quinta-feira, 21 de julho de 2011

SUGESTÕES DE FILMES E DOCUMENTARIOS

SUGESTÕES DE FILMES



A BATALHA DE ARGEL (Itália- Argélia) – Diretor: Gillo Pontecorvo

A CLASSE OPERÁRIA VAI AO PARAÍSO (Itália) - Direção: Elio Petri

A GREVE (Rússia) – Diretor: Serguei Eisenstein

A GUERRA DOS PELADOS (Brasil) - Direção: Sylvio Back

A LUTA DE HARLAN (EUA) - Direção: Tony Bill

A MÃE (Clássico soviético) - Direção:V. Poudovkine

A REVOLUÇÃO DE UM HERÓI - (Canadá/França/China) - Direção: Philip Borsos

A TERCEIRA MORTE DE JOAQUIM BOLIVAR (Brasil) - Direção: Flávio Cândido

BRAVA GENTE BRASILEIRA (Brasil) – Direção: Lúcia Murat

CAMINHO PARA GUANTÁNAMO (Inglaterra) - Direção: Michael Winterbottom e Mat Whitecross

CABRA MARCADO PARA MORRER (Brasil) – Direção: Eduardo Coutinho

CENTRAL DO BRASIL (Brasil) – Direção: Walter Salles

CHAPAEV (Rússia) – Diretor Serguei Georgui Vasiliev

CHOVE SOBRE SANTIAGO (França/ Bulgária) - Direção: Helvio Soto

DIÁRIOS DE MOTOCICLETA (Argentina/Brasil/Chile/Reino Unido/Peru/EUA/ Alemanha/França/Cuba) – Direção: Walter Salles

