quinta-feira, 13 de maio de 2010

Eleições cubanas têm participação de opositores

Hideyo Saito (*)


Ocupada em denunciar a suposta ditadura existente em Cuba, quase toda a mídia dominante brasileira ignorou as eleições municipais cubanas, que acabam de ser realizadas, inclusive com participação de setores dissidentes. O primeiro turno aconteceu em 25 de abril e o segundo, nas circunscrições em que ninguém obteve maioria absoluta, em 2 de maio último. Foi o 14º pleito consecutivo desde a institucionalização da revolução cubana, em 1976, quando foi aprovado, em referendo popular, o texto da Constituição Socialista, após um processo de exaustivas discussões em locais de trabalho, em escolas, em bairros e em comunidades rurais de todo o país. Importantes alterações surgiram dessa mobilização, que se estendeu por dois anos: a comissão de redação teve de alterar o preâmbulo e cerca de 60 dos 141 artigos originais do anteprojeto.



Nas últimas eleições, dos 37.766 candidatos para as Assembleias dos 169 municípios do país, indicados diretamente pelos moradores em cada circunscrição (área de mais ou menos uma quadra), os negros e mulatos somavam 41,3% e as mulheres, 35,76%. Os postulantes à reeleição eram 60,9%. Três quartos deles nasceram após a vitória da revolução, em 1959, e 87,3% têm o ensino médio completo ou formação universitária. Pouco mais de 8,2 milhões de cubanos (aproximadamente 94,7% dos eleitores) participaram do primeiro turno, enquanto no segundo e no terceiro (convocado em três circunscrições, onde nem mesmo a segunda votação apontou um vencedor) compareceram às urnas 1,65 milhão (89,67% do total). O voto é facultativo e podem exercer esse direito todos os cubanos a partir de 16 anos de idade. A presidente da Comissão Eleitoral Nacional, Ana María Mari Machado, informou que, no primeiro turno, os votos válidos superaram 91% do total, enquanto as cédulas em branco somaram 4,58% e as anuladas, 4,33% (1).



A campanha eleitoral dos dissidentes

O manto de silêncio erguido por quase todos os oligopólios da comunicação foi furado pela Agência BBC Mundo, que cobriu o processo eleitoral, não deixando de registrar a participação de setores contrários ao governo (2). Matéria assinada pelo correspondente em Havana, Fernando Ravsberg, relata que um grupo de opositores fez campanha em todo o país, com o objetivo de conquistar apoio para seus candidatos nas assembleias das circunscrições eleitorais. Um dos líderes do grupo é Silvio Benítez, que se apresenta como presidente do Partido Liberal. Ele reconhece que as organizações de oposição têm pouca penetração, mas acredita que elas podem crescer.



A reportagem da BBC acompanhou a assembleia eleitoral em que Silvio se indicou candidato, em Punta Brava, nos arredores de Havana. Segundo Ravsberg, estavam presentes cerca de 120 eleitores. Houve críticas e questionamentos tanto ao governo como ao dissidente postulante, mas sem agressões, insultos e muito menos repressão. O único guarda que o jornalista observou estava ocupado com o trânsito de veículos na rua em frente. Na assembleia, alguns moradores propuseram indicar para reeleição a atual delegada, uma médica pertencente ao Partido Comunista, enquanto Silvio se apresentou como candidato opositor. A médica obteve 50 indicações, enquanto o dissidente recebeu 20. Houve ainda 50 abstenções.



Ravsberg concluiu que Benítez não conseguiu ser indicado, mas “fez com que muita gente se abstivesse”. Após a eleição propriamente dita, a BBC acompanhou a apuração dos votos (também realizada publicamente) no colégio eleitoral correspondente à mesma circunscrição, e constatou que houve crescimento do número de pessoas que não votaram em nenhum dos candidatos: a soma de abstenções, votos anulados e em branco chegou a 20% dos eleitores (a média nacional, como vimos acima, foi de aproximadamente 15%). Silvio Benítez diz que está disposto a fazer um trabalho “casa por casa, como os Testemunhas de Jeová”, para conquistar o apoio de pessoas que já não votam na proposta governamental (3). Em sua campanha, ele procurou “questionar as barbaridades e a manipulação do governo, as farsas e as faltas de resposta ao povo”, segundo suas inflamadas palavras.



Não há veto, mas oposição teme mostrar falta de votos

O correspondente da BBC Mundo escreveu que era a primeira vez que os dissidentes cubanos participaram de eleições oficiais no país, mas ele mesmo já havia produzido matéria relatando como, em 2007, o candidato Gerardo Sánchez, apresentando-se como dissidente, obteve apenas 5% dos votos dos moradores de sua circunscrição. Na reportagem, Gerardo criticou os grupos dissidentes por se afastarem do processo eleitoral: “Quando me dizem que a oposição está forte em algum bairro, eu pergunto se ela tem condição de apresentar candidato. Se me respondem ‘não’, concluo que não é verdade o que me estão dizendo” (4). Ele é irmão de Elizárdo Sánchez, o presidente da Comissão Cubana de Direitos Humanos, um dos heróis mais festejados da mídia dominante, que, entretanto, jamais quis se apresentar candidato.



Como vimos, não há qualquer restrição à campanha e à participação dessas pessoas. O que acontece é que a maioria prefere ficar à margem para não tornar visível a sua falta de popularidade. Eles preferem pregar o voto nulo. O presidente da Comissão de Assuntos Constitucionais da Assembleia Nacional, José Luis Toledo, declarou à BBC: “Se eles alcançarem representatividade suficiente para que o povo os indique e depois vote neles, serão representantes. O problema é querer representar o povo sem ter seu apoio”.



As eleições municipais acontecem a cada dois anos e meio, enquanto as provinciais e as nacionais, a cada cinco. Todas são por voto popular direto. Os candidatos às assembleias municipais são indicados diretamente pelos moradores de cada circunscrição entre seus vizinhos, enquanto os das provinciais e nacionais são indicados por uma comissão de candidatura constituída por representantes das seis principais organizações de massa de caráter nacional: Comitê de Defesa da Revolução, Federação das Mulheres Cubanas, Central de Trabalhadores de Cuba, Federação Estudantil Universitária, Federação dos Estudantes do Ensino Médio e Associação Nacional dos Pequenos Agricultores.



O Partido Comunista de Cuba e a União de Jovens Comunistas não apresentam candidatos nem participam, como tal, do processo, pois não têm caráter eleitoral como nas democracias capitalistas. Também não há propaganda política, nem marqueteiros, nem dinheiro influenciando o voto popular. A única divulgação dos candidatos é feita através de folhetos preparados pela comissão eleitoral e afixados em locais públicos, com uma pequena biografia e uma foto de cada postulante, além de debates dos postulantes com os moradores.



Eleitos continuam a receber o mesmo salário, sem mordomia

Os delegados eleitos escolhem, entre seus pares, o presidente e o vice da Assembleia Municipal, órgão que tem a responsabilidade de administrar e fiscalizar os serviços públicos e as empresas industriais, comerciais e de prestação de serviços que estiverem sob jurisdição de seu município. Indicam, também dentre os eleitos, os membros do Conselho Popular, estrutura permanente para apoiar o trabalho dos delegados municipais.



Todo representante cubano deve prestar contas de sua atuação, em reuniões convocadas periodicamente para essa finalidade, aos cidadãos de sua base eleitoral ou ao órgão que o indicou. Ele está sujeito à revogação de mandato por insuficiência de desempenho ou por conduta incompatível com a representação popular. Assim, delegados municipais podem ter seus mandatos interrompidos pelos eleitores da circunscrição; representantes provinciais e nacionais, pelas Assembleias Municipais que aprovaram suas candidaturas; presidentes e vice-presidentes das assembleias dos três níveis, pelos respectivos órgãos que os elegeram. Os membros do Conselho de Estado podem ser destituídos pela Assembleia Nacional. Na esfera municipal, estima-se que, a cada legislatura, entre 7% e 12% dos delegados perdem suas representações dessa maneira (5).



Os representantes eleitos, em todos os níveis, permanecem com o mesmo salário de seus empregos e ocupações anteriores à eleição. Além disso, continuam a desempenhar seus ofícios nos centros de trabalho a que são vinculados, enquanto exercem seus mandatos. Os únicos dispensados disso são os que devem dedicação exclusiva aos respectivos órgãos (caso dos presidentes e vice-presidentes do Poder Popular nos três níveis e também dos deputados que participam de comissões temáticas permanentes). Quando estritamente necessário para o cumprimento de suas obrigações políticas e administrativas, utilizam veículos da frota oficial ou recebem passagem aérea específica. Ninguém possui cota de dinheiro público para gastar a bel-prazer, nem autonomia para contratar assessor ou incorrer em quaisquer despesas extras destinadas a seu gabinete (6).



Democracia ou ditadura?

