quinta-feira, 9 de junho de 2011

Abusos dos EUA na ilegal base de Guantánamo à descoberta

WASHINGTON, 25 de abril.

— Mais de 750 relatórios secretos filtrados por WikiLeaks confirmam os abusos cometidos pelos Estados Unidos no cárcere da ilegal base de Guantánamo, e revelam que 60% dos réus foram levados a essa prisão sem terem nenhum vínculo com a guerra santa.



Os casos da maioria dos prisioneiros — 758 de 779 — são descrevidos em detalhes em memorandos que a Força de Tarefa Conjunta na Baía de Guantánamo enviou ao comando sul dos Estados Unidos em Miami, Flórida.



Ainda há 170 prisioneiros nesse cárcere, onde foi criado um sistema policial e penal sem garantias, e onde somente interessavam duas questões: a informação que obteriam dos presos, embora fossem inocentes, e se podiam ser perigosos num futuro.



Pessoas idosas com demência senil, adolescentes, doentes psiquiátricos graves e professores ou granjeiros sem nenhum vínculo com a guerra santa, foram levados ao cárcere e misturados com terroristas, como os responsáveis pelos acontecimentos de 11-S.



Segundo os relatórios, Abu Zubaydah — suposto detento de alto valor, sequestrado no Paquistão, em março de 2002 e que esteve 4 anos e meio em prisões secretas da CIA — foi submetido em 83 ocasiões à técnica de tortura conhecida como waterboarding (submarino), forma controlada de asfixia por afogamento.



Os 759 arquivos foram revelados simultaneamente pela mídia estadunidense e europeia, entre eles o jornal El País.



O governo dos Estados Unidos lamentou a divulgação e reconheceu que os relatórios foram escritos com informações de 2002 e 2009. (Extraído do El País)

Terrorista Orlando Bosch morre em Miami em meio à impunidade

Havana. 6 de Maio, de 2011


Terrorista Orlando Bosch morre em Miami em meio à impunidade


Jean-Guy Allard



ORLANDO Bosch, 84 anos, o chefe da CORU terrorista, protegido pelos Bush, a FNCA e a CIA, responsável com Luis Posada Carriles pela explosão em pleno voo de um avião da Cubana de Aviação, morreu em Miami, quarta-feira, 27 de abril, às 12h05, sem nunca ter pagado por seus crimes.



Segundo um comunicado, sua morte se produziu depois de "enfrentar uma longa e dolorosa enfermidade" que não é especificada.



Bosch nasceu em 18 de agosto de 1926 em Potrerillo, Cuba, a 250 quilômetros a leste de Havana. Chegou aos Estados Unidos em 28 de julho de 1960, com permissão de estada no país de não mais de 30 dias. Porém, envolveu-se logo na guerra suja travada contra Cuba pela CIA a partir da Flórida e não saiu do território norte-americano até 1972.



Como expressão de seus métodos bárbaros e impunes, por exemplo, em 16 de setembro de 1968, Bosch fez um disparo com uma bazuca contra o navio polonês Polanica, no porto de Miami. Em 15 de novembro de 1968, foi condenado a dez anos de prisão pela Corte Federal do distrito de South Florida, por vários crimes e, paralelamente, por ter feito ameaças escritas ao presidente do México, ao chefe de Estado espanhol e ao primeiro-ministro britânico daquela época, pretendendo causar danos a navios e aeronaves daquelas nações, por causa de suas relações com Cuba.



Em 1972, saiu em liberdade condicional e abandonou o território norte-americano e, violando as condições de sua liberação, participa de forma ativa, junto à CIA e a ditadura de Pinochet na macabra Operação Condor.



Mais obcecado do que nunca por sua "missão" terrorista, Bosch participou em Bonao, República Dominicana, da criação ordenada pela CIA da Coordenação de Organizações Revolucionárias Unidas (CORU), que reunia vários grupos terroristas de Miami. A fundação da CORU teve lugar em 11 de junho de 1976, em uma casa de trabalho secreto da agência.



A CORU viria a ser o grupo terrorista cubano-americano mais devastador da segunda metade do século passado, organizando e executando, pela conta da CIA e de outras organizações da extrema direita, um sem-número de atentados, assassinatos, sequestros em Miami, Nova York, Venezuela, Panamá, México, Argentina, e até na Europa.



