As Organizações Juvenis Comunistas que assinam o
documento abaixo dirigem-se aos jovens da Europa, e de todo o mundo, na
ocasião do 20° aniversário da dissolução da União das Repúblicas
Socialistas Soviéticas (URSS) e a queda do socialismo.
Esse aniversário, na visão dos governos e partidos
burgueses e das forças do capital, é uma chance para caluniar o
socialismo e sua contribuição, para projetar a “eternidade” e o
“bem-estar” do capitalismo. Eles que com suas políticas têm retrocedido
em todos os direitos da juventude; que têm feito dúzias de guerras
imperialistas e estão planejando ainda mais; que têm nos condenado à
pobreza e ao desemprego; são eles os mesmos que penalizam a ideologia
comunista.
Na nossa compreensão, na visão dos trabalhadores, dos
povos e da juventude do mundo, esse aniversário é uma chance para
lembrar e ressaltar as conquistas do socialismo, sua contribuição para a
humanidade; é uma chance para tirar conclusões importantes sobre a sua
derrota nos anos 1989-1991.
Nos dirigimos a todos os jovens, para aprender e
conhecer a verdade sobre o socialismo; para dizer que nosso futuro é o
novo mundo, o Socialismo-Comunismo.
O século XX trouxe o sucesso da Revolução Socialista de
Outubro na Rússia em 1917, que foi o ponto de partida para uma das mais
importantes realizações da civilização na história da
humanidade, a abolição da exploração do homem pelo homem. Depois da
Segunda Guerra Mundial, o poder foi conquistado com a meta de construção
do socialismo em muitos países da Europa, Ásia e também na América,
aproximadamente 1/3 do mundo.
Em 1991, a contra-revolução interrompeu o curso desse primeiro
esforço de construir a nova sociedade. Aquilo que foi conquistado – com a
classe trabalhadora e seus aliados tomando o poder e a riqueza, que
eles produziram com suas mãos –, apesar de suas fraquezas, foi derrotado
desde cima e não a partir de baixo.
As derrocadas daqueles processos foram na verdade
contra-revoluções, que significa uma regressão social, a vitória do
sistema de exploração e opressão de classes contra a tentativa de
construir uma sociedade livre da exploração. Isso foi confirmado da pior
maneira para o povo, durante os últimos 20 anos.
Os capitalistas e os representantes políticos dos
monopólios celebraram a vitória de sua classe, a vitória não somente
contra os países socialistas e seus povos, mas contra os trabalhadores
de todo o mundo. Essa vitória, no entanto, é passageira, pois o
desenvolvimento social nunca termina. A vontade dos povos fará do
Socialismo novamente uma realidade.
Eles prometeram um desenvolvimento do capitalismo
“perpétuo” que supostamente traria prosperidade e paz. Eles falaram do
“fim da história” e da luta de classes e que por isso as pessoas se
acomodariam. Foi provado que estavam errados. Não somente a luta de
classes não acabou, como está mais aguda. Ela é o motor da história e
haverá um resultado vitorioso para a classe trabalhadora.
A barbárie capitalista não pode ser humanizada, ela deve ser derrotada
No início do século XXI e 20 anos após
as derrotas, foi comprovado que não só o capitalismo não pode satisfazer
as necessidades da classe trabalhadora como ele condena os povos à
exploração e à pobreza. Tudo o que foi dito pela burguesia e seus
apologistas foi comprovado ser uma mentira.
A contra-revolução tornou o capital mais agressivo,
conquistas populares que foram alcançadas com lutas e sacrifícios foram
arrasadas; novas guerras imperialistas estouraram e as competições para
invasão e divisão de mercados se tornaram ainda mais enfurecidas. Os
povos dos países socialistas estavam em meio à restauração capitalista;
seus padrões de vida regrediram décadas. Os povos dos outros países
capitalistas perderam seu apoio, o contrapeso à barbárie capitalista.
A atual crise que atinge o mundo capitalista leva o
desemprego massivo, pobreza e miséria para a classe trabalhadora, para
as camadas populares e suas crianças. Ela demonstra da forma mais clara
possível que o capitalismo é um sistema corrupto e anacrônico, que
impede o progresso de toda a humanidade. Sua tentativa de manter-se vivo
é à custa do sangue de milhões de trabalhadores.
