sábado, 17 de julho de 2010

"O mundo vive entre duas tragédias, a da guerra e a do meio ambiente"

(Extraído de CubaDebate)

FALTAVA meia hora para o meio-dia de 15 de julho, quando Fidel chegou de surpresa à entrada do Aquário Nacional, envergando uma fresca camisa xadrez, com calça e sapatos esportivos, para travar logo uma breve conversa com duas garotas e um pequeno grupo de trabalhadores que lá se encontravam.

Fidel com as jovens treinadoras dos golfinhos

Após as boas-vindas sem protocolos, o diretor da instalação, Guillermo García, foi-lhe apresentando os membros de sua equipe de direção, a maioria composta por mulheres. "Trabalhar com mulheres é muito bom", comentou ao líder da Revolução, o qual retrucou: "e muito mais seguro".

Depois de rever com visível alegria fotos e recordações dos dias da reinauguração do Aquário, no ano 2002, e cumprimentar uma ampla representação dos trabalhadores, entre eles a doutora veterinária Celia Guevara March, filha de Che Guevara, com a qual teve uma conversa carinhosa à parte para saber da família, Fidel foi convidado a assistir o espetáculo submarino dos golfinhos, único de seu tipo no mundo.

Três golfinhos fêmeas, de sete anos de idade aproximadamente, são as estrelas do empolgante espetáculo que atrai mesmo antes de começar, quando os treinadores iniciam a comunicação com os animais no bordo superior da piscina de 500 metros cúbicos de água, munida com uma ampla janela de acrílico de 7,5 metros de altura, 14 de largura e 22 centímetros de espessura.

Fidel conversa com garotas que estavam visitando o Aquário.

O diretor do Aquário explicou a Fidel que, contrário às apresentações na superfície, em que fazem pausas frequentes para premiar a atuação dos animais com algum alimento, esta só tem como estímulo o momento prévio em que se produz essa comunicação de ambas as partes.

Por volta das 11h47 começou a impressionante exibição de 20 minutos aproximadamente, na qual três golfinhos e seus treinadores (duas garotas e um rapaz) entrecruzavam-se e dançavam, impulsados a partir dos pés pelos poderosos animais, cujo peso médio é de 150 quilos.

Visivelmente empolgado, Fidel não parou de fazer comentários e perguntas a seus anfitriões. A primeira questão, o tempo dos treinadores sob a água sem respirarem, uma média de um minuto a um minuto e meio, com intervalos de apneia de 30 a 40 segundos, o que constitui um exercício duro.

Para este espetáculo, certificado pela Associação Mundial de mamíferos marinhos como exclusivo de seu tipo no planeta, estão preparados oito treinadores, formados no Aquário cubano, os quais se revezam nas atuações.

Durante o verão, as apresentações deste show exclusivo se estendem até muito tarde — das 17h00 às 22h00 — incluindo, às vezes, as madrugadas quando se produz a visita de crianças com xerocitose pigmentar, um padecimento cutâneo que as impede de tomarem o sol.

Fidel também se interesou pela relação entre os treinadores e os animais e os possíveis riscos de ataque, muito raros, segundo lhe explicaram e só devido a erros humanos, porque os golfinhos são seres muito sociáveis que vivem em média 25 anos e podem atingir o dobro dessa idade em cativeiro.

Com a ajuda dos treinadores do outro lado do acrílico, os belos golfinhos cumprimentaram várias vezes Fidel criando aros de borbulhas e ficando de cabeça para baixo. Nessa altura, houve uma explicação do "sonar" que possuem estes animais e os quilômetros que pode atingir como uma sorte de ultrassom que fez com que fossem utilizados para detectar minas e em outras atividades militares.

Comentando depois outros detalhes, Garcia disse que receberam a visita de treinadores de vários países, entre eles alguns norte-americanos os quais reconheceram que em toda a América do Norte não existe nada igual e não conhecem que exista em outros lados.

"Parece que tampouco há golfinhos", lamentou-se Fidel, lembrando o profundo dano ao ecossistema propiciado por tudo aquilo que é jogado aos mares e que está afetando esta e outras espécies. Sua observação foi alicerçada pelos dados do diretor do Aquário, que falou do registro de mais de 200 golfinhos e cerca de 550 tortugas mortas, em consequência do vazamento de petróleo no Golfo do México.

