre de América Latina y el Caribe, el Grupo de Río. Entonces, es como si ya se están consolidando esos diferentes procesos y uno hace camino al andar. Porque le insisto, ha sido un proceso un proceso caótico pero en la dirección correcta, buscar la integración latinoamericana. Y yo creo que poco a poco vamos a ser más eficientes y eficaces en este sentido porque es real que ha habido muchas instancias de integración muchas veces superpuestas entre ellas.



Cómo va a convivir esta Comunidad de Estados Latinoamericanos y del Caribe con la OEA?. Bueno en un principio en los documentos, borradores para esta cumbre se nos decía: No una organización que busque sustituir a la OEA, yo no creo que tiene que tener ese fin explícito pero tampoco es que vamos a tener que perder un minuto de sueño para que la nueva organización no deje sin razón de ser a la OEA, en lo particular yo creo que esta organización debe asumir muchas, muchas de la funciones que tiene actualmente la OEA, como por ejemplo, la resolución pacífica de controversias, porque como latinoamericano, si me revela que hay un golpe de Estado en Honduras y tenemos que reunirnos a discutir en Washington, eso no puede continuar, verdad.



Si eso se significa la desaparición de la OEA, pues !Qué pena!, las instituciones son medios, no fines. Entonces, nadie busca explícitamente irse contra alguna organización existente pero tampoco es que vamos a buscar lo contrario para no molestar a ciertas organizaciones, ciertos establishment o ciertos países, cuidémonos de no hacer daño a esta organización, de no perjudicarla, etcétera. Las organizaciones no son los fines en sí mismos, son los medios y si un mejor medio para sacar adelante esta patria grande como la llamó Bolívar, José Martí a nuestra América es la Comunidad, como la hemos llamado, de Estados Latinoamericanos y el Caribe, y eso implica la desaparición de la OEA, !Que pena!, pero nosotros vamos a trabajar en función del bienestar de nuestros pueblos no en función de ninguna organización.



Es decir, incluso dentro de la OEA esta organización ¿Podría representar, ser la voz y la presencia del conjunto de América Latina y el Caribe?.



Por supuesto, eso es lo que se busca.



Ahora, 200 años Presidente han transcurrido desde los procesos independentistas latinoamericanos, esta cita se decía que también celebraba la llegada de ese aniversario y la llegada de los 100 años de la Revolución Mexicana, de todas maneras no tendría un carácter celebratorio si no de deuda con los próceres latinoamericanos. ¿Cree usted que hay una deuda cumplida o por cumplir?. Cómo la siente al finalizar esta cumbre?



Creo que los procesos libertarios de hace 200 años cumplieron con un fin específico: liberarnos del colonialismo, pero como decimos en Ecuador la segunda independencia todavía está pendiente. Nos referimos a ser verdaderamente libres, soberanos, a liberarnos de la pobreza, de la inequidad y eso todavía es un proceso en construcción.



Por eso en Ecuador estamos celebrando el Bicentenario como un proceso, algo que está en marcha. Recordando 200 años de la independencia política de España, pero también al mismo tiempo recordando que hay una obra inconclusa y que tenemos que lograr esa segunda y definitiva independencia que es la liberación de la pobreza, de cualquier clase de yugo explícito o implícito, lograr una soberanía plena en dignidad, en justicia, en equidad.



Es decir que ¿Esto es nada más un primer paso?



Estamos caminando y lo que si a gran desafío es caminar mucho más rápido porque nuestros pueblos no tienen más tiempo que perder y en la dirección correcta.

Quería, brevemente, abordar temas de asunto personal. Sabemos que caba de operarse de la rodilla, lo ha sabido todo el mundo. ¿Cómo se siente, cómo está de salud?



Muy bien y aprovechando la oportunidad, un abrazo al hospital Frank País a ese extraortdinario doctor y amigo, Rodrigo Álvarez Cámara, los mismo a Raúl Castro y Fidel Castro, siempre nos atienden con toda la hospitalidad y toda la amabilidad del caso, es más, en exceso.

La operación ha sido un éxito, yo no tengo ningún dolor, pero durante tres semanas no puedo asentar la pierna derecha, por eso me crea bastante dificultades para movilizarme, pero pese a eso tenemos que cumplir con nuestros deberes de jefe de Estado, así que con muletas y silla de ruedas llegamos a Cancún.



Sí ¿Por eso no faltó a la Cumbre de la Unidad? ¿No podía faltar?



No, recuerden ustedes que estoy como presidente pro-témpore de Unasur, así que la presencia mía era importante.



Hablemos de Unasur, que ha sido, de todos los proyectos más recientes de integración, el mecanismo político que más eficazmente ha actuado frente a los desaf'ñios que nhan planteado los problemas en América Latina.



Eso es lo bueno, que ya no son cosas retóricas que quedan en el limbo, sino que tienen resultados concretos. la propia comunidad que acabam,os de crear fue precedida por el Grupo de Río, que tuvo una importante actuación en la crisis, recuerden, en marzo de 2008 entre Colombia y Ecuador, osea, nunca se había resulto un conflicto tan grave de manera tan directa, tan frontal como en aquella cumbre del Grupo de Río en Santo Domingo, en República Dominicana. Lo mismo Unasur, recuerden como actuó en la crisis boliviana, además que Unasur no es sólo un espacio para resolución de controversias, sino un espacio para concretar integración energética, financiera, comercial, etcétera, en nuestra región.



Para los estándares internacionales, al menos, vamos a pasos agigantados. Por ejemplo, ya estamos construyendo una política de defensa regional, una política de seguridad y se están construyendo varios planes, insisto, de integración en cuanto a infraestructura, cosas que a procesos integracionistas como la Unión Europea les tomó mucho más tiempo. Obviamente tenemos que ir mucho más rápido, la integración tiene que rendir frutos concretos a nuestros pueblos, para que nuestros pueblos crean en esa integración, pero por supuesto siempre se puede mejorar. No ser perfectos no es una desventaja, sino una ventaja, porque nos permite ser mejores cada día, podemos ir más rápido pero se está avanzando, es claro que no estamos retrocediendo en esos aspectos.



¿Contar con líderes en América Latina que tienen una preparación e ideas propias de cuál debe ser el camino latinoamericano evitaría cometer los errores de otros? Se alude mucho la integración el estilo europeo. ¿Sería para América Latina ese el modelo a seguir en una integración?



Hay muchas cosas que se pueden seguir del modelo europeo. El modelo europeo es bastante aleccionador y digamos, que nos transmite muchos desafíos que tuvieron que enfrentar y lo hicieron éxitosamente los europeos. Por ejemplo, usted ha mencionado una serie de conflictos que ocurren todavía en nuestra América, pero acuérdese de lo que hace años era Europa, en la Segunda Guerra Mundial, se mataron entre ellos, 50 millones de europeos, rusos, etcétera.



