quarta-feira, 27 de abril de 2011

Direitos humanos nos EUA

Granma Internacional Digital


VERSÃO SÓ TEXTO
Havana. Cuba. Ano 14 - Quarta-feira, 27 de Abril de 2011
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Uma mentira dita muitas vezes



AILYN MARTÍNS PASTRANA



HÁ vários dias, o companheiro Fidel fez referência em sua reflexão "O Norte revolto e brutal" ao Registro dos Direitos Humanos nos Estados Unidos, em 2009, um relatório apresentado recentemente pela China, como resposta à provocação que significou para a região asiática e para o mundo o relatório anual por países sobre práticas dos direitos humanos, em 2009.



O referido documento reúne os "critérios" e "recomendações" que os EUA fazem ao resto do mundo em matéria de direitos civis. Segundo o Registro apresentado pela nação asiática: "tal e como em anos anteriores, o relatório está repleto de acusações sobre a situação dos direitos humanos em mais de 190 países e regiões do mundo, incluída a China, mas ignora intencionalmente ou quase não menciona a grave situação de seu próprio país".



A China fez uma análise detalhada e exaustiva sobre a verdadeira situação dos cidadãos nos Estados Unidos, com o objetivo de ajudar a que os povos do mundo entendam melhor e exijam ao autoproclamado paladino dos direitos humanos, que enfrente seus próprios assuntos.



O interessante, segundo Fidel, é que Cuba leva 50 anos denunciando esta situação em todos os eventos internacionais em que tem participado.



EXAME PERIÓDICO UNIVERSAL (EPU)



Washington está no banco dos réus. Recentemente, apresentou-se ao Exame Periódico Universal (EPU), escrutínio de caráter obrigatório para todas as nações e que se realiza no seio do Conselho de Direitos Humanos das Nações Unidas, onde o país examinado deve prestar contas à comunidade internacional sobre seu trabalho em defesa dos direitos humanos.



Segundo o relatório do Grupo de Trabalho deste exame, os Estados Unidos receberam o número esmagador de 228 recomendações, das quais rejeitou 57 — sem dar explicações da maioria.



Um país que se autoproclama paladino da democracia e se atribui o direito de acusar e sancionar outros, rejeitou recomendações que se referem ao respeito à liberdade de expressão, a eliminação de leis discriminatórias, a proteção de emigrantes e povos indígenas, o respeito do direito dos povos à livre determinação, a um entorno saudável, à paz e ao desenvolvimento, à liberdade dos presos políticos, ao compromisso com a ajuda oficial ao desenvolvimento, a proteção dos menores delinquentes, bem como à eliminação da impunidade de conotados terroristas e a compensação de suas vítimas.



Apesar de ser o único país que não assinou a Convenção sobre os Direitos das Crianças; a Convenção sobre a eliminação de todas as formas de discriminação contra a mulher; o Pacto Internacional de Direitos Econômicos, Sociais e Culturais; a Convenção sobre os direitos das pessoas deficientes; o Protocolo Facultativo da Convenção contra a Tortura, a Declaração das Nações Unidas sobre os direitos dos povos indígenas; e outros, a delegação norte-americana responsável por apresentar o relatório assinalou "o grande compromisso do presidente Obama e da secretária de Estado, Hillary Clinton com a participação multilateral, com os direitos humanos e o estado de direito", além de reiterar "seu compromisso de cooperar com o sistema internacional, na divulgação dos mesmos em nível nacional e internacional".



CUBA



O nosso país também participou do debate, fazendo 13 recomendações a Washington, das quais rejeitou seis, enquanto mais seis foram aceitas parcialmente e somente uma foi totalmente aceita.



Segundo a delegação cubana que participou do debate, "os Estados Unidos rejeitaram, sem nenhum pudor, o apelo a eliminar o bloqueio econômico, comercial e financeiro contra Cuba, que constitui uma violação, em massa e flagrante, dos direitos humanos de um povo. Dessa forma, despreza o clamor da comunidade internacional, que há 19 anos exije na Assembleia Geral das Nações Unidas o fim dessa política genocida.



Os Estados Unidos objetaram a solicitação de libertar os Cinco prisioneiros cubanos, injustamente presos em cárceres desse país, e rejeitaram a exortação para pôr fim à impunidade de conotados terroristas sob sua jurisdição, cujos crimes esses Cinco cubanos tentavam prevenir.



Ainda, os EUA rejeitaram o direito do povo cubano à livre determinação; pôr fim à injusta encarcelação dos presos políticos como Leonard Peltier e Mumia Abu-Jamal; julgar Luis Posada Carriles; e pôr fim a suas atividades contra a realização dos direitos do povos à paz, ao desenvolvimento e à livre determinação.



Como era de esperar-se, finalmente o exame do EPU teve um saldo negativo para os Estados Unidos, ao receber uma maioria de críticas, tanto de mais de 40 governos como da sociedade civil, por sua posição cínica e evasiva durante o exame. Washington foi a nação — até o momento — que mais recomendações recebeu sobre temas dos direitos humanos, no seio do EPU, sem que isto fosse publicado pela mídia internacional.



Mais uma vez, o governo dos Estados Unidos deixa clara sua falsa retórica e dupla moral em matéria de divulgação e proteção dos direitos humanos.



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Consenso rumo à criação da Comunidade dos Estados Latino-americanos e Caribenhos



CARACAS.— Os ministros das Relações Exteriores de mais de 30 países da América Latina e o Caribe concluíram, em 26 de abril, uma reunião extraordinária para desenhar a Comunidade dos Estados Latino-americanos e Caribenhos (CELAC), organismo genuinamente regional, contraposto à desprestigiada Organização dos Estados Americanos (OEA).



O encontro teve lugar nesta capital, sob o patrocínio do presidente venezuelano, Hugo Chávez, quem instou os presentes a permanecerem firmes, sem que nada nem ninguém nos afaste do esforço para conseguir a total independência da região.



Ainda, declarou que este era o evento político "mais importante e transcendental de todos os que já ocorreram nesta América nossa, em cem anos e mais", segundo a Telesul.



Neste encontro, os ministros definiram as normas de procedimento da CELAC e a cláusula democrática do novo organismo. "O objetivo é construir um conjunto de propostas, uma doutrina latino-americana-caribenha que possa contribuir com ideias em um documento central aos chefes de Estado e de governo, que se reunirão em 5 e 6 de julho", explicou o chanceler anfitrião, Nicolás Maduro.



O ministro cubano das Relações Exteriores, Bruno Rodríguez Parrilla, ressaltou no foro que "os antecedentes sólidos construídos na região permitem que hoje haja consenso essencial rumo à criação da CELAC.



"Esta plenária permite chegar praticamente à conclusão de que estão criadas as condições para que, em 5 e 6 de julho, coincidindo com o bicentenário da independência venezuelana, se produza o nascimento desta organização, genuinamente latino-americana e caribenha", acrescentou.



"Lembrou que quando o líder cubano Fidel Castro Ruz, soube dos pormenores que tinham sido acertados na reunião de Cancun, qualificou este processo como o fato institucional mais importante dos últimos cem anos em nosso hemisfério", disse.



Rodríguez reconheceu, ainda, a maneira em que a Venezuela e o Chile trabalharam, durante meses, para chegar aos resultados que foram atingidos com o encontro desta jornada, segundo a PL.