"Há dois perigos tremendos, o perigo de guerra e o perigo para o meio ambiente", advertiu Fidel, se lamentando de que isso ocorre apesar da extraordinária acumulação de conhecimentos produzida nos últimos 60 anos, período no qual triplicaram todos os conhecimentos. Adiantou que está preparando uma Reflexão onde aborda estes temas e reiterou novamente sua advertência de que "o mundo vive entre duas tragédias, a da guerra e a do meio ambiente".

Depois das fotos com os treinadores e com o coletivo do Aquário, Fidel explicou a razão de suas primeiras perguntas em relação com o tempo dos treinadores sob a água, devido à sua experiência como mergulhador: "Sei o que é estar sem respirar e inalar o ar com cilindros de ar comprimido ou mergulhar sem eles".

A uma pergunta do diretor informou que algumas vezes chegou a superar os dois minutos sem respirar, mas sem fazer movimento algum. "Posso apreciar o que eles fazem, o que é a apneia e o que significa repeti-la". Também lembrou com emoção particular ter partilhado alguma vez seus mergulhos com golfinhos na baía de Naranjo, em Banes, na província de Holguín.

Já na despedida, interessou-se pelos dias em que o Aquário oferece funções — das terças aos domingos, das 10h às 22h, com descanso nas segundas — e o tempo de trabalho e descanso do pessoal, especialmente os que animam os espetáculos com os animais, com uma frequência de três vezes por dia, sob assessoria dos médicos de medicina subaquática do hospital Naval, no caso do show sob a água, cujo risco fundamental é a repetição da apneia.

Resumindo suas impressões da visita, Fidel qualificou o espetáculo visto como "algo muito sossegado, mais bonito que qualquer outro que tenha visto. Se alguém quer oferecer algo especial a uma pessoa pela qual sinta especial consideração, pode ser este show".

Na saída, praticamente todo o pessoal do Aquário e dezenas de visitantes se tinham congregado para comprimentar o líder da Revolução.

O Aquário Nacional de Cuba, fundado há exatamente 50 anos, em 23 de janeiro de 1960, conta com uma população de mais de 3 mil animais, deles 23 de mamíferos marinhos, oito golfinhos e 15 lobos marinhos, atração principal desta instalação que recebe uns 3 mil visitantes por dia e de 25 mil a 30 mil turistas cada ano.

sexta-feira, 16 de julho de 2010

Cuba - Mais uma vitória

Publicado por: Redação Cuba Viva 15 jul, 2010

Liberação dos presos: uma vitória silenciosa da Revolução.

Mais uma vez a Revolução Cubana oferece um exemplo de dignidade e firmeza.

Enrique Ubieta Gomez.

Na quarta-feira, 7 de julho, o arcebispo de Havana tornou pública a decisão do governo cubano de liberar nos próximos meses 52 contra-revolucionários detidos e julgados em 2003, cinco deles imediatamente. Isso se deu como resultado de reuniões realizadas pelo governo com o cardeal Jaime Ortega, arcebispo de Havana; e com o monsenhor Dionísio Garcia Ibañez, presidente da Conferência dos Bispos Católicos de Cuba. Um dos contra já havia sido liberado por motivos de saúde.

O sistema prisional de Cuba apenas costuma conceder anistia ao preso que, independentemente de seu delito, apresente problemas de saúde que não possam ser tratados na prisão. Desde 2004, já foram beneficiados com essa política 21 contra-revolucionários, sendo que quatro deles viajaram com suas famílias para a Espanha, como parte de um acordo com o governo espanhol.

O governo de Cuba está sempre aberto ao diálogo e a negociação – sem pressão, sem chantagens e sem condições prévias – sobre qualquer tema e com qualquer interlocutor que respeite a soberania cubana. O maior obstáculo para a liberação desses presos – julgados e condenados pelos tribunais cubanos segundo as leis do país – era, principalmente, a clara intenção de chantagem de uma campanha midiática, insuflada pelas grandes corporações de meios de comunicação, pela direita européia e estadunidense, estava (e está) promovendo de forma irresponsável. A Revolução, em troca, propõe um diálogo respeitoso.

É necessário recordar uma série de exemplos históricos: a troca de mercenários capturados durante a invasão da Praia Giron; o diálogo, em 1978, para que houvesse a liberação de centenas de simpatizantes do ditador Batista e de contra-revolucionários, muitos deles capturados em atividades terroristas; os acordos migratórios com os governos estadunidenses – tanto com Reagan ou W. Bush (republicanos) como com Clinton ou Obama (democratas); o processo de diálogo permanente com as mais diversas manifestações religiosas, inclusive a católica, dentre outros. A série inclui mediações internacionais como a que levou a paz definitivamente a Angola e ao Cone Sul africano.