Y hoy, sin Rusia, pero 27 países, muchos de ellos enemigos hace 50 años en guerras generalizadas, sangrientas y mundiales, ahora prácticamente son un solo país. Eso es una lección importante para cualquier región del mundo, cómo se organiza esa región, con qué sistema económico, con qué sistema social. Podemos aprender mucho de los aciertos y de los errores de la Unión Europea.



Hay aciertos, como por ejemplo los fondos de compensación para los países más retrasados a nivel de desarrollo. Entonces creo que se pueden sacar muchas lecciones importantes para América Latina del proceso de la Unión Europea pero, por supuesto, debemos construir algo propio.



Claro, y ustedes también están dando lecciones a otras partes del mundo, porque digamos que un proyecto del ALBA o la cooperación entre las naciones sin que medie el interés financiero, pensando en la propia Escuela Latinoamericana de Medicina de La Habana, el envío de médico a otros países.



Como siempre le digo al pueblo ecuatoriano, se lo decía también a mis alumnos cuando era profesor universitario. Mientras que la Unión Europea tendrá que explicarle a sus hijos por qué se unieron, porque estamos hablando de 27 países con diferentes sistemas políticos, hay monarquías constitucionales, hay democracias parlamentarias, diferentes lenguas, diferentes culturas, diferentes religiones, diferentes sistemas, incluso económicos, nosotros tendremos que explicarles a nuestros hijos por qué nos demoramos tanto, porque es muchísimo más lo que nos une que lo que nos separa. Tenemos todo para construir esa Patria Grande como soñaron nuestros Libertadores, Simón Bolívar, el propio Eloy Alfaro en Ecuador, José Martí en Cuba. Tenemos todo para construir esa Patria Grande, yo veo el camino mucho más sencillo que el que tuvo que recorrer la Unión Europea.



Se han dado pasos importantes, porque un paso, un ejemplo de lo que es integración y de sus frutos es la Escuela de las Américas de Medicina en La Habana. Cuántos jóvenes en nuestra América ha formado y cuánto bien han hecho.



Usted, digamos que por un breve error, dijo Escuela de las Américas de Medicina, pero dijo bien porque es más que latinoamericana porque hoy en día hay estudiantes de Estados Unidos, de África y de muchos países.



Sí pero es Escuela Latinoamericana de Medicina, perdonen el lapsus lengua.

En Defensa de Cuba

Por: Red En defensa de la Humanidad

::

A propósito de la resolución del 11 de marzo del Parlamento Europeo sobre

Cuba, los intelectuales, académicos, luchadores sociales, pensadores

críticos y artistas de la Red En Defensa de la Humanidad

manifestamos:



1. Que compartimos la sensibilidad mostrada por los parlamentarios

europeos acerca de los prisioneros políticos. Como ellos, nos pronunciamos

por la inmediata e incondicional liberación de todos los presos políticos,

en todos los países del mundo, incluidos los de la Unión Europea.



2. Que lamentamos profundamente, como ellos, el fallecimiento del

preso común Orlando Zapata, pero no admitimos que su muerte, primera "Â…en

casi cuarenta años" según el propio Parlamento, sea tergiversada con fines

políticos muy distintos y contrarios a los de la defensa de los derechos

humanos.



3. Que instar "Â…a las instituciones europeas a que den apoyo

incondicional y alienten sin reservas el inicio de un proceso pacífico de

transición política hacia una democracia pluripartidista en Cuba" no sólo es

un acto injerencista, que reprobamos en virtud de nuestro compromiso con los

principios de no intervención y de autodeterminación de los pueblos

-defendidos también por la ONU-, y en contra de la colonialidad, sino que

supone un modelo único de democracia que, por cierto, cada vez se muestra

más insuficiente y cuestionable. La búsqueda y profundización de la

democracia supone, entre otras cosas, trascender sus niveles formales e

inventar nuevas formas auténticamente representativas que no necesariamente

están ceñidas al pluripartidismo que, como bien se sabe, encubre

frecuentemente el hecho de que las decisiones sobre los grandes problemas

mundiales son tomadas unilateralmente por pequeños grupos de interés con

inmenso poder, por encima del régimen de partidos.



4. Que pretender justificar una intromisión en los asuntos políticos

internos del pueblo cubano manipulando mediáticamente el caso de Orlando

Zapata -delincuente común y de ninguna manera preso político-, coincide con

las políticas contrainsurgentes que han estado aplicándose en América Latina

para detener o distorsionar los procesos de transformación emancipadora que

están en curso y se suma al criminal bloqueo al que ha sido sometido el

pueblo cubano, por el simple hecho de no aceptar imposiciones y defender su

derecho a decidir su destino con dignidad e independencia.



5. Que compartimos la preocupación mostrada por los parlamentarios

sobre el respeto a los derechos humanos en Cuba pero la extendemos al mundo

en su totalidad. Así como les preocupa el caso del delincuente fallecido

(que en 40 años no tiene ningún antecedente similar), los invitamos a exigir

el fin de la ocupación de Gaza y del hostigamiento al pueblo Palestino, que

ha provocado no una sino miles de muertes; de la intervención en Irak y

Afganistán sembrando muerte y terror en pueblos y ciudades; de los

bombardeos en esos lugares con el argumento de defender la democracia; el

fin de la doble ocupación de Haití; el cierre de la prisión de Guantánamo y

la entrega de ese territorio a Cuba, a quien le pertenece; la devolución de

las islas Malvinas a Argentina; y, por supuesto, el fin de un bloqueo que

viola los derechos humanos del pueblo cubano y que puede poner en duda la

calidad moral de quien exige trato humano para un delincuente cuando se lo

niega a un pueblo entero.



El acoso económico y mediático al que está siendo sometida Cuba, aun antes

del deceso del preso común Orlando Zapata, constituye un atentado contra los

derechos humanos y políticos de un pueblo que decidió hacer un camino

diferente.



Exigimos respeto a los procesos internos del pueblo cubano para definir y

ejercer su democracia, y consecuencia con los principios universales de no

intervención acordados por las Naciones Unidas.



Red En defensa de la Humanidad



Pablo González Casanova, Víctor Flores Olea, Ana Esther Ceceña

Os fariseus e a dignidade

Carta Maior, 12/03/2010

Por Emir Sader


O que sabem os leitores dos diários brasileiros sobre Cuba? O que sabem os telespectadores brasileiros sobre Cuba? O que sabem os ouvintes de rádio brasileiros sobre Cuba? O que saberia o povo brasileiro sobre Cuba, se dependesse da mídia brasileira?

O que mais os jornalistas da imprensa mercantil adoram é concordar com seus patrões. Podem exorbitar na linguagem, para badalar os que pagam seu salários. Sabem que atacar ao PT é o que mais agrada a seus patrões, porque é quem mais os perturba e os afeta. Vale até dar espaco para qualquer mercenário publicar calúnias contra o Lula, para, depois jogá-lo de volta na lata do lixo.