O relatório do substituto do procurador-geral Joe D. Whitley, emitido em maio de 1989, declarou Orlando Bosch inimigo público número um dos Estados Unidos e negou ao perigoso personagem o asilo solicitado por cerca de trinta atos de terrorismo, entre eles o hediondo crime de Barbados.



O promotor norte-americano sublinhou entre os fatos violentos: "Em outubro de 1976, Bosch foi preso na Venezuela, devido ao seu envolvimento no atentado de 6 de outubro de 1976 a uma aeronave civil cubana, que matou 73 homens, mulheres e crianças".



Bosch saiu da Venezuela sob a proteção daquele que tinha resolvido sua "absolvição", nada menos que Otto Reich, na época embaixador dos Estados Unidos em Caracas. Chegou aos EUA, vindo da Venezuela, em 18 de fevereiro de 1988, sem documentos válidos. À sua chegada, foi detido formalmente, com um mandato de prisão por ter violado as condições de sua libertação, em 1974, onde se deu um debate quanto a mantê-lo detido ou expulsá-lo do país.



Segundo o The New York Times, de 17 de agosto de 1989, a congressista de origem cubana, Ileana Ross-Lehtinen e outros políticos norte-americanos da Flórida e da FNCA, negociaram pessoalmente com o então presidente George Bush, pai, a libertação de Bosch. A reunião foi organizada por um dos filhos de Bush, Jeb Bush, quem assegurou, dessa forma, o apoio da máfia anticubana para sua eleição como governador da Flórida, uns anos depois.



Na entrevista coletiva após a sua libertação, Bosch mostra-se já sem nenhum arrependimento. Lançando um desafio aberto, o terrorista acrescenta, com sua arrogante ironia: "Compraram a corrente, mas não têm o macaco".



Sua incitação constante à guerra terrorista contra Cuba nos meios de comunicação de Miami, incluindo o reconhecimento dos planos de atentados, e suas expressões de desprezo acerca dos mortos na criminal explosão do avião cubano em Barbados, foram prova dessa impunidade de que gozou, como a que hoje também desfruta Luis Posada Carriles.

Em Cuba há 1.551 centenários

José A. de la Osa



ATUALMENTE, em Cuba há 1.551 pessoas com mais de cem anos, mais dez das que havia em 2010, de acordo com a atualização do passado mês de fevereiro do Estudo de Centenários em Cuba, realizado entre 2004 e 2008.





A longevidade, indicador da qualidade de vida, é uma conquista social. Foto: Alberto Borrego



Esta pesquisa, coordenada pelo Departamento Nacional do Idoso e Assistencial Social do Ministério da Saúde Pública, revela que a mais idosa é Juana de la Candelaria Rodríguez, que completará 126 anos em junho próximo, residente no município de Campechuela, na província de Granma.



O maior número de centenários, aos quais se dá atendimento especializado em nosso país, encontra-se em Havana, Santiago de Cuba, Holguín, Camagüey e Villa Clara, esta última, a província onde mora a população mais idosa da nação.



As pessoas que ultrapassam a faixa etária dos 100 despertam interesse de pesquisadores e da população em geral, pois são um grupo humano que conseguiu ultrapassar problemas ambientais e de saúde.



Em Cuba, a esperança de vida ao nascer é de 78 anos: 76 para os homens e 80,02 para as mulheres. Dentre a população de centenários, há mais 20% de mulheres do que de homens.

Declaração do ministro das Relações Exteriores acerca das sanções impostas pelos Estados Unidos à companhia Petróleos de Venezuela S.A. (PDVSA)

O governo e o povo cubanos expressam a enérgica condenação contra esta agressão ao povo venezuelano, à Revolução Bolivariana, à PDVSA bolivariana.



O governo de Cuba, nosso povo todo, solidariza-se com o presidente Hugo Chávez Frías e com o povo venezuelano, e respalda de maneira irrestrita a resolução da Assembleia Nacional da República Bolivariana da Venezuela sobre este tema.



Compartilhamos a declaração do comandante Chávez, de que as grandes reservas de Venezuela não são só de petróleo, mas também estão em seu povo: reservas políticas, reservas morais, reservas bolivarianas.