Não há fraqueza na disposição ao diálogo, mas sim fortalecimento. As recentes conversas do governo com a cúpula da igreja católica cubana estão respaldadas pela existência de uma comunicação franca e coerente com as instituições e organizações religiosas do país. Os que têm uma fé religiosa ou não – de qualquer denominação – participam igualmente da construção de uma sociedade cada vez mais justa. Todavia, estas conversas transcorreram por iniciativas das partes e demandaram uma decisão que o assédio internacional havia proposto pelos meios de comunicação transnacionais e seus lacaios internos, inicialmente confusos, agora tentam capitalizar os resultados. Isso era previsível e não nos incomoda.

Pela vida de Guillermo Fariñas, como por qualquer outra de seus compatriotas, Cuba colocou a sua disposição os equipamentos médicos que possui – e os que não possui também, pois procurou aonde pode, apesar do bloqueio – e os melhores especialistas do país. Porém, Fariñas, com suas atitudes, nunca permitiu que os resultados benéficos fossem atingidos. É triste um homem jogar sua vida fora sem saber que outros estão manipulando seus sentimentos, planejam levar vantagem de seu sacrifício, utilizam sua obstinação para fins espúrios. É triste que – com tantas causas justas para se lutar neste mundo essencialmente injusto – um homem arrisque sua vida pelo bem-estar pessoal de uma corja de crápulas e de um país imperialista. É triste que um homem aposte na morte contra um país que luta contracorrente pela vida.

Obama seria capaz de abrir um diálogo franco, sem os costumeiros hábitos imperialistas, com seu pequeno mas digno vizinho? Ele teria coragem de reconhecer o caráter político e vingativo das acusações que pesam sobre os Cinco antiterroristas cubanos, presos há mais de dez anos em cárceres dos EUA? Obama poderia, num ato simples que dignificaria seu mandato, indultar essas cinco pessoas que fizeram em território estadunidense, a favor de seus cidadãos, o que fizeram as autoridades dos EUA? Mais uma vez a Revolução Cubana oferece um exemplo de dignidade e firmeza.

Fonte: A Ilha Desconhecida

quinta-feira, 15 de julho de 2010

Fidel: “Os EUA não jogam limpo nem dizem nenhuma verdade”

Havana. 13 de Julho, de 2010


(Extraído do CubaDebate)

“OS Estados Unidos não jogam limpo nem dizem nenhuma verdade”, afirmou o Comandante-em-chefe Fidel Castro na Mesa-Redonda especial que transmitiu a Televisão Cubana na tarde da segunda-feira, dia 12, conduzida pelo jornalista Randy Alonso.

Fidel fez uma análise exaustiva da situação no Oriente Médio, particularmente a crise provocada pelos Estados Unidos e por Israel em sua política de fustigação ao Irã, além de avaliar o arsenal nuclear de que as grandes potências internacionais dispõem e o afundamento do Cheonan, que foi navio-insígnia da armada sul-coreana, ação que foi imputada à Coreia do Norte.

Ao reiterar o perigo de guerra com o emprego de armas nucleares que vinha alertando em sua Reflexões, o Comandante-em-chefe ofereceu um enorme leque de argumentos e comentou opiniões de analistas políticos que vêm acompanhando os últimos acontecimentos no Oriente Médio.

Na Mesa-Redonda na qual, além do diretor do programa televisivo, encontrava-se o historiador Rolando Rodríguez; o diretor do Centro de Pesquisas da Economia Mundial, Osvaldo Martínez, e o diretor do Centro Nacional de Pesquisas Científicas (CNIC), doutor Carlos Gutiérrez, Fidel analisou o enorme arsenal de guerra de que dispõem as principais potências mundiais, lideradas pelos Estados Unidos: “é demencial o número de ogivas estratégicas”, assegurou.

Os dados do Instituto de Pesquisas para a Paz de Estocolmo (Sipri), disse Fidel, não deixam dúvida alguma do perigo que ameaça a humanidade. O gasto militar total dos Estados Unidos, em 2009, foi de US$1,531 trilhão, o que significa um incremento de 49% a respeito do ano 2000.

Não é difícil imaginar o que aconteceria se for utilizada ao menos uma parte desse arsenal, e “no Congresso (dos Estados Unidos) há posições ainda mais agressivas que as do presidente”, acrescentou o líder da Revolução.

Os gastos militares dos EUA não deixaram de crescer. Fidel comentou que o orçamento da Defesa desse país passou de US$316 bilhões em 2001 a US$565 bilhões em 2010, para um incremento em 2,16 vezes.

