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Publicado
em TeleSur.net em 06.05.2011
Tradução: Max
Altman
O ex-presidente estadunidense Jimmy Carter afirmou nesta quarta-feira, 6, que defenderá ante o presidente, Barack Obama e os políticos de seu
país para conseguir um
indulto em favor dos Cinco herois antiterroristas cubanos que permanecem em prisão nos Estados
Unidos há mais de 13 anos. Reiterou que no julgamento dos
cubanos normas foram violados e o
resultado foi duvidoso.
“Não sou apenas o ex-presidente dos Estados Unidos, mas também
um Prêmio
Nobel da Paz (...) nas minhas conversações privadas com o
ex-presidente Bush (George W.) e com o
presidente Obama venho pedindo a
libertação dessas pessoas, reconheço as limitações dentro do sistema judicial
dos Estados Unidos e espero que o presidente
possa levar em
conta o indulto. Porém
essa é uma decisão que só o
presidente pode tomar, ou seja,
não me corresponde dizer ao
presidente o que deve fazer.
Porém, em minha
opinião, tanto antes
como agora, é que o
julgamento dos Cinco foi muito
duvidoso e normas foram violadas”, disse Carter em entrevista exclusiva à TeleSUR.
Considerou que, sejam culpados
ou não, os Cinco
já passaram suficiente tempo
na prisão “tenho dúvidas sobre
estas extensas condenações a
que foram submetidas essas pessoas, porém
quando regresse penso conversar
com o presidente Obama e com vários
líderes políticos estadunidenses e sejam culpados ou não,
já passaram um bom
tempo presos, mais de
12 anos, ou seja, já
foram castigados”, afirmou.
Carter fez um balanço de sua
visita a Cuba, onde se
reuniu com as autoridades, com
o presidente, Raúl Castro e o
líder da Revolução, Fidel Castro, com opositores,
representantes da comunidade
judaica, assim como
com a Igreja Católica
e com o réu estadunidense Alan Gross, condenado por atentar contra a independência e
integridade territorial do Estado cubano.
De todos esses encontros
ressaltou a cordialidade e disposição do
povo cubano e firmou suas esperanças
no levantamento do bloqueio contra Cuba e na
normalização das relações bilaterais entre
os Estados Unidos e a Ilha.
“A maioria dos cubanos
quer que existam relações normais
e a maioria dos norte-americanos, também. No entanto, existem líderes radicais
em posições destacadas no Congresso do meu
país, muitos deles cubano-americanos, que insistem em
manter este
distanciamento entre as relações de ambos os países,
pois pertencem a uma geração cujo
objetivo fundamental era
derrocar o governo de Fidel Castro”, indicou o
ex-mandatário.
Diante deste
panorama, destacou que nos
últimos anos se formaram círculos de opinião pública
em Miami e entre os mais
jovens “que desejam que
se levante o bloqueio econômico e que
se possa viajar normalmente entre ambas as nações”, o que
qualificou de um sinal de mudança
que “vai avançar” e à qual se
ofereceu em prestar sua
“pequena voz, junto à
opinião de muitos norte-americanos que podem fazer
com que isto se
concretize”.
O político estadunidense ressaltou
com particular afeto
seu encontro com o
líder, Fidel Castro, a quem considera um amigo e
com quem tem muitos
pontos de vista em
comum quanto ao perigo
da proliferação de armas nucleares
e a conservação do meio ambiente.
“Considero que os Estados
Unidos não têm sido o bastante firme,
como deveria ser, na abordagem do
aquecimento global”, sentenciou.
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