EL MAQUINISTA DE LA GENERAL (Estados Unidos) – Diretor: Búster Keaton

ELES NÃO USAM BLACK TIE (Brasil) - Direção: Leon Hirszman

ESTADO DE SITIO

FAHRENHEIT 451 (França) – Diretor: Garage Olimpo

GARAGEM OLIMPO (Argentina) – Diretor: Marco Bechis

LAMARCA (Brasil) - Direção: Sérgio Resende

LA NOCHE DE LOS LÁPICES (Chile) – Diretor: Héctor Olivera

MACHUCA (Chile/Espanha) - Andrés Wood

MASACRE: VEN Y MIRA (Rússia) – Diretor: Elem Klimov

MEMÓRIAS DO SUBDESENVOLVIMENTO (Cuba) - Direção: Tomás Gutiérrez Allea

MEMÓRIAS DO SAQUE (Argentina) - Direção: Fernando Sollanas

MISSÃO EM MOSCOU (EUA) - Direção: Michael Curtiz

OLGA (Brasil) – Direção: Jayme Monjardim

O ENCOURAÇADO POTEMKIN (Rússia) - Diretor: Serguei Eisenstein

O GRANDE DITADOR (Inglaterra) – Diretor: Charles Chaplin

O GAROTO (Inglaterra) – Diretor: Charles Chaplin

O PEQUENO ITALIANO (Rússia) – Direção: Andrei Kravchuk

O VENTO QUE AGITA A CEVADA (Irlanda) – Diretor: Ken Loach

OUTUBRO (Rússia) – Diretor: Serguei Eisenstein

O SONHO DE ROSE (Brasil) - Direção: Tetê Moraes

OS CEM PASSOS (Itália) – Direção: Marco Tullio Giordana

PARAÍSO AGORA (Palestina) – Diretor: Hany Abu-Assad

PANTERAS NEGRAS (EUA) - Direção: Mario Van Puebles

PATAGÔNIA REBELDE (Argentina) - Direção: Héctor Olivera

QUEIMADA (Itália/França) - Direção: Gillo Pontecorvo

SACCO & VANZETTI (Itália/França) - Direção: Giuliano Montaldo

TEMPOS MODERNOS (Inglaterra) – Direção: Charles Chaplin

TERRA E LIBERDADE (Itália/ Espanha/ Reino Unido e Alemanha) – Direção: Ken Loach

VIDAS SECAS (Brasil) – Direção: Nelson Pereira

ZUZU ANGEL (Brasil) - Direção: Sérgio Resend



SUGESTÕES DE DOCUMENTARIOS



A BATALHA DA CHINA (EUA) - Direção: Frank Capra, Anatole Litvak
A BATALHA DA RÚSSIA (EUA) - Direção: Frank Capra, Anatole Litvak
A REVOLUÇÃO DE 30 (Brasil) - Direção: Silvio Back
BATALHA DO CHILE I, II e III (Cuba/Chile/França/Venezuela 1975, 1977 e 1979) - Direção: Patricio Guzmán
BAGDAD RAP (Espanha) – Diretor: Arturo Cisneros
BIOGRAFIA DE JOSÉ CARLOS MARIÁTEGUI (Perú) - Diretor: Frank Castanon
BOWLING FOR COLOMBINE (EUA) – Diretor: Michael Moore
BRIGADAS INTERNACIONALES. LA HISTORIA DE LA BRIGADA DE ABRAHAM LINCOL (España) – Diretor: Alfonso Domingo, Anthony Geist
BRILHANTE (Brasil) – Direção: Conceição senna
CADÊ PROFIRO? (Brasil) - Direção: Hélio Brito
CALIFÓRNIA À BRASILEIRA (Brasil) - Direção: Roberto Novaes
CAMILO - ÉRASE UNA VEZ UN COMANDANTE (Cuba) - Direção: Norden Francisco
CAMINOS DE LA REVOLUCIÓN: MOMENTOS CON FIDEL (Cuba) - Diretora: Rebeca Chávez
CAMINOS DE LA REVOLUCIÓN: CHE (Cuba) – Diretor: Manuel Pérez
CANTO EPICO A LA TERNURA (CHE) - Cuba
1932 CICATRIZ DE LA MOMORIA (El Salvador) – Diretor : Carlos Henríquez Consalvi
COMANDANTE (EUA) - Diretor: Oliver Stone
CONTROL ROOM (Egito) – Diretor: Jehane Noujiam
EL CARAZACO (Venezuela) – Diretor: Roman Chalbaud
EL TIGRE SALTÓ, MATÓ, PERO MORIRÁ (Cuba) – Diretor: Santiago Alvarez
ERNESTO CHE GUEVARA HOMBRE COMPANERO Y AMIGO (Itália / Cuba) - Direção: Roberto Mussavi
ESCOLAS DAS AMÉRICAS, ESCOLA DE ASSASSINOS (Bolívia) - Produção: Robert Richter
FAHRENHEIT 9/11 (EUA) – Diretor: Michael Moore
GUERNICA (França) – Diretor: A. Resnais, R. Hessens
HANOI – MARTES 13 (Cuba) – Diretor: Santiago Alvarez
HASTA LA VICTORIA SIEMPRE (Cuba) – Diretor: Santiago Alvarez
INJERENcia: INVASIÓN SILENCIOSA AÑOS 70 (Venezuela) - Telesur-Panafilms
INVASIÓN A PANAMÁ: 17 AÑOS DE IMPUNIDAD Y DOLOR (EUA) – Diretora: Bárbara Trent
JANGO (Brasil) - Direção: Silvio Tendler
JOÃO DO VALE, MUITA GENTE DESCONHECE (Brasil) - Direção: Werinton Kermes
LA ESPALDA DEL MUNDO (Espanha) – Diretor: Javier Corchera
LA GUERRA OCULTA (México) - Produção: Canal 6 de Julio
LA REVOLUCIÓN NO SERÁ TRANSMITIDA (Venezuela) – Diretor: Kim Bartley e Donnacha O´Brien
LA ESCUELA DE LAS AMÉRICAS (EUA) – Diretor: John H. Simula
LA TOMA (Canadá-Argentina) – Diretor: Avi Lewis y Naomi Klein
MARIGHELLA – RETRATO DO GUERRILHEIRO (Brasil) - Direção: Sílvio Tendler
MORIR EN MADRID (França) – Diretor: Frédéric Rosbif
MEMORIA, DIGNIDAD Y LUCHA (Espanha) – Diretor: La Plataforma
NA BARCAÇA DO TEMPO (Brasil) - Direção: Maíra Norton e Júlia Parucker
NOTÍCIAS DE UMA GUERRA PARTICULAR (Brasil) - Direção: João Moreira Salles
NOW! 1965 (Cuba) – Diretor: Santiago Alvarez
OS LIBERTÁRIOS (Brasil) - Direção: Lauro Escorel Filho
OS ANOS JK (Brasil) - Direção: Silvio Tendler
QUADRA FECHADA (Brasil) - Direção: Roberto Novaes
QUANTO VALE OU É POR QUILO? (Brasil) - Direção: Sérgio Bianchi
RAZÕES PARA A GUERRA (EUA) - Direção:Eugene Jarecki
RIOCHIQUITO I e II (França-Colômbia) – Diretor: J. P. Serget y Bruno Muel
ROGER E EU (EUA) - Direção: Michael Moore
RUTA 100 CAMINO AL FACISMO (México) - Produção: Canal 6 de Julio
SOB A NÉVOA DA GUERRA (EUA) - Direção: Errol Morris
SÔNIA MORTA E VIVA (Brasil) - Direção: Sérgio Waisman
TABULEIRO DE CANA, XADREZ DE CATIVEIRO (Brasil) - Direção: Thalles Gomes






