Por Celso Martins
As lideranças da Frente Nacional de Resistência Popular (FNRP) em Honduras estão sendo ameaçadas, perseguidas e mortas. As garantias constitucionais continuam suspensas para aqueles que se opuseram ao golpe de 28 de junho de 2009 e permanecem na oposição. Nos últimos 10 dias foram assassinados José Manuel Flores, Francisco Castillo, José Antonio Cardoza, José Carías e Nahun Palacios.
O processo eleitoral de novembro do ano passado em Honduras, levando à substituição de Roberto Micheletti por Pofírio Lobo, não significou em momento algum o retorno à ordem constitucional com a garantia do direito de manifestação e expressão, o respeito aos direitos humanos. Ao contrário, os assassinatos se tornaram seletivos: dirigentes dos professores, trabalhadores, jornalistas, sindicalistas, artistas, intelectuais em geral e defensores dos direitos humanos, todos de alguma forma vinculados à FNRP. Quase todos os dias se registram seqüestros, assaltos de residências, prisões ou mortes de resistentes.
As ações arbitrárias da ditadura se estendem aos veículos de comunicação, como as rádios Globo Honduras, Progresso e Uno, e Canal 36, entre outras. Um dos principais centros da resistência ao golpe, a Universidade Nacional Autônoma de Honduras (UNAH), corre o risco de ser fechada - os alunos receberiam bolsas para prosseguir os estudos nas instituições particulares. Entidades sindicais também sofrem pressões.
É importante que entidades e personalidades de todo o mundo manifestem-se contra o massacre em andamento, a tentativa de desmantelar um movimento social que busca transformar-se num partido político e, pela via pacífica, convocar uma Assembléia Nacional Constituinte que assegure transformações sociais reclamadas pelo povo hondurenho.
Honduras é um país pequeno, pouco conhecido no Brasil. A Resistência precisa de nossa solidariedade. A trincheira dos hondurenhos é a trincheira de todos os latino-americanos que sonham com um mundo melhor, almejam a justiça social e o bem estar, o acesso à infra-estrutura básica - emprego, moradia, saneamento, educação, saúde e acesso à produção cultural.
Os jornalistas brasileiros, os intelectuais, os líderes sindicais e os parlamentares progressistas e nutridos do espírito humanitário, devem prestar atenção ao que acontece naquele país centro-americano, onde uma oligarquia retrograda sustenta uma ditadura que reprime homens e mulheres que não se rendem. Hondurenhos que lutam nas cidades e no campo, resistem brava e estoicamente, são criativos, persistentes, dotados de argumentos para sustentar uma ação pacífica.
Parte dessa realidade cruel das ruas de Honduras pode ser apreendida nos seguintes endereços:
Comitê dos Familiares de Presos e Desaparecidos em Honduras – COFADEH e site Defensores em Línea.
Comitê de Defesa dos Direitos Humanos em Honduras - CODEH
Site Vos El Soberano
Segue um breve apanhado dos acontecimentos nos últimos dias e que refletem um pouco do que acontece em Honduras nesse momento: março de 2010, início do século 21. Confira no blog Honduras é logo ali!
Criada em Goiás associação de solidariedade a Cuba
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*Thaís Falone, vice-presidente da União Nacional dos Estudantes (UNE) |
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