“Os Estados Unidos apenas gastam mais que todos os países juntos”, disse. “Tem 2.002 ogivas estratégicas, e 500 não-estratégicas. Dispersaram 2.702, enquanto a Rússia tem 2.787 estratégicas, e 2.047 não-estratégicas. Entre os dois, têm quase sete mil ogivas estratégicas. Este número é demencial”.

CONCORDO COM O RISCO DE UMA GUERRA

Ante um comentário de Randy sobre o risco de que possa produzir-se uma guerra no Oriente Médio, Fidel assegurou: “concordo plenamente com o risco iminente de uma guerra”, e acrescentou: “Eu comecei a escrever sobre este tema depois da acusação contra a Coreia do Norte, à qual imputavam o afundamento do navio sul-coreano muito sofisticado, um dos mais modernos com que conta a indústria norte-americana, que usa metais especiais, artigos que não vendem à Coreia do Norte”.

Ironizou sobre a acusação contra a Coreia do Norte, à qual culpam de usar um velho torpedo dos anos 1950. “Imagine, um velho torpedo contra esse navio sofisticado!”, comentou.

Assegurou que um analista norte-americano deu uma explicação lógica: “A Coreia do Sul estava fazendo uma manobra com seu aliado, os Estados Unidos. O difícil que tem este fato, o que custa muito admitir aos EUA, é que foram eles que afundaram o navio sofisticado da Coreia do Sul. Morreram 46 homens... Uma embarcação assim apenas pode ser explodida com uma mina. E foi o que fizeram”.

Fidel disse ter a certeza de que se esta situação com a Coreia fugia ao controle, a situação teria sido dramática, e lembrou a frase utilizada pelos coreanos: “haverá um mar de fogo, de chamas”. Reconheceu que “isso era o que pensava inicialmente, que o problema ia desatar-se por ai, porque ainda não estava a resolução (do Conselho de Segurança) sobre o Irã”.

Quando esta foi aprovada, “evidenciou-se que primeiro se desataria o conflito com o Irã, e depois na Coreia. A Coreia do Norte deve acompanhar com muita atenção o que acontecer no Irã uso e minh do Norte"tentos do que aconteça no Ira sao ois na Coreia.ai, porque ainda nao estava a resoluçao dñu ”.

A CRISE MAIS SÉRIA DE OBAMA

Fidel comentou as recentes declarações do acadêmico norte-americano Noam Chomsky, quem garantiu que a posição dos Estados Unidos frente ao Irã, ”é a crise de política externa mais séria que tenha enfrentado a administração de Obama”.

“O Irã é a maçã da discórdia”, assegurou Fidel, “porque certamente não vão poder inspecionar esse país. Há 31 anos, quando travaram a guerra química contra a revolução do aiatolá Khomeini, que derrubou sem armas o xá do Irã, esse país não tinha exército, tinha os Guardiões da Revolução”.

Fidel acrescentou que Ahmadineyad não é um improvisado — pode-se concordar com ele ou não — mas não é um improvisado. Calcular que os iranianos vão se ajoelhar e pedir perdão aos ianques é absurdo”.

Arguiu que os iranianos “levam 30 anos se preparando, com um desenvolvimento industrial, adquirindo aviões, radares, armas antiaéreas... Os russos comprometeram-se a fornecer-lhes o (míssil) S-300, mas o fazem muito devagar e ainda não os entregaram. Compraram todos os aviões que puderam comprar. Têm armas russas. Têm centenas de lançadeiras de mísseis. O Exército também dispõe de forças de ar, mar e terra. A Marinha também tem forças de ar, mar e terra. Os Guardiões da Revolução têm mais de um milhão de soldados. Estão treinando todas as pessoas maiores de 12 anos e menores de 60. E são 20 milhões de muçulmanos xiítas. Quem vai simpatizar com esse inimigo que quer destruir tudo e que, aliás, o diz abertamente.

Fidel assegurou que entre todas as potências nucleares dispõem de umas 20 mil armas nucleares e é ridículo o pretexto que alegam contra o Irã: “É ridículo este problema criado e todas as resoluções (do Conselho de Segurança da ONU). O risco de que o Irã desenvolve ou fabrique duas bombas nucleares daqui a dois ou três anos. Onde está a lógica? Todo esse grande problema é por causa disso.”

Segundo o Comandante-em-chefe, a verdadeira causa é “o controle, a influência que tem o Estado de Israel sobre os Estados Unidos. Um país que em poucos anos se converteu numa potência nuclear”.

