4 Abr 2012

Nações
Unidas (Prensa Latina) O anúncio do governo sírio sobre o cessar de
suas operações militares em 10 de abril consolidou a mediação do enviado
de Nações Unidas, Kofi Annan, em frente a intensas manobras de países
essenciais que tratam de boicotar esse gerenciamento.
A decisão de Damasco foi comunicada pelo chanceler sírio, Walid a
o-Moallen, ao emissário da ONU, que a transmitiu nesta segunda-feira ao
Conselho de Segurança, órgão presidido desde ontem pela embaixadora
norte-americana, Susan Rice.
E foi a própria diplomata a encarregada de informar à imprensa na
sede da ONU, em um dia após que sua chefa, a secretária de Estado,
Hillary Clinton, reconheceu ao opositor Conselho Nacional Sírio como
“representante legítimo do povo” e lhe ofereceu um financiamento
milionário.
Durante um intercâmbio por videoconferência com o Conselho de
Segurança, Annan confirmou que para em 10 de abril as autoridades sírias
porão fim ao movimento de forças militares e ao uso de armas pesadas e
retirarão seus militares dos centros urbanos.
As medidas fazem parte do plano de seis pontos proposto pelo
emissário da ONU ao governo sírio como passos para avançar para uma
solução do conflito que já dura um ano.
Esse esquema também contempla a necessidade de permitir a entrada de
ajuda humanitária, a implantação de uma trégua diária para sua
distribuição e atenção a feridos e atingidos pelo conflito e em
rendimento de jornalistas estrangeiros ao país.
Assim, dispõe o início de um processo de diálogo com vistas ao
estabelecimento de um sistema político plural e democrático na Síria.
Ao respeito, Rice informou que Nasser Kidwa, segundo ao comando de
Annan, “tem sustentado contatos construtivos” com as forças opositoras
sírias para que ponham fim a suas ações armadas 48 horas após o fim dos
movimentos do exército.
Depois do anúncio das decisões adotadas por Damasco, o Conselho de
Segurança ratificou seu respaldo a Annan em seus esforços por um acordo
da crise.
Não obstante, essa expressão de apoio aparenta mais formalidade que
compromisso ao provir de um órgão que inclui a declarados promotores da
queda do presidente sírio, Bashar Assad, e de seu governo, como o são os
Estados Unidos, França, Grã-Bretanha e Alemanha, entre outros.
Representantes desses países, liderados pela secretária de Estado
Clinton, acabam de acordar na Turquia o envio de cifras milionárias de
dinheiro e médios técnicos as forças opositoras na Síria, apesar da
mediação que desenvolve Annan em nome da ONU.
Nesse sentido, o representante permanente de Damasco nas Nações
Unidas, Bashar Jaafari, afirmou que aqueles que armam, financiam e
fornecem equipamentos de comunicação aos grupos terroristas sírios
buscam o fracasso da missão de Annan.
O embaixador criticou diretamente a Arábia Saudita, Catar, Turquia e
“a todos àqueles que pretendem ignorar a soberania da Síria e criar vias
paralelas ao Conselho de Segurança que não são reconhecidas
internacionalmente”.
Assim, fez menção particular ao chanceler saudita, Faisal Bin
Abdelaziz, por convocar de maneira aberta a armar às forças
antigovernamentais na Síria, “como um dever”.
Jaafari advertiu sobre a existência de uma dupla linguagem que
contradiz o caminho harmonioso adotado pelo Conselho de Segurança e
ameaça o trabalho empreendido por Annan.
Esperamos que o enviado especial da ONU converse com as outras partes
do conflito, em especial/ com os que querem armar os grupos
terroristas, para pôr fim aos atos de violência, destacou o diplomata
sírio.
Uma primeira avaliação realizada pela ONU e o governo sírio sobre a
situação no país árabe determinou a existência de um milhão de pessoas
que precisam assistência humanitária.
Trata-se da população diretamente afetada pela violência, feridos e
deslocados de seus lugares de residência, bem como aqueles que perderam o
acesso aos serviços essenciais ou seus familiares.
Os dados foram difundidos pela coordenadora da ONU para o socorro de
emergência, Valerie Amos, que destacou a urgência de alimentos,
assistência médica, artigos do lar, conselho psicológico e respaldo em
matéria de educação.
Por outro lado, o Conselho de Segurança informou que uma equipe do
departamento de manutenção da paz da ONU viajará a Síria nesta semana
para iniciar os preparativos para o eventual envio de uma missão de
observação e monitoreo da situação.
*Chefe da Sucursal da Prensa Latina nas Nações Unidas.
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