No circo dessa imprensa recentemente realizado em São Paulo, os relatos dizem que os donos das empresas – Frias, Marinhos – tinham intervenções mais discretas, – ninguem duvida das suas posiçõoes de ultra-direita -, mas seus empregados se exibiam competindo sobre quem fazia a declaração mais extremista, mais retumbante, sabendo que seriam recolhidas pela mídia, mas sobretudo buscando sorrisinho no rosto dos patrões e, quem sabe, uns zerinhos a mais no contracheque no fim do mês.

Quem foi informado pela imprensa que há quase 50 anos Cuba já terminou com o analfabetismo, que mais recentemente, com a participação direta dos seus educadores, o analfabetismo foi erradicado na Venezuela, na Bolívia e no Equador? Que empresa jornalística noiticiou? Quais mandaram repórteres para saber como países pobres ou menos desenvolvidos conseguiram o que mais desenvolvidos como os EUA ou mesmo o Brasil, a Argentina, o México, náo conseguiram?

Mandaram repórteres saber como funciona naquela ilha do Caribe, pouco desenvolvida economicamente, o sistema educacional e de saúde universal e gratuito para todos? Se perguntaram sobre a comparação feita por Michael Moore no seu filme "Sicko" sobre os sistemas de saúde – em particular o brutalmente mercantilizado dos EUA e o público e gratuito de Cuba?

Essas empresas privadas da mídia fizeram reportagens sobre a Escola Latinoamericana de Medicina que, em Cuba, já formou mais de cinco gerações de médicos de todos os países da América Latina e inclusive dos EUA, gratuitamente, na melhor medicina social do mundo? Foi despertada a curiosidade de algum jornalista, econômico, educativo ou não, sobre o fato de que Cuba, passando por grandes dificuldades econômicas – como suas empresas não deixam de noticiar – não fechou nenhuma vaga nem nas suas escolas tradicionais, nem na Escola Latinoamericana de Medicina, nem fechou nenhum leito em hospitais?

Se dependesse dessas empresas, se trataria de um regime “decrépito”, governado por dois irmãos há mais de 50 anos, um verdadeiro “goulag tropical”, uma ilha transformada em prisão.

Alguém tentou explicar como é possivel conviver esse tipo de sociedade igualitária com a base naval de Guantánamo? Se noticiam regularmente as barbaridades que ocorrem lá, onde presos sob simples suspeita, são interrogados e torturados – conforme tantas testemunhas que a imprensa se nega em publicar – em condições fora de qualquer jurisdição internacional?

Noticiam que, como disse Raul Castro, sim, se tortura naquela ilha, se prende, se julga e se condena da forma mais arbitrária possível, detidos em masmorras, como animais, mas isso se passa sob responsabilidade norteamericana, desse mesmo governo que protesta por uma greve de fome de uma pessoa que – apesar da ignorância de cronistas da família Frias – não é um preso, mas está livre, na sua casa?

Perguntam-se por que a maior potência imperial do mundo, derrotada por essa pequena ilha, ainda hoje tem um pedaco do seu territorio? Escandalizam-se, dizendo que se “passou dos limites”, quando constatam que isso se dá há mais de um século, sob os olhos complacentes da “comunidade internacional”, modelo de “civilização”, agentes do colonialismo, da escravidão, da pirataria, do imperialismo, das duas grandes guerras mundiais, do fascismo?

Comparam a “indignação” atual dos jornais dos seus patrões com o que disseram ou calaram sobre Abu-Graieb? Sobre os “falsos positivos” (sabem do que se trata?) na Colômbia? Sobre a invasao e os massacres no Panamá, por tropas norteamericanas, que sequestraram e levaram para ser julgado em Miami seu ex-aliado e então presidente eleito do país, Noriega, cujos 30 anos foram completamente desconhecidos pela imprensa? Falam do muro que os EUA construíram na fronteira com o México, onde morre todos os anos mais gente do que em todo tempo de existência do muro de Berlim? A ocupação brutal da Palestina, o cerco que ainda segue a Gaza, é tema de seus espacos jornalisticos ou melhor calar para que os cada vez menos leitores, telespectadores e ouvintes possam se recordar do que realmente é barbarie, mas que cometida pela “civilizada” Israel – que ademais conta com empresas que anunciam regularmente nos orgãos dessas empresas – deve ser escondida? Que protestos fizeram os empregados da empresa que emprestou seus carros para que atuassem os servicos repressivos da ditadura, disfarçaados de jornalistas, para sequestrar, torturar, fuzilar e fazer opositores desaparecerem? Disseram que isso “passou de todos os limites” ou ficaram calados, para não perder seus empregos?

Mas morreu um preso em Cuba. Que horror! Que oportunidade para bajular os seus patrões, mostrando indignação contra um país de esquerda! Que bom poder reafirmar diante deles que se se foi algum dia de esquerda, foi um resfriado, pego por más convivências, em lugares que não frequentam mais; já estão curados, vacinados, nunca mais pegarão esse vírus. (Um empregado da família Frias, casado com uma tucana, orgulha-se de ter ido a todos os Foruns Econômicos de Davos e a nenhum Fórum Social Mundial.

Ali pôde conhecer ricaços e entrevistá-los, antes que estivessem envoldidos em escândalos, quebrassem ou fossem para a prisão. Cada um tem seu gosto, mas não dá para posar como “progressista”, escolhendo Davos a Porto Alegre.)


Não conhecem Cuba, promovem a mentira do silêncio, para poder difamar Cuba. Não dizem o que era na época da ditadura de Batista e em que se transformou hoje. Não dizem que os problemas que têm a ilha é porque não quer fazer o que fez o darling dessa midia, FHC, impondo duro ajuste fiscal para equilibrar as finanças públicas, privatizando, favorecendo o grande capital, financeirizando a economia e o Estado. Cuba busca manter os direitos universais a toda sua população, para o que trata de desenvolver um modelo econômico que não faça com que o povo pague as dificuldades da economia. Mentem silenciando sobre o fato de que, em Cuba, não há ninguem abandonado nas ruas, de que todos podem contar com o apoio do Estado cubano, um Estado que nunca se rendeu ao FMI.

Cuba é a sociedade mais igualitária do mundo, a mais solidária, um país soberano, assediado pelo mais longo bloqueio que a história conheceu, de quase 50 anos, pela maior potência econômica e militar da história. Cuba é vítima privilegiada da imprensa saudosa do Bush, porque se é possivel uma sociedade igualitária, solidária, mesmo que pobre, que maior acusação pode haver contra a sociedade do egoísmo, do consumismo, da mercantilizacao, em que tudo tem preço, tudo se vende, tudo se compra?

Como disse Celso Amorim, o Ministro de Relações Exteriores do Brasil: os que querem contribuir a resolver a situação de Cuba tem uma fórmula muito simples – terminem com o bloqueio contra a ilha. Terminem com Guantanamo como base de terrorismo internacional, terminem com o bloqueio informativo, dêem aos cubanos o mesmo direito que dão diariamente aos opositores ao regime – o do expor o que pensam. Relatem as verdades de Cuba no lugar das mentiras, do silêncio e da covardia.