Bem ou mal, esse é o sistema eleitoral que, ao lado da participação exercida diretamente pela população em diversos momentos, conforma a atual democracia cubana. Os cubanos estão satisfeitos? Em sua cobertura das eleições de 2010, a BBC Mundo ouviu diversos eleitores. Uma delas revelou que se absteve pela primeira vez, garantindo que só voltará a participar se for para eleger o secretário municipal do Partido Comunista, “que é quem pode mudar as coisas”, enquanto outros declararam haver votado para manifestar apoio à revolução e a suas lideranças. Toledo, o já mencionado presidente da Comissão de Assuntos Constitucionais do parlamento, reconhece as limitações de poder dos representantes municipais, mas atribui o fato às severas restrições orçamentárias do país, uma vez que a maioria das reivindicações da população depende, para sua solução, de recursos financeiros hoje indisponíveis.



O tema da participação popular e da eficácia do sistema cubano de representação tem aparecido igualmente nos debates populares, especialmente entre intelectuais. O subdiretor da revista Casa de las Américas, sociólogo Aurelio Alonso, por exemplo, afirma que vigora em Cuba uma institucionalidade demasiado estatizada e burocratizada, com um nível limitado de participação nos âmbitos decisivos. Para ele, as próprias discussões da Assembleia Nacional deixam a desejar, pois frequentemente têm caráter apenas formal. O parlamento é eleitoralmente democrático, mas os deputados têm pouca autonomia para decidir, em sua avaliação. Alonso entende que uma das alterações necessárias implica a redefinição do papel do próprio Partido Comunista, que não pode abranger a direção do Estado, atribuição que pertence a todo o povo.



O escritor Enrique Ubieta questiona os conceitos de democracia, de direitos humanos e de liberdade usualmente manejados pela direita em sua campanha contra Cuba. “Nós temos, sim, a nossa democracia. Acontece que nosso modelo não é igual, por exemplo, ao que existe na Espanha. Mas sob muitos aspectos, é mais autenticamente democrático. Nosso sistema eleitoral não é perfeito, mas ele não elege os candidatos com mais dinheiro. É possível discutir como aperfeiçoá-lo, mas não se pode decretar que não seja democrático” (7).



Enquanto isso, na tão admirada democracia britânica ...

O breve relato acima, baseado em informações de um tradicional órgão de mídia insuspeito de ser comunista, desmente (ou, no mínimo, põe em dúvida) assertivas autoritariamente impostas pelos oligopólios da comunicação e por seus prestimosos acólitos. Uma delas sentencia que Cuba é uma ditadura. Outra reza que, naquele país, não é possível criticar o governo sem ser preso ou reprimido. Uma terceira garante que os 56 presos do julgamento de 2003 foram postos na cadeia por serem contrários ao governo. E assim por diante. Essas proclamações são olimpicamente reafirmadas a cada momento, por mais que sejam desmentidas pelos fatos.



Enquanto isso, as recentes eleições britânicas deram nova demonstração de que a democracia liberal dos países capitalistas avançados não tem lá muito cabedal moral para ser imposta como modelo para o mundo, como pretendem os setores dominantes vocalizados por aquela mídia oligopólica.



O colunista do The Guardin, Gary Younge, por exemplo, interpretou o voto do povo britânico como uma manifestação contra a claudicante democracia naquele país, permanentemente frustrada pelo poder econômico. “Em última instância, são eles [os banqueiros e demais representantes do capital) que decidirão o quão rápidos e brutais serão os cortes iminentes das despesas públicas. Além do que, é seu endosso – não o do eleitorado – que os políticos buscam (...) Essa contradição entre democracia e capitalismo não é nova. Mas, durante este período de crise financeira e econômica na Europa, ela ficou particularmente aguda”, fulminou Younge, para completar: “Assim, o setor que nós salvamos com dinheiro público, administrado por pessoas incompetentes que novamente estão se pagando grandes bonificações, agora ameaça desestabilizar o próximo governo, caso ele não demita milhares de trabalhadores mal pagos, reduza seus salários e acabe com os serviços que presta a milhões de pessoas pobres” (8). Onde está mesmo o poder do povo, isto é, a democracia, nesse tão incensado regime de Sua Majestade?



Aliás, os exaltados inimigos de Cuba, convictos de atuar em nome da democracia, devem tomar cuidado em sua cruzada, para não se igualarem demasiado a seus companheiros de trincheira de Miami, cuja convicção democrática não parece ser tão profunda, como exemplifica o artigo “Mi valiente y sensible coronel”, publicado por Mirta Ojito em El Nuevo Herald, porta-voz dos exilados cubanos (9). A autora pede, nada mais, nada menos, que os militares dêem um golpe de estado em Cuba, já que as manifestações populares (em Nova York e em Miami) e os artigos de jornais (como o dela) não têm conseguido derrubar o regime de Havana.



(*) O autor é jornalista, com passagem pela Rádio Havana. Tem concluídos os originais de um livro que relata a situação atual do país, sob o título provisório de “Cuba sem bloqueio: a revolução cubana sem as manipulações impostas pela mídia dominante”, com a colaboração de Antonio Gabriel Haddad.



NOTAS



(1) Os números são de reportagens publicadas no jornal Granma de 27/04/2010 e de 04/05/2010.



(2) Fernando Ravsberg. Disidentes cubanos en campaña electoral. BBC Mundo, 13/03/2010. http://www.bbc.co.uk/mundo/america_latina/2010/03/100312_0021_cuba_disidentes_elecciones_gz.shtml.



(3) Idem. Cubanos votaron, no se esperan cambios. BBC Mundo, 26/04/2010. http://www.bbc.co.uk/mundo/america_latina/2010/04/100425_cuba_elecciones_municipales_resultado_jaw.shtml.



(4) Fernando Ravsberg. Cuba: elecciones municipales. BBC Mundo, 20/10/2007 (http://news.bbc.co.uk/hi/spanish/latin_america/newsid_7052000/7052517.stm, acesso em 19/04/2009).



(5) Ver http://www.nodo50.org/cesc/Documentos/Charla.E.Valdes.251105.pdf.



(6) Após uma solenidade no Palácio das Convenções de Havana, em dezembro de 2006, vimos o presidente da Assembleia Nacional, Ricardo Alarcón, ser recolhido por uma viatura daquele órgão. Quando o carro (um automóvel da montadora russa Lada, da década de 1980) chegou, ele abriu a porta, cumprimentou o motorista familiarmente e entrou. Nenhum séquito de cortesãos e de guarda-costas, nenhuma pompa, nenhum luxo. Tratava-se de uma das maiores autoridades do governo cubano, que não se diferenciava de um cidadão comum.



(7) "Esquerda não pode aceitar definição da direita para democracia". Portal Vermelho, 28/04/2010. http://www.vermelho.org.br/noticia.php?id_noticia=128383&id_secao=7.



(8) Gary Younge (The Guardian). Não vamos permitir que os mercados atropelem as urnas. O Estado de S. Paulo, 11/05/2010.



(9) Ver em http://www.elnuevoherald.com/2010/04/04/689025/mirta-ojito-mi-valiente-y-sensible.html.

EE.UU. guarda en Europa 200 bombas atómicas

Hans M. Kristensen:


 Hans M. Kristensen ha sido coordinador de las campañas de desarme de Greenpeace y miembro de la Unidad de Información Militar de esa ONG; ha asesorado al Ministerio de Defensa de Dinamarca, colaborado con el renombrado Instituto de Investigación para la Paz de Estocolmo (SIPRI), actualmente es Jefe del Proyecto de Información Nuclear de la Federación Americana de Científicos (Washington). En esta entrevista Kristensen habla sobre los arsenales atómicos estadounidenses en territorio europeo.

TeleSUR _ 30/04/2010 En 2005, Hans M. Kristensen se sirvió de una serie de documentos desclasificados y de la "Freedom of Information Act" para redactar un informe sobre las armas nucleares que Estados Unidos [PDF] mantiene estacionadas en Europa: 480 bombas atómicas, según los cálculos de aquel momento.

El riesgo es difícil de medir, pero 200 armas nucleares, depositadas en 120 refugios antiaéreos, de seis bases diferentes, pertenecientes a cinco países distintos aumenta el peligro de atentados terroristas. Si los terroristas cuentan con opciones reales de éxito es otra cuestión.

Más de 20 años lleva este danés siguiéndole la pista al armamento nuclear. Kristensen es un hombre de largo currículum: ha sido coordinador de las campañas de desarme de Greenpeace y miembro de la Unidad de Información Militar de esa ONG; ha asesorado al Ministerio de Defensa de Dinamarca, colaborado con el renombrado Instituto de Investigación para la Paz de Estocolmo (SIPRI) y trabajado para el Instituto Nautilus de Berkeley, California, y el Natural Resources Defense Council de Washington.