LUIS CARLOS PRESTES

LUIZ CARLOS PRESTES PATRIOTA, REVOLUCIONÁRIO, COMUNISTA

        Luiz Carlos Prestes foi um dos maiores heróis brasileiros, tendo como marcas de sua vida a coerência, a honestidade e a fidelidade a princípios e valores morais. No fim de sua vida, já após o rompimento com o PCB, costumava dizer a seus camaradas: “o que nos une são a identidade ideológica e os compromissos morais”. Desapegado a cargos e a bens materiais, levou sempre uma vida modesta, completamente voltada a seus ideais. Foi assim quando iniciou aquela que ele mesmo chamava de Marcha Invicta, e que a História popularizou como a “Coluna Prestes”. Foi também assim quando recusou de Getúlio Vargas o oferecimento para participar do movimento de 30. Na época, os tenentes haviam escolhido Prestes “chefe militar da revolução”, e Getúlio contava com ele para chegar ao poder. Na ocasião Prestes recusou o cargo argumentando que de nada adiantaria tomar o poder se não fosse para instalar um outro regime político e econômico-social. Prestes havia conhecido a fome e a miséria do povo Brasileiro nas suas andanças com a Coluna e já não se conformava com a simples mudança dos donos do poder. Após ouvir os argumentos de Prestes disse a ele Getúlio Vargas: “... o senhor tem a eloqüência da convicção”. Eloqüência essa que o acompanharia durante toda sua vida, pois já aí Prestes tinha tido contato com a ideologia comunista, a ciência do marxismo. E quem adquire essa convicção tem consciência da necessidade da mudança social, para a sobrevivência mesmo da Humanidade. Mas talvez o maior gesto de Prestes tenha sido, aos 82 anos de vida e após 37 anos como secretário-geral do PCB, não hesitar em romper com seu Comitê Central, realizando uma dura e profunda auto-crítica pública, assumindo suas responsabilidades nos erros do PCB e propondo uma nova elaboração estratégica para a Revolução Brasileira.
       Luiz Carlos Prestes nasceu em Porto Alegre, na casa de seus pais à Rua Riachuelo, no dia 3 de janeiro de 1898. Filho de Antônio Pereira Prestes, também militar e ativo republicano na sua juventude, e de Leocádia Felizardo Prestes, uma mulher avançada e culta. Numa época em que as mulheres não trabalhavam, Leocádia foi ser professora de uma escola pública. O próprio Prestes admitia que sua mãe teve grande influência na sua formação. “Coragem e grande dignidade humana seriam traços marcantes da personalidade de Leocádia Prestes” (Anita Prestes, 2006). Desde criança Prestes já demonstrava retidão de caráter, coragem e liderança. Melhor aluno de sua época no Colégio Militar do Rio de Janeiro, para onde se mudaram em 1904, e na Escola Militar do Realengo, formou-se engenheiro em 1920, aos 22 anos. Dois anos depois já era capitão do exército. Entretanto, sua carreira militar durou pouco, apenas até 1924. “Participa ativamente da preparação do levante de 5/7/1922 no Rio de Janeiro, do qual não chega a tomar parte diretamente por se encontrar enfermo com tifo. Após o fracasso do movimento, Prestes é punido com a transferência para o Rio Grande do Sul, onde deve inspecionar a construção de quartéis” (Anita Prestes, 2006). Mal sabiam eles que seria exatamente de lá, a partir do quartel de Santo Ângelo, que Prestes iniciaria a Marcha da Coluna Invicta...
Prestes Patriota: Coluna Prestes, exemplo aos revolucionários do século XX
mapa         Luiz Carlos Prestes se vincula ao Movimento Tenentista por seu patriotismo. Não aceitava os desmandos da oligarquia e do presidente Arthur Bernardes. Lutavam por eleições “limpas”, por moralidade na política e o efetivo cumprimento da Constituição Republicana. Movido por esse patriotismo, se envolve nos levantes de quartéis que ocorrem no início da década de 20. Na madrugada de 28 para 29 de outubro de 1924, levanta-se o 1º Batalhão Ferroviário de Santo Ângelo, RS, sob o comando do capitão Luiz Carlos Prestes e do tenente Mario Portela Fagundes. Começa aí a Coluna Prestes. No mês de novembro de 1924 várias rebeliões são sufocadas no Rio Grande do Sul, e muitos oficiais tenentistas abandonam a “revolução” no primeiro revês. Os remanescentes, cerca de 1,5 mil homens, entre soldados e civis, armados precariamente e quase desprovidos de munição, comandados por Prestes, acampam em torno de São Luís Gonzaga. O Estado - Maior governista, em dezembro de 1924, organiza uma força de 14 mil homens para marchar sobre São Luís Gonzaga com o objetivo de esmagar os rebeldes. Formaram o que chamaram de “anel de ferro”, com o qual pretendiam estrangular os rebeldes. Conforme explica Anita (2006): “O governo adotava a “guerra de posição” – a única tática que os militares brasileiros conheciam e que, de acordo com o modelo dos combates travados durante a I Guerra Mundial, consistia em ocupar posições, abrindo trincheiras e permanecendo na defensiva, à espera do inimigo. Ou, então, quando as posições inimigas estavam localizadas, definia-se o objetivo geográfico” para onde se devia marchar, com a meta de cercar o adversário”. “Prestes, assessorado por Portela, põe então em prática a “guerra de movimento” - uma espécie de luta de guerrilhas. O rompimento do cerco de S. Luis pelos rebeldes e a marcha vitoriosa da Coluna comandada por Prestes em direção ao norte, visando socorrer os companheiros de São Paulo, cercados pelas tropas do general Rondon, constituiu a primeira grande vitória da nova tática militar imaginada por Prestes”. Depois de várias batalhas e feitos heróicos, a Coluna Gaúcha junta-se à Coluna Paulista, liderada pelos comandantes General Isidoro Dias Lopes, Major Miguel Costa e Capitão Juarez Távora. O encontro acontece no Oeste do Paraná.
       A liderança de Prestes e o sucesso de suas ações não foram fruto do acaso. Além do gênio militar dele e de Portela, houve um longo e paciente trabalho de preparação de quadros. Quando no comando do 1º BF, durante quase 2 anos, introduziu um novo tipo de instrução militar e de relacionamento entre comandante e tropa. Prestes aboliu os castigos corporais, preocupou-se com a qualidade da alimentação de seus comandados, contratando cozinheiro e padeiro. Mais do que isso, organizou as atividades e o tempo dos seus subordinados de maneira que todos pudessem estudar, receber educação física e instrução militar, além de trabalharem na construção da linha férrea que ligaria Santo Ângelo a Giruá (RS). Prestes tornou-se professor e criou 3 escolas: uma para alfabetização e outras duas de primeiro e segundo graus. Cada soldado analfabeto foi entregue a um alfabetizado, que devia ensiná-lo a ler. Liquidou-se assim com o analfabetismo na companhia em três meses. Ao final, fizeram uma festa para entrega de diplomas e todos assinaram numa bandeira do Brasil, com dedicatória a Prestes. Disse Prestes: “Eu, estando conspirando, resolvi dar instrução aos soldados.” (Anita Prestes, 1990).
       A Coluna Prestes percorreu 25 mil quilômetros em 2 anos e 3 meses, através de 13 estados brasileiros. A “guerra de movimento” como chamavam a tática então utilizada para enfrentar um exército regular mais numeroso e muito melhor aparelhado e armado, foi depois estudada por muitos outros revolucionários, como Mao Tsé Tung e Che Guevara. Travando 53 batalhas sem nunca perder alguma, derrotando 18 generais, a Coluna se tornou conhecida e temida, admirada e idealizada no imaginário popular por seus feitos heróicos. Num deles, na localidade catarinense de Maria Preta, a Coluna passou pelo meio das tropas do exército durante a noite, deixando as tropas lutando entre si até o amanhecer. Por tudo isso a Coluna era também conhecida como a “Coluna Invicta”.
       Durante essa longa marcha Prestes pode conhecer melhor a realidade brasileira, especialmente dos agricultores pobres do Nordeste. Até o final de sua vida se compadecia e se emocionava ao falar de trabalhadores rurais pobres do Nordeste cultivando o solo duro da seca com facas, trabalhando de joelhos, pois não tinham implementos. Nessa longa jornada Prestes se deu conta de que já não bastava trocar Arthur Bernardes, eram necessárias mudanças mais profundas nas estruturas econômicas e sociais. Nasce o Prestes REVOLUCIONÁRIO.
Prestes Revolucionário
       Sem ser vencida, mas também sem perspectivas de vitória pela falta de adesão popular nas cidades, em 3 de fevereiro de 1927 a Coluna se interna na Bolívia, de onde muitos revolucionários tomam outros destinos. Através de Astrogildo Pereira, então secretário-geral do Partido Comunista no Brasil (PCB), Prestes tomou contato com a literatura marxista. Enquanto no exílio na Bolívia, e posteriormente na Argentina e no Uruguai, Prestes deu início ao estudo das obras de K. Marx, F. Engels e V. Lênin.
       Gozando de grande prestígio popular no Brasil, Prestes é chamado de o “Cavaleiro da Esperança”. Fortemente assediado por Vargas e outros para aderir ao Movimento da “Revolução de 30”, Prestes acaba rompendo com o movimento dos tenentes, lançando seu Manifesto de Maio (1930). O Prestes revolucionário tem agora consciência de que mudanças de fachada, de uma oligarquia por outra, não resolveria nenhum dos graves problemas do pais. O estudo do marxismo e a jovem revolução soviética são fontes de inspiração para uma nova visão de mundo, o COMUNISMO.
Prestes Comunista
       Desde o fim da Coluna, não demorou muito para que Prestes se desse conta de que os problemas brasileiros eram estruturais, e não se resolveriam com uma simples troca de governo. Era preciso um novo poder, um poder socialista.
       Conta Anita Prestes (2006): “Às vésperas do movimento armado de 1930, o Cavaleiro da Esperança tornava público seu famoso “Manifesto de Maio”... Luiz Carlos Prestes apresentava um programa de transformações revolucionárias de caráter democrático, antilatifundiário e antiimperialista... Era uma proposta inspirada diretamente nos documentos do Partido Comunista do Brasil (PCB) e da Internacional Comunista (IC), com as quais Prestes mantinha contato desde o início do seu exílio. O cavaleiro da esperança tornava-se comunista sem ter sido ainda aceito pelo PCB”. “Em 1931, Prestes, a convite da Internacional Comunista, parte com a mãe e as irmãs para a URSS, onde é contratado como engenheiro. Lá Prestes dedica-se ao estudo do marxismo, mantendo contato com a seção latino-americana da IC e com dirigentes dos partidos comunistas desse continente, buscando conhecer melhor a luta dos povos latino-americanos. só em agosto de 1934, ele é aceito no PCB”.
Movimento de 35
