sexta-feira, 8 de janeiro de 2010

Reinicia resistência em Honduras com marchas antigolpistas

Tegucigalpa, 7 jan (Prensa Latina)


A Frente Nacional contra o golpe de Estado de Honduras confirmou para hoje sua primeira marcha deste ano em demanda da restituição da ordem constitucional rompida pelos militares em junho passado.



Dirigentes da Frente indicaram que durante a manifestação recusarão as tentativas do governo de facto de retirar a nação da Aliança Bolivariana para os povos de Nossa América (ALBA).



O líder camponês Rafael Alegria apontou que outros dos objetivos da demonstração é exigir o fim das violações dos direitos humanos e a convocação de uma assembleia nacional constituinte.

Alegria recordou que a ALBA, a qual se aderiu o país durante o mandato de Zelaya, propiciou a aplicação em Honduras de planos de benefício social e econômico aos setores mais desprotegidos da sociedade.



Acrescentou que promoveu planos de luta contra o analfabetismo, melhorias nos sistemas de saúde, entrega de fundos para o desenvolvimento e acesso a combustíveis em condições favoráveis de pagamento, entre outras vantagens.



O governo de facto que assumiu com o golpe militar de 28 de junho decidiu no passado 15 de dezembro renunciar ao tratado com a ALBA, assinado no dia 25 de agosto de 2008, e o tema será debatido pelo Parlamento na próxima semana.



Depois do derrocamento de Zelaya, Honduras foi suspensa da ALBA e igualmente de outros organismos regionais como a Organização dos Estados Americanos (OEA).



A marcha desta quinta-feira, de caráter nacional, ocorrerá a 20 dias da tomada de posse do presidente eleito nas questionadas eleições de 29 de novembro passado, o conservador Porfirio Lobo.



A Frente, surgida no mesmo dia do golpe, desconhece os resultados das eleições e chamou a resistência a manter a luta pacífica até conseguir a refundação de Honduras mediante uma constituinte.



Essa vasta aliança de forças populares acusa Lobo e seu Partido Nacional de estar entre os principais promovedores da ação militar golpista.



A marcha coincide com a decisão do ministério Público de solicitar um requerimento diante da Corte Suprema de Justiça contra a cúpula militar por abuso de poder e pela expatriação de Zelaya.



O estadista advertiu em declarações à imprensa, da embaixada do Brasil, onde se encontra desde setembro passado, que o recurso dos promotores é uma tentativa de lançar um manto sobre o ocorrido no dia 28 de junho.



Zelaya assegurou que tanto o ministério Público como a Corte Suprema e o Congresso Nacional conspiraram com os militares para dar juntos o golpe de estado.



lgo/rl/es

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