Mauricio Tomasoni.
Ontem,
dia 10 de janeiro de 2012, tomou posse para o seu terceiro mandato como
presidente da Nicarágua, o companheiro presidente Daniel Ortega
Saavedra. É a segunda vitória eleitoral seguindo a de 2007. Com muita
satisfação nestes primeiros dias deste ano aqueles que como eu
vivenciaram, mesmo que de longe, e outros que foram artífices do
maravilhoso processo revolucionário centro-americano, saudamos e
continuamos a acreditar, respeitar e vibrar com os triunfos de nossos
povos. A terceira vitória eleitoral de Daniel, mesmo que em uma
conjuntura singularmente própria é uma vitória dos povos.
Apesar
de toda uma campanha midiática a detratar tanto internamente (na
Nicarágua) quanto internacionalmente o governo sandinista por suas
posições corajosas a pedir respeito a Cuba, à Bolívia e à Venezuela, e,
por suas posições contrárias à agressão contra a Líbia e de apoio a
Muamar Kadaffi, ou ainda por suas posições de apoio à autodeterminação
do Irã e contrárias à tentativa imperialista de agressão a este país,
manifesto minha confiança política no companheiro Daniel e naqueles que
acompanham suas posições. Há uma campanha desinformativa de uma pretensa
esquerda, há muito tempo encastelada em cargos de confiança ou amparada
sob os símbolos da santa amada igreja católica em produzir mentiras
contra Daniel Ortega.
A
FSLN (Frente Sandinista de Libertação Nacional) é uma organização
provada na luta e não imune aos vícios e percalços da realidade
concreta. É partido no poder, ou para ser mais rigoroso intelectualmente
é partido no governo. E partido no poder é como imã, atrai para si
gente oportunista. E como não acontecer este tipo de coisa. Para não
ocorrer isto basta que uma organização não conquiste o poder ou então
faça como o James Petras – funde a Organização Internacional dos Juízes
da Luta de Classes. Organização esta a ser a julgadora “moral” das
atitudes dos outros, sem compromisso ou responsabilidade com nada, que
não constroem nada e nem respondem por nada, que não dão sua cota de
sacrifício por nada.
Ao
longo destes anos a FSLN sofreu percalços e dissidências, tem problemas
internos que precisam ser medidos com o rigor da ciência e não o rigor
das fofocas e malidicências. Não serve como único instrumento de análise
as impressões absorvidas em encontros ou contatos com militantes desta
organização ou que se dizem ser. Vale sim a análise de todo o conjunto,
vale sim a análise da realidade concreta, da história e da atualidade.
Vale sim o respeito a autonomia das organizações. Eles não podem dizer o
que devemos fazer aqui no Brasil, e muito menos nós devemos “ensinar” a
eles o que eles devem fazer na Nicarágua. Com certeza vale sim e para
sempre a confiança política conquistada ao largo de tanto convívio, de
tanta luta, de tanta resistência. Daniel é daqueles homens que merecem
ser valorizados e compreendidos na complexidade dos novos
tempos, pois mesmo após quase 20 anos de revezes sofridos pela
Revolução Popular Sandinista se manteve firme. Outros dobraram os
joelhos e se apequenaram. Outros cansaram e se retiraram de cena. Outros
se desiludiram. Todos devem ser valorizados pela sua contribuição,
mesmo que pequena à libertação dos povos, mesmo que hoje estejam à
margem dos acontecimentos.
Em
especial reafirmo minha inteira confiança, apesar da palavra
“confiança” não ser uma categoria científica ou marxista, em gente da
estirpe de Daniel, do filho de Carlos Fonseca, do filho de Schafick
Jorge Handal, do vice-presidente salvadorenho e dirigente da FMLN
(Frente Farabundo Marti para a Libertação Nacional) Salvador Sanchez
Ceren.
Viva Daniel e a FSLN.
Viva a FMLN.
Nenhum comentário:
Postar um comentário