sábado, 3 de outubro de 2009

Em Honduras artistas retomam a cultura para a resistência

Por Raimundo López, enviado especial

Tegucigalpa, 3 out (Prensa Latina)

Os artistas da Frente Nacional contra o golpe de Estado dedicarão hoje um dia para acompanhar a resistência popular antigolpista, que neste sábado cumpre 98 dias consecutivos.

A Frente anunciou atos culturais na capital e em outras cidades, destinados também a comemorar o natalício do prócer centro-americano, Francisco Morazán, que é considerado o símbolo das lutas populares.

Nesse sentido, porta-vozes dessa aliança de organizações sociais e políticas desqualificaram a pretensão das forças armadas de tomar o natalício de Morazán como o dia do soldado hondurenho.

No ato da resistência em Tegucigalpa, no campo de futebol da colônia El Pedregal, a partir de 10:00 hora local, anunciou-se que haverá música ao vivo, poesia, entrega de banderinhas morazánicas e uma tribuna aberta.

A emissora Rádio Globo, que transmite apenas por Internet depois de ser fechada na segunda-feira passada pelo governo golpista, convidou a resistência a vestir hoje peças verdes, como símbolo da esperança do povo em sua vitória.

A rádio-emissora anunciou que também haverá comitês que estarão distribuindo fitas de cor verde para serem colocadas nos automóveis, cujos motoristas solicitam circular com as luzes acesas.

As demonstrações da resistência ocorrem no meio de um vasto deslocamento militar e policial na capital, reforçado desde a imposição do estado de sítio pelo governo golpista no domingo passado.

Contingentes policiais, com apoio de tropas do exército, isolaram as manifestações realizadas pela resistência nesta semana, cujos participantes foram dispersados com gases lacrimogêneos na quarta-feira e ontem.

Apesar do cerco policial, a Frente conseguiu fazer plantões e duas marchas na capital, uma delas reprimida minutos após sua partida.

Este sábado será sepultado um dos dois membros da resistência assassinados ontem por desconhecidos, o professor Mario Contreras, de 30 anos, subdiretor de um dos colégios da capital.

A outra vítima fatal é o dirigente camponês Mateo Antonio Leiva, assassinado em Santa Bárbara, um destacado ativista da resistência.
Erasmo Contreras, irmão do docente assassinado, afirmou ontem à noite no velório que o povo deve continuar a resistência. É agora ou nunca, destacou.

lma/rl/cc












Pobreza açoita o México no meio de crise

México, 3 out (Prensa Latina)

Fontes oficiais do México destacaram aqui que seis em cada 10 crianças mexicanas vivem na pobreza e três delas em condições de extrema pobreza.

Os dados foram conhecidos durante as sessões da II Mesa Regional sobre Direitos das Meninas, Meninos e Adolescentes conduzidas pela presidenta do Sistema Nacional para o Desenvolvimento Integral da Família, Margarita Zavala.

A diretora do organismo, Cecilia Larrecha, informou ademais que dois em cada 10 menores entre 12 e 17 anos fazem parte da população economicamente ativa e cinco em cada 100 menores de 17 anos enfrentam a paternidade ou maternidade prematura.

O 63 por cento da população tem menos de 18 anos, situação que é invejável para muitos países, principalmente os europeus, mas aqui representa um problema, disse a servidora pública.

Por sua vez Zavala, esposa do presidente, Felipe Calderón, advertiu que não são apenas as cifras importantes, senão os rostos e as histórias humanas dos meninos, meninas e adolescentes do país.

Ontem, o presidente do México assinalou que as crises de alimentos e econômica mundiais deixaram no país nos últimos anos ao redor de seis milhões de mexicanos na pobreza.

Um aumento do preço de insumos em ao redor de 20 por cento em 2008 implicou que as famílias tivessem aumentado sua situação de pobreza pelo menos 10 por cento, advertiu o governante, que enfrenta uma das piores crises dos mercados mexicanos em muitas décadas.