       Em 1935 Prestes regressa ao Brasil para se incorporar à luta da Aliança Nacional Libertadora (ANL) – uma ampla frente única, que se propunha a lutar contra o imperialismo, o latifúndio e a ameaça fascista. Em dezembro de 1934 Prestes, em Moscou, é apresentado a Olga Benário, então com 26 anos e destacada militante da Juventude Comunista, que faria sua segurança no regresso ao Brasil. Viajam com os codinomes Antônio e Maria Vilar, disfarçados como um casal de portugueses. Durante a viagem, de navio, Prestes e Olga se apaixonam. Olga foi o grande amor da vida Prestes, à qual se referia emocionado ainda aos 90 anos de vida.
       Prestes e Olga chegam ao Brasil em abril de 1935, desembarcando de um hidroavião em Florianópolis e indo de táxi até São Paulo. Antes mesmo de chegarem, em 30 de março, Prestes fora aclamado presidente de honra da ANL, num grande ato público no Rio de Janeiro. O lema da ANL – “Pão, Terra e Liberdade” – mobilizou grandes contingentes populares no país. Em menos de 3 meses e meio de vida legal, a ANL fundou 1,6 mil núcleos em todo o território nacional, atingindo só no Rio 50 mil inscritos.
       “Com o fracasso dos levantes de novembro de 1935, inicia-se um período de repressão intensa. Prestes é preso em 5 de março de 1936, juntamente com sua companheira, a comunista alemã Olga Benário Prestes. Graças a coragem de Olga, que o protegeu com seu próprio corpo, não conseguiram matá-lo no ato da prisão, conforme as ordens expedidas pelo então chefe da polícia, o capitão Filinto Muller”. (Anita Prestes, 2006)
       “É condenado a mais de 47 anos de prisão. Sua companheira é deportada para a Alemanha hitlerista no sétimo mês de gravidez. Após dar à luz, numa prisão nazista, a sua filha Anita Leocádia, Olga seria assassinada numa câmara de gás no campo de concentração de Benburg, em abril de 1942. Prestes permaneceria preso durante 9 anos, a maior parte do tempo no mais absoluto isolamento”. (Anita Prestes, 2006)
       “Em 1943, realiza-se na serra da Mantiqueira uma conferência que reorganiza o PCB e elege, pela primeira vez, Luiz Carlos Prestes seu secretário-geral, apesar de este ainda se encontrar preso.” (Anita Prestes, 2006) Prestes fica preso de 1936 a 1945, a maior parte do tempo incomunicável e em péssimas condições. Seu advogado, Sobral Pinto, utiliza a lei de proteção aos animais, promulgada pelo próprio Vargas em 1934, para defender Prestes – biologicamente um animal – dos maus tratos a que era submetido na prisão.
Senador Prestes
       Em 19 de abril de 1945 Prestes sai da prisão, anistiado, e com enorme prestígio popular. Integra-se na campanha de massas que levaria à legalização do PCB, conquistada nas ruas, mas também se empenha na luta pela “União Nacional”, compreendida pelo PCB como um processo que deveria contribuir para a efetiva democratização do país. Como conta Anita Prestes (2006), “Prestes participa da campanha, lançada pelo PCB, a favor da convocação de uma Assembléia Constituinte livremente eleita e democrática, que elaborasse uma nova Constituição em substituição à Constituição de 1937, de corte fascista, decretada pelo Estado Novo. Durante o ano de 1945, os comunistas lutaram intensamente contra o golpe de Estado de direita, afinal desfechado em 29/10/1945, com o apoio da embaixada estadunidense. Apesar do golpe de Estado e da onda repressiva desencadeada logo a seguir contra Prestes e os comunistas, as eleições tiveram de ser mantidas e a Assembléia Constituinte convocada.” Prestes foi o senador mais votado até então na história da República.
       Na Constituinte, Prestes e o PCB foram bastante ativos na defesa dos interesses do povo. Um dos temas principais nos discursos de Prestes era reforma agrária. Afirmava ele: “Sem uma redistribuição da propriedade latifundiária, ou em termos mais precisos, sem uma verdadeira reforma agrária, não é possível debelar grande parte dos males que nos afligem”. Prestes e o PCB suscitavam grande ódio da burguesia, dos latifundiários e do aparelho de Estado reacionário. Assim, em 07 de maio de 1947, o PCB era posto na ilegalidade pela Justiça Eleitoral. “Em janeiro de 1948, os parlamentares comunistas tinham seus mandatos cassados pelo Congresso Nacional”. (Anita Prestes, 2006).
       “Prestes era forçado a ingressar na clandestinidade, que, para ele, significaram mais de dez anos de isolamento quase total. A partir de 1953, passava a ser sua companheira Maria do Carmo Ribeiro, militante do PCB... Com ela viria a ter 7 filhos.” (Anita Prestes, 2006).
       No ano de 1950, Prestes assina o Manifesto do PCB, de 1º de agosto de 1950, onde se fazia um apelo irrealista à derrubada do governo, considerado de “traição nacional”, através da “luta armada pela libertação nacional”, para conquistar um “governo revolucionário”. Após 10 anos de clandestinidade e isolamento da realidade do país e do PCB, Prestes volta à vida legal com a revogação de sua prisão pela Justiça. Numa guinada o PCB aprova, no mesmo mês da revogação da prisão de Prestes e outros comunistas, a Declaração de Março de 1958, onde se assumia uma postura autocrítica em relação ao Manifesto de 1950. Na Declaração de 1958 é proposta a luta por um “governo nacionalista e democrático” através da participação dos comunistas no processo eleitoral.
       Em 1960 os comunistas realizam o 5º Congresso do Partido, em que são reafirmadas as principais teses presentes na “Declaração de Março” de 1958. Apesar dos equívocos da estratégia, os comunistas participam das lutas do movimento operário e democrático a favor das “reformas de base” e, em particular, da Reforma Agrária, alcançando importantes vitórias nos anos que se estendem até o golpe militar de abril de 1964.
O Golpe Militar
golpe        “Apesar dos êxitos alcançados pelo movimento operário e democrático, no início dos anos de 1960, sua mobilização foi insuficiente para impedir o golpe militar de 1964. Prestes é o primeiro da lista de cassações dos direitos políticos decretada pelo Ato Institucional Nº 1, vendo-se obrigado novamente a viver na clandestinidade ...”
       “São anos difíceis, que se seguiram a uma séria derrota de todas as forças progressistas no Brasil. Prestes enfrenta não apenas as perseguições movidas pelo regime ditatorial, mas também graves problemas internos no PCB, quando vários dirigentes do partido e numerosos militantes abandonam as fileiras partidárias e aderem à luta armada contra a ditadura. Prestes, à frente do Comitê Central do PCB, defende a necessidade de formar uma frente única democrática contra o regime ditatorial, condenando o apelo ao caminho armado, proposta que, naquele período, não correspondia à real correlação de forças políticas existentes no país”.
       “A perseguição movida pela ditadura contra todas as forças de “esquerda” e democráticas seria cada vez maior. Em 1971, por decisão do Comitê Central do PCB, Prestes parte para o exílio.” (Anita Prestes, 2006)
       Prestes, com base em trabalhos produzidos por estudiosos da economia e da sociedade brasileira dos anos de 1970, compreendera que não havia mais lugar para a conquista de um capitalismo autônomo no país, conforme a linha estratégica do PCB, aprovada em seus 5º e 6º Congressos. Neste último Congresso, realizado em 1967, na clandestinidade, as divergências de Prestes com a maioria do Comitê Central haviam começado a se explicitar.
       Ao perceber que a maioria da direção do PCB não aceitava rever sua linha estratégica e, ao mesmo tempo, estava presa à defesa de interesses corporativos menores, enveredando pelo caminho da acomodação e do abandono da luta pelo socialismo no país, Prestes decide romper com o Comitê Central”.
       “A posterior descaracterização do PCB como partido revolucionário e sua conhecida desagregação no início dos anos de 1990 mostrariam que Prestes tinha razão ao combater as ilusões então existentes quanto às possibilidades de regeneração daquela direção do PCB”. (Anita Prestes, 2006)
A anistia e o regresso à pátria. Os últimos anos
       “Em outubro de 1979, com a conquista da anistia, Prestes, após 8 anos de exílio forçado, regressa à Pátria. No aeroporto internacional do Rio de Janeiro é recebido com grande entusiasmo por mais de 10 mil pessoas.”
       “Em março de 1980, o veterano combatente comunista torna pública sua “Carta aos Comunistas”, em que oficializa seu rompimento com a política “oportunista de direita” imposta pela direção do PCB, denunciando a postura, adotada pelo Comitê Central, de abandono da luta pelos objetivos revolucionários e socialistas que deveriam nortear o Partido Comunista. A partir de então, Prestes desenvolve intensa atividade de esclarecimento e propaganda de seus ideais revolucionários.” (Anita Prestes, 2006)
       Na sua “Carta aos Comunistas”, Prestes lança as bases de uma estratégia revolucionária que já seria socialista, ao propor uma Frente antiimperialista, antimonopolista e antilatifundiária. Após o rompimento com o Comitê Central do PCB, Prestes desenvolve intensa atividade política. Incansável, encontrou sempre tempo e energia para falar a jovens e a trabalhadores em todos os cantos do país. Emprestou seu nome e prestígio para eleger vários candidatos a cargos legislativos, mas nem todos retribuíram com dignidade revolucionária o apoio recebido.
       Nos anos 80 Prestes foi insistentemente assediado por grupos e personalidades de esquerda para que liderasse um novo partido revolucionário. Paciente, explicava que esse partido surgiria das lutas de nosso povo, dos quadros que daí se forjariam. Dizia também que a melhor contribuição que um comunista poderia dar para o surgimento desse partido era o estudo do marxismo, aliado à organização do povo e à luta de massas.
       Em 7 de março de 1990, o Camarada Luiz Carlos Prestes faleceu no Rio de Janeiro. Seu enterro foi acompanhado por uma expressiva multidão. Prestes, que segundo Romain Rolland “entrou vivo no Panteon da História”, agora entrava definitivamente para a História da Humanidade como um de seus mais destacados personagens. Deixou um legado de coerência, dedicação à causa, abnegação e humanidade. Ao formular a essência da estratégia revolucionaria, deixou também um legado de esperança:
"Eu sou otimista quanto ao futuro do socialismo no Brasil. Já temos uma classe operária numerosa, com um nível de consciência elevado. O que falta é organizá-la. Organizada, a classe operária será uma força invencível, que poderá levar o país ao socialismo. Não posso calcular um prazo que isto aconteça. Depende do surgimento de um partido revolucionário, que tenha uma concepção justa da revolução brasileira, com base na realidade nacional e não na abstração".

