Opinião: "As 10 notícias mais
censuradas em 2011/2012 nos Estados Unidos"
Por: Ernesto Carmona
O ataque crescente à liberdade e a
conversão dos Estados Unidos em um estado policial, os decretos
"legais" mas em contradição com a Constituição do Ministério de
Segurança Pátria, as novas leis que criminalizam a manifestação Occupy, o
fomento do novo negócio de "incitação e delação" que, patrocinado
pelo FBI, representa lucros de até 100 mil dólares por cada caso pré-fabricado
por 15 mil espias internos "autorizados", a escravidão que existe
hoje nas prisões-fábricas estadunidenses com salários de 23 centavos de dólar
por hora de trabalho, a situação insustentável da vida dos oceanos, os crimes
de guerra da OTAN na Líbia, os resquícios radioativos de Fukushima, que ainda
matam habitantes no território dos Estados Unidos, uma pesquisa de Zuyrich que
mostra que 147 corporações transnacionais estadunidenses e europeias controlam
a economia mundial, os bilhetes impressos pela Reserva Federal de 16 trilhões
de dólares doados aos maiores bancos que provocaram a crise e um chamado da ONU
para converter os trabalhadores em empresários de cooperativas, são os temas
das primeiras 10 notícias top mais ocultadas pelo Censurado 2013.
As 25 notícias mais censuradas pela
grande imprensa corporativa dos Estados Unidos, durante o último ano acadêmico
2011/2012, investigadas há quase quatro décadas por professores e estudantes de
sociologia da Universidade Sonoma State da Califórnia, acabam de aparecer no
livro Censored 2013, publicado em Nova York, pelo editorial Seven Stores. O
texto será apresentado em dezembro, em Santa Rosa, Califórnia.
1. Estados Unidos: Estado Policial
Desde a Lei Patriot Act 2001, Estados
Unidos tem cada vez mais vigilância política interna e se militariza às custas
das liberdades civis. A aprovação, em 2012, da lei Nacional Defense
Authorization Act (NDAA) permite que os militares prendam indefinidamente, sem
julgamento, qualquer cidadão dos Estados Unidos, que o governo considere
"terrorista" ou "acessório do terrorismo". O presidente
Barack Obama emitiu o decreto "National Defense Resources Preparedness
Executive Order", que autoriza o mais amplo controle federal e militar da
economia nacional e de seus recursos sob "condições de emergência e de
não-emergência". Desde 2010, a campanha do departamento de Segurança
Pátria "Se você ver algo, diga algo" chama o público a informar às
autoridades locais sobre qualquer atividade suspeita, mas o que a Segurança
Pátria identifica como "suspeito" costuma ser críticas ao governo ou
protestos não violentas, que são direitos garantidos pela Constituição.
2. Oceanos em perigo
O mar não é infinito nem inesgotável. A
subida total da temperatura do oceano levou ao maior movimento de espécies
marinhas em dois e três milhões de anos. Um estudo de fevereiro de 2012 de 14
ecossistemas protegidos e 18 desprotegidos no Mediterrâneo demonstrou que esta
acabando rapidamente seus recursos. Um estudo científico de três anos mostrou
que áreas marinhas que formam a reserva de população de peixes tem cinco a dez
vezes mais vida marinha que os lugares desprotegidos.
3. Fukushima mata até nos Estados Unidos
As consequências do desastre nuclear
2011 de Fukushima são maiores que as reconhecidas, ao ponto que científicos
estimam em 14 mil as mortes nos Estados Unidos provocadas pela radiação que
veio do Japão, de acordo com relatório de dezembro de 2011, do Diário
Internacional de Serviços Médicos. A rede detentora de radiação da Agência de
Proteção Ambiental (RadNet) tem falhas de mantenimento e equipamentos
frequentemente mal calibrados.
4. O FBI é responsável pela mair
conspiração terrorista nos Estados Unidos
O Escritório Federal de Investigação
implementou um método pouco usual para prevenir futuros atentados terroristas
ao desenvolver uma rede de quase 15 mil espiões para infiltrar em diversas
comunidades na busca de esquemas terroristas. No entanto, eles realmente estão
nos ajudando e animando a gente a cometer crimes para depois denunciá-los e
cobrar recompensas de até 10 mil dólares por caso.
