quarta-feira, 27 de fevereiro de 2013

“Relato sobre a presença de Yoani Sanchez no Brasil


                             A todos os Movimentos de Solidariedade a Cuba
Por
Antonio Barreto
Presidente da Associação José Martí Bahia e coordenador do Núcleo do Cebrapaz  Bahia

Caio Botelho
Diretor de Comunicação da UJS

Estas informações desmentem toda a manipulação da mídia, já acostumada em agredir Cuba Socialista, e que repercutiram a falsa notícia de que foi a Embaixada de Cuba no Brasil que orientou e até mesmo organizou os protestos contra a presença da blogueira em nosso território.
No nosso país, há um poderoso movimento de solidariedade ao povo cubano. 20 Convenções Nacionais de Solidariedade a Cuba já foram realizadas, em 8 estados,  nas últimas duas décadas e  vale ressaltar que a simpatia e a solidariedade dos brasileiros com a revolução cubana vem desde as tentativas de derrubar a ditadura de Batista, com a tomada do quartel de Moncada e a gloriosa marcha da Sierra Maestra até Havana, em 1º. De janeiro de 1959,  que culminou com a derrubada da tirânica ditadura apoiada pelos Estados Unidos.
A XX Convenção aconteceu em Salvador, Bahia, em junho de 2012, com apoio e participação da maioria do movimento sindical e social da Bahia e dos partidos políticos comprometidos com a luta pelo socialismo e a unidade latino-americana e caribenha. Em junho deste ano de 2013, a XXI Convenção Nacional de Solidariedade a Cuba será realizada em Foz do Iguaçu, no Estado do Paraná, para mais uma vez exigirmos do governo dos Estados Unidos o fim do Bloqueio e a libertação dos 5 Heróis antiterroristas cubanos presos ilegal e injustamente naquele país há quase 14 anos.
Há três anos atrás,  o senador Eduardo Suplicy  já pressionava o governo brasileiro para que fizesse gestões junto ao governo cubano para a liberação da blogueira Yoani Sánchez viajar ao Brasil com a finalidade de assistir ao lançamento de um documentário filmado em Cuba pelo inexpressivo blogueiro Dado Galvão, da cidade de Jequié, que esteve em Cuba em 2009, a serviço do Instituto Milênio com o objetivo exclusivo de entrevistar Yoani Sánchez e as “damas de branco”, como ele próprio  afirmou publicamente no dia 18/02, no debate que travamos com o senador Suplicy e a blogueira na cidade de Feira de Santana (BA). Desde aquela época, portanto, descobrimos seu blog, endereço eletrônico e telefone, e estivemos sempre acessando acompanhando suas movimentações junto ao senador Suplicy para trazer a Yoani Sánchez à Bahia.
No início deste mês de fevereiro, vimos no referido blog o anúncio da chegada da Yoani para o dia 18/02 e que a sua programação seria anunciada em breve. 
Uma semana depois, postou que o lançamento do “documentário” seria na cidade de Vitória da Conquista e, dois dias depois, apareceu um novo post informando que o evento teria sido cancelado na cidade devido a retirada do apoio da prefeitura local.
Transferiram então o evento para a cidade de Feira de Santana a apenas 5 dias da chegada da  blogueira cubana à Bahia, vinculando a sua vinda também ao apoio de outro blogueiro, o  Rafael Velame da cidade de Feira de Santana, que noticiou no seu blog que as despesas da viagem da Yoani Sanchez à Bahia estariam sendo pagas através de doações de um grupo de amigos de Feira de Santana, sem no entanto apresentar qualquer prova.
No dia 16/02,  foi postado no mesmo blog do Velame toda a programação da Blogueira no Brasil, inclusive o dia e horário de sua chegada no aeroporto do Recife: A chegada no Recife seria dia 18/02 às 01h30.
Foi a partir das notícias veiculadas nestes dois blogs que nós da ACJM Bahia/ Cebrapaz,  começamos tomar as iniciativas para organizar um contundente protesto no sentido de questionar os objetivos da blogueira mercenária e sua presença na Bahia, iniciando um périplo que passaria por outros estados do Brasil  e mais 10 ou 11 países países da Europa e América.
Fizemos uma primeira reunião conjunta da direção das duas entidades, no dia 06/02, e tomamos as primeiras iniciativas de organização do movimento para mostrar  ao povo brasileiro quem realmente é a blogueira Yoani Sánchez, que aos poucos começava a ser notícia nos grandes meios de comunicação e dominava o conteúdo desses 2 blogs, dos ilustres desconhecidos das cidades de Jequié e Feira de Santana.