El mismo año en que fue publicado su estudio sobre los arsenales atómicos estadounidenses en territorio europeo, Kristensen asumió la jefatura del Proyecto de Información Nuclear de la Federación Americana de Científicos (Washington), cargo que todavía hoy ocupa.

P. Desde que se hiciera público su informe en 2005 hasta hoy, ¿se han producido cambios en el arsenal nuclear que Estados Unidos mantiene desplegado en Europa?

R. Sí. Hoy el número de bombas atómicas se ha reducido a unas 200, casi la mitad del que era cuando la administración Bush llegó al poder. Desde 2005, Estados Unidos ha retirado paulatinamente armas nucleares de las bases de Ramstein, en Alemania, y Lakenheath, en el Reino Unido.

P. Aún así, y pensando en lo que una sola bomba atómica puede ocasionar, 200 no son pocasÂ… Washington suele justificar el despliegue aludiendo a razones de seguridad internacional, ¿son estas armas realmente necesarias para mantener a salvo a Occidente?

R. No, no lo son. Las armas nucleares siguen en Europa porque la OTAN ha sido incapaz de articular los cambios pertinentes en su política. Pero también porque algunos gobiernos europeos, que consideran que el estacionamiento de armas estadounidenses sobre su territorio les concede una posición destacada dentro de la Alianza, se han opuesto a su retirada.

P. No es el caso de Alemania: el país negocia actualmente con Estados Unidos una reducción aún mayor del arsenal atómico emplazado sobre su suelo. Sin embargo, lo hace con mucha discreción, ¿por qué?

R. Durante la Guerra Fría, las armas nucleares eran un tema tabú y parte de ese estigma continúa presente. Además, la OTAN es una organización que funciona sobre la base del consenso y eso hace muy difícil llegar a un acuerdo cuando se trata de cuestiones que no son prioritarias.

Si algún país no consigue sumar a nivel interno los apoyos necesarios y decide hacer público un asunto en solitario, lo normal es que sea recriminado o ignorado por los demás socios. Esto lleva desgraciadamente a un abandono de las iniciativas propias y a que se apueste por el mínimo común denominador.

P. La mayoría de los ciudadanos europeos sabe poco sobre las armas nucleares con las que convive, ¿debería informarse más a la población o el garantizar la seguridad no lo permite?

R. Que la gente sepa dónde están las armas nucleares no garantiza la seguridad: la seguridad queda garantizada si las bases cumplen con los requisitos necesarios. Si no los cumplen, hay que retirar las armas inmediatamente.

P. Y según un documento interno de la Fuerza Área estadounidense que usted hizo público [PDF], algunas bases europeas no cumplen con los requisitos de seguridad que fija el Departamento de Defensa de Estados Unidos. ¿Cómo puede la gente estar segura de que con estas armas se procede correctamente?

R. No puede. La opinión pública apenas tiene influencia sobre lo que sucede en las bases. Los detalles acerca de cuántas armas nucleares hay y dónde se encuentran exactamente sólo los conocen un grupo muy reducido de personas dentro de los gobiernos de cada país. Todo lo que lo relacionado con esta cuestión es alto secreto.

P. ¿Diría usted que las armas nucleares suponen una amenaza para los cuidadnos europeos?

R. Sin lugar a dudas, hay amenazas más graves que ésta. Sin embargo, existe un riesgo potencial en cuanto a posibles accidentes y actos terroristas. Además, si la OTAN entrara en guerra con otra fuerza nuclear, los arsenales nucleares se convertirían en objetivo militar de primer rango.

P. Barack Obama habla mucho estos días de armas nucleares y atentados terroristas, ¿en qué nivel situaría usted realmente el riesgo de esta combinación?

R. El riesgo es difícil de medir, pero 200 armas nucleares, depositadas en 120 refugios antiaéreos, de seis bases diferentes, pertenecientes a cinco países distintos aumenta el peligro de atentados terroristas. Si los terroristas cuentan con opciones reales de éxito es otra cuestión.

P. ¿Cree que una Europa libre de armas nucleares es un objetivo factible?

R. Sí, pero seguramente sólo sería posible por fases. El primer paso sería eliminar todas las armas nucleares estadounidenses del territorio europeo, a lo que debería seguirle una retirada de las armas nucleares no estratégicas que Rusia mantiene estacionadas en las fronteras con países de la OTAN. Estados Unidos y Rusia tendrían que reducir significativamente sus arsenales nucleares. Y finalmente, algo así sólo podría darse si se lograse implicar a los restantes Estados nucleares en programas de control del armamento atómico.

Sobre la base de la "compatrición nuclear"

El número exacto de armas nucleares que Estados Unidos ha mantenido y mantiene estacionadas en bases militares europeas se desconoce. Las cifras que se manejan están basadas en estimaciones e investigaciones como las llevadas a cabo por Hans M. Kristensen.

Las primeras bombas atómicas estadounidenses llegaron a Europa finalizada la II Guerra Mundial: la base de RAF Lakenhearth, situada a unos 100 kilómetros de Londres, contaba con armas nucleares norteamericanas ya en 1954. En Alemania empezaron a estacionarse en 1955, en Holanda en 1965.

El punto álgido en el emplazamiento de bombas atómicas en el continente se alcanzó en los años 70. Como pieza destacada en el juego de la Guerra Fría, también Europa participó de la carrera armamentística surgida raíz del conflicto entre bloques. Si bien sus Estados- salvo Francia y Gran Bretaña- carecían de arsenales nucleares propios, se calcula que llegaron a haber unas 7.500 armas atómicas, propiedad de Estados Unidos, sobre suelo europeo.

El fundamento legal para este procedimiento lo brindaba el principio de "compatrición nuclear" definido por la OTAN, a partir del cual un país miembro de la Alianza podía compartir tecnología y saber nuclear- además de armas- con los restantes socios, preparándolos para el uso de este armamento en caso de necesidad.

Estados Unidos es el único país que practica la "compatrición nuclear". Las bombas nucleares que estaciona en terceros países sólo pueden emplearse si la Casa Blanca da su consentimiento explícito.

La política de desarme y el fin de la Guerra Fría afectaron también a los arsenales atómicos estadounidenses en Europa. En 1989 quedaban en el continente unas 1.400 bombas nucleares, y su número siguió decreciendo desde 1991.

Cuando Hans M. Kristensen publicó su informe sobre las armas nucleares estadounidenses en Europa, los norteamericanos contaban con armamento atómico en Alemania (150 bombas, bases de Büchel, Növernich y Ramstein); en Bélgica (20 bombas, Kleine Brogel); en Grecia (base Araxos); en Holanda (20 bombas, Volkel); en Italia (90 bombas, bases de Aviano y Ghedi Torre); en Reino Unido (110 bombas, RAF Lakenhearth) y en Turquía (90 bombas, Akinci, Ballkesir y Incirlik).

En 2001, Estados Unidos desarmó nuclearmente a Grecia y entre 2004 y 2005 desmanteló su arsenal en la base de Ramstein, que contenía el grosso de las armas atómicas sobre suelo alemán (unas 130). Más tarde, los norteamericanos retiraron sus bombas de RAF Lakenhearth, y con ello pusieron fin a su presencia nuclear en el Reino Unido.

Así se llega a la cifra que estima en unas 200 el número actual de bombas atómicas estadounidenses en territorio europeo. Dichas armas están en Alemania (10-20 bombas, base de Büchel); Bélgica (10-20 bombas, Kleine Brogel); Holanda (10-20 bombas, Volkel); Italia (70-90 bombas, Aviano y Ghedi Torre) y Turquía (50-90 bombas, Incirlik).

"Mi impresión es que la administración Bush decidió que ya no era necesario mantener tantas armas en el flanco norte de la OTAN. Éstas le cuestan a Estados Unidos una cantidad enorme de recursos y son contraproducentes de cara a las relaciones con Rusia", dice Kristensen.

En contrapartida, Washington ha ido concentrando cada vez más bombas atómicas en el sureste de Europa. Desde los años 90, Estados Unidos se reserva el derecho a apoyar a su Comando Central para Oriente Próximo y Medio (CONTECOM), cuyas actividades se dirigen potencialmente contra países como Irán y Siria, con las armas nucleares que mantiene emplazadas en el Viejo Continente.



Fuente: http://periodismohumano.com/sociedad/eeuu-guarda-en-europa-unas-200-bombas-atomicas.html

Convenção de Solidariedade a Cuba debaterá bloqueio midiático

2010-05-12 17:04

De 4 a 6 de junho de 2010, a Associação Cultural José Marti, em parceria com diversas entidades e movimentos, promove, na Casa dos Bancários, em Porto Alegre (RS), a 18ª Convenção Nacional de Solidariedade a Cuba, com a presença de autoridades daquele país, militantes e representantes das diversas entidades no Brasil que prestam seu apoio humanitário à causa cubana.