Dados recentes difundidos pelo Banco do México previram para finais de 2009 uma contração econômica acima de sete por cento, a pior do continente.

Igualmente, a Comissão Econômica para a América Latina e o Caribe detalhou que a taxa de desemprego subiu com a piora das condições de 5,5 a 7,2 por cento.

Organismos internacionais avaliam que ao redor da metade da população mexicana vive na pobreza, e um terço desta na pobreza extrema.

lma/ggr/cc











É realizado na Bolívia congresso de solidariedade com Cuba

Vallegrande, Bolívia, 3 out (Prensa Latina)

A região oriental da Bolívia onde descansaram por três décadas os restos do mítico revolucionário Ernesto Che Guevara, é hoje cenário das sessões do IX Congresso de Solidariedade com Cuba.

O fórum, ao que participam representantes de grupos fraternos com a Ilha dos nove estados, tem entre suas principais temáticas a campanha nacional pela libertação dos cinco jovens cubanos presos nos Estados Unidos por combater o terrorismo.

No encontro, uma das mesas de trabalho e no projeto de Declaração final se destaca a necessidade de um julgamento justo e a volta à Pátria de Gerardo Hernández, René González, Ramón Labañino, Fernando González e Antonio Guerrero.

Também será foco das deliberações a condenação ao bloqueio econômico, comercial e financeiro que Washington impõe a Havana há mais de 50 anos.

Os participantes do encontro, sob o lema "50º aniversário da Revolução cubana", avaliarão também o apoio e fortalecimento dos programas de cooperação de Cuba com a Bolívia em esferas como a saúde e a educação.

Igualmente respaldarão, junto às organizações sociais, ao atual processo de mudança que o presidente Evo Morales lidera desde janeiro de 2006.

O Congresso, que contará também com a participação de trabalhadores sociais comunitários e familiares de estudantes e graduados bolivianos na ilha, elegerá ao novo diretório do Movimento de Solidariedade com Cuba.

Também prestarão homenagem ao Che Guevara com uma vigília na humilde localidade de La Higuera, onde o assassinaram em 1967.

lma/ga/cc











Equador entrega Medalha Bicentenária a Casa das Américas

Quito, 3 out (Prensa Latina)

O Ministério de Cultura do Equador deu ontem a noite aqui a Medalha Bicentenária para a Casa das Américas e ao recentemente falecido escritor Jorge Enrique Adoum, em uma coincidência que reitera a irmandade durante os 50 anos dos ambos homenageados.

Assim o destacou a vice-presidenta primeira da Casa das Américas, Marcia Leiseca, ao agradecer o gesto do Governo equatoriano e suas autoridades culturais, pois o primeiro poemário que a instituição criada em 1959 publicou foi do então jovem escritor Adoum.

Leiseca destacou o maravilhoso lugar escolhido para este ato, a Fundação Guayasamín, que representa um dos sonhos de integração cultural na América Latina do desaparecido Pintor da Ibero-américa e cujos familiares estiveram presente junto a numerosos intelectuais, funcionários públicos e artistas.

Nicole Adoum, viúva do premiado escritor e poeta equatoriano Jorge Enrique Adoum (1926-2009) ao agradecer a distinção recordou os laços que lhe uniram a Cuba e, em particular à Casa, como todos a chamam, e a sua fundadora Haydée Santamaría.

O ministro de Cultura encarregado, Francisco Salazar, destacou o fato de que só se entregou em três ocasiões a medalha Bicentenária, a primeira a Tránsito Magaña, a segunda a Jorge Enrique Adoum, falecido em julho passado, e a terceira a Casa das Américas.

Na atividade foi distribuído um disco compacto com os poemas de Adoum em sua própria voz, que faz parte da coleção Palavras desta América da instituição homenageada esta noite nesta capital.

O embaixador cubano, Benigno Pérez, esteve presente, junto a outros funcionários públicos dessa sede diplomática, na homenagem que concluiu com a atuação do grupo musical equatoriano Caminho e Canto.

lma/prl/cc










Autoridades venezuelanas enfrentam fenômeno do paramilitarismo

Caracas, 3 out (Prensa Latina)

A atividade de paramilitares colombianos na Venezuela é hoje o foco de atenção das autoridades e instituições que anunciaram a criação de uma milícia camponesa, enquanto a Promotoria iniciou investigações sobre o tema.