Nesta mesma reunião agendamos outra para o dia 15, na qual participou também a UJS - União da Juventude Socialista e dirigentes sindicais de várias entidades. Decidimos todos os passos para a mobilização  e marcamos uma reunião para o dia seguinte em Feira de Santana com sindicalistas, companheiros e companheiras do movimento de mulheres de Feira, Movimento de Pequenos Agricultores – MPA, juventude do PCR e do Levante Popular da Juventude. Definimos o caráter pacífico, mas com o firme propósito de questionar, com argumentos, a falsa personalidade forjada pelos inimigos de Cuba.
Nesse mesmo dia, fomos convidados para uma entrevista na Rádio Povo de Feira de Santana, no programa do radialista Gerivaldo, onde pudemos, em 30 minutos de entrevista, passar para uma parcela do povo de Feira de Santana a outra face da blogueira, ocultada pela grande mídia e pelos seus anfitriões, bem como a postura equivocada do Senador Suplicy e de um ex-vereador do PT da cidade, únicos políticos desse partido a estarem afiançando a traidora do povo cubano no nosso país.
Ao mesmo tempo, nos articulamos com companheiros da solidariedade com Cuba do Recife e São Paulo para que se informassem sobre a agenda da mercenária cubana no nosso país, que posteriormente foi alterada com a ida da Blogueira a Brasília, a convite dos setores da direita (PSDB, DEM e o reacionário deputado defensor da ditadura militar, Jair Bolsonaro).
      OS PROTESTOS, O SEU CARÁTER, A VERDADE DOS FATOS E A VERSÃO DA MÍDIA.
Somente no dia 17 (domingo) pela manhã tomamos conhecimento através do blog do Velame, do horário da chegada da blogueira no Aeroporto internacional de Salvador. Durante todo o  dia toda a direção da ACJM/Cebrapaz/UJS/Sindicalistas se mobilizaram para organizar a “recepção” no aeroporto, no dia seguinte.
Chegamos ao aeroporto às 08:00 horas com nossos cartazes,  faixas e o jornal da ACJM-Ba, cujo conteúdo foi a face oculta de blogueira. As informações que já possuíamos sobre as atividades da Yoani em seu próprio blog foram complementadas pelas fontes citadas no nosso jornal.  No aeroporto, encontramos um “batalhão” de repórteres de todos os grandes meios de comunicação do Brasil e alguns do exterior e agências de notícias, à espera da “grande personalidade”. Era como se estivesse chegando no nosso país, o Papa Bento XVI, em uma visita surpresa após o anúncio da sua renúncia.  Todos os jornalistas  se chegaram a nós para registrar o conteúdo dos cartazes e faixas e entrevistar a coordenação do movimento que contestava a blogueira.
Houve exibição das faixas e cartazes, palavras de ordem, fala pública para os passageiros em trânsito no aeroporto, distribuição do jornal da Associação José Martí para todos os jornalistas e pessoas presentes no aeroporto, enquanto esperávamos a saída da Yoani Sanchéz. Entretanto, a Infraero permitiu a entrada de uma van procedente de Feira de Santana no portão lateral do terminal de cargas, que conseguiu retirá-la por outra saída,  no  fundo do aeroporto.
O fato de a blogueira já ter sido alvo de protestos do movimento de solidariedade a Cuba de Pernambuco e dos movimentos sociais daquele estado na sua chegada ao Aeroporto do Recife, e a nossa grande presença no aeroporto de Salvador, foi o motivo para ela não se submeter a novo constrangimento, e por isso saiu pelas portas do fundo do aeroporto sem ser vista, fotografada e muito menos entrevistada pelos jornalistas, que ficaram frustrados.
Alguns poucos meios registraram corretamente os fatos, a maioria porém, a exemplo da Rede Globo, Estadão, Rede Bandeirantes e muitos outros,   distorceram o ocorrido e minimizaram ou simplesmente condenaram os protestos, numa atitude que consideramos hipócrita.
À tarde do dia 18 um grupo de 20 pessoas de Salvador se deslocou para Feira de Santana e, no Museu Cidade do Saber, fomos recebidos por mais 40 companheiros e companheiras da cidade, vinculados às organizações citadas acima.