(Luiz Carlos Prestes - Lutas e Autocríticas, 1982, p. 216)
Os 100 anos de LCP
       No ano de 1998 a Corrente Comunista Luiz Carlos Prestes realizou atividades em todo país referente aos 100 anos de LCP. Nessas atividades adotamos o mote, cunhado por Anita Prestes: patriota, revolucionário e comunista. Uma exposição fotográfica, montada pela Profa. Anita Leocádia Prestes percorreu várias cidades brasileiras. Destacam-se as atividades realizadas em Porto Alegre, com o lançamento da pedra fundamental do “Memorial Luiz Carlos Prestes” em terreno cedido pelo poder público municipal, no Rio de Janeiro com atividades na ABI e na UFRJ, em São Paulo com atividades em Universidades e no Nordeste com a exposição itinerante em várias cidades.
prestes        Para saber mais da biografia de Luiz Carlos Prestes recomendamos o livro “Luiz Carlos Prestes – patriota, revolucionário, comunista”, de autoria da historiadora, professora, e filha de Prestes, Anita Leocádia Prestes. Cabe aqui lembrar que Anita foi militante do PCB junto com Prestes, participando inclusive de seu Comitê Central e rompendo junto com Prestes quando este escreve sua “Carta aos Comunistas” em março de 1980.
Detalhes do livro: Ano de publicação 2006.
ISBN: 85-7743-007-3. Número de páginas: 80.
Preço: R$ 3,00.
O livro pode ser comprado via internet no sítio:
http://www.expressaopopular.com.br
Uma ótima síntese do livro de Anita, e outras informações sobre Luiz Carlos Prestes podem ser encontradas no sítio do Centro Luiz Carlos Prestes de Estudos Sociais:
http://www.cenprelcp.com.br/biografia.htm
Sobre a Coluna Prestes: “A Coluna Prestes”, de autoria de Anita Leocádia Prestes, Ed. Paz e Terra, 1990.