A denúncia de que mais de 200 camponeses têm sido assassinados desde 2001, em uma tentativa de frear a lei de reformar agrária ditada nesse ano, se somaram nesta semana a evidências de sua participação em um plano de assassinatos e na repressão aos indígenas.

O deputado e dirigente camponês Braulio Álvarez acusou a latifundiários e dirigentes da Federação de Câmaras do Comércio (Fedecámaras) de utilizar os grupos de extermínio, diante do qual se prepara a formação das milícias de defesa.

Ao respeito, o ministro de Agricultura e Terras, Elías Jaua, anunciou que esse corpo armado começará a funcionar em dezembro próximo no marco da institucionalidade da Força Armada, sem anarquia e sob a ordem do presidente Hugo Chávez.

Paralelamente a Promotora Geral da República, Luisa Ortega, designou um promotor para investigar o plano magnicida denunciado pelo ex-paramilitar Geovanny Velásquez, quem revelou gerenciamentos para contratar o assassinato do presidente Chávez.

Segundo Velásquez, o ex-prefeito de Maracaibo e prófugo da justiça Manuel Rosales ofereceu 25 milhões de dólares a um grupo de paramilitares para realizar o crime.

A revelação apontou denúncias de Rafael García, um ex-chefe de Informática do departamento Administrativo de Segurança (DAS) da Colômbia, quem assegura que altas autoridades de seu país sabem da infiltração paramilitar na Venezuela.

Outro aspecto do fenômeno foi manifestado também pelo presidente da subcomissão parlamentar de Direitos Humanos, Reinaldo García, quem denunciou o acosso por paramilitares à etnia Bari no estado Zulia.

García apontou que os indígenas foram obrigados por paramilitares e narcotraficantes a sair de sua zona de residência habitual, com a complacência de autoridades regionais, especialmente do governador, Pablo Pérez.

"Não nos resta a menor dúvida, um número importante de paramilitares tem conseguido se instalar no estado Zulia", expressou o deputado, quem fez parte de um grupo de parlamentares que viajou até a zona para comprovar as denúncias.

tgj/Ml/cc














Dirigentes indígenas pedem postergar diálogo com Governo do Equador

Quito, 3 out (Prensa Latina)

A Confederação de Nacionalidades Indígenas do Equador (CONAIE) solicitou ao presidente Rafael Correa uma postergação da reunião prevista a ser realizada no Palácio de Carondelet nesta sexta-feira, informaram fontes governamentais.

O Ministro de Segurança Interna e Externa, Miguel Carvajal, explicou que a CONAIE informou que, no interior dessa organização, não existe acordo sobre a agenda de dita reunião e que chegar a um consenso lhe levaria ao movimento indígena em alguns dias mais.

"Por este motivo os dirigentes da CONAIE, mediante o presidente do Movimento de Camponeses do Equador (ECUARUNARI), Humberto Cholango, em conversa com o Presidente da República, solicitaram uma postergação desta reunião", indicou o servidor público.

Carvajal insistiu em que o Governo nacional sempre tem solicitado que pela via do diálogo, do debate e a discussão se resolvam os pontos de vista diferentes e as aspirações das organizações membros da CONAIE, antes, durante e após a greve da segunda-feira.

Nesse sentido, manifestou, o Governo não tem nenhum inconveniente em postergar esta reunião para a data que assinale a organização indígena.

Não obstante, noticiários televisivos refletiram ontem à noite a continuação do fechamento de estradas por grupos indígenas em algumas zonas das províncias amazônicas e apresentaram imagens com homens armados de lanças e de vias obstruídas com pedras e pneus ardendo.