A seguir, discursaram outros chanceleres, entre eles a colombiana María Ángela Holguín, quem destacou que para seu país a CELAC é muito importante pois, finalmente, a América Latina conseguirá um nível de diálogo e cooperação regional.



De sua parte, o chanceler boliviano, David Choquehuanca, ressaltou que para seu governo é prioritária a construção da Comunidade, pois constitui um espaço de unidade e para debater problemas com a participação de todos.



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Abusos dos EUA na ilegal base de Guantánamo à descoberta



WASHINGTON, 25 de abril . — Mais de 750 relatórios secretos filtrados por WikiLeaks confirmam os abusos cometidos pelos Estados Unidos no cárcere da ilegal base de Guantánamo, e revelam que 60% dos réus foram levados a essa prisão sem terem nenhum vínculo com a guerra santa.



Os casos da maioria dos prisioneiros — 758 de 779 — são descrevidos em detalhes em memorandos que a Força de Tarefa Conjunta na Baía de Guantánamo enviou ao comando sul dos Estados Unidos em Miami, Flórida.



Ainda há 170 prisioneiros nesse cárcere, onde foi criado um sistema policial e penal sem garantias, e onde somente interessavam duas questões: a informação que obteriam dos presos, embora fossem inocentes, e se podiam ser perigosos num futuro.



Pessoas idosas com demência senil, adolescentes, doentes psiquiátricos graves e professores ou granjeiros sem nenhum vínculo com a guerra santa, foram levados ao cárcere e misturados com terroristas, como os responsáveis pelos acontecimentos de 11-S.



Segundo os relatórios, Abu Zubaydah — suposto detento de alto valor, sequestrado no Paquistão, em março de 2002 e que esteve 4 anos e meio em prisões secretas da CIA — foi submetido em 83 ocasiões à técnica de tortura conhecida como waterboarding (submarino), forma controlada de asfixia por afogamento.



Os 759 arquivos foram revelados simultaneamente pela mídia estadunidense e europeia, entre eles o jornal El País.



O governo dos Estados Unidos lamentou a divulgação e reconheceu que os relatórios foram escritos com informações de 2002 e 2009. (Extraído do El País)



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Reflexões de Fidel



O Norte revolto e brutal



ESTAVA lendo materiais e livros em abundância para cumprir minha promessa de continuar a Reflexão de 14 de abril sobre a batalha de Girón, quando dei uma olhada nas notícias frescas de ontem, que são abundantes como todos os dias. É possível acumular montanhas delas em qualquer semana, que vão desde o terremoto no Japão até o triunfo de Ollanta Humala sobre Keiko, filha de Alberto Fujimori, ex-presidente do Peru.



O Peru é grande exportador de prata, cobre, zinco, estanho e outros minérios; possui grandes jazidas de urânio que poderosas multinacionais aspiram a explorar. Do urânio enriquecido saem as mais terríveis armas que a humanidade já conheceu e o combustível das usinas eletronucleares que, apesar das advertências dos ecologistas, estavam sendo construídas a ritmo acelerado nos Estados Unidos, Europa e Japão.



Obviamente, não seria justo culpar o Peru por isto. Os peruanos não criaram o colonialismo, o capitalismo e o imperialismo. Tampouco se pode culpar o povo dos Estados Unidos, que também é vítima do sistema que engendrou ali os políticos mais imprudentes que o planeta já conheceu.



Em 8 de abril último, os senhores do mundo deram à luz seu costumeiro informe anual sobre as violações dos "direitos humanos", que motivou uma aguda análise no site www.Rebelión.org, assinada pelo cubano Manuel E. Yepe, baseado na resposta do Conselho de Estado da China, enumerando fatos que demonstram a desastrosa situação de tais direitos nos Estados Unidos.



"…Os Estados Unidos são o país onde os direitos humanos são mais agredidos, tanto em seu próprio país como em todo o mundo, e são uma das nações que menos garantem a vida, a propriedade e a segurança pessoal de seus habitantes.



"Anualmente, uma em cada cinco pessoas é vítima de um crime, a taxa mais alta do planeta. Segundo dados oficiais, as pessoas com mais de 12 anos sofreram 4,3 milhões de atos violentos.



"A delinquência cresceu alarmantemente nas quatro maiores cidades do país (Filadélfia, Chicago, Los Ângeles e Nova Iorque) e se registraram notáveis aumentos em comparação com o ano anterior em outras megacidades (Saint Louis e Detroit).



"O Supremo Tribunal decidiu que a posse de armas para a defesa pessoal é um direito constitucional que não pode ser ignorado pelos governos estaduais. Noventa milhões dos 300 milhões de habitantes do país possuem 200 milhões de armas de fogo.



"No país, foram registrados 12 mil homicídios causados por armas de fogo, enquanto 47% dos roubos foram cometidos igualmente com o uso de armas desse tipo.



"À sombra da seção de "atividades terroristas" da Patriot Act, são práticas comuns a tortura e a extrema violência, para obter confissões de suspeitos. As condenações injustas se evidenciam em 266 pessoas, 17 delas já no corredor da morte, que foram absolvidas graças a exames de DNA.



"Washington advoga pela liberdade na Internet, para fazer da rede de redes uma importante ferramenta diplomática de pressão e hegemonia, mas impõe estritas limitações no ciberespaço em seu próprio território e trata de estabelecer um cerco legal para lidar com o desafio que representa Wikileaks e seus vazamentos.



"Com uma alta taxa de desemprego, a proporção de cidadãos estadunidenses que vive na pobreza alcançou um nível recorde. Um em cada oito cidadãos participou, no ano passado, dos programas de bônus para alimentos.



"O número de famílias acolhidas em centros para desamparados aumentou 7% e as famílias tiveram que permanecer mais tempo nos centros de acolhimento. Os delitos violentos contra estas famílias sem teto aumentam sem cessar.



"A discriminação racial permeia cada aspecto da vida social. Os grupos minoritários são discriminados em seus empregos, tratados de maneira indigna e não são levados em conta para promoções, benefícios ou processos de seleção de emprego. Um terço dos negros sofreu discriminação em seus lugares de trabalho, embora somente 16% se atrevesse a apresentar queixa.



"A taxa de desemprego entre os brancos é de 16,2%, entre hispânicos e asiáticos de 22% e entre os negros é de 33%. Os afro-americanos e os latinos representam 41% da população carcerária. A taxa de afro-americanos cumprindo prisão perpétua é 11 vezes mais alta que a dos brancos.



"Os 90% das mulheres sofreu discriminação sexual de algum tipo em seu local de trabalho. Vinte milhões de mulheres são vítimas de violação, quase 60 mil presas sofreram agressão sexual ou violência. A quinta parte das estudantes universitárias são agredidas sexualmente e 60% das violações nos campus universitários ocorrem nos dormitórios femininos.



"Nove em cada dez estudantes homossexuais, bissexuais ou transexuais sofrem assédio no centro escolar.



"O Informe dedica um capítulo a recordar as violações dos direitos humanos de que é responsável o governo dos Estados Unidos fora de suas fronteiras. As guerras do Iraque e do Afeganistão, dirigidas pelos EUA, causaram dados exorbitantes de vítimas entre a população civil destes países.