Desde 1993 entidades que atuam em prol da solidariedade internacional, como a Associação Cultural José Martí, além de sindicatos, universidades, associações, instituições públicas e privadas e representantes de partidos políticos realizam anualmente uma Convenção Nacional de Solidariedade a Cuba.

Segundo o diretor da Associação Cultural José Martí (ACJM) de Minas Gerais, José Rodrigues, o objetivo da convenção anual é organizar melhor as ações de solidariedade a Cuba que ocorrem por todo o país a partir de iniciativas de diversas entidades.

A primeira convenção foi realizada em 1993 em Minas Gerais. Segundo José Rodrigues, é importante que a convenção “rode o país”.

Bloqueio midiático

O tema deste ano não é exatamente uma novidade, trata-se na realidade de uma bandeira histórica: “Pelo fim do bloqueio a Cuba”. Entretanto, o presidente da ACJM do Rio Grande do Sul Ricardo Haesbaert, ressalta que haverá também um intenso debate sobre o que ele denomina “bloqueio midiático”, em referência à cobertura dos grandes meios de comunicação de todo o mundo sobre Cuba, que neste ano fizeram uma verdadeira ofensiva contra o país após a morte de um presidiário que fez greve de fome.

Segundo Ricardo, este debate é fundamental porque “há um processo de desinformação na imprensa tradicional”, e citou o caso da blogueira Yoani Sánchez, ferrenha opositora do regime cubano e ganhadora de inúmeros prêmios internacionais de jornalismo. Para o presidente da ACJM-RS, “é preciso intensificar os nossos instrumentos de comunicação, tentar desbloquear”.

O Cebrapaz participa da organização da convenção e organiza pré-convenções em diversos estados para mobilizar. A presidente do Cebrapaz, Socorro Gomes, acredita que a convenção deste ano mobilizara mais que em anos anteriores, justamente por conta da ofensiva internacional mobilizada contra a ilha.

Os estados organizam convenções estaduais que têm por objetivo mobilizar para a convenção nacional e também realizar atividades de formação e atos políticos. A representante do Movimento Paulista de Solidariedade a Cuba , Vivian Mendes, por exemplo, ressalta que a convenção estadual terá por pauta o Trabalho em Cuba e contará com um ato político de solidariedade ao povo cubano no dia 29 de maio, às 16h, no Sindicato dos Engenheiros.

Apenas uma convenção estadual já foi realizada, no Paraná, em 16 de abril.

Confira as datas das convenções estaduais de solidariedade a Cuba:

Brasília: 14 de maio

Bahia: 15 de maio

Pernambuco: 20 de maio

Santa Catarina: 26 e 27 de maio

Rio de Janeiro: 28 e 29 de maio

Ceará: 28 de maio

Minas Gerais: 28 de maio

São Paulo: 29 de maio


Confira a Programação da 18ª Convenção Nacional de Solidariedade a Cuba:

XVIII CONVENÇÃO NACIONAL DE SOLIDARIEDADE A CUBA

DIAS 04, 05 E 06 JUNHO DE 2010

ASSEMBLEIA LEGISLATIVA – PORTO ALEGRE – RS


PROGRAMAÇÃO

DIA 04/6

9h – Credenciamento

9h – Atividade Cultural – Grupo Trilho de Teatro Popular.

9.30h – Conferência “O bloqueio e as consequências no desenvolvimento da Nação Cubana”.

Conferencista: Embaixador cubano, Carlos Zamora Rodriguez.

10.30h - Painel: A campanha midiática internacional contra Cuba e sua expressão no Brasil.

Painelistas:

Christa Berger Kuschick, Jornalista, Mestre em Ciência Política e doutora em Ciências da Comunicação. Com Pós-Doutorado em Teorias do Jornalismo, atualmente é professora titular da Universidade do Vale do Rio dos Sinos – UNISINOS e coordenadora do Programa de Pós-Graduação em Ciências da Comunicação.(a confirmar)

Pedrinho Arcides Guareschi – Graduado em Filosofia, Letras e Teologia. Pós-graduado em Sociologia e Doutor em Psicologia Social. Atua principalmente nos seguintes temas: mídia, ideologia, representações sociais, ética, comunicação e educação.Atualmente é professor convidado da Universidade Federal do Rio Grande do Sul. (a confirmar)

Ruth Ignácio – Socióloga,doutora em Educação e doutora em Sociologia, é docente de Didática e Estágio para licenciatura em Ciências Sociais da PUC/RS. Leciona, também, Sociologia para diversos cursos da Universidade.

Mediador: Beto Almeida – Jornalista e correspondente da TELESUR.

Relatora: Miriam Gontijo – Coordenadora da ACJM/MG

11.30h – Debate

12.30h – Considerações finais dos Painelistas

13.00 – Almoço

14h – Atividade Cultural: Cantor e compositor Raul Ellwanger

15h - Painel: “Os cinco Heróis: Quando o autoritarismo supera os Direitos Humanos”

Painelistas:

Fernando Moraes – jornalista e escritor. Publicou, entre outras, as obras “Olga”; “Chato”; “A Ilha” e a coletânea “Cem Quilos de Ouro”.

Familiar dos cinco (a confirmar).

Enrique Serra Padrós – Mestre em ciência política e Doutor em história.Professor da Universidade Federal do Rio Grande do Sul – UFRGS e integrante dos Conselhos Editoriais das revistas História & Luta de Classes e Tempos Históricos. Tem experiência na área de história, com ênfase em história contemporânea, atuando principalmente nos seguintes temas: história do tempo presente e ditaduras de segurança nacional.

Mediador: Max Altmann – Jornalista e membro do Comitê Nacional pela Libertação dos Cinco. SP.

Relator: Gino Bastos, Promotor de Justiça – Direção da ACJM/Aré (RJ).

16h– Debate

17h – Considerações Finais dos Painelistas

19h – Abertura da XVIII Convenção Nacional de Solidariedade a Cuba e Atividade Cultural: Show com Vicente Feliú e convidados do Grupo Trovas da Pátria Grande.

DIA 05/6

9h – Atividade Cultural (a confirmar)

9h30min - Painel: “ICAP: 50 anos de Luta, Solidariedade e Integração com os Povos”.

Painelistas: Juan Carlos Machado Barrios, cientista social, diretor do CIJAM (acampamento Internacional Julio Antonio Mella – Brigadas de Solidariedade a Cuba). Membro do Instituto Cubano de Amizade com os Povos – ICAP.

Zuleide Faria de Melo – UFRJ e Presidente da ACJM /RJ

Maria Auxiliadora César -Coordenadora do NESCUBA – Núcleo de Estudos Cubanos/CEAM/UnB.

Mediador: ACJM/SC – Edson Puente, Presidente da ACJM/SC.

Relatora: Vivian Mendes – Coordenação do Movimento Paulista de Solidariedade a Cuba – SP

10h30min – Debate

11h30min – Considerações finais dos Painelistas.

12h – Almoço

13h30min – Atividade Cultural – Grupo Teatral da Associação do Pessoal da Caixa Econômica Federal – APCEF/RS (a confirmar)

14h – Painel – A Colaboração internacionalista da Revolução Cubana: experiências em Educação e Saúde.

Painelistas:

Juan Carrizo – Reitor da Escola Latino-americana de Medicina – ELAM

Janilson Lopez Leite – Coordenador da Associação Brasileira de Médicos Graduados em Cuba – ABEMEC

Homero Acosta – Secretário do Conselho de Estado Cubano.

Mediador: Afonso Magalhães – Comitê CDR/Internacionalista – Comitê de Defesa da Revolução /DF

Relator: Alexander Corradi – Associação dos Pais e Alunos da ELAN – ASPA/MG.

15h – Debate

16h – Considerações finais dos painelistas

16h15min – Apresentação da Carta de Porto Alegre e Plano de Ação.

16h30min – Reunião das Direções das Entidades Nacionais de Solidariedade.

Grupo de Trabalho:

“A Campanha Midiática e o Papel da Imprensa Alternativa”. Portal “Cuba Viva”.

Coordenador: Otávio Barreto – ACJM/BA

Relator: José Nunes – Sindjors – (a confirmar)

Grupo de Trabalho:

“Brigadas de Solidariedade”.

Coordenador: Juan Carlos Machado Barrios- Diretor do CIJAM

Relatora: Telma Araujo – Coordenadora nacional das Brigadas de Solidariedade – MG

Grupo de Trabalho:

“Nescuba – Memória”.

Coordenadora: Maria Auxiliadora César – Coordenadora do NESCUBA – Núcleo de Estudos Cubanos/CEAM/UnB.

Relator: (a confirmar)

Grupo de Trabalho:

“Médicos/Estudantes/Pais”.

Coordenador:(a confirmar)

Relator: (a confirmar)

Grupo de Trabalho:

Frentes Parlamentares.