Um dos problemas, segundo indicou Marlon Santi, presidente da CONAIE, é que "as bases da nossa organização também querem conversar com Correa", e deu a entender que é muito difícil escolher uma delegação reduzida de representantes para a mesa de diálogo.

tgj/prl/cc









Crescimento da economia angolana

Luanda, 3 out (Prensa Latina)

O ministro angolano de Economia, Manuel Nunes Júnior, confirmou hoje que o PIB do país cresceu nos últimos cinco anos a um ritmo médio anual de 17,4 por cento, comportamento favorável depois de estabelecida a paz em 2002.

Ao informar os resultados do estudo Análise da Banca em Angola 2009, o servidor público indicou que o Produto Interno Bruto (PIB) experimentou um aumento médio de nove por cento nos 19 anos anteriores.

Como dado importante apontou que o crescimento do país não se deve à expansão petroleira já que desde 2006 até a data o PIB não petrolífero aumentou a um ritmo superior ao do setor dos combustíveis.

Também disse, nesse sentido, que esse logro demonstra um sinal positivo no processo de diversificação da economia angolana.

O ministro admitiu, no entanto, que o vigoroso crescimento do país foi afetado no curso deste ano pelo impacto da crise econômica e financeira globalizada.

Na diminuição da renda na economia deste estado africano incidiu a diminuição dos preços do petróleo no mercado internacional e o deterioro dos termos de intercâmbio comercial, entre outros fatores, indicou.

tgj/obf/cc







Síria ratificou vitalidade e crescente solidariedade mundial com Cuba

Por Ulisses Canales

Damasco, 3 out (Prensa Latina)

Cuba aumenta cada vez mais suas relações no mundo e seu exemplo é impossível de ser escondido, assegurou hoje aqui a servidora pública cubana Kenia Serrano, ao avaliar uma reunião de apoio à ilha no Oriente Médio.

Serrano, presidenta do Instituto Cubano de Amizade com os Povos (ICAP), comentou à Prensa Latina sua satisfação pelo primeiro encontro regional de solidariedade com Cuba, que durante dois dias reuniu uma centena de pessoas de 11 países árabes e do Irã.

Pouco antes de partir de Damasco rumo a Havana, a diretora do ICAP destacou que os estreitos vínculos entre os governos e povos de seu país e da Síria fizeram possível a realização do evento no qual o bloqueio econômico estadunidense recebeu uma forte condenação.

Além de reprovar o cerco econômico dos Estados Unidos, o encontro demandou a libertação dos cinco cubanos presos naquele país há 11 anos por seu trabalho para impedir atentados terroristas contra a ilha, e reconheceu o histórico apoio da Revolução às causas árabes.

"Uma mensagem que nos fica clara - e pensamos que tem sido o essencial- é que Cuba cada vez amplia mais suas relações de amigos e de cooperação, de solidariedade no mundo", insistiu Serrano ao elogiar o exemplo internacionalista e a firmeza de seu país.

"Não é possível já, por muito fortes que sejam os meios (de informação) e os inimigos, calar o exemplo de Cuba, nem sequer em regiões tão remotas como esta", afirmou.

Em sua opinião, o encontro de Damasco foi "a demonstração de que no mundo inteiro, nos lugares mais afastados de nossa geografia, existem amigos de Cuba e esse é o resultado da firme posição que temos tido em frente às causas justas".

Apontou que essas causas são resultado da resistência ante as políticas sionistas de Israel e o hegemonismo militar estadunidense na zona, "e também estão presentes e latentes na solidariedade com Cuba, porque se identificam com nossa luta".

Serrano reconheceu que existe heterogeneidade entre os amigos da ilha, e o ativismo solidário se reflete de maneira muito específica em base à realidade de cada nação do Oriente Médio, desde o norte da África até o Irã.

Com respeito as propostas concretas feitas pelos delegados, a diretora do ICAP destacou como a mais importante a de continuar estes encontros e adiantou que "dentro de dois anos teremos outro".

"É um bom sinal, um bom sintoma do movimento de solidariedade nesta região, que já mais de um esteja pensando em isso", assinalou.

tgj/Ucl/cc

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