"As ações ‘antiterroristas’ dos EUA incluíram graves escândalos de abuso a prisioneiros, detenções indefinidas sem acusações ou julgamentos em centros de detenção como o de Guantánamo e outros lugares do mundo, criados para interrogar os denominados ‘presos de valor elevado’, onde se aplicam as piores torturas.



"O documento chinês também lembra que os EUA violaram o direito a existir e desenvolver-se da população cubana, sem acatar a vontade mundial expressa pela Assembleia-Geral da ONU, durante 19 anos consecutivos, sobre ‘A necessidade de pôr fim ao bloqueio econômico, comercial e financeiro contra Cuba’.



"Os EUA não ratificaram convenções internacionais sobre os direitos humanos, como o Pacto Internacional dos Direitos Econômicos, Sociais e Culturais; a Convenção sobre a Eliminação de Todas as Formas de Discriminação contra a Mulher; a Convenção sobre os Direitos das Pessoas com Deficiência e a Convenção sobre os Direitos da Criança.



"Os dados apresentados pelo governo chinês demonstram que o funesto histórico dos EUA neste terreno o desqualifica como ‘juiz dos direitos humanos no mundo’. Sua ‘diplomacia dos direitos humanos’ é pura hipocrisia de dois pesos e duas medidas, a serviço de seus interesses imperiais estratégicos. O governo chinês aconselha o governo dos EUA a tomar medidas concretas para melhorar sua própria situação nos direitos humanos, que examine e retifique suas atividades nesse campo e detenha seus atos hegemônicos que consistem em utilizar os direitos humanos para interferir nos assuntos internos de outros países."



O importante desta análise, a nosso juízo, é que se faça tal denúncia em um documento assinado pelo Estado chinês, um país de 1,34 bilhão de cidadãos, que possui 2 trilhões de dólares em suas reservas monetárias, sem cuja cooperação comercial o império afunda. Parecia-me importante que nosso povo conhecesse os dados precisos contidos no documento do Conselho de Estado chinês.



Se Cuba o dissesse, careceria de importância; levamos mais de 50 anos denunciando esses hipócritas.



José Martí tinha dito, há 116 anos, em 1895: "…o caminho que se há-de fechar, e o estamos fechando com nosso sangue, da anexação dos povos de nossa América ao Norte revolto e brutal que os despreza…"



"Vivi dentro do monstro, e conheço suas entranhas".



Fidel Castro Ruz



23 de abril de 2011



19h32



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Um Gigante de seu tempo



A vida e obra de Vladimir Ilich Lênin são, por se próprias, alvo de admiração. Em um dia como hoje que comemoramos o seu 141º aniversário-natalício, os continuadores de suas ideias sentimos o orgulho de qualificá-las de imperecedouras, porque ele foi o fundador de uma nova época: impôs ao século 20 o selo infinito da era da revolução socialista ao quebrar o domínio dos exploradores na atrasada Rússia zarista e criar, com grande heroísmo e sacrifício, o primeiro estado de operários e camponeses na história, fato que precipitou o desenvolvimento acelerado dos movimentos revolucionários e libertadores em todo o planeta.



Num discurso por ocasião do natalício deste revolucionário exemplar, Fidel expressou:



"Lênin é desses casos humanos realmente excepcionais. A simples leitura de sua vida, de sua história e de sua obra, a análise mais objetiva da forma em que se desenvolveu seu pensamento e sua atividade ao longo de sua vida, fazem dele, ante os olhos de todos os humanos, um homem verdadeiramente — repito — excepcional.



Ninguém como ele, foi capaz de interpretar a profundidade e a essência e todo o valor da teoria marxista. Ninguém como ele, foi capaz de interpretar essa teoria e levá-la adiante até suas últimas consequências. Ninguém como ele, foi capaz de desenvolvê-la e enriquecê-la na forma em que ele o fez".



Entre as contribuições substanciais de Lênin ao marxismo e ao progresso da humanidade se destacam sua teoria do imperialismo como a última fase do desenvolvimento capitalista, a criação do Partido de novo tipo, a revolução socialista e a ditadura do proletariado, a relação indissolúvel entre a liberação nacional e a liberação social, os princípios da coexistência pacífica e a teoria sobre as vias de construção do socialismo.



Os inimigos também têm tentado demonizá-lo, mas ninguém poderá negar a dimensão histórica do pensamento e da ação de Vladimir Ilich lênin, um Gigante político de seu tempo.



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Presidente haitiano condecora Brigada Médica Cubana



Juan Diego Nusa Peñalver, enviado especial



• Porto Príncipe. — O presidente haitiano René Préval, condecorou a Brigada Médica Cubana com a Ordem Nacional de Honra e Mérito, grau de "Grande Oficial", a máxima distinção desta nação caribenha, em reconhecimento a seu trabalho destacado na luta contra a epidemia de cólera, que permitiu salvar inúmeras vidas.



Em cerimônia efetuada num salão do Palácio Presidencial desta capital, o chefe de Estado haitiano entregou o honroso reconhecimento, na presença do ministro haitiano de Saúde Pública e População, Alex Larsen, outros integrantes do governo deste país e representantes de organismos internacionais e de organizações não-governamentais.



Este acontecimento teve lugar por ocasião de ser realizada uma avaliação após seis meses de iniciada a perigosa doença, que contagiou 280.450 pessoas, das quais 4.835 morreram.



O presidente haitiano salientou a atenção particular que nosso comandante-em-chefe presta à luta contra a cólera no Haiti, "tema ao qual Fidel dedicou várias de suas Reflexões", apontou.



Igualmente, elogiou o labor da Brigada Médica Cubana, que no momento mais difícil do enfrentamento à doença teve 1.300 membros nas comunidades mais afastadas.



Por seu lado, o doutor Somarriba López, ao agradecer a outorga da alta condecoração, manifestou que será transmitida a cada um dos cooperadores sanitários cubanos e, especialmente, ao companheiro Fidel.



Até a segunda-feira, dia 18, os médicos cubanos salvaram desta doença da cólera 73.431 haitianos, com uma baixa taxa de letalidade, 0,37 %, enquanto os centros sob sua responsabilidade não noticiaram mortos por 90 dias consecutivos. •



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Mensagem de Hu Jintao a Fidel



Beijing, 19 de abril de 2011

Havana



Querido companheiro Fidel Castro Ruz:



Por ocasião do sucesso do encerramento do 6º Congresso do Partido Comunista de Cuba, em nome do Comitê Central do Partido Comunista da China e no meu próprio, expresso-lhe sincero respeito e uma cordial saudação.



O 6º Congresso do Partido Comunista de Cuba, que teve lugar no âmbito da celebração do 50º aniversário da proclamação do caráter socialista da Revolução cubana, foi um Congresso que herda o passado e se projeta rumo ao futuro. Durante os 50 anos decorridos, como fundador e promotor da Revolução e construção de Cuba, sem temer das pressões estrangeiras, o senhor tem dirigido o povo cubano para salvaguardar a soberania e dignidade nacional, persistindo firmemente no caminho socialista, colhendo êxitos na construção socialista que têm atraído a atenção de todos. Por tal motivo, o senhor tem ganho não só o respeito e o apoio do povo cubano, mas também a admiração de todos os povos do mundo.