Coordenador: Dep. Estadual Raul Carrion PCdoB– Coordenador da Frente Parlamentar de Solidariedade a Cuba/RS

Dep. Estadual Raul Marcelo PSOL- Coordenador da Frente Parlamentar de Solidariedade a Cuba/SP

Dep. Federal Vanessa Grazziotin PCdoB– Coordenadora da Frente Parlamentar Brasil/Cuba da Câmara Federal(a confirmar)

Relator:(a confirmar)


21h – Festa da Convenção: ICAP: 50 anos de Luta, Solidariedade e Integração dos povos

DIA 06/6

11 h – Plenária da Solidariedade – Parque da Redenção – Com aprovação da Carta de Porto Alegre; apresentação teatral com o grupo Oi Nóis Aqui Traveis; Oficina de Salsa, Circo Petit POA, Grupo Salsa 3;

De São Paulo, Luana Bonone

Cuba denuncia a hipocrisia dos EUA em relação ao terrorismo

2010-05-12 17:01

Cuba reiterou, nesta terça-feira (11), que a confecção unilateral pelos Estados Unidos das listas que acusam outros países de suposto apoio ao terrorismo é incompatível com o direito internacional e as resoluções da ONU. Nesse sentido, solicitou que Washington exclua a ilha desta relação, que qualificou como espúria, uma vez que se constitui como uma designação injusta, arbitrária e com motivações políticas.

A posição do país caribenho foi exposta pelo seu representante permanente na ONU, Pedro Núñez Mosquera, durante uma reunião do Conselho de Segurança. "Ao manter Cuba na lista, o novo governo dos EUA nega a racionalidade política que proclama publicamente e segue os passos equivocados de seus predecessores", disse o embaixador.

Ele acrescentou que se trata de uma manipulação política e de flagrantes mentiras contra Cuba para tentar justificar a desacreditada, isolada e insustentável política dos EUA contra a ilha. "Não é em Cuba, mas nos Estados Unidos, que atua impunemente uma máfia terrorista que organizou, financiou e realizou centenas de atos de terrorismo contra a nação cubana", disse Núñez Mosquera.

Ele lembrou que, nos últimos 51 anos, o governo norte-americano esteve envolvido em vários atos terroristas contra o país das Antilhas, que resultaram em 3.478 mortos, 2.099 incapacitados e perdas materiais de mais de 54 bilhões de dólares. Denunciou ainda a dupla moral dos Estados Unidos, que se considera no direito de comprovar o comportamento de outras nações em matéria de terrorismo, enquanto não julga e permite que vivam em liberdade os responsáveis confessos dos horrendos atos terroristas contra Cuba.

A esse respeito, o embaixador mencionou o caso de Luis Posada Carriles, conhecido como o mais notório terrorista do hemisfério ocidental e contra quem as autoridades norte-americanas se limitaram a abrir um processo judicial por delitos menores. Ele assegurou que o tratamento deste problema por Washington é uma violação clara e flagrante das resoluções do Conselho de Segurança da Assembléia Geral e de vários instrumentos jurídicos internacionais de combate ao terrorismo.

O embaixador cubano insistiu em solicitar que os Estados Unidos julguem Posada Carriles como terrorista ou que o devolva para a Venezuela, país que solicitou sua extradição há quase cinco anos.

Ao mesmo tempo, exigiu à administração estadunidense a libertação dos cinco cubanos anti-terroristas, mantidos como presos políticos há mais de 11 anos em cárceres de segurança máxima. Ele explicou que esses homens estavam apenas tentando obter informações sobre grupos terroristas com sede em Miami, para evitar seus atos violentos e salvar vidas de cubanos e norte-americanos.

"Está nas mãos do governo dos Estados Unidos deixar de utilizar a questão do terrorismo com fins políticos e acabar com a inclusão injusta e infundada de Cuba na lista de países que supostamente patrocinam o terrorismo", afirmou Núñez Mosquera. "Cuba condena todos os atos, métodos e práticas de terrorismo em todas as suas formas e manifestações, em qualquer lugar, por quem quer que os cometa, contra quem sejam cometidos e quaisquer que sejam as suas motivações", disse ele.



Fonte: Prensa Latina

quarta-feira, 12 de maio de 2010

Reconocen ayuda de Fidel Castro a los pueblos africanos

La Habana, 12 may (AIN) Mike Mukula, Presidente del Movimiento Pan Africano en Uganda y Dirigente Nacional del Partido MRN, reconoció la ayuda del Comandante en Jefe Fidel Castro a los pueblos africanos.


Durante una reunión de esa organización, Mukula destacó la solidaridad de la Revolución Cubana con el pueblo africano y enfatizó durante su intervención en que África tiene una deuda de gratitud con el Comandante Fidel Castro señala la página www.cubaminrex.cu.


El representante significó el aporte de las tropas cubanas en la libertad y soberanía de Angola, la independencia de Namibia y la eliminación del Apartheid.


Al intervenir Mariano M. Lores Betancourt, embajador de Cuba en Uganda, agradeció el reconocimiento, y recordó que Fidel definió al pueblo cubano como Latino africano, manifestando la posición internacionalista del gobierno de la Ínsula caribeña.


Lores Betancourt subrayó la solidaridad del Movimiento Pan Africano con Cuba ante la permanencia del bloqueo económico y la injusta condena a cinco luchadores antiterroristas cubanos prisioneros en cárceles de los EE.UU, tres de los cuales participaron en los combates contra las tropas de Sudáfrica en Angola.

Rechaza Cuba doble rasero de Washington por terrorismo

La Habana,12 may (AIN) Pedro Núñez Mosquera, representante permanente de Cuba ante la ONU condenó hoy en ese foro al gobierno estadounidense, por mantener a la Isla en la lista de países que apoyan el terrorismo.

El representante cubano recordó que en los últimos 51 años Washington ha estado involucrado en repetidas acciones terroristas contra el país antillano, que causaron tres mil 478 muertos, dos mil 099 incapacitados y pérdidas materiales por más de 54 mil millones de dólares.

Agregó que la confección unilateral por Estados Unidos de listas que acusan a otros países de supuesto apoyo al terrorismo es incompatible con el Derecho Internacional y las resoluciones de Naciones Unidas, señala un despacho de la agencia Prensa Latina.

Nuñez Mosquera denunció el doble rasero del gobierno norteamericano, que se siente con derecho de certificar la conducta de otras naciones en materia de terrorismo, mientras no juzga y permite vivir en libertad a los responsables confesos de horrendos actos terroristas contra Cuba.

Al respecto, mencionó el caso de Luís Posada Carriles terrorista de renombre internacional sobre quien las autoridades estadounidenses se limitan a un proceso judicial por cargos menores.

También exigió a la administración estadounidense la liberación de cinco luchadores antiterroristas cubanos que mantiene como presos políticos desde hace más de 11 años en cárceles de alta seguridad.

El diplomático llamó a poner fin al bloqueo económico impuesto a la isla hace más de 50 años y agregó que EE.UU. debe dejar de utilizar el tema del terrorismo con objetivos políticos.

Cuba condena todos los actos, métodos y prácticas de terrorismo en todas sus formas y manifestaciones, dondequiera, por quienquiera que los cometa, contra quienquiera que se cometan y cualesquiera que sean sus motivaciones, subrayó.

segunda-feira, 10 de maio de 2010

09 de Maio de 1945/09 de Maio de 2010 O dia em que os povos derrotaram o fascismo.

 Nesta data, há 65 anos , os representantes do comando do exército nazista alemão, assinavam perante o comando soviético o ato de capitulação incondicional

Por José Reinaldo Carvalho*

Nesse mesmo dia, depois de desbaratadas as tropas nazistas nos campos de batalha em toda a Europa, eram liquidadas em Praga, então capital da Tchecoslováquia, os últimos focos daquela que fora a maior máquina de guerra já montada até então. Estes dois acontecimentos assinalam o final da Segunda Guerra Mundial na Europa. É o dia da vitória, vitória dos povos da União Soviética, que arrostaram os maiores sacrifícios impostos pela guerra, vitória dos povos, que derrotavam o regime fascista e reconquistavam a liberdade, vitória das nações, que resgataram sua independência em face do império nazi-fascista. Vitória da humanidade.


Pouco antes, em 30 de abril, depois de uma desesperada resistência alemã nos campos de batalha da Prússia Oriental e da Áustria, as tropas soviéticas entraram em Berlim, atacaram os últimos redutos dos nazistas e içaram sobre o Reichstag a bandeira da vitória, o pano encarnado da aliança operária e camponesa que ali representava a unidade dos povos de todo o mundo. Em 2 de maio capitulava a guarnição de Berlim.

Caía assim o estado fascista alemão, quebrava-se a colossal máquina de guerra que submeteu e atormentou a humanidade.