Afirmou que Cuba conhece muito bem acerca da experiência nuclear. “Nós estivemos sob o risco de que nos atacassem. Quando do governo de Ronald Reagan fizeram um teste nuclear no mar. Em um navio. Adivinhamos aquilo porque tínhamos as tropas viajando rumo à Namíbia”.

Através de Israel, “entregaram aos sul-africanos como 14 bombas nucleares, mais poderosas que as que jogaram em Hiroshima e Nagasaki. Essa circunstância não é nova. Nós tínhamos ali (Angola) uns 60 mil homens avançando. E já tínhamos vivido sob o risco de uma experiência nuclear”.

Lembrou o momento em que os soviéticos instalaram seus projéteis nucleares em Cuba, que, por sinal, nós não gostávamos muito, porque quando fizemos esta Revolução, não contamos com nenhuma aliança com a URSS”. Essa aliança “foi boa para nós, porque quando (os EUA) nos tiraram o petróleo, (a URSS) nos forneceu petróleo. Não estamos falando sem ter vivido uma experiência: vivemo-la em 1962 e em 1970 e pouco, durante uma missão internacionalista. E adotamos todas as medidas: avançarmos e refugiarmo-nos sob a terra. Não podíamos esperar uma casualidade. Tudo foi verificado. Nem sequer Mandela sabe o que fizeram com essas armas nucleares. Perguntei-lhe: “Ninguém sabe!”, disse. Lavaram-nas. Nunca atuaram de forma limpa.”

Por acaso pode-se brincar com isso?”, acrescentou. “Se você fala da hipótese não vai convencer ninguém. Não é preciso dramatizar, porque os fatos são dramáticos mesmo.“

O Comandante-em-chefe anunciou novas análises sobre estes perigosos acontecimentos para a Humanidade em sua reflexão publicada no site Cubadebate, na noite de domingo.

terça-feira, 13 de julho de 2010

Reflexões do companheiro Fidel

A origem das guerras


No dia 14 de julho afirmei que os Estados Unidos não cederiam também não o Irã; “um pelo orgulho dos poderosos, e outro, pela resistência ao jugo e a capacidade para combater, como ocorreu tantas vezes na história...”


Em quase todas as guerras uma das partes deseja evitá-la, e às vezes, as duas. Nesta ocasião teria lugar, embora uma das partes não o desejasse, mesmo como aconteceu nas duas guerras mundiais de 1914 e 1939, com apenas 25 anos de distância entre o primeiro e o segundo estalidos.


As matanças foram espantosas, não se teriam desatado sem erros prévios de cálculos. As duas defendiam interesses imperialistas, e achavam que obteriam seus objetivos sem o custo terrível que implicou.


No caso que nos ocupa, uma delas defende interesses nacionais, totalmente justos. A outra, tem como objetivo propósitos bastardos e grosseiros interesses materiais.


Fazendo uma análise de todas as guerras que tiveram lugar partindo da história conhecida de nossa espécie, uma delas procurou esses objetivos.


São absolutamente vãs as ilusões de que, nesta ocasião, esses objetivos serão atingidos sem a mais terrível de todas as guerras.


Num dos melhores artigos publicados pelo site Web Global Research, na quinta-feira 1 de julho, subscrito por Rick Rozoff, ele utiliza abundantes elementos de juízo os quais são inapeláveis sobre os propósitos dos Estados Unidos, que toda pessoa bem informada deve conhecer.


“... Pode-se vencer se um adversário sabe que é vulnerável a um ataque instantâneo e indetectável, abrumador e devastador, sem a possibilidade de defender-se ou de tomar represálias”, é o que segundo o autor pensam os Estados Unidos.


“... Um país que aspira a seguir sendo o único Estado na história que exerce a dominação militar de espectro completo na terra, no ar, nos mares e no espaço.”


“Que mantém e estende bases militares e tropas, grupos de combate de porta-aviões e bombardeiros estratégicos sobre e em quase cada latitude e longitude. Que o faz com um orçamento de guerra recorde posterior à Segunda Guerra Mundial de 708 bilhões de dólares para o próximo ano.”


Foi “ ...o primeiro país que desenvolveu e utilizou armas atômicas...”


“... os Estados Unidos conservam 1.550 ogivas nucleares posicionadas e mais 2.200 (segundo alguns cálculos 3.500) armazenadas, e uma tríade de veículos de lançamento terrestres, aéreos e submarinos.”