Diante de situações como essa, a razão e a atualidade de José Martí:

“Há de haver no mundo certa quantidade de decoro,

como há de haver certa quantidade de luz.

Quando há muitos homens sem decoro, há sempre outros

que têm em si o decoro de muitos homens.

Estes são os que se rebelam com força terrível

contra os que roubam aos povos sua liberdade,

que é roubar-lhes seu decoro.

Nesses homens vão milhares de homens,

vai um povo inteiro,

vai a dignidade humana…

Reflexões sobre Cuba

Luiz Ricardo Leitão

A vida é muito dinâmica e, a cada dia, nos propicia pródigas lições sobre a


desfaçatez humana. Este cronista, por exemplo, já se preparava para escrever

sobre o último carnaval, em que, mais uma vez, as contradições suscitadas

pela dimensão 'espetacular' da festa em oposição à sua iniludível origem

popular suscitaram um intenso debate entre os foliões cariocas, baianos e de

outras províncias da nossa Bruzundanga. De súbito, vi as páginas de opinião

da grande imprensa nacional e estrangeira invadidas por severos editoriais

de condenação ao governo cubano pela morte do autoproclamado "preso

político" Orlando Zapata Tamayo, após um longo período em greve de fome. Ato

contínuo, voltou a circular pela rede virtual artigos e textos hostis ou

simpáticos ao regime de Fidel, Raúl & Cia., repletos, como sempre, de

prognósticos e palpites sobre o futuro da ilha.*



*Esse enredo não é novo, pensei cá com meus botões. Em outubro de 1991, já

no Período Especial, Noam Chomsky aventava algumas hipóteses sobre o destino

insular. Declarava o pensador que os EUA não invadiriam Cuba enquanto

temessem uma forte resistência armada no país. A tática de Washington seria,

pois, apostar no estrangulamento econômico, a fim de que a situação interna

piorasse, de tal forma que os protestos se multiplicassem e, em decorrência

disso, as medidas repressivas se tornassem inevitáveis. Os desdobramentos

eram previsíveis: devido aos efeitos cada vez mais nefastos do bloqueio, as

ações do aparato de repressão viriam a ser cada vez mais rigorosas e, com

isso, terminaria por instituir-se "o ciclo natural de mais repressão, mais

dissidentes e talvez violência".*



*Essa era a senha para o retorno dos marines à terra de Martí. A imprensa

ianque já poderia até escrever os editoriais sobre a iminente ação imperial

no arquipélago vizinho: "Libertamos Cuba", "Todo o hemisfério é democrático"

e outras balelas do gênero, prognosticava Chomsky, convencido, porém, de que

o plano mais racional -- em certa medida aplicado -- consistiria em esperar

que tudo desmoronasse na pérola do Caribe. A manutenção do bloqueio, o corte

dos créditos, a quarentena cultural e as medidas "cirúrgicas" para impedir a

ruptura do isolamento resultariam em mais sofrimento para a ilha e, por

extensão, mais dissidência, protestos e rebeliões.*



*Passaram-se quase vinte anos - e até os oráculos falharam. Os cubanos

conhecem muito bem seus problemas internos, ao contrário do que supõem os

inimigos, mas preservam, como raros povos no mundo, o sagrado direito da

autodeterminação. E, politizados e instruídos, têm acompanhado com muita

atenção as didáticas lições que o mundo pós-moderno lhes enseja. Eles hoje

podem avaliar com precisão o que foi a opção da ex-URSS pela vistosa

"economia de mercado", que deixou a Rússia entregue ao poder das máfias e

monopólios. Eles veem ao seu lado o Haiti devastado pela eterna servidão

colonial, tutelado de forma grotesca pelas forças da ONU, padecendo a mais

grave tragédia social do Ocidente. E sabem que a aparente "paz e

prosperidade" do modelo neoliberal na América Latina não passa de um

espelhinho dourado para encantar os analfabetos políticos.*



*Agora mesmo, após o brutal terremoto que sacudiu o Chile, já estão eles a

receber notícias sobre os eventos na pátria de Allende e Neruda, dando-nos

conta de que, no dia seguinte ao abalo, havia um cenário de caos social, com

saques a supermercados em várias cidades, que obrigaram a presidente

Bachelet a pôr o Exército nas ruas para conter a onda de roubos. Em Cuba,

quando um furacão açoita o território, além de não se perderem milhares de

vidas (como ocorre no vizinho Haiti), nunca se registram as cenas de

barbárie a que se assiste na América do Sul. Estado e sociedade civil são

aliados na luta de reconstrução do país, tarefa que é bastante facilitada

pelo alto grau de organização social da população.*



*Por isso, não estranho que as vozes mais contundentes contra Cuba emanem da

Espanha e dos EUA, ou dos bolsões mais reacionários de Bruzundanga. A altiva

ex-colônia incomoda muito suas ex-metrópoles, que, em termos de democracia,

quase nada têm a ensinar. Em meio à crise que grassa na periferia (e núcleo)

da União Europeia, o governo de Madri arvora-se em grande defensor da

democracia e exige a "libertação" dos presos políticos cubanos,

esquecendo-se das centenas de separatistas bascos encarcerados em suas

prisões. E a tchurma de Obama, que até hoje não cumpriu a promessa de

desativar Guantánamo, reitera com o cinismo usual a "apelação humanitária"

dos espanhóis. Mais irônico que isso, só mesmo o voto de pesar que o

hipopótamo Heráclito Fortes (DEM-PI) expressou no Senado pela morte de

Zapata. Pelo visto, nem a prisão de Arruda abalou tanto os nossos

"democratas"...*



*Luiz Ricardo Leitão é escritor e professor adjunto da UERJ. Doutor em

Estudos Literários pela Universidade de La Habana, é autor de Extranjeros:

reflexões, crônicas e ficções de um brasileiro em Cuba no "Período

Especial".***

terça-feira, 16 de março de 2010

Legisladores norte-americanos recebem dinheiro para apoiarem política anti-cubana

HAVANA, Cuba, 18 nov (ACN)


 Legisladores norte-americanos – republicanos e democratas – receberam pagamentos próximos aos 11 milhões de dólares por apoiarem a política agressiva de Washington contra Cuba no Congresso dos EUA.



O jornal Granma dá detalhes na terça-feira de um relatório publicado pela da organização não partidária Campanha Pública que revela os nomes e os montantes recebidos por representantes e senadores no Capitólio.



De acordo com o relatório, o dinheiro veio por mediação de Mauricio Clever-Carone, cubano-italiano de extrema-direita que preside uma Comissão registrada em Washington como Pac Estados Unidos-Cuba e que representa os interesses da organização Conselho para a liberdade de Cuba.



O grupo baseado em Miami e composto por um grupo de milionários de origem cubana, está dirigido por Remedios Díaz Oliver, uma mulher de negócios de Miami, acusada anos atrás da evasão de impostos federais.