Guerra imperialista

Naquele 9 de maio, há 65 anos, terminava na Europa a guerra que causou a morte de 50 milhões de pessoas nos campos de batalha e sob bombardeios. Nos campos de concentração nazistas 12 milhões de pessoas foram assassinadas sob cruéis suplícios. Outros milhões de pessoas – quase 100 milhões! – ficaram inválidas ou mutiladas. Os povos da União Soviética pagaram o maior preço – 27 milhões de mortos, entre estes 7,5 milhões de soldados. Quatro meses depois, em dois de setembro, terminava em definitivo o conflito, com a capitulação japonesa.

A Segunda Guerra Mundial iniciada em 1939, com o ataque à Polônia, tinha em sua origens, tal como a Primeira, as contradições interimperialistas. Desencadeada pelas potências mais agressivas à época, sobretuido a Alemanha nazista, foi a culminância do desenvolvimento desigual do mundo capitalista, de suas crises, da luta por mercados e fontes de matérias primas, pela redivisão do mundo e pelo poder mundial.


Nessa disputa o objetivo da Alemanha era estabelecer a hegemonia na Europa e ampliar seu império no Oriente Médio e na África. O Japão pretendia estabelecer sua hegemonia no Oceano Pacífico, transformar em suas colônias a China, a Coreia, a Indonésia, a Indochina, a India e as ilhas do Pacífico. Já os fascistas italianos sonhavam em transformar o Mar Mediterrâneo num “mare nostrum” italiano, submeter os países balcânicos e ocupar a Argélia, a Tunísia, a Córsega e outros países. Esses objetivos hegemonistas entravam em contradição com os interesses da Grã Bretanha, da França e dos Estados Unidos.


A Inglaterra e a França declararam guerra à Alemanha , mas nenhuma ação militar se desenvolveu na frente ocidental até abril de 1940, o que permitiu à Alemanha aumentar o número de territórios ocupados. Em abril de 1940 foi a vez da Dinamarca e da Noruega serem pisoteados pelo tacão nazista e em maio maciços bombardeios foram feitos sobre a Holanda, a Bélgica e a França. Sem resistência e até com dócil cooperação das vítimas, avançavam pela Europa as tropas hitleristas. Pior dos opróbrios para uma nação que se orgulhava de ter sido revolucionária, a França cai sob o ditame hitleriano e assina a ata de capitulação.


Grandes batalhas soviéticas


A guerra muda de caráter a partir da invasão da União Soviética em 22 de junho de 1941. Parecia o auge da campanha militar fascista, mas logo se viu que a agressão à pátria do socialismo foi o começo do fim do exército e do regime de Hitler. A imaginada derrocada do socialismo sugeriu a alguns, primeiramente os fascistas mas também às potências capitalistas ocidentais, a estratégia de sorguer uma “nova ordem”através de acordos secretos e de uma bem urdida divisão do mundo entre os países imperialistas. Mas foi exatamente a partir daí que o curso dos acontecimentos mudou.

A União Soviética, no começo em inferioridade, organiza a resistência. Mais adiante passará à ofensiva. E fará com que a guerra termine no quartel-general de quem a iniciou.


Todo o poder estatal da União das Repúblicas Socialistas Soviéticas, nas circunstâncias de ameaça à sobrevivência da pátria, concentra-se doravante no Comitê Estatal de Defesa. Com a proclamação “A Pátria em Perigo!”, Stálin faz um chamamento a todos os povos da URSS a se levantarem e concentrarem forças na luta para desbaratar os agressores. O front e a retaguarda se transformaram num só e indivisível campo de batalha.


Ainda em 1941, o exército nazista fez profundas incursões no território da URSS. Ocupou a Ucrânia e a Bielorrússia e iniciou celeremente uma marcha rumo a Moscou. O comando nazista imaginou uma rápida tomada da capital e chegou a declarar que em 7 de novembro, quando habitualmente os soviéticos comemoravam o aniversário da Revolução num grande desfile militar e em concentrações populares, o exército alemão realizaria sua parada militar na Praça Vermelha.


Mas o povo moscovita travou encarniçadas batalhas e sustentou heroica resistência, primeiro detendo, em seguida rechaçando para bem longe os agressores nazistas. A derrota germânica às portas de Moscou foi um acontecimento militar de grande importância que viria a exercer enorme influência nos desdobramentos da guerra. Terminava ali o mito de que o exército hitlerista era invencível. A partir de então, os povos soviéticos e todos os povos submetidos pelo fascismo ganharam confiança, inspiração e força moral para enfrentar o pior inimigo da humanidade.

Outra virada radical que determinou o desenvolvimento posterior dos acontecimentos políticos e militares da Segunda Guerra Mundial foi a batalha de Stalingrado. Foram travados sangrentos combates, a partir de determinada altura em cada palmo da cidade, em cada rua, em cada casa, transformadas em trincheiras, combates de cada homem e mulher, velhos e jovens, soldados improvisados, que escreveram uma das epopeias mais heróicas de todos os tempos.


Em Stalingrado começou a queda do exército germânico, do estado fascista. Após Stalingrado inverteu-se o quadro de forças da guerra. Duas outras grandesbatalhas, dentre as centenas de ações de resistência e combate do Exército Vermelho, a de Kursk (julho de 1943) e a de Leningrado (janeiro de 1944) foram também enfrentamentos decisivos para desbaratar a máquina de guerra de Hitler.

Ofensiva libertadora


É necessário assinalar ainda a grande ofensiva do exército soviético em 1944 e 1945, com a libertação da Ucrânia, da Bielorrússia, dos países bálticos e as incursões nos territórios da Romênia, Tchecoslováquia, Hungria, Iugoslávia e, por fim, a já mencionada tomada de Berlim.

A vitória dos povos na Segunda Guerra Mundial é resultado ainda de dois outros fatores – a coalizão anti-fascista e as lutas democráticas e populares, que constituíram fator decisivo para a derrubada do fascismo. Espalharam-se as lutas guerrilheiras e os exércitos guerrilheiros em toda as partes da Europa e Ásia. Em todos os continentes, os povos se organizaram em frentes populares de libertação nacional nas quais participavam amplos setores progressistas. Amadureceu a ideia e consolidou-se a experiência de realizar amplas alianças políticas para bater o inimigo comum, com papel destacado para as forças revolucionárias, particularmente os comunistas.


Em todas as partes foi grande o clamor para que os Estados Unidos e o Reino Unido se aliassem à União Soviética e fosse criada a frente ocidental. O reflexo disso no Brasil foi a pressão política e social para que o governo de Getúlio Vargas abandonasse a política de eqüidistância e aderisse ao esforço de guerra dos Aliados. Os governos das grandes potências ocidentais, nomeadamente os EUA e o Reino Unido e os das nações por estes polarizadas acabaram compreendendo que era indispensável a cooperação com a URSS, para enfrentar a Alemanha, mesmo mantendo suas ambiguidades, seus objetivos imperialistas e os seus interesses meramente pragmáticos de afastar o concorrente interimperialista.

A celebração do Dia da Vitória não é algo que não diga respeito à geração que numa outra situação histórica luta hoje pela paz, a democracia, a independência nacional e o socialismo. São graves as ameaças que pairam sobre a humanidade. Com diferenças na forma e nas proclamações, as forças imperialistas e em primeiro lugar os Estados Unidos da América submetem os povos a novos tipos de tirania, funcionais à manutenção de uma ordem iníqua, baseada no poder do imperialismo e de classes dominantes retrógradas, que impõem restrições de toda ordem à liberdade, atentam contra a soberania nacional, promovem políticas anti-sociais em que a regra básica é a violação dos direitos dos trabalhadores, militarizam o planeta, põem em perigo a paz e a segurança da humanidade e contaminam o ambiente.


É indispensável conhecer o passado, como agiu o inimigo e como lutaram os povos, primeiro para que os crimes de lesa-humanidade não se repitam jamais e também para que as atuais gerações de militantes sejam capazes de recolher as ricas lições que emanam da experiência heróica das gerações anteriores.

Comemoremos os 65 anos da Vitória!

A 9 de Maio comemorara-se o 65º aniversário da Vitória sobre o Nazi-fascismo – a mais brutal e violenta expressão do domínio dos monopólios, num sistema capitalista em profunda crise -, que conduziu a Humanidade a uma das maiores catástrofes da sua História, com a barbárie dos campos de concentração e o cortejo de morte e destruição que a Segunda Guerra Mundial significou para os povos.

Os Comunistas estiveram desde o primeiro momento na primeira linha, mobilizando e organizando os trabalhadores e os povos para a resistência. A luta anti-fascista contou com a firme e resoluta acção dos comunistas, pela qual milhões deram as suas vidas.

Para a Vitória sobre as hordas fascistas foi determinante o heróico contributo da URSS, do seu Exército Vermelho, do seu povo, que sofreu cerca de 27 milhões de mortos.