Os Estados Unidos violam o direito internacional, e aplicam leis unilaterais de maneira extraterritorial.



É preciso denunciar esta agressão e perguntarmo-nos se os Estados Unidos estão iniciando uma nova escalada contra a Revolução Bolivariana. O tema essencial não é o aspecto econômico das medidas aplicadas contra a PDVSA, mas sim o risco de que isso signifique a decisão dos Estados Unidos de provocarem novos conflitos na região, novas tentativas de dividir a América Latina e o Caribe, em um momento culminante de sua unidade e de sua independência.



Quando a Venezuela é agredida, também se agride a Cuba. O comandante Chávez, o povo venezuelano, poderá contar com nossa completa solidariedade, com todo nosso respaldo. Atuaremos nos organismos internacionais, e trabalharemos juntos no sentido de que seja reatado o direito internacional, para impedir que os Estados Unidos violem desta maneira as leis internacionais e agridam nossos povos.



Cuba comparte totalmente a declaração da ALBA sobre este assunto e está pronta para agir nos fóruns e eventos internacionais, em uma enérgica denúncia e na adoção de medidas internacionais contra esta nova e brutal agressão contra a Venezuela e contra a Nossa América.



Havana, 28 de maio de 2011

Raúl e Lula visitam instalações do porto de Mariel

O presidente dos Conselhos de Estado e de Ministros, general-de-exército Raúl Castro Ruz, acompanhou, na manhã de quarta-feira, 1º de junho, o ex-presidente brasileiro Luiz Inácio Lula da silva em uma visita às instalações do porto de Mariel, onde atualmente está sendo construída uma moderna base marítima que alargará as portas de Cuba para o mundo.



No início da sessão de trabalho foi exibido um vídeo em que se explicam pormenores do investimento, que vem sendo executado a partir de um crédito outorgado pelo Brasil e em uma parceria com a Associação Econômica Internacional (AEI), entre o grupo brasileiro Odebrecht e uma empresa construtora cubana.



Depois, os principais diretivos da obra, tanto da parte estrangeira quanto da cubana, fizeram uma exposição das ações principais implementadas até a data, bem como sua significação para esta Zona Especial de Desenvolvimento, que contribuirá, entre outros elementos, à criação de novas fontes de emprego. Atualmente, está em andamento a primeira etapa do projeto, no qual se prevê a construção de 700 metros de docas, que permitirão o início das operações no porto, o qual, então, poderá começar a receber navios de uns 15 metros de calado.



Ainda, está em construção uma ampla infraestrutura de autoestradas e modernas ferrovias até Mariel, vila distante a 45 quilômetros da capital cubana. Falou-se, também, da reabilitação do Instituto Politécnico que existe nesse território e que no próximo ano letivo iniciará a formação de diferentes especialidades relacionadas com essa obra.



Segundo foi informado, a construção deste terminal de contêineres — que se constrói sob a premissa fundamental de proteger o meio ambiente — está justificada pelo fato de que, atualmente, se torna difícil a entrada de navios de grande tamanho e calado no porto de Havana, devido à sua insuficiente profundidade.



No fim do encontro, Lula da Silva se referiu à significação desse projeto para o futuro econômico de Cuba e manifestou que se sentia satisfeito pelos bons resultados obtidos até agora.



Por seu lado, Raúl Castro ressaltou que a obra vai andando sem atrasos, segundo o cronograma, avanço que se deve manter até serem terminadas todas as obras incluídas no contrato. Reconheceu o profissionalismo dos especialistas brasileiros e exortou os cubanos, muito especialmente os organismos e empresas envolvidas neste investimento, a assumirem todas as novas experiências transmitidas, particularmente pela capacidade organizativa demonstrada.

terça-feira, 7 de junho de 2011

4º Convenção Catarinense de Solidariedade a Cuba

Todo comenzó con el Interferón

Biotecnología Cubana

Todo comenzó con el InterferónA 30 años de su obtención en el país, Cuba ha desarrollado otras variantes de este producto que se emplea en el tratamiento de enfermedades virales y cancerígenasLILLIAM RIERA

Hace 30 años, el 28 de mayo de 1981, científicos cubanos dieron el primer paso en el desarrollo de la Biotecnología en el país, al lograr el Interferón leucocitario, molécula que se obtiene de la sangre, con aplicaciones en enfermedades virales y cancerígenas.

