O Jornal Inverta esteve na Cinelândia e cobriu os protestos realizados durante a visita de Obama ao Brasil
Manifestantes homenageiam os Cinco Heróis Cubanos
Um forte aparato repressivo que transformou o Rio de Janeiro em um teatro de guerra marcou a visita de Obama ao Brasil. Um bombardeio midiático realizado durante toda a semana pela grande mídia nazi-fascista procurava criar um clima de festividade. Porém o que se viu foi bem diferente, por onde quer que Obama passou, pessoas foram desrespeitadas no seu direito de ir e vir, e de trabalhar, sendo tratadas como potenciais terroristas.
“Para que tudo isso? Nunca vi isso antes. Por que tanta segurança, se nosso povo é tão receptivo? Será que é por que não se passa um só dia sem que os Estados Unidos matem civis e crianças com seus bombardeios?” perguntava Jurema de Castro, professora entrevistada pelo Inverta.
Diversos protestos foram realizados durante toda a semana que antecedeu o discurso aberto que Obama faria na Cinelândia, mas que foi transferido para um evento fechado após os organizadores constatarem os protestos que seriam realizados. No protesto de sexta-feira, lideranças sociais e trabalhadores foram presos após manifestarem-se pacificamente contra as políticas estadunidenses.
Uma manifestação foi convocada pelos partidos e pelos sindicatos, após uma concentração na estação Glória do metrô. Porém, diante do forte aparato policial que bloqueava diversas ruas no centro do Rio, a passeata não chegou organizada até a Cinelândia. Membros do Movimento Nacional de Lutas contra o Neoliberalismo e do PCML(Br) que estavam presentes nesta passeata se dirigiram até a Cinelândia, junto com outras pessoas, para se somarem ao protesto que o PCML(Br) desde as primeiras horas da manhã organizava no local.
Membros do Movimento Nacional de Lutas contra o Neoliberalismo, do PCML(Br), do CEPPES e da Juventude 5 de Julho, após uma marcha pelo centro do Rio, se concentraram durante todo o dia na Cinelândia e exigiam a retirada imediata das bases estadunidenses da Colômbia, a libertação de todos os presos políticos do império e a imediata retirada de todas as forças da Otan da Líbia.
Contra as sete bases na Colômbia, qualificadas por Fidel Castro como os “sete punhais no coração da América”, os manifestantes lembraram do Libertador Simon Bolívar, através da palavra de ordem que unifica o continente latino-americano: “Alerta, alerta, alerta que caminha, a espada de Bolívar pela América Latina!”
Chamou muita atenção a homenagem que foi feita aos Cinco heróis anti-terroristas cubanos, que estão encarcerados nas masmorras do imperialismo sofrendo diversas torturas físicas, morais e psicológicas. Um grupo de manifestantes do PCML formava com suas camisetas a frase “Pela libertação dos Cinco heróis cubanos” em português e inglês.
Diversas outras pessoas se somaram espontaneamente a homenagem aos Cinco. Dessa forma, os heróis cubanos foram lembrados e seus nomes se tornaram uma grande bandeira que unificava os manifestantes durante todo a manifestação. “Liberdade, liberdade já, para os Cinco heróis” e “Cuba sim, ianques não, viva Fidel e a Revolução”, eram frases escutadas por quem se encontrava lá.
Foram lembrados também outros presos políticos do império, como os guerrilheiros colombianos Simon Trinidad e Sonia, presos por lutarem contra a anexação da Colômbia pelos Estados Unidos, e também outros, como os estadunidenses Mumia Abu Jamal e Leonard Peltier, presos há décadas por lutarem pelos direitos dos negros e dos indígenas daquele país. “Como podem os Estados Unidos se colocarem como paladinos da liberdade e da democracia, se, além da maior população carcerária do mundo, eles mantêm diversos presos políticos?” indagava Jair de Souza, petroleiro entrevistado pelo Inverta.
No dia anterior, Barack Obama autorizou o bombardeio à Líbia, durante sua visita, ainda em solo brasileiro, o que foi considerado uma afronta pelos manifestantes presentes na Cinelândia. Contra essa política belicista, foram puxadas diversas palavras de ordem como: “Companheiro, a luta continua, fora OTAN, a Líbia não é sua”, “Líbia, Brasil, América Central, a classe operária é internacional” e “Um, dois, três, quatro, cinco, mil, lugar de imperialista é na ponta do fuzil”.
A Internacional, hino dos povos em luta do mundo, também foi cantada pelos manifestantes, que garantem que a “brava gente brasileira” lutará junto com todos os povos amantes da paz contra a nova aventura imperialista de guerra pelo controle do petróleo.
Sucursal Rio de Janeiro
Criada em Goiás associação de solidariedade a Cuba
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*Thaís Falone, vice-presidente da União Nacional dos Estudantes (UNE) |
Foto:Vinícius Schmidt Santos *
Por Sturt Silva
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