No local onde seria exibido o tal “documentário”, 60% dos presentes era dos que protestavam.  Todos e todas estavam à espera da “grande personalidade” que haviam anunciado para as 19 horas, mas que já passava das 21 horas quando ela chegou acompanhada do senador Suplicy e os dois blogueiros, todos escoltados por um corpo de 12 guardas municipais da cidade de Feira de Santana.
Recebidos com faixas, cartazes e o jornal da ACJM -Ba (o mesmo que distribuímos no aeroporto) levaram-na para uma sala e depois de avaliarem que a maioria das pessoas presentes eram os que denunciavam a blogueira, resolveram suspender a apresentação do “documentário” e o senador Suplicy, muito irritado e acuado pelos manifestantes, aceitou a realização de uma curta sessão de debate com uma mesa composta com ele, a blogueira e as entidades organizadoras do protesto, cada um com um tempo de 10 minutos para expor seus pontos de vista. Ocorre que o senador Suplicy, ao tentar a todo o momento querer monopolizar o microfone entre ele e a blogueira, houve  reação da plenária, até que se retomou o que havíamos combinado anteriormente.
As três entidades representando o conjunto dos manifestantes, representadas na mesa por Caio Botelho, da UJS, Antonio Barreto, da ACJM-Ba/Cebrapaz e Iracema, da juventude do PCR, fizeram várias denúncias sobre o verdadeiro objetivo da blogueira abraçada pela grande mídia internacional contra Cuba. Questionaram sobre o financiamento do seu blog, os meios que utiliza em Cuba para mantê-lo no ar, sua relação com o escritório dos Estados Unidos e algumas embaixadas europeias em Havana. À  quase todos os questionamentos nada respondeu e a alguns foi lacônica e contraditória.
Negou-se a assinar uma declaração ou mesmo declarar no microfone condenando o Bloqueio Econômico, comercial e financeiro dos Estados Unidos contra seu país, bem como defender a libertação dos 5 heróis cubanos antiterroristas presos ilegal e injustamente nos Estados Unidos. Boa parte do debate foi registrado em câmera de vídeo de celular, sendo que alguns trechos já estão disponíveis na internet, no portal do You Tube, com destaque para o trecho da fala de Caio Botelho que pede a blogueira para se pronunciar contra o Bloqueio e pelos 5 Heróis e ela se nega a fazê-lo.
O evento foi encerrado sem que tenha sido registrado nenhum ato de violência contra Yoani Sánchez, apesar das provocações de algumas pessoas do grupo de apoio à blogueira. Registre-se que durante o evento a companheira Leni, da direção da ACJM-Bahia,  foi agredida físicamente por um membro do grupo dos blogueiros, do qual não sabemos o nome e a companheira Ivone, agredida com empurrões por um policial da guarda municipal.
Registre-se também o fato de que aqui  se deu uma grande demonstração do potencial manipulador da mídia brasileira, que editou as reportagens que foram ao ar nos telejornais das grandes emissoras de TV de forma a passar a impressão de que Yoani Sánchez foi recebida “com violência por uma turba de comunistas raivosos organizados pelo governo cubano”. Para que se restabeleça a verdade, é importante deixar claro que todos os protestos foram pacíficos e que o único pleito dos manifestantes era de que houvesse debate de idéias, com espaço para o contraditório.
No dia 19/02 à noite, ocorreu, ainda em Feira de Santana, um debate aberto ao público e mais uma vez, um grande grupo de manifestantes compareceu ao local. Seis pessoas se inscreveram para questionar a blogueira, que nada respondeu. Os aplausos exibidos no dia seguinte pelo tewlejornal da TV Globo,  “Bom dia Brasil”,  não eram para a Yoani e sim para os que se inscreveram para questioná-la e denunciar as suas mentiras e articulações com os inimigos do povo cubano.
Neste mesmo dia, o deputado estadual da Bahia, Álvaro Gomes, discursou no plenário da Assembléia Legislativa, declarando Yoani Sánchez Persona non grata na Bahia,  seguido pela deputada Kely Maganhães, ambos do PCdoB e pelo deputado Yulo Oiticica do PT, que também revelaram o lado farsante da blogueira.
Na programação da falsa personalidade, estava prevista uma passagem por Salvador para conhecer o Porto da Barra e o Pelourinho, no dia 20/02. Esta agenda foi alterada para uma ida dela ao parlamento, em Brasília, a convite de um deputado do PSDB,  tendo sido recebida também pelo DEM e pelo deputado Jair Bolsonaro, egresso do exército e eterno defensor da ditadura que massacrou o povo brasileiro, exilou, torturou, e assassinou, centenas de brasileiros após o golpe militar apoiado pelos Estados Unidos em 31 de março de 1964 até o ano de 1985.
