sexta-feira, 11 de dezembro de 2009

ALBA: cinco anos de verdadeira integração

Por Carmen Esquivel Sarría



Havana, 11 dez (Prensa Latina)

 Cinco anos após sua criação, a Aliança Bolivariana para os Povos de Nossa América (ALBA) consolida-se como um mecanismo de integração social e econômica, mas também como um referente regional por sua liderança política.



Presidentes, premiês, chanceleres e especialistas dos países membros reunirão-se em Havana a partir de hoje e até o dia 14 para participar da VIII Cúpula da ALBA, que coincide com o primeiro quinquênio de sua fundação.



"A ALBA é o espaço de encontro dos povos e governos que entendem que a América Latina Caribenha conforma uma grande nação e que nossos países devem se unir para enfrentar os desafios do presente e do futuro", assinala sua declaração constitutiva.



No dia 14 de dezembro de 2004, o presidente de Venezuela, Hugo Chávez, e o líder da Revolução cubana, Fidel Castro, assinaram em Havana a Declaração Conjunta para a criação da ALBA e seu acordo de aplicação.



Até o momento nove nações aderiram-se a este mecanismo: Venezuela, Cuba, Bolívia, Nicarágua, Dominica, Honduras, Equador, San Vicente e as Granadinas e Antigua e Barbuda, com um total de 75 milhões 315 mil habitantes.



Há aqui países tão diferentes quanto a tamanho e população, como a Venezuela, que tem uma extensão de 916 mil 445 quilômetros quadrados e 27 milhões de habitantes, até Antigua e Barbuda, com 443 quilômetros e apenas 68.700 habitantes.



A unidade entre economias tão díspares é possível porque esta aliança baseia-se, não nas leis de mercado, senão nos princípios da solidariedade, o benefício mútuo e a complementariedade entre seus membros.



Na atualidade, a ALBA executa mais de 100 programas em vários países em setores como a saúde pública, educação, cultura, energia, agricultura, comércio, alimentação, telecomunicações, mineração, indústria e finanças.



Graças ao projeto venezuelano cubano Operação Milagre mais de 1,8 milhão de pessoas de escassos recursos melhoraram ou recuperaram sua visão.



Fruto da ALBA são também as missões enviadas a lugares de difícil acesso para o detecção de doenças genéticas e o tratamento aos portadores de deficiência, bem como a formação em Cuba de médicos e especialistas destas nações.



No terreno da educação numerosos povos beneficiaram-se com os métodos de ensino que em apenas alguns anos permitiram a Venezuela, Bolívia e Nicarágua serem declarados territórios livres de analfabetismo.



O nascimento do Banco da ALBA, com sede em Caracas e sucursais nos demais membros, representa um passo decisivo na configuração da nova arquitetura financeira requerida para desenvolver programas econômicos e sociais.



Igualmente destaca-se a decisão de criar no dia 1 de janeiro de 2010 o SUCRE (Sistema Único de Compensação Regional) que em uma primeira etapa atuará como moeda virtual e permitirá eliminar o emprego do dólar nas operações comerciais entre os sócios.



A formação de 31 agrupamentos econômicos em comércio e investimentos, o estabelecimento de refinarias, plantas elétricas e de gás em vários países e projetos para a produção de alimentos, figuram também dentro dos benefícios deste organismo.



A ALBA revelou-se ademais como um fórum de grande dinamismo e influência política na região. Foi um dos primeiros em advertir sobre a existência de um processo desestabilizador em Honduras dois dias antes do golpe de Estado.



De maneira enérgica a aliança condenou a ruptura da ordem institucional e recusou as eleições ilegítimas efetuados nesse país centro-americano sob o regime de facto.



Em importantes eventos internacionais, a Aliança Bolivariana condenou também o bloqueio mantido pelos Estados Unidos contra Cuba desde há quase cinco décadas e as injustas sanções aplicadas pela OEA contra a maior das Antilhas.



Cinco anos após sua criação a ALBA consolida-se como um esquema de integração verdadeira em defesa da soberania e em função de erradicar a pobreza, corrigir as desigualdades e assegurar uma melhor qualidade de vida para nossos povos.



Seu objetivo é atingir a unidade preconizada pelo Libertador Simón Bolívar quando expressou: "Eu desejo, mais que outro alguém, ver formar na América a maior nação do mundo, menos por sua extensão e riquezas e sim por sua liberdade e glória".



rc/car/es

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