Foi com a vitória em 1945 e a formação do campo socialista que milhões de homens e mulheres encetaram a sua emancipação, libertando-se da exploração, da opressão e do colonialismo, e o movimento operário alcançou enormes conquistas sociais e políticas, no caminho de progressos nunca antes alcançados na história da Humanidade.

Na actual situação, em tempos de profunda crise do capitalismo, em que a ofensiva desencadeada por várias organizações imperialistas, como a NATO e a União Europeia, atinge tão duramente as massas trabalhadoras, a Humanidade está de novo confrontada com grandes perigos resultantes do agravamento das contradições do imperialismo, da corrida aos armamentos, do reforço das alianças militares agressivas e da tentativa de impor pela força o aumento brutal da exploração, da precariedade das relações laborais, dos despedimentos, do desemprego, da pobreza, da negação da satisfação das necessidades mais básicas de milhões e milhões de seres humanos.

Deste modo, apelamos a que se assinale o 65 aniversário da vitória sobre o nazi-fascismo como um importante marco na luta pela paz, contra a monumental falsificação da História e o anticomunismo – que como a história mostra, é sempre antidemocrático -, que tentando equiparar fascismo com comunismo e apagar o papel decisivo dos comunistas na libertação dos povos do jugo nazi-fascista, procura criminalizar, ilegalizar, reprimir, não apenas os ideais e a acção dos comunistas mas de todos os democratas que se oponham à dominação e à exploração capitalistas, o seu propósito de perseguir e reprimir todos os que, de alguma forma, resistam e lutem organizadamente contra os monopólios e o imperialismo.

Para nós, comunistas, evocar o 65º aniversário da Vitória é reafirmar a nossa profunda convicção na luta pela emancipação social, na justiça dos nossos valores e ideais libertadores; é reafirmar a nossa determinação em combater as causas e as forças que estiveram na raiz do horror fascista; é reafirmar a nossa confiança inabalável de que o futuro pertence não aos que oprimem e exploram, mas aos trabalhadores e aos povos que resistem e lutam em prol da emancipação da Humanidade das grilhetas da exploração do homem pelo homem e por uma sociedade onde os trabalhadores usufruam plenamente da riqueza por si criada, do progresso social, da paz e do bem-estar. O futuro pertence não ao capitalismo, mas sim ao Socialismo e ao Comunismo.



Os Partidos



1. Partido Comunista Sul Africano

2. Partido Comunista Alemão

3. Partido Comunista da Arménia

4. Partido Comunista do Azerbaijão

5. PADS da Argélia

6. Partido Comunista da Austrália

7. Partido do Trabalho da Bélgica

8. Partido Comunista da Bielorrússia

9. Partido Comunista do Brasil

10. Partido Comunista Brasileiro

11. Partido Comunista do Canadá

12. Partido Comunista do Cazaquistão

13. Partido Comunista da Boémia e Morávia

14. Partido Comunista do Chile

15. Partido Socialista dos Trabalhadores da Croácia

16. Partido Comunista de Cuba

17. Partido Comunista dos Povos de Espanha

18. Partido Comunista dos EUA

19. Partidos dos Comunistas da Catalunha

20. Partido Comunista da Finlândia

21. Novo Partido Comunista Britânico

22. Partido Comunista Britânico

23. Partido Comunista Unificado da Geórgia

24. Partido Comunista da Grécia

25. Novo Partido Comunista da Holanda

26. Partido Comunista dos Trabalhadores da Hungria

27. Partido Comunista da Índia Marxista

28. Partido Comunista da Índia

29. Partido do Povo do Irão

30. Partido Comunista Iraquiano

31. Partido Comunista da Irlanda

32. Partido Comunista Libanês

33. Partido Comunista Luxemburguês

34. Partido dos Comunistas, México

35. Partido do Povo da Palestina

36. Partido Comunista do Paquistão

37. Partido Comunista Peruano

38. Partido Comunista Quirguistão

39. Partido Comunista da Federação Russa

40. União dos Partidos Comunistas – CPSU - Rússia

41. Partido Comunista da Síria

42. Partido Comunista da Suécia

43. Partido do Trabalho (EMEP) da Turquia

44. Partido Comunista da Ucrânia





7 Maio 2010

A TIRANIA ODIOSA IMPOSTA AO MUNDO

A dolorosa realidade não deveria surpreender ninguém. Via-se aproximar a passos acelerados nas últimas décadas, a um ritmo difícil de imaginar.

Isso significa que Obama é responsável ou promotor dessa ameaça? Não! Demonstra simplesmente que ignora a realidade e não deseja nem poderia ultrapassá-la. Ou melhor, sonha coisas irreais em um mundo irreal. “Idéias sem palavras, palavras sem sentido”, como expressou um poeta brilhante.

Ainda que o escritor norte-americano Gay Talese, considerado um dos principais representantes do novo jornalismo, garantisse em 5 de maio –segundo informa uma agência de notícias européia– que Barack Obama encarnava a melhor história dos Estados Unidos no último século, o que poderia partilhar-se em alguns aspectos, em nada altera a realidade objetiva do destino humano.

Originam-se acontecimentos como o desastre ecológico que acaba de se produzir no Golfo do México, que demonstram quão pouco podem os governos contra os que controlam o capital, que tanto nos Estados Unidos como na Europa são, através da economia em nosso planeta globalizado, os que decidem o destino dos povos. Tomemos como exemplo as medidas que partem do próprio Congresso dos Estados Unidos, publicadas pela mídia mais influente desse país e da Europa, tal como foram divulgadas na Internet, sem alterar uma palavra.

“Rádio e TV Martí mentem ao difundir informações sem fundamento, reconhece um relatório da Comissão de Relações Exteriores do Senado norte-americano que recomenda que ambas as estações sejam retiradas definitivamente de Miami e re-localizadas em Washington para se integrarem ‘plenamente’ ao aparelho propagandístico da Voz da América.

“Além de enganar seu público” […] “ambas as emissoras usam ‘uma linguagem ofensiva e incendiária’ que as desqualificam.

“Após 18 anos Rádio e TV Martí falharam ‘em penetrar de maneira sensível na sociedade cubana ou influenciar o governo cubano’…”

“O relatório divulgado nesta segunda-feira recomenda fusionar o Escritório de Transmissões para Cuba (OCB) –por suas siglas em inglês– com a Voz da América, a rádio oficial de propaganda do governo dos Estados Unidos.

“‘Problemas com o respeito das normas jornalísticas tradicionais, uma audiência minúscula, interferências radiais pelo Governo cubano, e alegações de nepotismo e compadrio têm afetado o programa desde o começo’, reconhece a Comissão presidida pelo Senador democrata John Kerry.”

“O comitê recomenda tirar urgentemente ambas as estações de Miami sublinhando a necessidade de contratar de maneira mais equilibrada o pessoal para conseguir um ‘produto’ despolitizado e profissional, valoram os senadores.

“O relatório Kerry faz referência a Alberto Mascaró, o sobrinho da esposa de Pedro Roig, Diretor Geral de Rádio e TV Martí, que foi contratado –graças a seu parente– de diretor do serviço latino-americano da Voz da América.

“O documento assinala pormenorizadamente como em fevereiro de 2007, o ex-diretor da programação de TV Martí, ‘conjuntamente com um parente de um membro do Congresso’ têm confessado sua culpabilidade em uma corte federal por ter recebido aproximadamente 112 000 dólares em comissões ilegais de parte de um empreiteiro da OCB. O ex-empregado da OCB foi sentenciado a 27 meses no cárcere e a pagar uma multa de 5 000 dólares por ter açambarcado ‘50 por cento de todo o dinheiro pagado por TV Martí para a produção de programas pela firma Perfect Image’.”

Até aqui o artigo de Jean Guy Allard aparecido no sítio Web de Telesul.

Outro artigo, dos professores norte-americanos Paul Drain e Michele Barry, da Universidade de Stanford (Califórnia), replicado no sítio de Internet Rebelião, informa:

“O bloqueio comercial norte-americano contra Cuba, promulgado depois que a revolução de Fidel Castro derrubasse o regime de Batista, alcança seus 50 anos em 2010. Seu objetivo explícito consistiu em ajudar o povo cubano a alcançar a democracia, mas um relatório de 2009 do Senado dos EEUU concluiu que ‘o bloqueio unilateral contra Cuba tem fracassado’.”

“…Apesar do bloqueio, Cuba tem obtido melhores avanços sanitários do que a maior parte dos países latino-americanos, comparáveis aos da maioria dos países desenvolvidos. Cuba tem a esperança média de vida mais alta (78,6 anos) e a maior densidade de médicos per capita, 59 médicos por 10.000 habitantes, bem como as taxas mais baixas de mortalidade em menores de um ano (5,0 por cada 1 000 crianças nascidas vivas), e de mortalidade infantil (7,0 por cada 1 000 crianças nascidas vivas) entre os 33 países latino-americanos e do Caribe.