As crises são uma parte integrante disso, porque ele é um
sistema no qual a produção não serve ao povo trabalhador, mas sim aos
lucros e interesses dos capitalistas. Com seu suor e a força de suas
mãos e mentes, os trabalhadores do mundo produzem boas e abundantes
riquezas que seriam suficientes para eles e suas crianças viverem bem.
Essa riqueza é roubada deles por um punhado de capitalistas parasitas
que hoje convocam o povo, de uma maneira provocativa, a fazer
sacrifícios, pois assim a plutocracia pode ser salva.
A crise capitalista se aprofunda na União Européia (UE) e
na zona do euro. Está provado que a UE é uma união imperialista
transnacional, uma “coalizão negra” do capital contra os povos. A
rivalidade dos grupos monopolistas e países capitalistas na Europa e
internacionalmente está se intensificando. Uma disputa como essa levará a
guerras que são da natureza do capitalismo. Nós não escolhemos velhos
ou novos imperialistas, nem suas uniões, velhas ou novas. Nós não
seremos “buchas de canhão” para eles dividirem seus mercados. A luta
para a derrota do poder dos monopólios, da burguesia em cada país e sob
todas circunstâncias, é uma tarefa vital para todos os jovens homens e
mulheres da classe trabalhadora.
Socialismo é mais urgente e necessário do que nunca
Depois de 20 anos, nossa geração está
crescendo sob condições de distorção das verdades históricas, de
anticomunismo e mentiras. Através dos livros didáticos, através dos
jornais e seus canais de televisão, o capital, os Estados Burgueses e
seus mecanismos estão tentando reescrever a história. Eles caluniam a
heróica contribuição de milhões de comunistas e do poder proletário nos
países do bloco socialista, mas também a contribuição dada no mundo
capitalista para a libertação das amarras da exploração de classe. Estão
conduzindo um ataque massivo contra um inimigo que, como eles mesmos
dizem, já venceram. Isso mostra o medo deles. Se o “fim da história”
fosse um fato, se o capitalismo fosse “invencível”, eles não estariam
gastando tantas energias para derrotar um inimigo que não existe mais.
Eles dizem que a vitória do capitalismo demonstrou a
falha do socialismo. A história tem comprovado que nenhum sistema
sócio-econômico se estabeleceu para sempre. Isso é evidente pela
história de dominação do próprio capitalismo. O desenvolvimento das
forças produtivas e o caráter social do trabalho são incompatíveis com
um sistema onde a minoria controla a maioria. O revés, entretanto, tem
um caráter temporário no desenvolvimento social. A roda da história não
pára. Nossa época é a de transição do capitalismo para o socialismo,
mesmo com essa vitória temporária da contra-revolução, mesmo com a
correlação de forças negativa, que está se alterando.
A necessidade do socialismo emerge do acirramento das
contradições do próprio capitalismo. Ele deriva do fato de que na fase
imperialista do desenvolvimento capitalista, caracterizada pelo domínio
dos monopólios, as condições materiais necessárias para fazer a
transição para um sistema sócio-econômico superior estão completamente
maduras.
O capitalismo socializou a produção em uma escala jamais
vista; todavia, ele privatiza os lucros resultantes dessa produção. Os
meios de produção, o produto do trabalho social, são privados, são
propriedade capitalista. Essa contradição é a matriz de todo o fenômeno
da crise da sociedade capitalista moderna: desemprego e pobreza que
explodem quando a crise econômica ocorre.
Essa contradição ainda mostra o passo seguinte: a
abolição da propriedade privada dos meios de produção, a partir dos
monopólios; sua socialização e uso planejado na produção social para a
satisfação das necessidades sociais; planejamento centralizado da
economia pelo poder proletário socialista revolucionário, controle dos
trabalhadores.
Mesmo que tenha sido escrito em sangue, não poderá ser apagado pela tinta suja
A classe trabalhadora, particularmente
os jovens das famílias de trabalhadores devem estudar as experiências de
construção socialista no século XX. Devem aprender sobre sua enorme
contribuição para os povos, mas ainda tirar conclusões sobre as razões
que levaram a sua derrota.
A verdade é que, apesar dos muitos problemas, dos erros,
das diferenças dos princípios da construção socialista, o sistema
socialista que chegou a se formar demonstrou sua superioridade, as
enormes vantagens para a vida de trabalhadores e jovens.