Los productos biotecnológicos desarrollados en Cuba contribuyen en la actualidad al diagnóstico, prevención y tratamiento de 26 enfermedades. Hoy, como resultado del constante desarrollo y mejoramiento de ese producto, se han obtenido nuevas variantes: el Interferón Alfa 2b humano recombinante y, la más novedosa, el Interferón peguilado.

Eduardo Martínez, director de la Unidad de Desarrollo Tecnológico del Centro de Ingeniería Genética y Biotecnología (CIGB) de La Habana, explicó a Granma que el Interferón peguilado —cuyo nombre comercial es PEG-Heberon— se obtuvo por la modificación química de la molécula que permitió lograr una nanoestructura ventajosa que favorece la disminución, de tres a solo una, de la cantidad necesaria de aplicaciones inyectables del producto; incrementa su efectividad y disminuye efectos adversos.

El nuevo medicamento fue desarrollado por especialistas del CIGB y está indicado para el tratamiento de la hepatitis crónica tipos B y C.

De izquierda a derecha, Eduardo Pentón, integrante del grupo que desarrolló el Interferón leucocitario; Eduardo Martínez, director de la Unidad de Desarrollo Tecnológico del CIGB, y Verena Muzio, jefa de departamento de la Dirección de Investigaciones Biomédicas del Centro.Martínez refirió que el PEG-Heberon, con registro en Cuba, comenzó a ser introducido en el sistema nacional de salud pública desde finales del 2010, donde es suministrado gratuitamente a las personas que lo necesitan.

Las grandes transnacionales han desarrollado también el Interferón peguilado, cuyo precio en el mercado supera los cien dólares una dosis.

Sergio Pérez, gerente de ventas de Heber Biotec S.A., indicó que con vistas a la futura comercialización del PEG-Heberon, esa entidad cubana está iniciando acciones de registro a nivel internacional.

Heber Biotec S.A. comercializa de manera exclusiva, en naciones de América Latina, Asia, Africa y Europa del Este, los productos biotecnológicos y farmacéuticos, servicios tecnológicos y proyectos de Investigación-Desarrollo del CIGB y de otras importantes instituciones y laboratorios del país.

Cuenta con más de 200 registros sanitarios de productos aprobados en más de 52 países y acuerdos de distribución firmados con compañías en todo el mundo.

Heber Biotec S.A. y el CIGB forman un complejo de investigación-desarrollo, producción y comercialización.

El CIGB, inaugurado el 1 de julio de 1986, pertenece al Polo Científico del Oeste de La Habana. Institución de vanguardia de las biociencias cubanas, su principal valor está en su personal, altamente calificado y comprometido con el desarrollo de nuevos productos para mejorar la calidad de la vida humana, además de otros para aplicaciones agrícolas y pecuarias.

En la cartera de Heber Biotec S.A. está presente el Interferón Alfa 2b humano recombinante —cuyo nombre comercial es Heberon Alfa R—, obtenido mediante técnicas de ingeniería genética y con un probado efecto antiviral y antiproliferativo (inhibe el desarrollo de células cancerígenas).

Indicado para el tratamiento de la hepatitis viral B y C y en algunos tipos de cáncer —aunque también ofrece una respuesta excelente ante enfermedades inmunológicas, entre otras indicaciones— este producto de la biotecnología cubana se ha comercializado en más de 20 naciones, según Martínez.

La obtención del Interferón leucocitario fue el punto de partida del desarrollo de la Biotecnología en este país del Tercer Mundo, sometido, por demás, a un cruel e injusto bloqueo por parte de las sucesivas administraciones de EE.UU., durante más de 50 años.

La Mayor de las Antillas se ubicaba así dentro del selecto grupo de naciones que habían logrado esa molécula, que en ese momento adquiría especial connotación por sus potencialidades antitumorales en su forma natural (leucocitaria) y la perspectiva que ya se avizoraba para obtenerla en su variante recombinante, es decir, mediante técnicas de ingeniería genética.