“Em 2006, o governo cubano destinou uns 355 dólares per capita para a saúde” […] “O custo sanitário anual destinado a um cidadão dos EEUU foi nesse mesmo ano de 6 714 dólares […] Cuba também destinou menos fundos para a saúde do que a maioria dos países europeus. Porém os baixos custos em cuidados sanitários não explicam os sucessos de Cuba, que poderiam se atribuir ao maior esforço na prevenção da doenças e nos cuidados sanitários primários que a Ilha tem estado cultivando durante o bloqueio comercial norte-americano.

“Cuba possui um dos sistemas de cuidados sanitários primários preventivos mais avançados do mundo. Mediante a educação de sua população na prevenção da doença e na promoção da saúde, os cubanos dependem menos dos produtos médicos para manter sadia sua população. O contrário acontece nos EEUU, que depende enormemente de provisões médicas e tecnologias para manter sadia sua população, mas a um custo econômico bem elevado.”

“Cuba tem as taxas mais altas do mundo de vacinação e de partos atendidos por trabalhadores sanitários experientes. Os cuidados assistenciais dispensados nos consultórios, nas policlínicas e nos maiores hospitais regionais e nacionais são gratuitos para os pacientes…”

“Em março de 2010, o Congresso dos Estados Unidos da América tem apresentado um projeto de lei para fortalecer sistemas sanitários e alargar o envio de trabalhadores sanitários experientes a países em vias de desenvolvimento” […] “Cuba também continua enviando médicos a trabalhar em alguns dos países mais pobres do planeta, uma prática que se iniciou em 1961.”

“Na frente norte-americana interior, dado o recente impulso em apóio de uma reforma sanitária, existem oportunidades para aprender de Cuba válidas lições sobre como desenvolver um sistema sanitário verdadeiramente universal, que coloque ênfase nos cuidados primários. A adoção de algumas das políticas sanitárias mais sucedidas de Cuba poderia ser o primeiro passo rumo a uma normalização das relações. O Congresso poderia encarregar o Instituto de Medicina que estudasse os sucessos do sistema sanitário cubano e como iniciar uma nova era de cooperação entre os cientistas norte-americanos e cubanos.”

Por sua vez, o portal de notícias Tribuna Latina publicou recentemente um artigo sobre a nova Lei de Imigração em Arizona:

“Em conformidade com uma sondagem que publicam a cadeia CBS e o jornal ‘The New York Times’, 51 por cento considera que a lei é o enfoque adequado relativamente à imigração enquanto 9 por cento considera que se deveria ir ainda mais longe nesta matéria. Frente a eles, 36 por cento considera que em Arizona foi-se ‘longe demais’.”

“…dois de cada três republicanos apóiam a medida” […] “ao passo que apenas 38 por cento dos democratas se mostra em favor da lei…”

“Por outro lado, um de cada dois reconhece que é ‘bem provável’ que como conseqüência desta norma sejam apreendidas ‘pessoas de determinados grupos raciais ou étnicos com mais freqüência do que a outras’ e 78 por cento reconhece que suporá uma maior carga para a Polícia.

“Outrossim, 70 por cento considera provável que como conseqüência desta medida o número de residentes ilegais e a chegada de novos imigrantes ao país se reduza…”

Na quinta-feira 6 de maio de 2010, sob o título de “Arizona: Um morto de fome com presunções”, foi publicado um artigo da jornalista Vicky Peláez em Argenpress, que começa recordando uma frase de Franklin D. Roosevelt: “Lembre-se, lembre-se sempre, que todos nós somos descendentes de imigrantes e revolucionários.”

É um documento tão bem elaborado que não quero concluir esta Reflexão sem incluí-lo.

“As marchas multitudinárias deste 1 de maio, em repúdio à nefasta lei anti-imigrante aprovada em Arizona, estremeceram a toda América do Norte. Ao mesmo tempo, milhares de estadunidenses, políticos, juristas, artistas, organizações cívicas exigiram ao governo federal declarar inconstitucional a lei SB1070 que tem semelhança com leis da Alemanha nazi ou da África do Sul em tempos do apartheid.

“Contudo, apesar da forte pressão contra a nefasta lei, nem seu governo, nem 70 por cento dos habitantes desse Estado não querem aceitar a gravidade da situação que criaram para usar os indocumentados como culpados da severa crise econômica que estão atravessando. Enquanto pedem dinheiro a Barack Obama para pagar 15 mil polícias, estão radicalizando sua política racista. A governadora Jan Brewer declarou que ‘a imigração ilegal implica o aumento do crime e o surgimento do terrorismo no Estado’.

“Igualar os indocumentados com terroristas, autoriza à polícia a disparar contra pessoas só pela cor de sua pele, por sua vestimenta, pelo que levam nas mãos ou até por sua forma de caminhar. Sem dúvida alguma, afetará também os 280,000 americanos nativos que vivem marginalizados e em extrema pobreza como a outras minorias, para além dos hispanos, que encontraram refúgio e o trabalho nesta zona árida dos EE.UU.

“Seguindo o republicano, Pat Buchanan que diz: ‘Os Estados Unidos devem tornar mais forte a cruzada pela libertação da América do Norte das hordas bárbaras de esfomeados estrangeiros portadores de doenças exóticas’, a governadora Brewer, depois de arremeter contra indocumentados jornaleiros, operários da construção, empregadas domésticas, jardineiros, trabalhadores de limpeza, encaminhou sua campanha contra os professores de origem hispana.

“Conforme seu novo decreto, os professores com um sotaque marcado não poderão ensinar nas escolas. Mas ali não conclui sua cruzada porque a ‘limpeza étnica’ em todos os tempos históricos sempre esteve acompanhada pela ideologia. A partir de agora os ‘estudos e projetos étnicos’ ficam abolidos nas escolas.

Também proíbem o ensinamento de temas que podem promover ressentimento para com uma raça ou classe social. Isto implica politizar o conhecimento, convertendo os mitos criados pelo sistema norte-americano em realidade. Também significa desterrar os pensadores mais respeitados nos EEUU, como Alexis de Tocqueville que dizia em 1835 que ‘o lugar onde um anglo-americano coloca sua bota fica para sempre como seu. A província de Texas ainda pertence aos mexicanos, mas dentro em breve não haverá um mexicano ali. E assim acontecerá com qualquer outro lugar’.”

“A única consciência dos racistas é o ódio e única arma para vencê-lo é a solidariedade dos homens. Este estado já foi vencido quando se negou a dar feriado o dia de Martín Luther King, o boicote foi sólido e contundente...”





Fidel Castro Ruz

7 de maio de 2010

18h15

Trovador cubano Silvio Rodríguez fará seu primeiro show no Carnegie Hall

HAVANA, Cuba, 07 de maio (ACN) O renomado trovador cubano Silvio Rodríguez se apresentará pela primeira vez no Carnegie Hall de Nova Iorque, uma das mais importantes salas de concertos dos Estados Unidos, no próximo dia 04 de junho.
Rodríguez, que é fundador do Movimento da Nova Trova junto com Pablo Milanês e Noel Nicola, fora declarado persona non grata naquele país durante a administração do presidente George W. Bush (2001-2009), que interrompeu o intercâmbio cultural entre as duas nações.

Silvio foi proibido de viajar aos E.U. em maio de 2009 para um show em homenagem ao 90º aniversário do emblemático cantor Pete Seeger no Madison Square Garden. Naquela ocasião o governo de lá lhe negou o visto.

Silvio, também vai cantar em San Francisco, Chicago, Los Angeles e Porto Rico, onde já atuou há treze anos.

Em uma entrevista ao jornal espanhol La Vanguardia, o trovador cubano falou sobre suas duas visitas anteriores para os Estados Unidos, as duas prévias durante a administração do presidente democrata James Carter (1977-1981).

A primeira visita foi no verão de 1978, convidado pelas Brigadas Antonio Maceo e Venceremos, quando ofereceu um concerto no Minskof Broadway Theater e outro de jazz, no Village Gate's club.

Naqueles dias, de acordo com o artista, ele compôs duas músicas em Nova Iorque: Leyenda e Tu imagen (Lenda e Tua imagem). Em fevereiro de 1980, junto com o cantor e compositor Pablo Milanês, ele visitou os E.U. pela segunda vez, quando cantou em Washington, Boston, Philadelphia, na Universidade de Massachusetts e, naturalmente, na Grande Maçã.

Nessa ocasião, os dois artistas cubanos também deram um show na Brooklyn Academy of Music, ao que chegaram com duas horas de atraso devido a uma nevasca. Mas ainda assim o entusiasmo não decresceu, segundo suas próprias palavras.

Em 1997, ele viajou ao Porto Rico para um show em um estádio com Roy Brown, oportunidade, ressaltou, em que os E.U. lhe deram o visto no dia exato do ensaio e apresentação, tendo que deixar o país no dia seguinte.

Agência Cubana de Notícias

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