O senhor é um eminente revolucionário, ideólogo, estrategista e estadista. Há 51 anos, num comício que reuniu um milhão de cubanos, realizado na Praça da Revolução em Havana, declarou decididamente o estabelecimento das relações diplomáticas entre Cuba e a República Popular da China, fato que tornou Cuba o primeiro país na América Latina em estabelecer essas relações, abrindo uma nova era nos vínculos sino-cubanos e sino-latino-americanos. O senhor sempre tem lutado a favor da amizade Cuba-China, acompanha de perto o processo de desenvolvimento da China e nos tem oferecido ajuda e apoio fraternos, fazendo importantes contribuições para o constante desenvolvimento da amizade e cooperação entre ambos os Partidos e nações. Hoje em dia, nos satisfaz constatar que a amizade sino-cubana, iniciada e cultivada conjuntamente pelos companheiros Mão Zedong, Deng Xiaoping, Jiang Zemin, o senhor, Raúl e os demais companheiros dirigentes, enraizou profundamente no coração dos nossos povos, iniciando um novo período de desenvolvimento integral.



Atualmente, tanto a China como Cuba estão numa etapa crucial de desenvolvimento. Tenho a certeza de que sob a liderança do companheiro Raúl Castro Ruz, a Revolução e construção socialistas de Cuba atingirão novos sucessos. Desejaria aproveitar a oportunidade para reiterar que qualquer que fossem as mudanças na situação internacional, o Partido e o governo chineses persistiremos na amizade duradoura com Cuba, apoiaremos como sempre ao povo cubano em sua luta justa para salvaguardar a soberania nacional e opor-se à intervenção estrangeira, apoiaremos a Cuba a explorar o caminho de desenvolvimento socialista que corresponda a suas realidades nacionais, continuaremos ajudando ao desenvolvimento sócio-econômico de Cuba dentro do nosso alcance, e fortaleceremos os laços de amizade e cooperação entre os dois Partidos e países.



Desejo-lhe muita felicidade e boa saúde.



Hu Jintao

Secretário-geral do Comitê Central do Partido Comunista da China





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Nota da redação:

Na edição da sexta-feira, o jornal Granma publicará a carta enviada pelo secretário-geral do Comitê Central do Partido Comunista da China, Hu Jintao, e pelo secretário-geral do Comitê Central do Partido Comunista do Vietnã, Nguyen Phu Trong ao general-de-exército Raúl Castro Ruz •



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É preciso que nos concentremos em seguida no cumprimento dos acordos deste Congresso, sob um denominador comum em nossa conduta: ordem, disciplina e exigência.



• Discurso proferido pelo primeiro-secretário do Comitê Central do Partido, Raúl Castro Ruz, no encerramento do 6º Congresso do Partido Comunista de Cuba, no Palácio dos Congressos, em 19 de abril de 2011



Querido Fidel:



Querida Nemesia:



Queridos companheiras e companheiros:



Estamos chegando ao final do Congresso, depois de intensas jornadas onde os comunistas cubanos debatemos e aprovamos as Diretrizes da Política Econômica e Social do Partido e da Revolução, o Relatório Central e várias resoluções sobre os principais assuntos analisados.



Considero que a maneira mais digna e, ao mesmo tempo, produtiva, de comemorar o 50º aniversário da vitória sobre a invasão mercenária na Baía dos Porcos, um dia como hoje, em 19 de abril de 1961, é precisamente ter efetuado este extraordinário Congresso do Partido, reunião que termina depois de mais de cinco meses do início das discussões das Diretrizes, processo profundamente democrático e transparente, no qual o povo foi o indiscutível protagonista, sob a direção do Partido.



Desejo, em nome dos quase 800 mil militantes comunistas, dos mil delegados ao Congresso, da nova direção de nossa organização e, particularmente, de Fidel Castro Ruz, felicitar todas as cubanas e cubanos por sua participação decisiva no debate e pela indubitável demonstração de apoio à Revolução, sendo para nós um motivo de satisfação e, o mais importante, uma responsabilidade e compromisso superiores para conseguirmos, com o apoio de todos, a atualização do modelo econômico a fim de garantir o caráter irreversível do socialismo em Cuba.



Já expressei no Relatório Central que nenhum de nós pensa que as Diretrizes e as medidas ligadas a elas sejam, de per si, a solução de todos os problemas existentes. Para ter sucesso nesta questão estratégica e em outras, é preciso que nos concentremos em seguida no cumprimento dos acordos deste Congresso, sob um denominador comum em nossa conduta: ordem, disciplina e exigência.



A atualização do modelo econômico não é milagre que vai acontecer do dia para a noite, como alguns pensam. Tal atualização será realizada gradativamente no decurso do quinquênio, pois é um trabalho que se deve fazer pormenorizadamente, de maneira planejada e coordenada, tanto do ponto de vista jurídico quanto da preparação minuciosa de todos os que tenham a ver com sua execução.



Além disso, será necessário desenvolver um intenso trabalho de divulgação na população a respeito de cada medida que adotemos e, ao mesmo tempo, fincar bem os pés na terra e prestar muita atenção para ultrapassar os obstáculos com que nos deparemos e retificar rapidamente os erros que se cometerem em sua aplicação.



Temos certeza de que o principal inimigo que enfrentamos e enfrentaremos são nossas próprias deficiências e que, portanto, uma tarefa de larga envergadura para o futuro da nação não admitirá improvisações nem pressa. Não deixaremos de fazer as mudanças necessárias, como nos indicou Fidel em sua Reflexão de ontem, que faremos ao ritmo que as circunstâncias objetivas exijam e sempre com o apoio e a compreensão da cidadania, sem nunca pormos em risco nossa arma mais poderosa, a unidade da nação em torno à Revolução e seus programas. Sem o mais mínimo afã de chauvinismo, considero que Cuba é um dos poucos países do mundo que têm condições para modificar seu modelo econômico e sair da crise sem sequelas sociais, porque, em primeiro lugar, temos um povo patriótico, que é poderoso pela força que representa sua unidade monolítica, a justeza de sua causa e preparação militar, com elevada instrução e orgulhoso de sua história e raízes revolucionárias.



Avançaremos determinados, apesar do bloqueio norte-americano e das adversas condições predominantes no mercado internacional, expressas, entre outras, nas restrições ao acesso de Cuba a fontes de financiamento e na espiral dos preços do petróleo, que inclui o resto das matérias-primas e os alimentos. Em poucas palavras, tudo que adquirimos no exterior encarece.



Nos primeiros meses de 2011 e segundo dados recentes, o custo adicional das importações do ano já atingem mais de US$ 800 milhões, só pelo aumento dos preços, para adquirir os mesmos volumes previstos, fato que, mal o Congresso acabe, nos obrigará a fazer modificações ao plano aprovado em dezembro do ano passado.



Neste momento, a poupança de recursos de todo o tipo continua sendo uma das fontes principais de receitas do país, pois ainda existem gastos irracionais e muitas maneiras de sermos eficientes que devemos explorar com muito senso comum e sensibilidade política.



Apesar do aceitável comportamento até hoje da entrega de terras improdutivas em usufruto, sob o abrigo do Decreto-Lei 259 de 2008, ainda existem milhares de hectares de terras sem cultivar plantas, das quais se obtêm os frutos de que tanto demanda a população e a economia nacional e que podemos colher em nossos campos para substituir as cada vez mais custosas importações de muitos produtos, que hoje beneficiam fornecedores estrangeiros, em lugar de nossos camponeses.