A lista dos legisladores que recebeu dinheiro por apoiar a política hostil contra Cuba é longa e inclui, como fora dito, democratas e republicanos. Lincoln Diaz Balart (R-FL), a encabeça. Ele recebeu US$ 366,964; seu irmão Mario Díaz Balart (R-FL) - US$ 364,176; Ileana Ros-Lehtinen (R-FL) - US$ 240,050; e o senador Republicano John McCain, - US$ 183,415. Todos os outros da lista são democratas.

Cuba rejeita a posição do Parlamento Europeu

HAVANA, Cuba, 11 mar (ACN) A Assembléia Nacional do Poder Popular de Cuba, fez uma declaração hoje, em que critica a posição do Parlamento Europeu em relação à ilha.


Agência Cubana de Notícias


O órgão legislativo do Velho Continente aprovou uma resolução contra Cuba, cujo pretexto principal é a morte de um contra-revolucionário cubano, a serviço dos interesses dos E.U.


O preso, voluntariamente, se recusou a ingerir alimento, quando começou uma greve de fome, apesar dos avisos e ações dos médicos e especialistas cubanos. As autoridades pouco poderiam ter feito neste caso, já que seguiram os princípios da bioética, que não permitem interferir nas decisões deste tipo.


Mas a mídia internacional, apesar disso aproveitou esta circunstância e organizou uma intensa campanha midiática, cujo principal objetivo é desacreditar a ilha.


O texto recorda uma inegável realidade: os médicos cubanos constantemente lutam pela vida humana, tanto aqui quanto em outros países.


Um exemplo é a dedicação dos profissionais de saúde no Haiti, silenciada por quase todos os grandes meios de comunicação estrangeiros.


A Assembléia Nacional da República de Cuba classificou de “cínicas” as acusações dos países ricos, representados no Parlamento Europeu.


Eles não têm direito moral para dar lições a Cuba, num momento em que a Europa persegue imigrantes e desempregados, bem como participa ou permite o tráfico aéreo de prisioneiros, a criação de prisões ilegais e auspicia as torturas, afirma o comunicado.

segunda-feira, 15 de março de 2010

Posada Carriles e o Parlamento Europeu

Escrito por Erica Soares

lunes, 15 de marzo de 2010

15 de marzo de 2010, 11:15Havana, 15 mar (Prensa Latina) Quase em paralelo à recente sessão do Parlamento Europeu que alinhou essa instituição com a campanha midiática contra Cuba, um tribunal estadunidense suspendeu pela enésima vez o julgamento que segue contra Luis Posada Carriles.

O assinalado como mas importante terrorista da história recente na América Latina, sorridente e tranquilo, absolutamente não foi molestado em sua feliz estadia na Flórida, consciente da imunidade representada pelos segredos que conhece das atividades violentas contra a Ilha, para as quais foi recrutado pela CIA.

Trata-se de um dos casos mais escandalosos na história dos planos executados durante muitas décadas pelo governo dos Estados Unidos após o triunfo dos guerrilheiros da Sierra Maestra, o qual compromete todas as administrações do último meio século.

É conveniente sempre refrescar o que tem representado na interminável história das agressões terroristas contra a nação antilhana este homem tratado com luvas de seda pelo governo e justiça estadunidenses e que carrega sobre seus ombros ter interrompido a vida de tantos cubanos.

Sua mais indignante e célebre façanha foi a explosão em pleno voo, em 1976, de um avião da Cubana de Aviação em frente a costa de Barbados, mediante a qual assassinou a sangue frio 73 pessoas, entre elas os jovens integrantes da equipe de esgrima que regressava a Havana depois de ganhar um torneio na Venezuela.

Se uma ação deste tipo merece a condenação enérgica, a característica do personagem ficou ainda mas clara diante do mundo inteiro quando foi capaz de reconhecer em uma entrevista feita pela jornalista venezuelana Alicia Herrera a autoria do fato sem constrangimento algum.

Seu sócio de feitoria, Orlando Bosch, outro aliado dos serviços de espionagem norte-americanos, declarou tranquilamente que apenas havia morrido no terrível atentado "um grupo de negrinhos" mostrando assim sua semblante moral.

Posada Carriles, além de uma negra história de torturador da polícia política venezuelana, foi responsável por uma onda de atentados dinamiteiros contra instalações turísticas em Cuba e do envio de mercenários latino-americanos para executá-la.

De nada valem as provas apresentadas pela Venezuela e por Cuba para conseguir, pelo menos, que os tribunais dos Estados Unidos apliquem as condenações merecidas por Posada e Bosch e nem sequer celebrem os julgamentos pertinentes, porque a proteção oficial assim o impede.

Esta aberração jurídica, política e até anti-humana, não mereceu a atenção dos ilustres euro-deputados que preferiram se converter em aliados da nova arremetida contra Cuba, na qual presos comuns são convertidos em heróis da luta pelos direitos humanos.



leg/jrr/es

Parlamento Europeu se alinhou a campanha anti-cubana

Artigo da Prensa Latina denunciando a mentalidade colonialista do Parlamento Europeu que insiste em interferir-se na política do país, soberano há já mais de 52 anos.
Viva Cuba Socialista e Maritiniana!


Havana, 12 mar (Prensa Latina) A resolução anti-cubana que o Parlamento Europeu acaba de adotar alinhou diretamente essa instituição com a feroz campanha política e mediática desenvolvida atualmente contra Cuba, que procura fabricar patriotas entre mercenários e delinquentes dentro do trabalho de subversão dirigido a derrocar a ordem constitucional erigida por nosso povo revolucionário há já 52 anos.
O que ocorreu em Estrasburgo pode ser catalogado como outro episódio da conspiração em marcha que, usando os principais meios de comunicação e as organizações dirigidas pelos setores mais reacionários, pretende aproveitar o lamentável incidente da morte de um preso comum, recrutado depois por grupúsculos contrarrevolucionários, por conta de uma prolongada greve de fome mantida por decisão própria, para confundir à opinião pública internacional.
Esta iniciativa impulsionada pela direita europeia no Parlamento conseguiu mobilizar aos diferentes grupos políticos que conformam este órgão legislativo, pondo em clara evidência a convergência de posições de direita e reacionárias que o compõem independentemente de nomes e classificações.
Isso é fácil de compreender se se tomar em conta o próprio argumento da convocação do debate no seio do Parlamento Europeu, para o qual se levantou o tão batido tema na propaganda contra a Ilha de "a situação dos presos políticos e de consciência em Cuba".

O único objectivo era produzir uma condenação contra o governo e povo cubanos, realmente submetidos à violação de seus direitos pelo longo bloqueio estadunidense e pela ingerência em seus assuntos internos também pela própria UE.

Durante o debate e para tratar de afiançar suas posições os eurodeputados de direita não tiveram pudor algum em assumir os desgastados argumentos tradicionalmente utilizados pelos Estados Unidos, para questionar de forma intervencionista nosso sistema político.