CCLCP - CORRENTE COMUNISTA LUIZ CARLOS PRESTES

quarta-feira, 20 de julho de 2011

19 DE JULHO DE 2011 – 32 ANOS DA REVOLUÇÃO POPULAR SANDINISTA

19 DE JULHO DE 2011 – 32 ANOS DA REVOLUÇÃO POPULAR SANDINISTA

(Maurício Tomasoni)

            Companheiros, camaradas, amigos,

            Expresso nas linhas abaixo a minha opinião pessoal. Penso que deveríamos comemorar esta data com atividades mais fortes, mas na falta de tais, não pude deixar ela passar em branco.

            Há 32 anos, num 19 de julho destes, no ano de 1979, triunfava na Nicarágua, sob a direção da FSLN (Frente Sandinista de Libertação Nacional), a Revolução Popular Sandinista. Verdadeira epopéia do povo nicaragüense, que 47 anos após o assassinato de Augusto César Sandino, General de Homens Livres, crava em território continental de Nossa América a bandeira da soberania, da autodeterminação e da justiça social.

            Triunfava neste dia a FSLN, cujo comandante em chefe Carlos Fonseca Amador, havia sido preso e assassinado pela Guarda Nacional nicaraguense em 1976. Muitas páginas gloriosas escreveu a FSLN desde sua fundação no ano de 1962, passando pela trajetória de combates no campo militar e político, até a tomada do poder em 1979. Também o período posterior de enfrentamento contra a reação capitaneada por Washington desde Honduras. Passaram dias nebulosos com a derrota eleitoral de 1990 e os conseqüentes revezes nas eleições posteriores até o ano de 2006, quando a FSLN ganha o pleito e retorna ao governo.

Ocorreram profundas mudanças com a queda da União Soviética e do campo socialista do Leste Europeu, tanto a nível político quanto ideológico. Estas mudanças influenciaram todos os processos políticos revolucionários, inclusive no Brasil. Perdíamos um referencial e apoiador das lutas anti-imperialistas e de libertação nacional. Isso influenciou, também, o processo nicaragüense.

            Com a vitória eleitoral da FSLN, Daniel Ortega Saavedra, primeiro presidente eleito da Nicarágua pós-ditadura somozista nas eleições de 1984, retoma o mando nacional. Neste ano de 2011, em novembro ocorrerão novas eleições nas quais a FSLN já aprovou em seu congresso a candidatura de Daniel para um novo mandato.

            Ao lado de processos revolucionários tão intrincados, complicados, semelhantes e dessemelhantes entre si como os de El Salvador, Guatemala, Peru e Colômbia, o da Nicarágua guarda algumas peculiaridades. Era Nicarágua na época do triunfo revolucionário a economia mais débil da América Central, com relações econômico-sociais atrasadas. Não havia uma indústria nacional, pois era interesse do imperialismo manter seu domínio através da mais profunda dependência. Era Nicarágua dominada por uma banda contra-revolucionária de 14 famílias. Havia sido invadida por duas vezes pelos “marines” norte-americanos. Era Nicarágua governada pela ditadura de Anastácio Somoza Debayle e sua Guarda Nacional, uma polícia política e militarizada que havia assassinado a Sandino e milhares de nicaragüenses num dos regimes mais cruentos que já passaram pelas nossas terras latino-americanas, perdendo em níveis de repressão e assassinatos somente às ditaduras militares e as militares de fachada civil salvadorenha e guatemalteca. Esta polícia era treinada e assessorada pelos pela CIA e pelo Pentágono. Somoza era o fiel guardião dos interesses “yankees”.

            Com a FSLN no poder, em 1979, um partido com um imenso apoio popular e com uma grande solidariedade internacional, o imperialismo norte-americano através da CIA (Agência Central de Inteligência) e do Departamento de Estado dos EUA, tratou de modificar sua tática. Passou a partir do território hondurenho treinar e organizar mercenários vende-pátrias de várias nacionalidades e ex-guardas nacionais que haviam fugido da Nicarágua. Criaram-se uma série de agrupamentos contra-revolucionários, cada qual com seus interesses difusos tentando restabelecer a ordem somozista. Os EUA tentavam buscar articular estes grupos ou mesmo para que eles fizessem operações conjuntas. Genericamente ficaram conhecidos como “contras”. Estes agrupamentos, juntamente com operativos norte-americanos causaram enormes danos à economia e a infra-estrutura do país, além de baixas na população civil. A movimentação da “contra” baseava-se justamente numa tática em que mesclava intimidação da população civil através de massacres seletivos, semeando o terror, assassinato de lideranças sandinistas, danificação da infra-estrutura nacional e da economia.