A primeira coisa que devemos fazer é cumprir o que recentemente aprovamos neste evento e, por isso, não é um acaso a decisão de que o Comitê Central examine em suas reuniões plenárias, pelo menos duas vezes por ano, o cumprimento dos acordos do Congresso, particularmente o andamento da atualização do modelo econômico e a execução do plano da economia.



Nesse sentido, é bom destacar a envergadura da tarefa encomendada à Comissão Permanente do Governo para a Implementação e Desenvolvimento, que dirigirá harmonicamente os esforços e ações dos organismos e entidades nacionais envolvidos na atualização do modelo econômico, com o apoio, particularmente, do Ministério da Economia e Planjamento, que é o Estado-Maior do governo para esta atividade.



Por outro lado, nossos deputados terão mais trabalho pela frente, pois as Diretrizes aprovadas pelo Congresso serão submetidas à análise da Assembleia Nacional do Poder Popular (Parlamento), para a ratificação legislativa nos sucessivos períodos de sessões, assim que formos terminando a elaboração das diretrizes legais correspondentes.



Como vocês escutaram, o Congresso resolveu convocar, para 28 de janeiro do ano próximo, data em que se comemora o 159º aniversário natalício de José Martí, a Conferência Nacional, que será na praxe a continuação do 6º Congresso, dedicada a avaliar com realismo e espírito crítico o trabalho do Partido e também precisar as modificações necessárias para este exercer o papel correspondente de força dirigente superior da sociedade e do Estado, em virtude do artigo 5 da Constituição da República.



Da mesma maneira, decidimos conferir a esta Conferência faculdades para atualizar os métodos e estilo de trabalho, estruturas e política de dirigentes, incluindo ampliar e renovar o Comitê Central.



Como se expressa em sua convocatória, a Conferência Nacional será presidida pela determinação de "mudar tudo que dever ser mudado", contida na brilhante definição do conceito Revolução feita por Fidel.



Para ter sucesso, a primeira coisa que temos obrigação de mudar na vida do Partido é a mentalidade que, como barreira psicológica, em minha opinião, é no que mais vamos demorar, pois está sujeita a velhos dogmas e critérios obsoletos. Além disso, será imprescindível retificar erros e criar, com base na racionalidade e firmeza de princípios, uma visão integral de futuro em prol da preservação e desenvolvimento do socialismo nas atuais circunstâncias.



Quanto à política dos dirigentes, com a eleição do novo Comitê Central, do Secretariado e do Bureau Político, apresentados hoje, de manhã, demos o primeiro passo para cumprir o acertado no Congresso, muito especialmente no que diz respeito ao início de um processo gradual de renovação e rejuvenescimento da cadeia de cargos políticos e estatais, ao passo que melhorou consideravelmente a composição racial e de gênero.



O Comitê Central é composto por 115 membros, dos quais, 48 são mulheres, isto é 41,7%, com o qual se triplicou o número atingido no Congresso anterior, que foi de 13,3%. O número de negros e mestiços é de 36, crescendo em 10% sua representação, que agora é de 31,3%.



Este resultado, que repito, é um primeiro passo, não é fruto da improvisação. Há vários meses que o Partido trabalha profundamente nesse sentido visando formar uma candidatura que tivesse em conta a necessidade de alcançar cifras razoáveis de gênero e de raça entre os membros do Comitê Central.



Da gigantesca fonte de formados universitários e especialistas qualificados pela Revolução, foram selecionados seus membros. São filhos da classe operária, surgidos das entranhas mais humildes do povo, com uma vida política ativa nas organizações estudantis, na União dos Jovens Comunistas (UJC) e no Partido; jovens que em sua maioria, têm mais de 10, 15 ou 20 anos de experiência na base, sem deixar de trabalhar nas profissões em que se formaram e quase todos foram propostos pelos grupos de base da organização em que militam como parte do processo de preparação do Congresso.



Cabe a nós acompanhá-los de perto para que continuem sua formação, a fim de prepará-los para que futuramente possam ocupar mais altas responsabilidades.



Na integração dos órgãos superiores do Partido, apesar da saída de 59 membros do Comitê Central, metade de seus membros efetivos, maioria deles com uma excelente folha de serviços prestados à Revolução, ficamos vários veteranos da geração histórica e é lógico que seja assim, como uma das consequências dos erros cometidos nesse âmbito, criticadas pelo Relatório Central, que nos impediu contar hoje com a reserva de substitutos com a bastante experiência para assumir os principais cargos do país.



Por conseguinte, continuaremos tomando providências similares nesta decisiva direção durante a próxima Conferência Nacional do Partido e na vida diária de nossa atividade partidária, governamental e estatal.



Fidel Castro Ruz, fundador e comandante-em-chefe da Revolução Cubana, foi para nós o primeiro exemplo de atitude consequente neste sentido, pois solicitou expressamente não ser incluído na candidatura do Comitê Central.



Fidel é Fidel e não precisa de nenhum cargo para ocupar, para sempre, um lugar de destaque na história, no presente e no futuro da nação cubana. Enquanto tiver forças para fazê-lo, e felizmente está na plenitude de seu pensamento político, como militante do Partido e soldado das ideias, continuará contribuindo para a luta revolucionária e os propósitos mais nobres da Humanidade.



De minha parte, assumo minha última tarefa com a firme convicção e compromisso de honra de que o primeiro secretário do Comitê Central do Partido Comunista de Cuba tem como missão principal e sentido de sua vida: defender, preservar e continuar aperfeiçoando o socialismo e jamais permitir o retorno do regime capitalista.



No Bureau Político, como poderão observar, vê-se uma adequada proporção de chefes principais das Forças Armadas Revolucionárias (FARs). É lógico que seja assim, o qual fundamento citando as palavras de Fidel Castro no Relatório Central ao 1º Congresso do Partido:



"O Exército Rebelde foi a alma da Revolução. De suas armas vitoriosas emergiu livre, bela, majestosa e invencível a pátria nova...Quando se fundou o Partido... nosso exército, por sua vez, herdeiro do heroísmo e da pureza patriótica do Exército Libertador e continuador vitorioso de suas lutas, depositou em suas mãos as bandeiras da Revolução e foi a partir desse momento e para sempre seu mais fiel, disciplinado, humilde e incomovível seguidor". Fim da citação.



Tenho razões demais para proclamar que as Forças Armadas Revolucionárias, das quais tenho o orgulho de ter sido ministro durante quase 49 anos, jamais renunciarão a cumprir esse papel a serviço da defesa do povo, do Partido, da Revolução e do Socialismo.



No fato de ser membro do Comitê Central, embora até agora tenha sido um reconhecimento à trajetória de luta dos eleitos, o qual foi justo, a partir deste momento deverá predominar o conceito de que, na essência, essa categoria representa uma grande responsabilidade diante do Partido e do povo, pois entre cada congresso, o Comitê Central é o organismo superior de direção partidário e tem, segundo os estatutos, diversas faculdades no controle da aplicação da política traçada e dos programas de desenvolvimento econômico e social do país, bem como na política dos dirigentes, no trabalho ideológico e outros.