É lamentável que o Parlamento Europeu inclua de forma tosca em sua resolução a própria essência da "Posição Comum", sem ter sequer a honestidade da mencioná-la.

Essa mesma "Posição Comum" que como é amplamente conhecida, foi redigida em Washington no mesmo ano em que impunham a Cuba a Lei Helms Burton, ambas com o objetivo comum de destruir nossa Revolução.

O Parlamento Europeu parece não entender ainda que, enquanto a relíquia da "Posição Comum" exista, não haverá normalização nas relações de Cuba com a UE.

Ao analisar a fundo esta sessão da eurocâmara caberia perguntar onde ficaram os sempre mencionados "princípios democráticos e a pluralidade" esgrimidos pela desenvolvida Europa.

Sem o menor rubor, a resolução adotada pela eurocâmara "insta as instituições europeias a que deem apoio incondicional e alentem sem reservas a transição política" em Cuba.

Assim mesmo, "insta a que estabeleçam de imediato um diálogo estruturado com a sociedade civil cubana e com aqueles sectores que apoiem uma transição pacífica na ilha... utilizando os mecanismos comunitários de cooperação ao desenvolvimento".

Isto é, convoca abertamente os governos europeus a intensificar suas atividades subversivas e suas Embaixadas em Havana a implicar-se ainda mais no alento, no apoio e no financiamento aos mercenários.

A resolução demanda descaradamente que os projetos de cooperação entre a Comissão Europeia e Cuba se utilizem com propósitos subversivos.

Neste circo político chamou a atenção a postura do Grupo Socialista Europeu, que se rendeu obedientemente às posições mais de direita e anti-cubanas.

O Vice-presidente do Grupo dos socialistas espanhóis Ramón Jáuregui, ainda que agora se empenhe em demonstrar o contrário, chegou inclusive, a contradizer a linha seguida pela presidência espanhola da UE em sua política para Cuba.

Bem mais indignante ainda é que aqueles que representam os países cooperantes no sequestro, tortura e prisão em cadeias clandestinas de numerosas pessoas, assumam uma posição de defensores de direitos humanos contra Cuba, cuja revolução tem dedicado seus maiores esforços em salvar vidas em seu território e no resto do mundo.

O Parlamento Europeu deve olhar em seu entorno comum, onde se reprimem os imigrantes, esquecem a desempregados, aumentam as desigualdades, se constatam centenas de denúncias de torturas em suas prisões e de violações dos direitos humanos.

O espírito de metrópole colonialista rondou o plenário europeu quando muitos deputados se atribuíram o suposto direito de impor e ditar.

Parecem esquecer que há 52 anos o povo cubano tomou as rédias de seu destino e que não reconhece a esse Parlamento nenhuma jurisdição, e muito menos autoridade moral.

Sentem-se com direito de imiscuírem-se em nossas decisões internas e questioná-las. As autoridades europeias só revelam seu verdadeiro e retrógrado espírito colonialista.

Falsa democracia mesmo é a que, sem contar com os contribuintes europeus, pretende dirigir os fundos comunitários com destino ao sujo empenho de subverter o sistema político de outro país soberano.

É lamentável que uma instituição como esta se dedique a articular planos conspirativos e a amparar mercenários e delinquentes, ao mesmo tempo em que faz eco de deslavadas mentiras e distorções mal-intencionadas da realidade de nosso país.

No que pareceria uma burla, se não se tratasse de um tema tão ofensivo para nosso país, esse mesmo parlamento que supostamente tanto se preocupa pela proteção e defesa dos direitos humanos em Cuba, foi capaz de recusar por uma ampla maioria, duas propostas de emendas que justamente versavam sobre estes direitos.

Quais são os direitos humanos que ostentam os 439 eurodeputados que se opuseram abertamente a condenar e pedir o fim de um bloqueio, que constitui uma escancarada violação dos direitos humanos e um ato de genocídio, segundo o texto da Convenção de Genebra? Talvez o direito à vida não seja o mais elementar de todos os direitos humanos?

Como pode se compreender que esse conclave recuse outra emenda que menciona a explosão do avião da Cubana de Aviação em 1976 e prefere guardar silêncio sobre a colossal hipocrisia que constitui o fato de que os Estados Unidos mantenham presos cinco antiterroristas cubanos, enquanto dá refúgio e proteção ao principal terrorista deste hemisfério? Será que talvez algumas vidas têm mais valor que outras?
Com o anterior só expõem sua submissão aos interesses norte-americanos e mostram não ter uma política independente e própria.

Vozes dignas como as do Grupo da Esquerda Unida, se opuseram à aprovação da resolução anti-cubana.

Parte de seus membros, entre eles o espanhol Willy Meyer e a portuguesa Ilda Figueiredo, catalogaram como hipócrita a postura da Eurocâmara ao questionar Cuba e não fazer o mesmo com o golpe militar de Honduras.

Recordaram que esse foi, quiçá o único parlamento no mundo que não recusou "o golpe, com seus assassinatos e suas torturas".

Também, instaram a União Europeia a pôr fim à "Posição Comum" ao mesmo tempo em que exigiram o fim do bloqueio e denunciaram a injusta prisão dos cinco antiterroristas cubanos em cárceres dos Estados Unidos.

Uma vez mais equivocam-se com o povo de Cuba quem pretende enquadrá-lo com a tentativa de submeter a nossa pequena Ilha a tratamentos singularizados.

O ocorrido no plenária do Parlamento Europeu, ficará na história como evidência da mentalidade ainda colonialista dos estados europeus.

ocs/jrr/es

Cuba recusa pressões nas relações internacionais

Escrito por Erica Soares

jueves, 11 de marzo de 2010



11 de marzo de 2010, 13:25Havana, 11 mar (Prensa Latina) A Assembleia Nacional do Poder Popular de Cuba recusou hoje a imposição, a intolerância e a pressão como normas nas relações internacionais.



Em uma declaração divulgada nesta capital, o organismo legislativo criticou a postura do Parlamento Europeu, que no meio de uma campanha mediática, aprovou uma resolução de condenação contra a maior nação das Antilhas.



Esse texto "manipula sentimentos, tergiversa fatos, esgrime mentiras e oculta realidades", destaca o documento.



O pretexto utilizado foi a morte de um recluso, sancionado primeiro por delito comum e depois manipulado por interesses estadunidenses e da contra-revolução interna, que por vontade própria negou-se a ingerir alimentos apesar das advertências e da intervenção dos especialistas médicos cubanos.



Este fato lamentável - prossegue a declaração - não pode ser utilizado para condenar Cuba alegando que poderia ter evitado uma morte.



Se há um campo em nosso país que não tem que se defender com palavras, pois a realidade é irrefutável, é o da luta pela vida dos seres humanos, já sejam nascidos em Cuba ou em outros países.



Um só exemplo é a presença dos médicos cubanos no Haiti, desde 11 anos antes do terremoto de janeiro, silenciada pela imprensa hegemônica, assinala o texto.