“O arsenal não nuclear utilizado para neutralizar e destruir as defesas aéreas e estratégicas, potencialmente todas as forças militares importantes de outras nações, consistirá em mísseis balísticos intercontinentais, mísseis balísticos adaptados a lançamento desde submarinos, mísseis cruzeiro e bombardeiros hipersônicos, e bombardeiros estratégicos "super-stealth" capazes de evitar a detecção por radar e assim evitar as defesas baseadas em terra e ar.

Rozoff enumera as abundantes entrevistas coletivas, reuniões e declarações nos últimos meses dos chefes do Estado Maior Conjunto e dos altos oficiais executivos do governo dos Estados Unidos.

Explica os compromissos com a NATO, e a cooperação reforçada dos sócios do Oriente Próximo, leia-se em primeiro lugar o Israel. Ele diz que: “os Estados Unidos também intensificam os programas de guerra espacial e cibernética com o potencial de paralisar os sistemas de vigilância e comando militar, de controle, de comunicações, informáticos e de inteligência de outras nações, levando-as à vulnerabilidade em todos os âmbitos, fora do tático mais básico.”


Fala da assinatura em Praga, no dia 8 de abril deste ano, do novo Tratado START entre e Rússia e os Estados Unidos, que “’... não contém nenhuma restrição sobre o potencial atual ou planificado de ataque global imediato convencional dos Estados Unidos. ‘"

Faz referência a numerosas notícias relacionadas com o tema, e representa com um exemplo desconcertante os propósitos dos Estados Unidos.

Assinala que “... ‘O Departamento de Defesa explora atualmente toda a gama de tecnologias e sistemas para uma capacidade de Ataque Global Imediato Convencional que poderia oferecer ao presidente opções mais verossímeis e tecnicamente adequadas para encarar ameaças novas e em desenvolvimento."

Sustento o critério de que nenhum presidente, nem sequer o mais experiente chefe militar, teria um minuto para saber o que deverá ser feito se não estiver já programado em computadores.

Rozoff, imperturbável, relata o que afirma Global Security Network numa análise intitulada: “’Custo de ensaiar um míssil estadunidense de ataque global poderia atingir os 500 milhões de dólares”’ de Elaine Grossman.

“‘O governo de Obama solicitou 239.9 bilhões de dólares para pesquisa e desenvolvimento de ataque global imediato por parte dos serviços militares no ano fiscal 2011... Se os níveis de financiamento se mantêm nos próximos anos como foi antecipado, o Pentágono haverá gastado uns 2 bilhões de dólares em ataque global imediato para o fim do ano fiscal 2015, segundo documentos orçamentários apresentados no mês passado ao Congresso’."

“Um cenário horripilante comparável aos efeitos de um ataque de PGS, este da versão baseada no mar, apareceu há três anos em Popular Mechanics:

"No Pacífico, emerge um submarino nuclear da classe Ohio, pronto para a ordem de lançamento do presidente. Quando chega a ordem, o submarino dispara ao céu um míssil Trident II de 65 toneladas. Depois de 2 minutos, o míssil voa a mais de 22.000 quilômetros por hora. Por sobre os oceanos e fora da atmosfera acelera durante milhares de quilômetros.

"’ Na cúspide de sua parábola, no espaço, as quatro ogivas do Trident se separam e começam sua descida para o planeta.

"’ Voando a 21.000 km/h, as ogivas vão repletas de barras de tungstênio com o dobro da resistência do aço.

"’ Sobre o objetivo, as ogivas explodem, fazendo chover na área milhares de barras - cada uma com 12 vezes a força destruidora de uma bala de calibre 50. Tudo o que se encontra na área de 279 metros quadrados dessa vertiginosa tormenta metálica é aniquilado. ’"

A seguir Rozoff faz referência à declaração feita no dia 7 de abril deste ano pelo chefe do Estado Maior Conjunto das forças armadas russas, general Leonid Ivashov num artigo intitulado “’A surpresa nuclear de Obama’ ”

Nele faz referência ao discurso do Presidente dos Estados Unidos em Praga no ano passado com as palavras seguintes: " ‘A existência de milhares de armas nucleares é o legado mais perigoso da Guerra Fria’ — e sua assinatura do acordo START II na mesma cidade em 8 de abril, o autor disse:

"Não se pode descobrir na história dos Estados Unidos durante o século passado um só exemplo de serviço sacrificatório das elites estadunidenses para a humanidade ou para os povos de outros países. Seria realista esperar que a chegada de um presidente afro-estadunidense à Casa Branca mude a filosofia política do país, orientada tradicionalmente a conseguir a dominação global? Os que crêem que algo semelhante seja possível deveriam tratar de compreender por que os Estados Unidos — o país com um orçamento militar maior do que os de todos os demais países do mundo em seu conjunto — continuam a gastar enormes somas de dinheiro em preparativos para a guerra’."