Consoantemente com isso, é necessária a constante preparação e superação de seus membros, pois temos por objetivo utilizar ativamente o Comitê Central na materialização dos acordos do Congresso, como fórum para analisar, em conjunto, sem formalismos, os principais temas da vida do Partido e da nação.



Também faremos a mesma coisa no Bureau Político, como lhe cabe, por ser o organismo superior de direção entre as reuniões plenárias do Comitê Central.



O Bureau Político é composto de 15 membros, reduzindo-se em comparação com o anterior — que tinha 24 membros —, cifra que na prática se demonstrou que era excessiva. Agora entraram três novos companheiros: a primeira secretária do Comitê Provincial do Partido em Havana, Mercedes López Acea; o vice-presidente do Conselho de Ministros e chefe da Comissão Permanente do Governo para a Implementação e Desenvolvimento, Marino Murillo Jorge e o recém-eleito ministro de Economia e Planejamento, Adel Yzquierdo Rodríguez.



Estas promoções não são casuais, no primeiro caso é devida à prioridade dada pelo Partido a seu trabalho na capital, de mais de dois milhões de habitantes e, nos demais, tem a ver com a significação estratégica da atualização do modelo econômico e ao desenvolvimento da economia nacional.



Vamos manter a prática útil de reunir de conjunto, cada semana, a Comissão do Bureau Político com o Comitê Executivo do Conselho de Ministros, para examinarmos os assuntos fundamentais da vida nacional, ao passo que continuaremos propiciando a participação mensal nas sessões do Conselho de Ministros, segundo os temas em debate e como convidados, os membros do Bureau Político e do Secretariado do Comitê Central, do Conselho de Estado e da presidência da Assembleia Nacional; os dirigentes da Central dos Trabalhadores de Cuba (CTC), demais organizações de massa e da União dos Jovens Comunistas (UJC), bem como os primeiros secretários dos comitês provinciais do Partido e os presidentes dos Conselhos da Administração Provincial.



Este método demonstrou sua eficácia para transmitir, sem intermediários, informações indispensáveis e orientações aos principais dirigentes do país para o desempenho de suas responsabilidades.



Finalmente, todos nós sabemos da importância histórica para o destino da Revolução a esmagadora derrota da invasão mercenária na Baía dos Porcos, como resultado da firme, incessante e decidida ação dos nossos combatentes que, sob o comando direto do comandante-em-chefe Fidel Castro, que esteve o tempo todo no campo de operações onde se travavam as ações combativas, venceram, em menos de 72 horas, a tentativa do governo dos EUA de criar uma cabeça-de-praia num afastado canto da pátria, para onde pretendiam levar depois, de uma base militar na Florida, um governo fantoche que solicitasse à Organização dos Estados Americanos (OEA) a intervenção militar de forças norte-americanas, situadas em águas muito próximas, acompanhando o contingente mercenário desde sua saída das costas centro-americanas, como já tinham feito na Guatemala, em 1954, sete anos antes, quando derrubaram o governo progressista de Jacobo Arbenz.



Vale a pena repetir nesta ocasião as palavras de Fidel no 15º aniversário da vitória, em 19 de abril de 1976, quando expressou: "A partir de Girón, todos os povos da América foram um pouco mais livres", fim da citação.



Em Girón foi usado, pela primeira vez, em defesa do socialismo em Cuba o armamento fornecido pela União Soviética poucos meses antes, sem apenas tê-lo podido assimilar completamente. É justo, um dia como hoje, reconhecer que, sem a ajuda do povo russo, a Revolução não tivesse podido sobreviver nos primeiros anos diante das crescentes e constantes agressões do imperialismo, por tal motivo, somos eternamente gratos a ele.



Nossa gratidão, um dia como hoje, aos atuais países socialistas por sua cooperação e apoio em todos estes anos de batalhas difíceis e de sacrifícios.



Os povos irmãos do Terceiro Mundo, especialmente os da América Latina e do Caribe, empenhados em transformar a herança de séculos de dominação colonial, sabem que sempre poderão contar com nossa solidariedade e apoio.



Uma calorosa saudação fraternal aos partidos comunistas e demais forças progressistas de todo o planeta, que lutam sem cessar, a partir da firme convicção de que um mundo melhor é possível.



Também desejo expressar o reconhecimento do povo cubano a todos os governos que, ano após ano, reclamam com seu voto e sua voz, nas Nações Unidas, o fim do bloqueio econômico, comercial e financeiro imposto pelos Estados Unidos a Cuba.



Finalmente, transmitimos também nosso agradcimento a todos aqueles que, de uma maneira ou outra, tiveram a ver com a organização e provisões deste Congresso.



Creio que não há maneira melhor de comemorar o 50º aniversário do Dia da Vitória na Baía dos Porcos, que encerrar este histórico Congresso do Partido com o simbolismo do poema Elegía de los Zapaticos Blancos, do Indio Naborí, declamado vibrantemente pelo ator Jorge Ryan e as emotivas palavras de Nemesia, a menina carvoeira que viu morrer indefensa sua mãe e os ferimentos causados a sua avó e dois irmãos pela ação assassina de aviões pintados com a bandeira cubana e cujos sapatos brancos, estragados pela metralha inimiga, são expostos no museu Playa Girón, como prova material de que a Revolução se mantém vitoriosa 50 anos depois, prestando honra aos tombados.





Muito obrigado



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Comitê Central do Partido eleito no 6º Congresso



Bureau Político



Primeiro-secretário: general-de-exército Raúl Castro Ruz



presidente dos Conselhos de Estado e de Ministros



Segundo-secretário: José Ramón Machado Ventura



Primeiro vice-presidente dos Conselhos de Estado e de Ministros



Comandante da Revolução Ramiro Valdés Menéndez



Vice-presidente dos Conselhos de Estado e de Ministros



General-de-corpo-de-exército Abelardo Colomé Ibarra



Ministro do Interior (Segurança)



General-de-corpo-de-exército Julio Casas Regueiro



Ministro das Forças Armadas Revolucionárias



Esteban Lazo Hernández



Vice-presidente do Conselho de Estado



Ricardo Alarcón de Quesada



Presidente da Assembleia Nacional do Poder Popular



Miguel Díaz-Canel Bermúdez



Ministro do Ensino Superior



general-de-corpo-de-exército Leopoldo Cintra Frías



Vice-ministro primeiro do ministério das Forças Armadas Revolucionárias



General-de-corpo-de-exército Ramón Espinosa Martín



Vice-ministro das Forças Armadas Revolucionárias



General-de-corpo-de-exército Álvaro López Miera



Vice-ministro das Forças Armadas Revolucionárias e chefe do Estado Major General



Salvador Valdés Mesa



Secretário-geral da Central dos Trabalhadores de Cuba



Mercedes López Acea



Primeira-secretária do Comitê Provincial do Partido em Havana



Marino Murillo Jorge



Vice-presidente do Conselho de Ministros



Adel Yzquierdo Rodríguez



ministro de Economia e Planejamento



Secretariado



José Ramón Machado Ventura



Esteban Lazo Hernández



Abelardo Álvarez Gil – chefe do departamento de Política de Quadros do Comitê Central do Partido.