Na Câmara dos Deputados, foi também recebida por uma grande número de manifestantes solidários a Cuba e teve a sua presença no plenário da Câmara questionada por muitos deputados. Também ganha destaque a declaração, feita por Yoani e repercutida pela imprensa, que compara os militantes que protestavam contra a sua presença, a “terroristas”.
A blogueira seguiu para São Paulo, no mesmo dia 20 à noite, sem que seus patrocinadores divulgassem qual o aeroporto e o horário de chegada. Por isso, não foi recebida por manifestantes contrários a sua presença naquela cidade, o que ocorreu com muita força na livraria onde estava previsto uma sessão de autógrafos do seu livro, também suspensa devido ao tumulto provocado pelas pessoas levadas ao local pelo PSDB e o DEM. Essas pessoas, dentre elas muitos incautos levados com o objetivo de defender a traidora de Cuba. Os protestos, ao contrário do que disse a mídia, não impediu a blogueira de fazer o seu proselitismo político contra a revolução cubana por um certo período de tempo.
Convidada pelos seus patrocinadores, deu entrevistas para a Rede Globo de Televisão, Globo News, O Estado de São Paulo, Rede Bandeirante, TV Cultura do Estado de São Paulo e outros meios de comunicação, sempre mistificando a verdade sobre Cuba e defendendo o retorno do capitalismo e, no fundo, defendendo o retorno da tutela de Cuba pelos Estados Unidos, tudo em conluio com os poderosos inimigos do povo cubano.
No dia seguinte apareceu no museu da repressão política da ditadura militar na capital paulistana, o antigo Dops, acompanhada do governador tucano Gerando Alckmin, protegida por forte esquema de segurança do governo do Estado. Ali, comparou o regime socialista que está sendo construído em Cuba com a ditadura militar implantada no Brasil em 1964. Um despropósito!
No dia 23, seguiu para o Rio de Janeiro, local que também não constava da agenda inicial. Aí, a própria mídia, já meio ressabiada de tanto ibope a uma figura tão inexpressiva e ilustre desconhecida em seu próprio país, já não fez a mesma cobertura.
No  dia 25 a partir da zero hora, a TV Bandeirantes, exibiu uma entrevistou no Canal Livre. Nessa entrevista, que teve a participação também do direitista Fernando Gabeira, a Blogueira se apresentou muito bem produzida e aproveitou todo o tempo para destilar a sua ira contra o socialismo em Cuba, minimizou as conquistas sociais do povo cubano no campo da saúde e da educação, disse que no período da ditadura de Batista o analfabetismo era uma questão menor, desqualificou o professor Salim Lamrani, da Sorbone, e o acusou de falsificar a entrevista que lhe concedeu em 2009, sempre fugindo da raia, quando uma ou outra pergunta lhe colocava em xeque.
Nesta entrevista, foi questionada sobre algumas das 40 perguntas que circulam na internet que lhes haviam sido feitas pelo mesmo professor Salim Lamrani, que a encurralou deixando bem claro quem a financia e a serviço de quem está,  e mais uma vez saiu pela tangente.
Nesta entrevista da TV Bandeirantes, como de resto em todos os grandes meios, as perguntas eram feitas mais com o objetivo de lhes jogar confetes e de criticar o governo cubano e o sistema socialista em construção na Ilha rebelde.
Do Rio de Janeiro, a traidora de Cuba, segundo divulgou alguns setores da mídia, seguiu para a República Checa,  onde deve ter sido recebida com a mesma pompa pela direita e a elite anticomunista do país, mas com certeza também com protestos dos amigos de Cuba e do Socialismo.
De uma coisa temos certeza, a Yoani Sánchez que tem hoje o seu blog acessado por milhares de pessoas em muitos países, conforme anunciam, começará a partir de agora a ser questionada por muitos dos seus leitores e ignoradas por muitos dos que ainda não a conheciam,  porque  a partir da repercussão dos protestos que enfrentou desde o seu desembarque em solo brasileiro e das contradições e omissões nas entrevistas que concedeu, apareceu com mais força também a face oculta da blogueira mercenária, ilustre desconhecida do grande público no seu próprio país, a serviço dos algozes da sua própria pátria.

Viva Cuba!
Viva o Socialismo em construção na Ilha Rebelde!
Abaixo o bloqueio!
Llibertação dos 5 Heróis já!”





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