Havana. 6 de Maio, de 2011
Terrorista Orlando Bosch morre em Miami em meio à impunidade
Jean-Guy Allard
ORLANDO Bosch, 84 anos, o chefe da CORU terrorista, protegido pelos Bush, a FNCA e a CIA, responsável com Luis Posada Carriles pela explosão em pleno voo de um avião da Cubana de Aviação, morreu em Miami, quarta-feira, 27 de abril, às 12h05, sem nunca ter pagado por seus crimes.
Segundo um comunicado, sua morte se produziu depois de "enfrentar uma longa e dolorosa enfermidade" que não é especificada.
Bosch nasceu em 18 de agosto de 1926 em Potrerillo, Cuba, a 250 quilômetros a leste de Havana. Chegou aos Estados Unidos em 28 de julho de 1960, com permissão de estada no país de não mais de 30 dias. Porém, envolveu-se logo na guerra suja travada contra Cuba pela CIA a partir da Flórida e não saiu do território norte-americano até 1972.
Como expressão de seus métodos bárbaros e impunes, por exemplo, em 16 de setembro de 1968, Bosch fez um disparo com uma bazuca contra o navio polonês Polanica, no porto de Miami. Em 15 de novembro de 1968, foi condenado a dez anos de prisão pela Corte Federal do distrito de South Florida, por vários crimes e, paralelamente, por ter feito ameaças escritas ao presidente do México, ao chefe de Estado espanhol e ao primeiro-ministro britânico daquela época, pretendendo causar danos a navios e aeronaves daquelas nações, por causa de suas relações com Cuba.
Em 1972, saiu em liberdade condicional e abandonou o território norte-americano e, violando as condições de sua liberação, participa de forma ativa, junto à CIA e a ditadura de Pinochet na macabra Operação Condor.
Mais obcecado do que nunca por sua "missão" terrorista, Bosch participou em Bonao, República Dominicana, da criação ordenada pela CIA da Coordenação de Organizações Revolucionárias Unidas (CORU), que reunia vários grupos terroristas de Miami. A fundação da CORU teve lugar em 11 de junho de 1976, em uma casa de trabalho secreto da agência.
A CORU viria a ser o grupo terrorista cubano-americano mais devastador da segunda metade do século passado, organizando e executando, pela conta da CIA e de outras organizações da extrema direita, um sem-número de atentados, assassinatos, sequestros em Miami, Nova York, Venezuela, Panamá, México, Argentina, e até na Europa.
O relatório do substituto do procurador-geral Joe D. Whitley, emitido em maio de 1989, declarou Orlando Bosch inimigo público número um dos Estados Unidos e negou ao perigoso personagem o asilo solicitado por cerca de trinta atos de terrorismo, entre eles o hediondo crime de Barbados.
O promotor norte-americano sublinhou entre os fatos violentos: "Em outubro de 1976, Bosch foi preso na Venezuela, devido ao seu envolvimento no atentado de 6 de outubro de 1976 a uma aeronave civil cubana, que matou 73 homens, mulheres e crianças".
Bosch saiu da Venezuela sob a proteção daquele que tinha resolvido sua "absolvição", nada menos que Otto Reich, na época embaixador dos Estados Unidos em Caracas. Chegou aos EUA, vindo da Venezuela, em 18 de fevereiro de 1988, sem documentos válidos. À sua chegada, foi detido formalmente, com um mandato de prisão por ter violado as condições de sua libertação, em 1974, onde se deu um debate quanto a mantê-lo detido ou expulsá-lo do país.
Segundo o The New York Times, de 17 de agosto de 1989, a congressista de origem cubana, Ileana Ross-Lehtinen e outros políticos norte-americanos da Flórida e da FNCA, negociaram pessoalmente com o então presidente George Bush, pai, a libertação de Bosch. A reunião foi organizada por um dos filhos de Bush, Jeb Bush, quem assegurou, dessa forma, o apoio da máfia anticubana para sua eleição como governador da Flórida, uns anos depois.
Na entrevista coletiva após a sua libertação, Bosch mostra-se já sem nenhum arrependimento. Lançando um desafio aberto, o terrorista acrescenta, com sua arrogante ironia: "Compraram a corrente, mas não têm o macaco".
Sua incitação constante à guerra terrorista contra Cuba nos meios de comunicação de Miami, incluindo o reconhecimento dos planos de atentados, e suas expressões de desprezo acerca dos mortos na criminal explosão do avião cubano em Barbados, foram prova dessa impunidade de que gozou, como a que hoje também desfruta Luis Posada Carriles.
Criada em Goiás associação de solidariedade a Cuba
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*Thaís Falone, vice-presidente da União Nacional dos Estudantes (UNE) |
Foto:Vinícius Schmidt Santos *
Por Sturt Silva
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