José Ramón Balaguer Cabrera – chefe do departamento das Relações Internacionais do Comitê Central do Partido



Víctor Gaute López – membro do Comitê Central do Partido



Olga Lidia Tapia Iglesias – membro do Comitê Central do Partido



Misael Enamorado Dáger – membro do Comitê Central do Partido



Outros membros:



Misleydi Abad Modey – quadro profissional da União dos Jovens Comunistas em Ciego de Ávila



General-de-divisão Onelio Aguilera Bermúdez – chefe do Exército Oriental das Forças Armadas Revolucionárias



Liudmila Álamo Dueñas – primeira-secretária do Comitê Nacional da União dos Jovens Comunistas



Rolando Alfonso Borges – chefe do Departamento Ideológico do Comitê Central do Partido



Carmen Alfonso Oceguera – auditora fiscal chefa da Auditoria Fiscal Provincial em Matanzas



Celis Álvarez Oliva – diretora municipal de Educação em Holguín



Teresa Amarelle Boué – primeira-secretária do Comitê Provincial do Partido em Las Tunas



General-de-divisão Leonardo Andollo Valdés – segundo chefe do Estado Major General e chefe da Direção das Operações das Forças Armadas Revolucionárias



Regla Angulo Pardo – diretora da Direção Provincial de Saúde Pública em Villa Clara



Mayra Arevich Marín – vice-presidenta nacional da Etecsa para atender a Havana.



Miguel Barnet Lanza – presidente da União Nacional dos Escritores e Artistas de Cuba



General-de-corpo-de-exército Sixto Batista Santana – secretário executivo da Comissão de Defesa e Segurança Nacional do Comitê Central do Partido



Gladys Bejerano Portela – auditora fiscal geral da Auditoria Geral da República de Cuba



Aida Rosa Brown Ramírez – especialista da Empresa de Fornecimentos do Níquel em Moa, Holguín



Lidia Esther Brunet Nodarse – membro profissional do Bureau Executivo do Comitê Provincial do Partido em Cienfuegos



Ana Bueno Guzmán – presidenta da Cooperativa de Produção Agropecuária "Cuba Socialista" em Madruga, Mayabeque



Miguel Mario Cabrera Castellanos – funcionário do Comitê Central do Partido



Julio Camacho Aguilera – diretor do Gabinete de Desenvolvimento Integral da Península Guanahacabibes, em Pinar del Río



Alina Belkis Cárdenas Díaz – funcionária do Partido na Missão Cubana no Haiti



Arairis Cardoso Figueredo – primeira-secretária do Comitê Municipal do Partido em Esmeralda, Camaguey



General-de-divisão José Carrillo Gómez – chefe da Direção Política das Forças Armadas Revolucionárias



Rosa Amalia Castillo Salazar – coordenadora provincial dos Comitês de Defesa da Revolução (CDRs) em Santiago de Cuba



Inés María Chapman Waugh – presidenta do Instituto Nacional dos Recursos Hidráulicos



Faure Chomón Mediavilla – assessor do presidente da Assembleia Nacional do Poder Popular



Oneida Ciprián Lazaga – especialista na bateria de geradores a partir de óleo combustível em Chambas, Ciego de Ávila



Marcia Cobas Ruiz – vice-ministra do Ministério da Saúde Pública



Gustavo Cobreiro Suárez – reitor da Universidade de Havana



María del Carmen Concepción González – ministra do Ministério da Indústria Alimentar



Jaime Crombet Hernández-Baquero – vice-presidente da Assembleia Nacional do Poder Popular



Jorge Cuevas Ramos – primeiro-secretário do Comitê Provincial do Partido em Holguín



Yanina de la Nuez Aclich – primeira-secretária do Comitê Municipal do Partido em San José de las Lajas, Mayabeque



Caridad Diego Bello – chefa do gabinete para a Atenção dos Assuntos Religiosos do Comitê Central do Partido



Lázaro Expósito Canto – primeiro-secretário do Comitê Provincial do Partido em Santiago de Cuba



José Ramón Fernández Alvarez – vice-presidente do Comitê Executivo do Conselho de Ministros



Marcia Fernández Andreu – vice-chefa da secretaria do Conselho de Ministros



General-de-divisão Carlos Fernández Gondín – vice-ministro primeiro do ministério do Interior



Yolanda Ferrer Gómez – secretária-geral da Federação das Mulheres Cubanas



Vice-almirante Julio César Gandarilla Bermejo – chefe de direção nas Forças Armadas Revolucionárias



Yamilet García Fernández – primeira-secretária do Comitê Municipal do Partido em Venezuela, Ciego de Ávila



Comandante da Revolução Guillermo García Frias – diretor da Empresa Nacional para a Proteção da Flora e a Fauna



Julio César García Rodríguez – primeiro-secretário do Comitê Provincial do Partido em Camagüey



Yadira Gázquez Camejo – diretora-geral do hospital "Comandante Pinares" em San Cristóbal, Artemisa



Yolexis Guerra Gómez – diretora da Empresa Açucareira "Siboney" em Sibanicú, Camagüey



Jorge Luis Guerrero Almaguer – chefe da Direção de Quadros do Estado e do governo



Ulises Guilarte De Nacimiento – primeiro-secretário do Comitê Provincial do Partido em Artemisa



Armando Hart Dávalos – diretor do Gabinete do Programa Martiano e presidente da Sociedade Cultural "José Martí"



Melba Hernández Rodríguez del Rey – membro do Comitê Central do Partido



Olga Lidia Jones Morrinson – presidenta do Tribunal Provincial Popular em Villa Clara



Annia Ladrón de Guevara Casals – médico especialista no hospital "Juan Manuel Márquez", Havana



Eusebio Leal Spengler – historiador de Havana



Tania León Silveira – presidenta da Assembleia Provincial do Poder Popular em Matanzas



Roberto López Hernández – Funcionário do Comitê Central do Partido



Orlando Lugo Fonte – presidente da Associação Nacional dos Pequenos Agricultores



General-de-divisão Antonio Lussón Batlle – vice-presidente do Conselho de Ministros



Rodrigo Malmierca Díaz – ministro do Comércio Externo e do Investimento Estrangeiro



Ana María Mari Machado – vice-presidenta do Supremo Tribunal Popular



General-de-divisão Rubén Martínez Puente – diretor-geral da União Agropecuária Militar das Forças Armadas Revolucionárias



Zoraida Medina Font – chefa de brigada na Unidade de Móveis para Escritórios, RETOMED, em Santiago de Cuba



Ernesto Medina Villaveirán – presidente do Banco Central de Cuba



General-de-divisão José Julián Milián Pino – vice-ministro do ministério do Interior



José Miyar Barruecos – ministro do ministério da Ciência,Tecnologia e Meio Ambiente



José Ramón Monteagudo Ruiz – primeiro-secretário do Comitê Provincial do Partido em Cienfuegos



general-de-divisão Lucio Morales Abad – chefe do Exército Ocidental das Forças Armadas Revolucionárias



Roberto Morales Ojeda – ministro do Ministério da Saúde Pública



Miosotys Moreno Delgado – vice-diretora de Economia da Direção Provincial de Saúde Pública em Matanzas



Miladys Orraca Castillo – diretora do Centro Provincial de Genética Médica em Pinar del Río



General-de-divisão Ramón Pardo Guerra – chefe do Estado Major Nacional da Defesa Civil



Nayla Patterson Prieto – professora da escola de ensino primário "Invasión a Las Villas" em Guira de Melena, Artemisa