Martínez recordó que ese mismo año de 1981, el Interferón leucocitario fue empleado, en forma de colirio, para enfrentar la epidemia de conjuntivitis hemorrágica que padeció el país.

LA VISIóN DE FIDELEl Interferón leucocitario se logró en una pequeña casa cercana al lugar que hoy ocupa el CIGB, por un grupo de seis especialistas cubanos que de esa manera hicieron realidad una iniciativa de Fidel, cuya historia es atesorada por varias generaciones de científicos.

Verena Muzio, jefa de departamento de la Dirección de Investigaciones Biomédicas del CIGB, refiere que todo surgió luego de que el Comandante en Jefe sostuviera un encuentro con un científico norteamericano que le comentó sobre el Interferón y sus potencialidades.

Según cuenta, Fidel decidió entonces que se realizaran los contactos necesarios para que un grupo de cubanos fuera a recibir adiestramiento en un laboratorio en Finlandia, donde ya habían obtenido la molécula, y a su regreso a la Isla comenzaran a trabajar en el proyecto.

De aquella etapa de intensa labor del grupo en Cuba, Eduardo Pentón, uno de sus integrantes, recuerda la presencia casi diaria del líder de la Revolución junto a ellos, dándole una atención priorizada al proyecto.

Fidel supo vislumbrar lo que podría significar para un país como Cuba incorporarse a la producción de una molécula por medios biotecnológicos y la repercusión que ello podría tener a largo plazo en la salud pública, comenta este científico que aún se mantiene activo dentro de la Dirección de Investigaciones Biomédicas del CIGB.

Los especialistas recordaron que en enero de 1982 quedó inaugurado el Centro de Investigaciones Biológicas —precursor del CIGB—, donde ese grupo inicial de especialistas y otros que se sumaron de varias instituciones y universidades del país comenzaron a trabajar, de manera integrada, en temas de ingeniería genética y biología molecular, y obtuvieron el Interferón recombinante.

Para los entrevistados, los resultados en estos 30 años de la biotecnología cubana —cuya industria fue calificada por la prestigiosa revista científica británica Nature como la mejor establecida de todo el Tercer Mundo—, han confirmado la factibilidad de esa idea visionaria de Fidel.

segunda-feira, 6 de junho de 2011

Embaixador de Cuba no Brasil expõe detalhes do Plano de Realinhamento Econômico e Social

Notícias / Solidariedade Cuba


04/06/2011

VI Convenção Estadual de Solidariedade a Cuba : Embaixador de Cuba no Brasil expõe detalhes do Plano de Realinhamento Econômico e Social

“Nenhum cubano ficará desamparado, os princípios da revolução não mudam”, assegura Zamora Rodrigues


Embaixador Carlos Zamora Rodrigues



Um desenho claro e objetivo dos efeitos do bloqueio imposto pelos Estados Unidos e da Política de Realinhamento Econômico e Social, aprovada em abril deste ano, durante congresso do Partido Comunista Cuano, foi a contribuição do embaixador de Cuba no Brasil, Carlos Zamora Rodriguez, que realizou conferência na manhã deste sábado (4) no plenarinho da Assembleia Legislativa do RS, durante a VI Convenção Estadual de Solidariedade a Cuba, promovida pela Associação Cultural José Marti.



- “Trata-se da atualização do modelo social e econômico do país. Não é um retorno de Cuba ao período pré-revolucionário e nem um passo em direção ao capitalismo. Nenhum cubano ficará desamparado. Os princípios da revolução não mudam”, assegurou Zamora Rodriguez.

Palácio Piratini


Embaixador Carlos Zamora Rodriguez




A elaboração do conjunto de 371 recomendações para reordenar o modelo econômico e social, embasadas no princípio de manter a total integridade da cidadania, sobretudo no atendimento em saúde e educação, envolveu praticamente toda a população da Ilha. Durante seis meses, 8,5 milhões de cubanos – de uma população de 11,8 milhões de pessoas- participaram de 781 mil assembleias em sindicatos, associações de moradores, organizações sindicais e de estudantes para apontar as medidas necessárias para garantir o avanço do projeto que vigora no país desde a Revolução de 1959.



