terça-feira, 21 de junho de 2011

Cuba: USAID propõe investir milhões para subverter jovens e crianças

JEAN-GUY ALLARD



• DEPOIS de dez semanas de negociações com o senador John Kerry e sua equipe de trabalho, que lhe "congelou" seu programa de subversão e desestabilização em Cuba, a United States Agency for International Development (USAID) sente-se suficientemente segura de uma solução rápida para anunciar novos subsídios a futuros projetos de ingerência em matéria de comunicações, particularmente entre jovens e crianças.





A Freedom House, preferiu devolver

1,7 milhão para não ter de responder

pela corrupção e o esbanjamento

das verbas.



Isto foi revelado no site Cuba Money Project, do jornalista norte-americano Tracey Eaton, ex-correspondente de um jornal texano em Havana que investiga, de maneira detalhada, a forma em que o governo estadunidense dilapida em Cuba dezenas de milhões de dólares do contribuinte, em atividades ocultas e ilegais.



Os novos projetos para os quais se solicitam propostas a empreiteiros são fundamentalmente destinados a uma pretensa "expansão" do emprego dos meios de comunicação social em Cuba, o aumento do acesso à informação que ao Departamento de Estado lhe convém difundir, mais distribuição de computadores portáteis e impulsionar seu conceito de "liberdade de expressão" entre os jovens, particularmente na faixa etária dos 12 aos 18 anos.



Este orçamento inclui US$ 6 milhões para programas destinados "a aumentar a liberdade de expressão" entre os jovens dos 12 aos 18; seis milhões para "alargar o emprego da Internet" para usos ilícitos, e "aumentar o acesso à informação" (e à desinformação). Rádio e TV Martí, bem como sua casa matriz, a Voz da América, permitem apreciar o tipo de material "informativo" que o Departamento do Estado valoriza.



Mais US$ 9 milhões serão destinados a apoiar os "grupos de moradores, cooperativas, clubes esportivos, grupos religiosos e outras organizações da sociedade civil" que aceitariam se converterem em parceiros da Repartição de Interesses Norte-americanos, a representação diplomática dos EUA em Cuba, com todos os riscos que isso acarreta, segundo precisam os próprios funcionários da agência ianque.



O dinheiro será distribuído nos próximos anos como parte de um plano radical e ambicioso que põe ênfase nas "atividades na Ilha," precisa Eaton no lançamento do material.



As solicitações de subvenções devem ser entregues antes de 18 de julho, o que deixa pouco tempo e chances aos iniciados.



PROCURA-SE ÓRFÃOS E FILHOS DE FAMÍLIAS DISFUNCIONAIS



Um dos projetos, com um orçamento de US$ 6 milhões, deve conseguir que jovens em Cuba, menores de idade, "experimentem a liberdade de expressão nos espaços sociais, organizados fora da autoridade estatal". Tão simples.



As atividades do programa, precisa a proposta, devem "fomentar a participação das populações marginadas e vulneráveis, especificamente os negros e mulatos, e os jovens rurais do centro da cidade, os jovens com deficiências físicas, os órfãos e jovens em situação de risco (de famílias disfuncionais e famílias monoparentais)".



O programa deve ser concebido "no particular, para as idades da juventude cubana entre 12 e18", e deve "desenvolver as habilidades sociais e de liderança necessárias para se converterem em líderes efetivos em suas comunidades".



Quem assistiu a série da televisão cubana As Razões de Cuba já entende o conceito que os EUA usam não só em Cuba mas sim em vários desses países que se negam a ajoelhar-se ante seus interesses.



A USAID precisa que "dá as boas-vindas às propostas que expliquem com clareza como poderão ser usados esses "espaços físicos", chamados independentes, isto é, "que não estejam controlados pelo governo".



OPERAÇÕES POLÍTICAS "CLANDESTINAS"



Por outro lado, o citado site lembra que o The Miami Herald informou, em 10 de junho, que a organização de extrema direita Freedom House devolveu US$ 1,7 milhão de verbas da USAID para não ter que responder as perguntas dos funcionários acerca do emprego desse dinheiro.



Phil Peters, um especialista sobre Cuba do Lexington Institute, organismo de pesquisa com sede em Arlington, Virgínia, admitiu a Eaton que é inusual para as organizações devolverem algum dinheiro ao governo federal.



Por sinal, é espantoso que um empreiteiro diga ao governo que não está disposto a explicar exatamente a forma em que emprega o dinheiro, e deixa claro que o modus operandi consiste em enviar o pessoal clandestinamente a Cuba.



Peters disse que é "certamente compreensível" que a Freedom House esteja "preocupada" pelas pessoas que vincula a seu programa Cuba.



"Mas se recua" até ao ponto de devolver o dinheiro, disse, esta decisão do grupo "realmente reforça" a convicção de que está levando a cabo "operações políticas".



A Freedom House não respondeu um pedido de informação complementar de Eaton, respeito a sua decisão de devolver o dinheiro.



Segundo os observadores, os 20 milhões da USAID serão, em breve, descongelados depois de um arranjo com Kerry, o qual reduzirá o montante para US$ 15 milhões. "De todas as formas, os outros cinco milhões serão gastos por outra via", comenta um especialista no tema. •

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