quinta-feira, 10 de novembro de 2011

Paz como saída ao conflito armado

09/11/2011


“O TRIUNFALISMO E A EMBRIAGUEZ MILITARISTA” NEGAM, AO POVO DA COLÔMBIA, OS CAMINHOS PARA A PAZ


             A morte do principal líder das FARC, Comandante Alfonso Cano, em enfretamentos com o exército da Colômbia na noite da sexta-feira, quatro de novembro, não é somente um golpe contra a insurgência colombiana, é também um golpe contra a esperança da paz em Colômbia.



Cano como porta-voz das FARC vinha propondo há mais de um ano, ao governo colombiano diálogos de paz como saída ao conflito armado. Em várias ocasiões manifestou a possibilidade de negociar para solucionar o conflito que tem se prolongado por mais de seis décadas

[1]

. Mas a política triunfalista e a embriaguez militarista do governo do presidente Juan Manuel Santos não permitem a construção de uma saída política e negociada.
O dirigente do Partido Comunista Colombiano e do Polo Democrático Alternativo, Jaime Caicedo, escreveu apontando que “a arrogância” do presidente da Colômbia ao oferecer à insurgência a “cadeia ou a tumba” não permite ao povo colombiano construir caminhos para a paz. Em um pronunciamento público nas redes sociais[2] o dirigente comunista salientou:

“Santos culpa a Cano de sua própria morte por não ter-se desmobilizado. O presidente não utiliza um discurso dirigido à perseguição senão a dissuadir com uma ameaça maior: seguir detrás dos ‘alvos de mais alto valor’, fechando toda possibilidade ao diálogo e à negociação da paz. (...) Não era obrigatório, nem necessário, para o Estado matar a Cano se tivesse uma mínima intenção de alcançar a paz por uma via civilizada e não pela paz dos cemitérios. Santos com o apoio do Comando Sul dos Estados Unidos está eliminando a seus possíveis interlocutores e aos negociadores de paz da insurgência.”

Jaime Caicedo considerou como “paradoxo e hipocrisia: o governo não dialogar nem negociar com a guerrilha em armas; tampouco o faz com os estudantes que realizam passeatas e reclamações pacificas. A intransigência é o signo do governo em torno a políticas excludentes, contrarias a razão e aos direitos essenciais do povo.”
Caicedo manifestou-se: “- J.M. Santos: a ‘unidade nacional’ da direita é muito distinta da unidade da nação, e esta jamais será construida por meio de sua política de guerra e da intervenção militar do Comando Sul contra a Colômbia.
A Agenda Colômbia-Brasil, como processo de construção de solidariedade de organizações sociais e políticas do povo brasileiro e colombiano, acredita que a superação dos problemas estruturais como a impunidade e a injustiça social por vias verdadeiramente democráticas permitirá encontrar uma solução para o conflito. Acreditamos que a negociação política e social do conflito armado é o caminho para a construção da paz com justiça social e de uma Colômbia democrática com espaços para todas e todos.
Agenda Colômbia-Brasil chama às organizações sociais e políticas brasileiras que acreditam na solidariedade entre os povos para mobilizar-se, através de suas pautas de luta, a pressionar ao governo e às organizações insurgentes da Colômbia para construção da paz duradoura e com justiça social de forma transparente para todo o povo colombiano.     

Agenda Colômbia-Brasil

A Solidariedade é dos Povos!!!


[1] Cinco temas para 'conversar' planteó 'Alfonso Cano' al nuevo Gobierno. In: < http://www.eltiempo.com/archivo/documento/CMS-7833413 >, acceso: 8 Nov. 2011
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