As proposições foram apresentadas e debatidas no Congresso do PCC e votadas por mil delegados eleitos nas assembleias. Representantes da população e não necessariamente vinculadas ao partido. As propostas, agora, serão sistematizadas por uma comissão nacional e encaminhadas para regulamentação no Congresso Nacional. O prazo para a completa implantação das mudanças é estimado em dois a três anos.



Em síntese, elas reposicionam o papel do Estado e da cidadania quando à gestão da economia e da produção nacional. O programa, de acordo com o embaixador, mantém o predomínio da propriedade estatal, mas transfere à iniciativa privada os pequenos empreendimentos, a exemplo das barbearias e açougues. Nos grandes empreendimentos, relacionados aos diretos básicos da população, permanecerá a visão socialista de Estado. Em ambos os casos, no entanto, não serão permitidos monopólios privados, em especial nas cadeias que envolvam a produção de insumos e serviços para Saúde e Educação. “Não é o mercado que decide”, enfatizou Zamora. “As conquistas na Saúde, Educação e Cultura são intocáveis”, assegurou.




Outra iniciativa será a distribuição de terras improdutivas, até então de propriedade do Estado, para 300 mil famílias. Elas serão atendidas por políticas públicas de custeio e assistência técnica. Desta forma, procura-se reverter um efeito do processo revolucionário, que garantiu altos índices de escolaridade e formação superior, provocando o fenômeno da urbanização. Hoje, 80% da população cubana vivem em cidades e apenas 20%, no campo.




Também está prevista a alimentação de parcerias com outros países para a modernização da infraestrutura e tecnologia. O Brasil, segundo parceiro comercial de Cuba, desponta como um forte aliado e já participa da construção de um grande porto a 40 km de Havana. Com inauguração prevista para 2013, tende a transformar-se no maior porto exportador e de turismo do Caribe. Da mesma forma, os países trabalham lado a lado em empreendimentos de energia eólica e solar e a Embrapa aporta conhecimento no plantio de soja.




Este cenário só é possível nos dias de hoje, em que a configuração política da América Latina sofreu mudanças consideráveis com a eleição de governos de perfil mais progressista e quando o continente avança no conceito integracionista. O conjunto de medidas em andamento, aliás, não seria possível em outros tempos. “Nosso futuro está ligado ao futuro da América Latina e do Caribe”, vislumbrou o embaixador.




Zamora relatou que o passo adiante na implantação do projeto foi adiado pelo isolamento imposto ao país pelo bloqueio, pela perda de parceiros comerciais, de financiamento e de custeio do bloco soviético, pelo perigo constante de uma invasão norte-americana, pelas tragédias provocadas pela passagem de três furacões - que corroeram 20% do PIB cubano-, pela crise financeira mundial e pela enfermidade de Fidel Castro. Além disso, frustraram-se todas as expectativas de uma mudança considerável na política externa com a eleição do democrata Barak Obama.




Hoje, a América Latina respira novos ares e já se pode vislumbrar uma unidade concreta entre os país, inclusive do Caribe. No próximo mês, governos locais reúnem-se na Venezuela para concretizar a criação de um organismo comum. O bloqueio econômico e cultural promovido pelo governo americano vem sendo sistematicamente condenado por países e organismos internacionais. Calcula-se em U$S 751 milhões os prejuízos provocados a Cuba pela política americana, classificada como autoritária e genocida.




Solidariedade

Apesar disso, os índices de desenvolvimento social em Cuba estão entre os melhores do mundo. A população tem acesso universal e gratuito à saúde e educação públicas e a taxa de mortalidade infantil é a menor do planeta. Além disso, o país mantém 56,7 mil cidadãos trabalhando em 31 nações. Só na área da saúde, são 40 mil profissionais.




Zamora informou que a missão cubana no Haiti foi responsável pela salvação que quase 74 mil vidas. “Nós não enviamos o que sobra, mas compartilhamos o que temos”, afirmou. Estudam gratuitamente, no país, 25 mil estrangeiros, provenientes de 115 países. Destes, 706 são brasileiros, sendo que 666 frequentam os cursos de Medicina.




Show de abertura

As atividades da manhã iniciaram com a apresentação docompositor e cantor gaúcho Raul Elwangler.



Por Denise Ritter