segunda-feira, 15 de março de 2010

Parlamento Europeu se alinhou a campanha anti-cubana

Artigo da Prensa Latina denunciando a mentalidade colonialista do Parlamento Europeu que insiste em interferir-se na política do país, soberano há já mais de 52 anos.
Viva Cuba Socialista e Maritiniana!


Havana, 12 mar (Prensa Latina) A resolução anti-cubana que o Parlamento Europeu acaba de adotar alinhou diretamente essa instituição com a feroz campanha política e mediática desenvolvida atualmente contra Cuba, que procura fabricar patriotas entre mercenários e delinquentes dentro do trabalho de subversão dirigido a derrocar a ordem constitucional erigida por nosso povo revolucionário há já 52 anos.
O que ocorreu em Estrasburgo pode ser catalogado como outro episódio da conspiração em marcha que, usando os principais meios de comunicação e as organizações dirigidas pelos setores mais reacionários, pretende aproveitar o lamentável incidente da morte de um preso comum, recrutado depois por grupúsculos contrarrevolucionários, por conta de uma prolongada greve de fome mantida por decisão própria, para confundir à opinião pública internacional.
Esta iniciativa impulsionada pela direita europeia no Parlamento conseguiu mobilizar aos diferentes grupos políticos que conformam este órgão legislativo, pondo em clara evidência a convergência de posições de direita e reacionárias que o compõem independentemente de nomes e classificações.
Isso é fácil de compreender se se tomar em conta o próprio argumento da convocação do debate no seio do Parlamento Europeu, para o qual se levantou o tão batido tema na propaganda contra a Ilha de "a situação dos presos políticos e de consciência em Cuba".

O único objectivo era produzir uma condenação contra o governo e povo cubanos, realmente submetidos à violação de seus direitos pelo longo bloqueio estadunidense e pela ingerência em seus assuntos internos também pela própria UE.

Durante o debate e para tratar de afiançar suas posições os eurodeputados de direita não tiveram pudor algum em assumir os desgastados argumentos tradicionalmente utilizados pelos Estados Unidos, para questionar de forma intervencionista nosso sistema político.

É lamentável que o Parlamento Europeu inclua de forma tosca em sua resolução a própria essência da "Posição Comum", sem ter sequer a honestidade da mencioná-la.

Essa mesma "Posição Comum" que como é amplamente conhecida, foi redigida em Washington no mesmo ano em que impunham a Cuba a Lei Helms Burton, ambas com o objetivo comum de destruir nossa Revolução.

O Parlamento Europeu parece não entender ainda que, enquanto a relíquia da "Posição Comum" exista, não haverá normalização nas relações de Cuba com a UE.

Ao analisar a fundo esta sessão da eurocâmara caberia perguntar onde ficaram os sempre mencionados "princípios democráticos e a pluralidade" esgrimidos pela desenvolvida Europa.

Sem o menor rubor, a resolução adotada pela eurocâmara "insta as instituições europeias a que deem apoio incondicional e alentem sem reservas a transição política" em Cuba.

Assim mesmo, "insta a que estabeleçam de imediato um diálogo estruturado com a sociedade civil cubana e com aqueles sectores que apoiem uma transição pacífica na ilha... utilizando os mecanismos comunitários de cooperação ao desenvolvimento".

Isto é, convoca abertamente os governos europeus a intensificar suas atividades subversivas e suas Embaixadas em Havana a implicar-se ainda mais no alento, no apoio e no financiamento aos mercenários.

A resolução demanda descaradamente que os projetos de cooperação entre a Comissão Europeia e Cuba se utilizem com propósitos subversivos.

Neste circo político chamou a atenção a postura do Grupo Socialista Europeu, que se rendeu obedientemente às posições mais de direita e anti-cubanas.

O Vice-presidente do Grupo dos socialistas espanhóis Ramón Jáuregui, ainda que agora se empenhe em demonstrar o contrário, chegou inclusive, a contradizer a linha seguida pela presidência espanhola da UE em sua política para Cuba.

Bem mais indignante ainda é que aqueles que representam os países cooperantes no sequestro, tortura e prisão em cadeias clandestinas de numerosas pessoas, assumam uma posição de defensores de direitos humanos contra Cuba, cuja revolução tem dedicado seus maiores esforços em salvar vidas em seu território e no resto do mundo.

O Parlamento Europeu deve olhar em seu entorno comum, onde se reprimem os imigrantes, esquecem a desempregados, aumentam as desigualdades, se constatam centenas de denúncias de torturas em suas prisões e de violações dos direitos humanos.

O espírito de metrópole colonialista rondou o plenário europeu quando muitos deputados se atribuíram o suposto direito de impor e ditar.

Parecem esquecer que há 52 anos o povo cubano tomou as rédias de seu destino e que não reconhece a esse Parlamento nenhuma jurisdição, e muito menos autoridade moral.

Sentem-se com direito de imiscuírem-se em nossas decisões internas e questioná-las. As autoridades europeias só revelam seu verdadeiro e retrógrado espírito colonialista.

Falsa democracia mesmo é a que, sem contar com os contribuintes europeus, pretende dirigir os fundos comunitários com destino ao sujo empenho de subverter o sistema político de outro país soberano.

É lamentável que uma instituição como esta se dedique a articular planos conspirativos e a amparar mercenários e delinquentes, ao mesmo tempo em que faz eco de deslavadas mentiras e distorções mal-intencionadas da realidade de nosso país.

No que pareceria uma burla, se não se tratasse de um tema tão ofensivo para nosso país, esse mesmo parlamento que supostamente tanto se preocupa pela proteção e defesa dos direitos humanos em Cuba, foi capaz de recusar por uma ampla maioria, duas propostas de emendas que justamente versavam sobre estes direitos.

Quais são os direitos humanos que ostentam os 439 eurodeputados que se opuseram abertamente a condenar e pedir o fim de um bloqueio, que constitui uma escancarada violação dos direitos humanos e um ato de genocídio, segundo o texto da Convenção de Genebra? Talvez o direito à vida não seja o mais elementar de todos os direitos humanos?

Como pode se compreender que esse conclave recuse outra emenda que menciona a explosão do avião da Cubana de Aviação em 1976 e prefere guardar silêncio sobre a colossal hipocrisia que constitui o fato de que os Estados Unidos mantenham presos cinco antiterroristas cubanos, enquanto dá refúgio e proteção ao principal terrorista deste hemisfério? Será que talvez algumas vidas têm mais valor que outras?
Com o anterior só expõem sua submissão aos interesses norte-americanos e mostram não ter uma política independente e própria.

Vozes dignas como as do Grupo da Esquerda Unida, se opuseram à aprovação da resolução anti-cubana.

Parte de seus membros, entre eles o espanhol Willy Meyer e a portuguesa Ilda Figueiredo, catalogaram como hipócrita a postura da Eurocâmara ao questionar Cuba e não fazer o mesmo com o golpe militar de Honduras.

Recordaram que esse foi, quiçá o único parlamento no mundo que não recusou "o golpe, com seus assassinatos e suas torturas".

Também, instaram a União Europeia a pôr fim à "Posição Comum" ao mesmo tempo em que exigiram o fim do bloqueio e denunciaram a injusta prisão dos cinco antiterroristas cubanos em cárceres dos Estados Unidos.

Uma vez mais equivocam-se com o povo de Cuba quem pretende enquadrá-lo com a tentativa de submeter a nossa pequena Ilha a tratamentos singularizados.

O ocorrido no plenária do Parlamento Europeu, ficará na história como evidência da mentalidade ainda colonialista dos estados europeus.

ocs/jrr/es

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