5. Reserva Federal imprimiu 16 trilhões
de dólares para salvar grandes bancos
Uma auditoria da Primeira Reserva
Federal revela que ofereceu ajuda urgente e em segredo de 16 trilhões de
dólares aos maiores bancos estadunidenses e europeus em pleno apogeu da crise
financeira mundial, entre 2007 e 2010. Desses 16 trilhões de dólares, Morgan
Stanley recebeu 107,3 bilhões , Citigroup 99,5 milhões e Bank of America 91,4
bilhões, de acordo com dados obtidos por reivindicando a Lei de Liberdade de
Informação (Freedom of Information Act), meses de litígio nos tribunais e uma
lei aprovada pelo Congresso.
6. 147 corporações controlam a economia
do mundo ocidental
Um estudo da Universidade de Zurich
revelou que um pequeno grupo de 147 grandes corporações transnacionais,
principalmente financeiras e mineiro-extrativistas, controlam na prática a
economia mundial. O estudo foi o primeiro a analisar 43.060 corporações
transnacionais e a relação de propriedade entre elas, identificando 147
companhias que formam uma "super entidade", que controla 40% da
riqueza total da economia global. O pequeno grupo, interconectado através das
juntas diretivas corporativas, constituem uma rede de poder global vulnerável
aos colapsos e propensa ao "risco sistêmico"..., mas dirige o mundo.
7. 2012: ano internacional das
cooperativas
As Nações Unidas declararam 2012 como o
ano internacional das cooperativas, que manteriam ativas no mundo quase 1
bilhão de pessoas como membros ou donos cooperativos. De acordo com a ONU, a
cooperativa será o modelo de empresa de mais rápido crescimento do planeta em
2025 e garante que as cooperativas de trabalhadores-proprietários preveem uma
distribuição equitativa da riqueza e uma conexão autêntica no lugar do
trabalho, componentes essenciais de uma economia sustentável. (Venezuela
descartou este modelo porque mesmo que funcionem com êxito, os
trabalhadores-empresários de cooperativas costumam vendê-las - sob pressão ou
ofertas tentadoras - às corporações do mesmo ramo).
8. Crimes de guerra da OTAN na Líbia
A Organização do Tratado do Atlântico
Norte (OTAN) justificou sua intervenção na Líbia sob "princípios humanitários",
mas agora são conhecidas suas ações catastróficas para os seres humanos, como a
destruição por bombardeiro, em julho de 2011, da principal instalação de
abastecimento de água potável neste país, que abastecia, aproximadamente, 70%
da população nacional. E, na tentativa falida de parecer imparcial e objetiva,
a BBC revelou, quase um ano depois, que essa informação foi difundida pelos
meios independentes, que as Forças Especiais Britânicas desempenharam um papel
chave para supervisionar e conduzir à vitória os chamados "combatentes da
liberdade" da Líbia.
9. HOY: Escravidão em prisões dos
Estados Unidos
Estados Unidos têm pelo menos 5% da
população do mundo, mas suas prisões mantêm mais de 25% de toda a população
presa do mundo. Muitos desses presos trabalham por 23 centavos de dólar por
hora, ou valores similares, em prisões privadas contratadas pela oficina de
prisões UNICOR, uma corporação quase-pública, sem fins lucrativos, classificada
como a 38º entre os grandes contratistas do governo dos Estados Unidos. Apenas
escapam desse trabalho os milhares de presos em solitária, frequentemente
presos por castigos disciplinários ou faltas de baixa importância.
10. Lei HR 347 criminaliza os protestos
do Occupy
O Presidente Obama assinou em março de
2012 a lei HR 347, que considera "ofensa criminal" participar de
manifestações em áreas definidas como "restringidas", tais como
proximidades de edifícios federais e certos parques. Os legisladores
violentaram os direitos da Primeira Emenda para criminalizar os protestos do
Occupy, que caracterizam como um perigo mundial para a superclasse do 1%, que
controla a economia dos Estados Unidos e do mundo, uma vez que fizeram com o
serviço secreto utilize mais ou empregue mal as leis atuais para prender
manifestantes sob o pretexto falso de atividade criminal.
Texto original disponível em:
http://www.rebelion.org/noticia.php?id=157660
Traducción
al portugués: Equipo de redacción en portugués de teleSUR
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