A Assembleia Nacional do Poder Popular de Cuba qualificou a condenação de cínica e recorda que pelas decisões dos países ricos, representados no Parlamento Europeu, se perderam vidas de crianças em nações pobres.



"Todos sabiam que era uma sentença de morte em massa, mas optaram por preservar os níveis de gastos excessivos e ostentação de um consumismo largamente suicida", pontualiza o documento.



Eles não têm moral para dar lições a Cuba no momento em que na Europa se reprime imigrantes e desempregados, além de participar ou permitir o contrabando aéreo de detentos, o estabelecimento de cárceres ilegais e a prática de torturas.



Nem esta condenação discriminatória, nem a Lei Helms Burton, nem a Posição Comum europeia, têm o menor futuro, pois "recusamos a imposição, a intolerância e a pressão como norma nas relações internacionais", enfatiza o escrito.



rc/joe/es

Reflexões do companheiro Fidel:OS PERIGOS QUE NOS AMEAÇAM

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 Não se trata de uma questão ideológica relacionada com a esperança irremediável de que um mundo melhor é e deve ser possível. É conhecido que o homo sapiens existe há aproximadamente 200 mil anos, o que equivale a um minúsculo espaço do tempo decorrido desde que surgiram as primeiras formas de vida elementares em nosso planeta há por volta de três mil milhões de anos. As respostas perante os mistérios insondáveis da vida e da natureza têm sido fundamentalmente de caráter religioso. Careceria de sentido pretender que fosse de outra forma, e estou convencido de que nunca deixará de ser assim. Enquanto maior for o aprofundamento da ciência na explicação do universo, do espaço, do tempo, da matéria e da energia, das infinitas galáxias e das teorias sobre a origem das constelações e das estrelas, os átomos e frações dos mesmos que deram origem à vida e a brevidade da mesma, e os milhões e milhões de combinações por segundo que regem sua existência, mais perguntas se fará o homem na busca de explicações que serão cada vez mais complexas e difíceis. Enquanto mais se dedicam os seres humanos em procurar respostas a tão profundas e complexas tarefas que se relacionam com a inteligência, mais valerá a pena os esforços por tirá-los de sua colossal ignorância sobre as possibilidades reais que nossa espécie inteligente tem criado e resulta capaz de criar. Viver e ignorá-lo é a negação total de nossa condição humana. Porém, uma coisa resulta absolutamente verdade, muito poucos se imaginam quão próximo pode estar o desaparecimento de nossa espécie. Há quase 20 anos, em uma Reunião de Cúpula Mundial sobre o Meio Ambiente no Rio de Janeiro, abordei esse perigo perante um público seleto de Chefes de Estado e de Governo que escutou com respeito e interesse, ainda que nada preocupado pelo risco que via à distância de séculos, talvez milênios. Com certeza, para eles a tecnologia e a ciência -mais do que um sentido elementar de responsabilidade política- seriam capazes de encará-lo. Com uma grande foto de personagens importantes, os mais poderosos e influentes entre eles, concluiu feliz aquela importante Cúpula. Não havia perigo algum. Apenas se falava da mudança climática. George Bush, pai, e outros flamejantes líderes da Aliança Atlântica, desfrutavam a vitória sobre o campo socialista europeu. A União Soviética foi desintegrada e arruinada. Um imenso caudal do dinheiro russo passou para os bancos ocidentais, sua economia se desintegrou, e seu escudo defensivo frente às bases militares da NATO, tinha sido desmantelado. À antiga superpotência que contribuiu com a vida de mais de 25 milhões dos seus filhos na segunda guerra mundial, apenas lhe restou a capacidade de resposta estratégica do poder nuclear, que se vira obrigada a criar depois que os Estados Unidos desenvolveu em segredo a arma atômica lançada sobre duas cidades japonesas, quando o adversário vencido pelo avanço incontível das forças aliadas não estava já em condições de combater. Iniciou-se assim a Guerra Fria e o fabrico de milhares de armas termo-nucleares, cada vez mais destruidoras e precisas, capazes de aniquilar várias vezes a população do planeta. No entanto, o enfrentamento nuclear continuou, as armas se tornaram cada vez mais precisas e destruidoras. A Rússia não se resigna ao mundo unipolar que pretende impor Washington. Outras nações como a China, a Índia e o Brasil emergem com uma força econômica inusitada. Pela primeira vez, a espécie humana, em um mundo globalizado e repleto de contradições, tem criado a capacidade de se destruir a si própria. A isso se acrescentam armas de crueldade sem precedentes, como as bacteriológicas e químicas, as de napalm e fósforo vivo, que são usadas contra a população civil e desfrutam de total impunidade, as eletromagnéticas e outras formas de extermínio. Nenhum canto nas profundezas da terra ou dos mares ficaria fora do alcance dos atuais meios de guerra. Sabe-se que por estas vias foram criados dezenas de milhares de engenhos nucleares, inclusive de caráter portátil. O maior perigo deriva da determinação de líderes com tais faculdades na tomada de decisão, que o erro e a loucura, tão freqüentes na natureza humana, podem conduzir a catástrofes incríveis. Quase 65 anos decorreram desde que estouraram os dois primeiros engenhos nucleares, pela decisão de um sujeito medíocre que após a morte de Roosevelt ficou no comando da poderosa e rica potência norte-americana. Hoje são oito os países que, em sua maioria pelo apoio dos Estados Unidos, possuem essas armas, e vários mais desfrutam da tecnologia e dos recursos para fabricá-las em um mínimo de tempo. Grupos terroristas, alienados pelo ódio, poderiam ser capazes de recorrer a elas, da mesma forma que governos terroristas e irresponsáveis não hesitariam em empregá-las dada sua conduta genocida e incontrolável. A indústria militar é a mais próspera de todas e os Estados Unidos da América o maior exportador de armas. Se de todos os riscos mencionados se libertasse nossa espécie, existe um ainda maior, ou pelo menos mais iniludível: a mudança climática. A humanidade possui hoje sete mil milhões de habitantes, e dentro em breve, em um prazo de 40 anos, atingirá nove mil milhões, uma cifra nove vezes maior do que há apenas 200 anos. Em tempos da antiga Grécia, atrevo-me a supor que éramos ao redor de 40 vezes menos em todo o planeta. O espantoso de nossa época é a contradição entre a ideologia burguesa imperialista e a sobrevivência da espécie. Não se trata já de que exista a justiça entre os seres humanos, hoje mais do que possível é irrenunciável; senão do direito e das possibilidades de sobrevivência dos mesmos. Quando o horizonte dos conhecimentos se alarga até limites jamais concebidos mais se aproxima do abismo para onde a humanidade é conduzida. Todos os sofrimentos conhecidos até hoje são apenas sombra do que a humanidade possa ter pela frente. Três fatos aconteceram em apenas 71 dias, que a humanidade não pode passar por alto. Em 18 de dezembro