Lina Pedraza Rodríguez – ministra do ministério das Finanças e Preços



Yamila Peña Ojeda – promotora chefa da procuradoria provincial em Havana



Santiago Pérez Castellanos – chefe do Departamento Agroalimentar do Comitê Central do Partido



Sonia Virgen Pérez Mojena – primeira-secretária do Comitê Municipal do Partido em Bayamo, Granma



Elba Rosa Pérez Montoya – chefa do departamento de Ciências do Comitê Central do Partido



General-de-corpo-de-exército Joaquín Quintas Sola – vice-ministro do ministério das Forças Armadas Revolucionárias



Iris Quiñones Rojas – vice-ministra do ministério da Indústria Alimentar



Olga Lidia Ramírez González – primeira-secretária do Comitê Municipal do Partido em Martí, Matanzas



Esperanza Recio Socarrás – diretora provincial do Gabinete Nacional da Administração Tributária em Guantánamo



Amado Ricardo Guerra – secretário do Comitê Executivo do Conselho de Ministros



Jorge Risquet Valdés-Saldaña – membro do Comitê Central do Partido



General-de-divisão Samuel Rodiles Planas – vice-presidente primeiro da Associação de Combatentes da Revolução Cubana



Yudí Rodríguez Hernández – primeira-secretária do Comitê Municipal do Partido em Sagua la Grande, Villa Clara



General-de-divisão Raúl Rodríguez Lovaina – chefe do Exército Central das Forças Armadas Revolucionárias



Luis Alberto Rodríguez López-Calleja – presidente executivo do Grupo de Administração Empresarial das Forças Armadas Revolucionárias



Adolfo Rodríguez Nodals – diretor do Instituto de Pesquisas Fundamentais da Agricultura Tropical



Bruno Rodríguez Parrilla – ministro do ministério das Relações Exteriores



Ramón Romero Pérez – presidente da Cooperativa de Produção Agropecuária "Primer Soviet de América", em Bayamo, Granma



Liz Belkis Rosabal Ponce – diretora do Laboratório de Combustão da Empresa de Engenharia e Projetos da Eletricidade em Cienfuegos



Ulises Rosales del Toro – vice-presidente do Conselho de Ministros



Omar Ruiz Martín – primeiro-secretário do Comitê Provincial do Partido em Matanzas



General-de-divisão Romárico Sotomayor García – chefe da Direção Política do ministério do Interior



Bárbara Tandrón Negrín – reitora da Escola Internacional de Educação Física e Esportes



Jorge Luis Tapia Fonseca – primeiro-secretário do Comitê Provincial do Partido m Ciego de Ávila



Luis Torres Iríbar – primeiro-secretário do Comitê Provincial do Partido em Guantánamo



Alina Vicente Gainza –vice-auditora-geral da Auditoria Geral da República de Cuba



Josefina Vidal Ferreiro – diretora da Direção da América do Norte do ministério das Relações Exteriores



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Emotivas palavras de Nemesia



Compatriotas:



Eu sou Nemesia, a dos Sapatinhos Brancos. Cinquenta anos depois, ainda lembro os tristes dias de abril de 1961.



Nosso querido Fidel já se tinha reunido com os carvoeiros no Natal de 1959 e a vida havia começado a melhorar no Pantanal de Zapata.



Vêm a minha memória nomes muito queridos, como o de Célia, minha madrinha inesquecível, e o do Indio Naborí, sempre tão meigo.



Um dia, tudo mudou por causa do ataque dos ianques. Lembro onde eu me encontrava exatamente. Estava na rodovia rumo a Jagüey Grande. Eu ia com minha mãe na traseira de um caminhão, junto com minhas duas avós, meu pai, meu irmão Cruz, o caçula, e também o mais velho. Além disso, minha cunhada, os filhos deles e uma prima...



Nestes 50 anos, todos os dias da minha vida, vejo a mesma cena, como um filme reprisado em minha cabeça. Vejo o avião aproximando-se de nós e minha mãe tentando nos proteger com seus braços e depois a vejo tombar crivada pela metralha do avião dos invasores. Minha avó e meus irmãos foram também feridos.



Eu nunca conseguirei perdoar os que fizeram isso com minha mãe, minha avó e os meus irmãos. Não tenho sede de vingança, mas também não posso esquecer que, com apenas 13 anos de idade, mataram minha felicidade. Minha família conseguiu ir para frente, graças à Revolução.



Meus seis irmãos e eu continuamos a morar no Pantanal de Zapata, onde nasceram meus dois filhos Nery e Felipe. Tenho três netos, para mim, umas belezinhas.



Participo das atividades que posso ir e explico a quem quiser saber que era e que é o Pantanal de Zapata, a fim de que compreendam bem o que afirma um outdoor colocado na entrada do meu município: TUDO QUE AQUI VOCÊ VEJA É OBRA DA REVOLUÇÃO.



Com ela, foi que pude ter meus sapatinhos brancos, frequentar a escola e aprender a ler e a escrever, como outras muitas meninas pobres na Cuba daquele tempo.



Por isso, eu não posso deixar de amar e agradecer à Revolução, a Fidel, a Raúl e ao povo miliciano que me defendeu dos mercenários mandados aqui pelos ianques.



Hoje, que vivo feliz com minha família e com 63 anos, minha maior satisfação é voltar ao mato para sonhar e lembrar minhas raízes.



Foi um presente inesperado o fato de que me convidassem a este histórico Congresso e poder compatilhar meus sentimentos com vocês.



Sempre estarei aqui, pronta para continuar defendendo a liberdade e a justiça em nossa pátria.



Muito obrigada.



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O voto da humildade



Alberto Núñez Betancourt



NEM sequer ele esperava ser delegado ao 6º Congresso do Partido que encerrou há pouco. Sem acreditar que merecia honras, considera esse fato uma distinção que lhe fizeram os militantes comunistas de Santiago de Cuba.



O militante Fidel Castro, com modéstia singular, acompanhou de perto cada pormenor do encontro. E por volta do meio-dia da segunda-feira, 18 de abril recebeu, das mãos do ajudante de Raúl Castro, o boletim de voto que continha a lista de membros do Comitê Central. Justamente às 12h57, exerceu seu direito ao voto, para oferecer mais uma lição de disciplina e humildade.



Fê-lo em prol da unidade que sempre defendeu, como princípio básico da Revolução este soldado das ideias, como ele mesmo preferiu chamar-se, a partir do Proclama de 31 de julho de 2006, quando delegou todos os cargos no Partido, no Estado, no governo. Tamanha grandeza dispensa qualquer título ou nome.



E assim frisava Raúl nas palavras finais: "Fidel é Fidel e não precisa de cargo algum para ocupar, para sempre, um lugar de destaque na história, no presente e no futuro da nação cubana".



Com total inteireza, como quem leva bem fundo no peito essa máxima martiana enunciada muitas vezes: "Toda a glória do mundo cabe em um grão de milho", o líder da Revolução irrompeu na sessão final da memorável reunião. A admiração dos presentes em face da virtude e modéstia demonstradas veio logo à tona. Muitos olhos ficaram encharcados pelas lágrimas no salão plenário do Palácio das Convenções, e ainda em inúmeros lares cubanos.



E pareciam não ter fim aqueles aplausos, os mais extensos que escutei na minha vida.

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