            A FSLN foi resistindo há 10 anos de uma política extremamente agressiva financiada e dirigida a partir de Washington, graças às fileiras da Frente, ao povo nicaragüense e à solidariedade internacional vinda de todos os continentes. Gozava a Frente de um prestígio muito grande. Mas há que se registrar, também, por sua importância central, o apoio econômico e militar da União Soviética, dos países socialistas do leste europeu e de outros países socialistas. Este apoio foi decisivo para a Nicarágua se manter econômica e militarmente. Todo este tempo em guerra causou cicatrizes imensas.

            Em 1990 ocorrem as eleições, as quais são vencidas por Violeta Chamorro da UNO (Unión Nacional Opositora). Foi um duro revés para a FSLN. Fundamentalmente podem se apontar várias razões para esta derrota eleitoral, contudo não se pode simplificar tais razões. As simplificações aparentemente explicam. Por isso às vezes as explicações “fáceis” servem para consolar os dogmáticos e simplificadores. Aguns passaram a apedrejar a FSLN como única responsável pela derrota eleitoral, “esqueceram” que o inimigo era a potência militar mais poderosa do planeta. Uma série de razões podem ser elencadas, mas a derrota eleitoral foi fruto de quase três décadas de guerra popular e de agressão imperialista. Um país agredido e com sua economia devastada. Os EUA apoiaram a candidata Violeta, a qual tinha como lema: “comigo a paz, com os sandinistas a guerra”. Os EUA fizeram declarações nas quais diziam que com Violeta seria cessado o apoio à contra e não mais haveria agressão à população civil.

            Até 2007, quando foi eleito Daniel Ortega, a FSLN persistiu na oposição a seguidos governos neoliberais que buscavam destruir as conquistas da Revolução Sandinista. Em todo este período, como é normal em qualquer organização política houveram dissidências, problemas internos, conflitos, desvios político-ideológicos de alguns militantes, etc.

            Há que se registrar que nenhum processo revolucionário é cópia de outro. Cada um tem suas particularidades diferenciadas. Há que se registrar, também, que não há uma fórmula única para todos os processos. Por isso, há que se entender o processo nicaragüense dentro de um contexto histórico, econômico, político e social.

A importância da revolução sandinista para todas as gerações de revolucionários e lutadores pela libertação nacional pode ser expressada por vários aspectos. Em primeiro lugar pela ampla participação popular da sociedade nicaragüense nas milícias populares, nas fileiras da FSLN, nas entidades estudantis, de operários e camponeses, no EPS (Exército Popular Sandinista). A FSLN se constituiu na vanguarda política e militar profundamente enraizada no seio do povo nicaragüense, conquistou a confiança das massas, pois defendia efetivamente seus direitos históricos, além de promover a autodefesa do povo contra os massacres da Guarda Nacional somozista. Em segundo lugar, a revolução sandinista guarda outra particularidade, o importante papel jogado pelo movimento estudantil, e, a grande participação das mulheres. Também podemos destacar outro aspecto importante que é o caráter amplo nas relações políticas da revolução e sua solidariedade aos movimentos revolucionários de El Salvador e Guatemala.

            Cremos que precisamos aprofundar nossas relações para conhecer mais a fundo o processo nicaragüense, principalmente a partir do período posterior à derrota eleitoral de 1990 até os dias de hoje. Há algumas avaliações extremamente superficiais, e algumas, inclusive, se baseiam em mentiras disseminadas pela grande mídia.

            Rendemos aqui uma especial homenagem aos heróicos combatentes sandinistas caídos em combate ou assassinados pela ditadura somozista, entre tantos, citamos Carlos Fonseca Amador, Leonel Rugama, Júlio Buitrago, Camilo Ortega Saavedra, Arlen Siu, José Benito Escobar, René Tejada Gómez, Faustino Ruiz, Rigoberto Lopez Perez, German Pomares Ordoñez, Jorge Navarro.

            Aproveitamos, também, para expressar nossa confiança no presidente da república, companheiro Daniel Ortega Saavedra, e, torcemos para que nas eleições de novembro o povo nicaragüense continue aprofundando esta sua obra: a Revolução Popular Sandinista. Também, nossa confiança na FSLN.

            Cremos que necessitamos aprofundar nossas relações para conhecer mais a fundo o processo nicaragüense, principalmente a partir do período posterior à derrota eleitoral de 1990 até os dias de hoje.

VIVA SANDINO!
VIVA DANIEL ORTEGA!
VIVA A FSLN!
VIVA A REVOLUÇÃO POPULAR SANDINISTA!



terça-feira, 19 de julho de 2011

El pueblo nicaragüense celebrará hoy aniversarios sandinistas

El pueblo nicaragüense celebrará hoy aniversarios sandinistas
  
nicaragua_sandinismoManagua, 19 jul (PL) El pueblo nicaragüense se apresta a celebrar masivamente hoy en esta capital los aniversarios 32 del triunfo de la Revolución Popular de 1979, y el 50 de la fundación del Frente Sandinista de Liberación Nacional (FSLN).
Cuba saluda 32 aniversario de Revolución Sandinista

Asegura Tomás Borge que sandinistas ganarán elecciones en Nicaragua
Conmemora Parlatino-Venezuela aniversario 32 de triunfo sandinista

El 19 de julio de 1979, los guerrilleros del FSLN entraron en Managua y tomaron la capital, en un acontecimiento que marcó el fin de cuatro décadas de dictadura somocista y abrió nuevos horizontes de esperanzas para los nicaragüenses.

"Este día es una fiesta de todos los nicaragüenses", dijo anoche Rosario Murillo, coordinadora del Consejo de Comunicación y Ciudadanía, quien realizó por segundo día consecutivo una visita a la Plaza de la Fe, Juan Pablo II, escenario de la concentración popular de esta tarde, para supervisar los trabajos que allí se realizan.