"... ‘O conceito de Ataque Global Imediato prevê um ataque concentrado utilizando vários milhares de armas convencionais de precisão, entre 2 e 4 horas, que destruiria as infra-estruturas críticas do país objetivo e assim o obrigaria a capitular’."

"’O conceito do Ataque Global Imediato tem o propósito de assegurar o monopólio dos Estados Unidos no campo militar e ampliar a brecha entre esse país e o resto do mundo. Em combinação com o deslocamento de defesa de mísseis que supostamente deveria manter os Estados Unidos imunes contra ataques de represálias da Rússia e da China, a iniciativa de Ataque Global Imediato converterá Washington num ditador global da era moderna’.”

"’Essencialmente, a nova doutrina nuclear dos Estados Unidos é um elemento da nova estratégia de segurança dos Estados Unidos que seria descrita de modo mais adequado como a estratégia da impunidade total. Os Estados Unidos aumentam seu orçamento militar, dão rédea à OTAN como gendarme global, e planejam exercícios numa situação real no Irã para provar a eficiência na prática da iniciativa de Ataque Global Imediato. Ao mesmo tempo, Washington fala de um mundo totalmente livre de armas nucleares’."

Em essência, Obama pretende enganar o mundo falando de uma humanidade livre de armas nucleares, que seriam substituídas por outras destrutivas demais, porém idôneas para aterrorizar os que dirigem os Estados e lograr a nova estratégia de impunidade total.

Os ianques acham que a rendição do Irã será em breve. Espera-se que a União Européia informe um pacote de sanções próprias a serem assinadas em 26 de julho.

O último encontro de 5+1 foi realizado no dia 2 de julho, depois que o Presidente iraniano Mahmud Ahmadineyad afirmasse que “seu país voltará às conversas no final de agosto com a participação do Brasil e da Turquia”.

Um alto funcionário da UE “advertiu que nem o Brasil nem a Turquia serão convidados para participarem nas conversações, pelo menos não a esta altura.”

“O chanceler iraniano Manouchehr Mottaki, declarou-se ser a favor do desafio às sanções internacionais e continuar com o enriquecimento de urânio.”

Desde terça-feira 5 de julho alegam, perante a reiteração européia, que promoverão medidas adicionais contra o Irã; esse país respondeu que não negociará até setembro.

Cada dia diminuem mais as possibilidades de ultrapassar o insuperável obstáculo.

O que acontecerá é tão evidente que pode ser previsto de maneira quase exata.

Pela minha parte, devo fazer-me uma autocrítica, errei ao afirmar na Reflexão de 27 de junho que na quinta-feira, na sexta ou a mais tardar o sábado se desencadearia o conflito. Era bem conhecido que navios de guerra israelitas navegavam rumo a esse objetivo juntamente com as forças navais ianques. A ordem de revista dos navios mercantes iranianos já tinha sido dada.

Não reparei, contudo, que havia um passo prévio: a constância da negação da permissão para a inspeção do navio mercante por parte do Irã. Na análise da tortuosa linguagem do Conselho de Segurança, impondo sanções contra esse país, não me apercebi desse detalhe para que a ordem de inspeção adquirisse total vigência. Era o único que faltava.

No dia 8 de agosto cumpre-se o prazo de 60 dias, dado pelo Conselho de Segurança em 9 de junho, para receber a informação sobre o cumprimento da Resolução.

Mas aconteceria algo mais lamentável. Eu trabalhava com o último material elaborado sobre o delicado tema pelo Ministério das Relações Exteriores de Cuba e o citado documento não continha dois parágrafos chaves que eram os últimos dessa resolução e expressam na íntegra:

“Solicita que, num prazo de 90 dias, o Diretor Geral da OIEA presente à Junta de Governadores da OIEA e, paralelamente, ao Conselho de Segurança, para ser examinado, um relatório no qual fique demonstrado que o Irã suspendeu total e categoricamente todas as actividades mencionadas na resolução 1737 (2006), e se está aplicando todas as medidas que exige a Junta de Governadores da OIEA e cumprindo as outras disposições das resoluções 1737, 1747, 1803 e da presente resolução;