A abolição das relações capitalistas de produção livrou o
homem do aprofundamento da escravidão salarial; ela pavimentou o
caminho para a produção e desenvolvimento da ciência a fim de satisfazer
as necessidades do povo. Assim, o direito a trabalho para todos foi
assegurado, bem como a saúde e a educação pública e gratuita, a garantia
de serviços acessíveis através do Estado, moradia, acesso à criação
intelectual e cultural.
Tempo livre foi garantido para os trabalhadores
descansar, para participar do poder proletário e para dirigir as
unidades produtivas. Um nível superior de democracia foi desenvolvido
com a participação representativa dos trabalhadores no poder e no manejo
da produção, a oportunidade para eleger e depor as representações dos
trabalhadores que estavam nos órgãos de poder.
Seguridade social foi a primeira preocupação do estado
socialista. O poder socialista pôs o fundamento para a eliminação da
desigualdade para com as mulheres. Ele assegurou, na prática, a natureza
social da maternidade, o cuidado social para a criança.
Esses são ganhos que foram assegurados décadas atrás nos
países socialistas, que agora parecem um sonho arredio para os
trabalhadores e jovens no mundo capitalista.
A União Soviética e o sistema socialista mundial
constituíram o único contrapeso real à agressão imperialista. O papel
que a União Soviética teve na vitória antifascista dos povos foi
decisiva. Mais de 20 milhões de cidadãos soviéticos deram suas vidas
pela pátria socialista e pela vitória antifascista, cerca de 10 milhões
foram lesados ou feridos, e ainda, é claro, houve uma enorme destruição
material.
O novo ataque será vitorioso
A contra-revolução na URSS não veio da intervenção militar imperialista, mas “de dentro e de cima”.
No processo de construção escolhas erradas foram feitas,
leis de desenvolvimento do novo sistema foram violadas, novas medidas
foram implementadas, as quais eram estranhas ao desenvolvimento
socialista.
A derrota contra-revolucionária não muda o caráter da era.
O Século XXI é o século de um novo ascenso do movimento
revolucionário global e de uma nova série de revoluções sociais.
Dois caminhos se abriram sob os povos: a manutenção, com
sacrifícios sem fim dos povos, do sistema caduco do poder burguês e da
propriedade capitalista; ou a luta pela superação revolucionário do
capitalismo pelo poder proletário, pelo socialismo-comunismo.
Entre a formação sócio-econômica capitalista e
socialista-comunista não há outra formação, outro sistema. O poder será
ou dos trabalhadores ou dos capitalistas.
A construção do chamado “socialismo do século XXI” ou
“socialismo democrático” nega o poder dos trabalhadores, a socialização
dos meios de produção e o planejamento centralizado. Ele não tem nada a
ver com o socialismo científico. É uma ferramenta do sistema para a
manipulação dos povos, para frear a luta de classes.
Os povos são aqueles que terão a última palavra!
Os jovens trabalhadores e trabalhadoras, a juventude das
camadas populares não devem esperar nada do velho e anacrônico sistema
capitalista, que está agora no seu último estágio imperialista. O futuro
por uma vida melhor, pela satisfação de suas necessidades está ligado a
sua participação e contribuição para o desenvolvimento da luta de
classes, para derrotar a barbárie capitalista e construir o novo, o
sistema socialista.
À frente de nós estão grandes lutas.
As próximas revoluções serão socialistas!
Assinam:
Juventude Comunista da Áustria - KJO
Juventude Comunista da Bélgica - COMAC
Liga Juvenil Comunista da Inglaterra - YCL
Juventude Comunista da República Tcheca - KSM
Liga Juvenil Comunista da Geórgia - YCL
Juventude Comunista da Alemanha - SDAJ
Juventude Comunista da Grécia - KNE
Frente de Esquerda – Aliança Juventude Comunista da Hungria
Movimento da Juventude da Irlanda
Juventude Comunista de Luxemburgo - JCL
Movimento da Juventude Comunista da Holanda - CJB
Juventude Comunista da Noruega - UNGKOM
Juventude Comunista da Polônia - KMP
Juventude Comunista da Rússia - RKSM(B)
Juventude Comunista da Sérvia – SKOJ
Coletivos de Jovens Comunistas da Espanha - CJC
União da Juventude Comunista da Espanha - UJCE
Juventude Comunista da Suécia - SKU
Juventude Comunista da Turquia - Youth TKP
Tradução:
Juventude Comunista Avançando (JCA-Brasil)
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