El acto con el que culminarán las actividades que se realizan en toda Nicaragua desde hace una semana por las efemérides, comenzará hoy a las 4:00 (hora local) y se espera que el clima sea benigno y que la celebración no sea perturbada por las lluvias, frecuentes en esta época del año.

No obstante, haya lluvia o haya sol, el acto por el 32 aniversario del triunfo sandinista y por el 50 cumpleaños del FSLN, se efectuará de todas maneras, dijo ayer el Comandante de la Revolución Tomás Borge, vicesecretario general y único fundador vivo de esa organización política gobernante.

Según dijo Rosario Murillo anoche, se espera una participación muy grande de pueblo, pues se prevé que desde horas tempranas de esta mañana salgan hacia Managua caravanas de autobuses y otros vehículos desde todos los departamentos del país.

En esta plaza histórica "vamos a tener la ratificación de nuestro camino de unidad, de reconciliación", sostuvo, y enfatizó que el 19 de Julio es una fiesta de todos los nicaragüenses y que están invitadas las autoridades de todos los poderes del Estado.

"Vamos a tener aquí a las autoridades del Estado, como corresponde a una fiesta nacional, en la que vamos unidos, reconciliados y con los ojos y el corazón puestos en ese futuro radiante que, Dios mediante, tendremos todas las familias nicaragüenses", indicó.

Por su parte, para garantizar la seguridad de todos los participantes en esta masiva concentración con que cada año se conmemora la efemérides más importante del calendario sandinista, la Policía nacional ha dispuesto medidas extraordinarias.

Unos cinco mil agentes policiales han sido destacados para proteger a la población que acudirá a la Plaza y se han fortalecidas las áreas de prevención del orden público, inteligencia policial e investigación, informó el comisionado general Francisco Díaz, subdirector de la policía Nacional.

Asimismo, desde la última medianoche entró en vigor la prohibición de portar armas de fuego y cortopunzantes y la venta, el traslado de material pirotécnico o inflamable y la venta de cualquier tipo de bebidas en envase de vidrio en el sector de la Plaza.

mv/agp

Presidentes andinos confirmam Cimeira em Lima no dia 23

Presidentes andinos confirmam Cimeira em Lima no dia 23
  
Os presidentes da Comunidade Andina de Nações (CAN)Quito, 19 jul (Prensa Latina) Os presidentes da Bolívia, Evo Morales, da Colômbia, Juan Manuel Santos, do Equador, Rafael Correa, e do Peru, Alan García, confirmaram sua participação na Cimeira da Comunidade Andina de Nações (CAN) no dia 23 de julho em Lima. .

  Segundo informou a agência pública Andes, na Cimeira ocorrerá a transferência da presidência desse organismo regional da Bolívia para a Colômbia.

Em um primeiro momento a reunião ia se realizar na Bolívia, mas ante a impossibilidade de que o presidente Alan García assista, Morales decidiu transladar a sede a Lima, gesto que o Ministério de Relações Exteriores peruano agradeceu.

Neste sábado o mandatário equatoriano confirmou sua assistência à cimeira da CAN em Lima no dia 23, e à qual voltará no dia 27 para apresentar seu livro, assistir à posse de Ollanta Humala no dia 28, e à Cimeira da União de Países Sul-americanos (Unasur).

arc/prl/asc
Modificado el ( martes, 19 de julio de 2011 )

Cuba saúda 32 aniversário de Revolução Sandinista

Cuba saúda 32 aniversário de Revolução Sandinista
  
 Manágua, 19 jul (Prensa Latina) Cuba saudou o aniversário 32 do triunfo da Revolução Popular Sandinista de julho de 1979, em uma mensagem transmitida aqui por Miguel Díaz-Canel, membro do Birô Político do Partido Comunista e ministro cubano de Educação Superior.

  A Revolução Cubana, guiada por seus máximos líderes, Fidel (Castro) e Raúl (Castro), festeja junto aos nicaraguenses este aniversário, convencidos de que nossos povos unidos vencerão todas as dificuldades, expressou o representante da maior das Antilhas, que se encontra aqui convidado pela Frente Sandinista de Libertação Nacional (FSLN).

Díaz-Canel foi o penúltimo orador em um ato político-cultural celebrado ontem na sede central da Universidade Nacional Autônoma da Nicarágua (UNAM), encerrado pelo Comandante da Revolução Tomás Borge, vice-secretário geral e único fundador vivo do FSLN.

Assinalou que o povo cubano viveu como sua a vitória de 19 de julho de 1979 e "a Revolução de Martí e de Fidel estendeu sua mão irmã à nascente Revolução Sandinista".

Muitos filhos de nosso país fundiram seu suor e seu sangue com a de seus irmãos nicaraguenses no nobre e colossal empenho de transformar a arcaica sociedade herdada de anos de ditadura e vassalagem em uma pátria para o bem-estar do povo nicaraguense, recordou.

Nossa luta -afirmou o dirigente cubano-, nos irmã no confronto ao inimigo comum e na batalha contra a pobreza e as desigualdades sociais.

A unidade nos permitirá fazer realidade os sonhos de justiça da América Latina e Caribe, os sonhos de Martí, de Sandino, de Bolívar, de Morazán, porque, como dissesse o Comandante em Chefe Fidel, "um mundo melhor é possível", concluiu.

O ministro de Educação Superior de Cuba encontra-se aqui desde ontem convidado a participar nos atos em comemoração do 32 aniversário do triunfo da revolução Popular Sandinista e o 50 da fundação do FSLN.

Como parte da agenda que cumpre nesta capital, Díaz-Canel sustentou ontem um encontro com Telémaco Talavera, presidente do Conselho Nacional de Universidades (CNU), reitor da Universidade Nacional Agrária e assessor do presidente, Daniel Ortega, para assuntos agrícolas.

Nesse encontro também participaram a ministra de Saúde, Sonia Castro, e Paul Oquist, assessor presidencial para políticas nacionais, segundo informaram a Imprensa Latina fontes da embaixada de Cuba aqui. Antes de assistir esta tarde à concentração popular pela efemérides sandinista, o titular de Educação Superior de Cuba sustentará em horas da manhã um encontro com representantes da comunidade cubana residente neste país e depois tem prevista uma sessão de trabalho com o presidente do CNU.

mv/agp/bj