“Afirma que examinará as ações do Irã à luz do relatório mencionado no parágrafo 36, a ser apresentado em 90 dias, e que: a) suspenderá a implementação das medidas se o Irã cessa todas as atividades relacionadas com o enriquecimento e o reprocessamento, inclusive a pesquisa e o desenvolvimento, e enquanto durar a suspensão, que verificará a OIEA, de forma a possibilitar negociações de boa fé a fim de chegar a um resultado em breve e mutuamente aceitável;

b) deixará de aplicar as medidas especificadas nos parágrafos 3,4,5,6,7 e 12 da resolução 1737, bem como nos parágrafos 2,4,5,6, e 7 da resolução 1747, nos parágrafos 3,5,7,8,9,10 e 11 da resolução 1803 e nos parágrafos 7,8,9,10,11,12,13,14,15,16,17,18,19,21,22,23 e 24 da presente resolução, logo que o determinar, após receber o relatório mencionado no parágrafo anterior, que o Irã cumpriu totalmente suas obrigações em virtude das Resoluções do Conselho de Segurança e as exigências da Junta de Governadores da OIEA, quando confirmado pela própria Junta; e c) no caso em que no relatório indique que o Irã não cumpriu o disposto nas resoluções 1737, 1747, 1803 e na presente Resolução, adotará segundo o Artigo 41 do Capítulo VII da Carta das Nações Unidas outras medidas para persuadir o Irã a cumprir o disposto nessas resoluções e as exigências da OIEA, e sublinha que deverão ser adotadas outras decisões caso tais medidas adicionais sejam necessárias...”


Algum companheiro do Ministério, após o trabalho esgotante de muitas horas na máquina tirando cópias de todos os documentos, dormiu. Meu afã de buscar informação e trocar pontos de vista sobre estes delicados temas, permitiu-me descobrir esta omissão.


Acho que os Estados Unidos e seus aliados da OTAN disseram sua última palavra. Dois estados poderosos com autoridade e prestígio não exerceram seu direito a vetar a pérfida resolução da ONU.


Era a única possibilidade de ganhar tempo para buscar alguma fórmula para salvar a paz, objetivo que lhes proporcionaria maior autoridade para continuar lutando em favor dela.


Hoje todo está suspenso de um tênue fio.


Meu principal propósito foi advertir a opinião pública internacional do que estava acontecendo.


O consegui em parte observando o que acontecia, como dirigente político que fui durante longos anos enfrentando o império, seus bloqueios e seus inqualificáveis crimes. Mas, não o faço por vingança.


Não hesito em correr os riscos de comprometer minha modesta autoridade moral.


Continuarei escrevendo Reflexões sobre o tema. Serão várias mais depois desta, para continuar aprofundando em julho e agosto, salvo se ocorresse algum incidente que ponha em funcionamento as mortíferas armas que hoje se apontam umas às outras.


Desfrutei muito as partidas finais da Taça Mundial de Futebol e as de volei onde nossa valente equipe encabeça seu grupo na Liga Mundial desse esporte.



Fidel Castro Ruz

11 de Julio de 2010

20h14

CUBA - Aparição Pública de Fidel Castro

Publicado por : Redação Viva Cuba 11 jul, 2010


O Líder Revolucionário de Fidel Castro fez SUA Primeira Aparição Pública, Desde Que Ficou Doente HÁ Quatro anos, em Uma Visita na última Quarta- feira , dia 7, um hum Centro de Pesquisas em Havana, informou não Sábado, dia 10, o sítio e blogueiros Correspondentes da Revolução .

Fotos tiradas com câmera de Uma de celular e não publicadas blog Mostram Fidel sorrindo e conversando com a Pessoas Que se reuniam um Seu Redor QUANDO deixava o Centro Nacional de Investigações Científicas parágrafo , Por Ele Criado em 1965 n º Realizar estudos em áreas naturais Como ciência e medicina.

A blogueira Rosa C. Baez Escreveu Que Fidel Foi Visto Fazendo Uma surpresa visita " "Ao centro nd Quarta- feira cumprimentar e n. Parou e mandar " beijos "para o grupo Que Esperava Por Uma chance par vê- lo.

"Ele magro esta, Mas Bem Pareceu e , segundo Nosso Diretor , ESTA Muito Lucido ", Baez Disse que blogueiros e Correspondentes da Revolução .

Nas fotos , Fidel esportivo casaco veste um, costuma Como Fazer Todas Quase como em divulgadas Fotografías Desde Tratamento Seu Que Ele comecou . Ele Foi Visto em fotos e vídeos Apenas ocasionalmente Desde Que foi submetido uma cirurgia intestinal Uma de Emergência em julho de 2006.



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http://convencao2009.blogspot.com/2010/07/primeira-visita-de-fidel-depois-de-2006.



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