de 2009, a comunidade internacional sofreu o maior descalabro da história, em sua tentativa de procurar solução ao mais grave problema que ameaça o mundo neste instante: a necessidade de pôr término com toda urgência aos gases de efeito estufa que estão provocando o problema mais grave encarado até hoje pela humanidade. Todas as esperanças foram colocadas na Cúpula de Copenhague após anos de preparação com posterioridade ao Protocolo de Quioto, que o Governo dos Estados Unidos ?o maior contaminador do mundo? tinha-se dado o luxo de ignorar. O resto da comunidade mundial, 192 países, desta vez incluídos os Estados Unidos, tinham-se comprometido a promover um novo acordo. Foi tão vergonhosa a tentativa norte-americana de impor seus interesses hegemônicos que, violando elementares princípios democráticos, tentou estabelecer condições inaceitáveis para o resto do mundo de forma antidemocrática, em virtude de compromissos bilaterais com um grupo dos países mais influentes das Nações Unidas. Os Estados que integram a organização internacional foram convidados para assinar um documento que constitui uma burla, em que se fala de contribuições futuras meramente teóricas para deter a mudança climática. Não tinham decorrido ainda três semanas quando, no entardecer de 12 de janeiro, o Haiti, o país mais pobre do hemisfério e o primeiro em pôr fim ao odioso sistema da escravidão, sofreu a maior catástrofe natural na história conhecida desta parte do mundo: um terremoto de 7,3 graus na escala Richter, a só 10 quilômetros de profundidade e a muito corta distância da beira de suas costas, açoitou a capital do país, em cujas fracas casas de barro vivia a maioria esmagadora das pessoas que resultaram mortas ou desaparecidas. Um país montanhoso e erodido, de 27 mil quilômetros quadrados, onde a lenha constitui praticamente a única fonte de combustível doméstico para nove milhões de pessoas. Se em algum lugar do planeta uma catástrofe natural tem constituído uma imensa tragédia é o Haiti, símbolo de pobreza e subdesenvolvimento, onde moram os descendentes deslocados da África pelos colonialistas para trabalharem como escravos dos amos brancos. O acontecimento abalou o mundo em todos os cantos, estremecido pelas imagens fílmicas divulgadas que beiravam no incrível. Os feridos, derramando sangue e graves, movimentavam-se entre os cadáveres clamando por auxílio. Debaixo dos escombros jaziam os corpos dos seus seres queridos sem vida. O número de vítimas mortais, segundo cálculos oficiais, ultrapassou as 200 mil pessoas. O país já estava intervindo por forças da MINUSTAH, que as Nações Unidas enviaram para restabelecer a ordem subvertida por forças mercenárias haitianas que instigadas pelo Governo de Bush se lançaram contra o Governo eleito pelo povo haitiano. Alguns prédios onde moravam soldados e chefes das forças de paz também se desabaram, causando vítimas dolorosas. Os comunicados oficiais estimam que, para além dos mortos, ao redor de 400 mil haitianos resultaram feridos e vários milhões, quase a metade da população total, sofreram afetações. Era uma verdadeira prova para a comunidade mundial, que depois da vergonhosa Cúpula de Dinamarca estava no dever de mostrar que os países desenvolvidos e ricos seriam capazes de encarar as ameaças da mudança climática para a vida no nosso planeta. O Haiti deve constituir um exemplo do que os países ricos devem fazer pelas nações do Terceiro Mundo diante da mudança climática. Pode-se acreditar ou não, desafiando os dados, em minha opinião, irrefutáveis dos cientistas mais sérios do planeta e da imensa maioria das pessoas mais instruídas e sérias do mundo, que pensam que ao ritmo atual de aquecimento os gases de efeito estufa elevarão a temperatura não só 1,5 graus, mas até 5 graus, e que já a temperatura média é a mais alta nos últimos 600 mil anos, muito antes que os seres humanos existissem como espécie no planeta. É absolutamente impensável que nove mil milhões de seres humanos que habitarão o mundo em 2050 possam sobreviver a semelhante catástrofe. Resta a esperança de que a própria ciência encontre solução ao problema da energia que hoje obriga a consumir em 100 anos mais o resto do combustível gasoso, líquido e sólido que a natureza tardou 400 milhões de anos em criar. A ciência talvez possa encontrar solução à energia necessária. A questão seria saber quanto tempo e a que custo os seres humanos poderão encarar o problema, que não é o único, visto que outros muitos minérios não renováveis e graves problemas precisam de solução. De uma coisa podemos ter certeza a partir de todos os conceitos hoje conhecidos: a estrela mais próxima está a quatro anos luz do nosso Sol, a uma velocidade de 300 mil quilômetros por segundo. Uma nave espacial talvez percorra essa distância em milhares de anos. O ser humano não tem outra alternativa do que viver neste planeta. Pareceria desnecessário abordar o tema se a só 54 dias do terremoto do Haiti, outro inacreditável sismo de 8,8 graus da escala Richter, cujo epicentro estava a 150 quilômetros de distância e 47,4 de profundidade a noroeste da cidade de Concepción, não ocasionasse outra catástrofe humana no Chile. Não foi o maior da história nesse país irmão; há quem diga que outro atingiu 9 graus, mas desta vez não foi apenas um fenômeno de efeito sísmico; enquanto no Haiti durante horas se esperou um maremoto que não se originou, no Chile o terremoto foi seguido por um enorme tsunami, que apareceu em suas costas entre quase 30 minutos e uma hora depois, segundo a distância e os dados que ainda não se conhecem com toda exatidão e cujas ondas chegaram até o Japão. Se não for pela experiência chilena face aos terremotos, suas construções mais sólidas e seus maiores recursos, o fenômeno natural teria costado a vida a dezenas de milhares ou talvez centenas de milhares de pessoas. Não por isso deixou de ocasionar por volta de mil vítimas mortais, segundo dados oficiais divulgados, milhares de feridos e talvez mais de dois milhões de pessoas sofreram prejuízos materiais. Quase a totalidade da sua população de 17 milhões 94 mil 275 habitantes, sofreu terrivelmente e ainda padece as conseqüências do sismo que durou mais de dois minutos, suas reiteradas réplicas, e as cenas terríveis e sofrimentos que deixou o tsunami ao longo dos seus milhares de quilômetros de costa. Nossa Pátria se solidariza plenamente e apóia moralmente o esforço material que a comunidade internacional está no dever de oferecer ao Chile. Se alguma coisa estivesse em nossas mãos, do ponto de vista humano, pelo irmão povo chileno, o povo de Cuba não hesitaria em fazê-lo. Acho que a comunidade internacional está no dever de informar com objetividade a tragédia sofrida por ambos os povos. Seria cruel, injusto e irresponsável deixar de educar os povos do mundo sobre os perigos que nos ameaçam. Que a verdade prevaleça por em cima da mesquinhez e das mentiras com que o imperialismo engana e confunde os povos! Fidel Castro Ruz 7 de março de 2010 21h27