quarta-feira, 17 de agosto de 2011

ACJM/RS, MST E ATIVISTAS CUBANAS DEBATEM MUDANÇAS NA ILHA



  Porto Alegre, 16 ago (ACJM/RS)


Por Vânia Barbosa


   
Foto ACJM: Aniuska (D), Haesbaert (C) e Andrea (E)        Foto ACJM: Aniuska (D), Godinho (C) e Andrea (E)



A Associação Cultural José Marti do Rio Grande do Sul – ACJM/RS e o Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra– MST, promoveram, na última terça-feira, o debate “Os desafios de Cuba na atualidade”, com a presença da Coordenadora da Plataforma Ecumênica, em Santiago de Cuba, Aniuska Herrera Ramos, e da Delegada do Poder Popular do Município de Havana del Este, Andrea Del Sol Leyva.

A iniciativa do encontro foi da dirigente nacional do MST, Ana Hanauer, para que as visitantes cubanas pudessem conhecer de perto o trabalho de solidariedade a Cuba que a ACJM desenvolve, possibilitando, ainda, que tanto os militantes da Associação quanto os representantes das entidades convidadas recebessem subsídios e esclarecimentos mais atualizados sobre as mudanças que vêm ocorrendo na Ilha.

Ao falar sobre as recentes mudanças econômicas e sociais em seu País, Andrea ressaltou que as propostas foram amplamente discutidas pela população durante dois anos, e levadas para o Congresso do Partido que manteve os objetivos da vitoriosa Revolução Cubana, como saúde e educação, além de preservar os programas de solidariedade nessas áreas com outros povos. Também citou o empenho do governo para ampliar a pressão mundial contra o bloqueio, pela libertação “dos Cinco” e reforçar a defesa da ilha.

A educadora popular referiu o processo para garantir a soberania alimentar de Cuba - prevista para um prazo de 4 anos -, por meio da ampliação da produção de alimentos.Atualmente o País importa grande parte dos alimentos que consome. As reformas aprovadas possibilitam que pessoas, de forma individual ou coletiva, tenham um pequeno pedaço de terra para cultivar, garantindo a produção para consumo próprio e a venda do excedente, podendo, também, manter uma pequena criação de animais.

Hoje há trabalho privado por meio das cooperativas agropastoris e foram aprovadas medidas para a criação de pequenas empresas ou cooperativas em outras áreas. Quanto à questão energética e produção de energia renovável, o governo adota medida para que não sejam poluidoras.

 
    Foto: ACJM/RS                                                                        Foto: ACJM/RS                                                  

Andrea destacou que a economia cubana encontra-se deprimida e com grande envelhecimento da população campesina, o que torna importante a inversão migratória.  

Concluiu afirmando que “as reformas se fazem necessárias e todas são de cunho socialista”, possibilitando hoje “a construção de um ser humano capaz de encaminhar a sua própria vida sem depender e esperar pelo governo”.

A cristiniana Aniuska defendeu que o papel da igreja em Cuba vem sendo ampliado e que a teologia popular tem um importante destaque neste sentido. Coloca que tem fé nestas mudanças e que o processo todo este pautado na prática socialista. Lembrou Frei Beto - considerado por ela “um grande amigo de Cuba” -, ao afirmar que o socialismo “é o nome político do amor”.

Questionada sobre os índices de violência contra a mulher na sociedade cubana, Aniuska informou que na Ilha existe curso de gênero e hoje a mulher é totalmente independente, com grande participação nas decisões políticas, nos conselhos populares, no governo, ministérios e dentro do partido. Também existe um programa de prevenção contra a violência doméstica em Cuba, com grande participação das crianças que têm um papel formador, além do programa de convivência em famílias sem violência, de combate às agressões psicológicas e econômicas.

Ao final do debate, os dirigentes estaduais do MST, Neiva Vivian e Juarez Ferreira, receberam cópia editada do Tribunal da Consciência – O Caso dos Cinco Cubanos Presos nos EE. UU, com o pedido para que divulgassem o vídeo nos acampamentos do Movimento.



   

Foto ACJM/RS: Juarez Ferreira (E) e Neiva Vivian (D)  Foto ACJM/RS: Ricardo Haesbaert (D) e Neiva Vivian (E)             



COM O APOIO DO MST CUBANAS BUSCAM FORTALECER A SOLIDARIEDADE COM OUTROS MOVIMENTOS SOCIAIS NO BRASIL


Por meio de intercâmbio com o MST Aniuska Ramos – também Pastora da Igreja Pentecostal - e a Educadora Popular, Andrea Leyva, vieram ao Estado com o objetivo de conhecer experiências associativas concretas, cooperativas autogestionárias e sócio – produtivas visando a enriquecer o debate aberto em Cuba para adotar esses novos processos.

Antes do debate as companheiras cubanas explicaram aos dirigentes da José Marti que também vieram ao Brasil com a intenção de estender a rede de solidariedade de educadores populares já existentes em Cuba, que poderá ocorrer com ou sem mediação do Centro Martin Luther King – CMLK.

Segundo elas existe um complexo de organizações latino americanas com horizontes comuns aos dos cubanos, ainda que se desenvolvam em práticas e contextos distintos. E neste sentido esperam ajuda do MST para conhecer os vários campos das organizações sociais brasileiras, considerando a proposta feita pelo Movimento para chegar até elas. Junto com o MST essas  organizações impulsionam alternativas no território do Brasil. Quanto a MST esperam aprender todos os processos e etapas de sua luta, além  da estrutura, formação e vivências nos acampamentos.

Atualmente 11 cubanos encontram - se em seis países latino - americanos para uma integração com os movimentos sociais e para explicitar as mudanças aprovadas no Congresso do Partido Comunista Cubano, em abril último.

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