domingo, 15 de mayo de 2011
15 de mayo de 2011, 18:47Havana, (Prensa Latina) A economia mundial tem crescido ultimamente a um ritmo insustentável, provocado pelo efeito dólar, e começa a perder celeridade, com o que parece se iniciar uma grande correção nos mercados.
O fator-chave que freia o excessivo crescimento é o componente especulativo da inflação, originado pelo efeito dólar gerado pelos pacotes de estímulo do governo estadunidense.
Washington tem aplicado uma política que denomina de flexibilização quantitativa (QE2) e com isso tem desbordado e desestabilizado os mercados mundiais com dólares desvalorizados.
Ao anterior somam-se o resto dos componentes integrantes da inflação, como a acumulada, a estrutural e a fundamental, que são permanentes e irreversíveis.
Também incidem fatores temporários provocados por desajustes climáticos, desastres naturais e acontecimentos geopolíticos, que coincidem há um tempo já.
A economia estadunidense pisou no freio em seu ritmo de crescimento no primeiro trimestre do ano, devido à alta dos preços, especialmente nos alimentos e gasolina, ao que se uniu o corte da despesa governamental, o maior desde 1983, segundo dados do Departamento de Comércio.
Depois de uma taxa anual de crescimento de 3.1 por cento no quarto trimestre de 2010, o Produto Interno Bruto (PIB) cresceu a um ritmo de 1.8 pontos percentuais, decepcionando a quem esperava um crescimento de dois por cento.
No último ano o PIB cresceu um modesto 2.9 por cento, o maior incremento em cinco anos.
Outras cifras da economia estadunidense confirmam a contração do crescimento, revelando que as medidas tomadas pelo Federal Reserve (FED) foram contraproducentes à recuperação da economia, o qual se encontra seriamente dividido nas decisões a tomar.
Os majoritários dentro do FED consideram que os riscos de inflação seguem sendo limitados, como o desemprego permanece demasiado elevado, pois essa taxa subiu a nove por cento, com tendência ao crescimento.
Enquanto isso, os minoritários recomendam subidas das taxas de juros no final de ano, pela alta das expectativas inflacionárias.
Em sua última reunião, o FED anunciou que pretende concluir o QE2 no próximo mês de junho, mas questiona se poderá fazê-lo quando evidentemente a economia precisa de mais estímulos.
É por isso que se fala agora de aplicar um possível QE "2.5" dado que um QE3 não parece aconselhável dadas as condições financeiras.
Por outra parte o FED acaba de anunciar que até junho comprará mais de 92 bilhões de dólares em bônus do Tesouro e TIPs (bônus respaldados contra a inflação).
Ademais, deteriorou-se ainda mais e pelo sétimo mês consecutivo, o déficit do ano fiscal 2011, que subiu 8.78 por cento, desde os 799,680 bilhões de dólares do ano anterior.
Essa situação acrescenta mais pressão para redução do déficit fiscal do governo do presidente Barack Obama, quando dia 16 deste mês tocará teto a capacidade de endividamento permitida pela lei.
Entre outros indicadores em queda está a balança comercial, que registrou um déficit de 48,2 bilhões de dólares no mês de março, o nível mais alto desde junho de 2010.
O Departamento de Comércio estadunidense informou que os preços gerais das importações incrementaram 2,2 por cento em abril e superaram as previsões de analistas de um crescimento de 1,8 por cento.
Sem contar os voláteis custos do petróleo, os preços das importações subiram 0,6 por cento depois de um aumento de 0,4 por cento em março.
Em 12 meses até abril, os preços das importações incrementaram-se 11,1 por cento em geral e 4,3 por cento excluindo o petróleo.
Os preços dos alimentos importados aumentaram 1,8 por cento em frente à alta de 4,2 por cento registrada em março.
Se forem excluídos o petróleo e os alimentos, os preços das importações aumentaram 0,5 por cento em abril depois de subir 0,3 por cento em março.
A alta mensal nos preços das importações refletiu um incremento de 7,2 por cento no preço do petróleo importado, que em março já tinha subido 9,8 por cento.
Uma investigação recente do FED de Boston sugere que um salto de 20 dólares por barril no preço do petróleo restará para perto de quatro décimos de um ponto percentual do PIB estadunidense em dois anos.
O relatório do Departamento de Comércio mostrou ademais que os preços das exportações subiram 1,1 por cento depois de aumentarem 1,5 por cento em março, superando a alta de 0,9 por cento esperada pelos analistas.
Nos 12 meses decorridos desde maio de 2010 até o último mês de abril, os preços das exportações aumentaram 9,6 por cento, impulsionados por altas nos alimentos e nos materiais industriais.
Ademais, o Departamento de Trabalho disse que seu índice de preços pagos muito próximo das fábricas e fazendas, ajustado por estacionalidade -excluindo os voláteis custos da energia e alimento- elevou-se 0,3 por cento.
Em um ano (de abril de 2010 até igual mês de 2011) o índice subjacente de preços ao produtor subiu 2,1 por cento, a maior alta desde agosto de 2009.
Os preços ao produtor em sua medida geral escalaram 0,8 por cento em abril, após uma alta de 0,7 por cento em março, A alta interanual de 6,8 por cento nos preços ao produtor foi a mais elevada desde setembro de 2008, agregou.
"A cifra está consistente com que teve algo de recente aceleração na pressão inflacionária subjacente, o que implica que o FED não tem espaço para a complacência, inclusive se a alta fosse impulsionada por um avanço na energia que parece ter tocado seu teto", disse David Sloan, economista de IFR Economics, uma unidade de Thomson Reuters.
Por outro lado, o Departamento de Trabalho disse que a produtividade das empresas nos EE.UU. cresceu no primeiro trimestre do ano a um ritmo de 1.6 por cento.
No entanto, esse aumento está abaixo de 2.6 por cento dos três meses anteriores e ocorre de maneira paralela à queda dos salários dos empregados.
A melhoria da produtividade foi possível ao incrementar os bens e serviços produzidos, que superou em mais de duas vezes às horas trabalhadas.
A produção de bens e serviços cresceu a uma taxa anual de 3.1 por cento no primeiro trimestre, enquanto as horas trabalhadas só aumentaram 1.4 por cento.
Ainda que o pagamento por hora trabalhada tenha crescido 2.6 por cento em taxa anual, uma vez ajustada à inflação, os salários caíram 2.5 por cento.
Trata-se da maior queda desde o terceiro trimestre de 2008.
Em termos gerais, a produtividade das empresas estadunidenses tem crescido desde 2009, porque as companhias aproveitaram os ajustes de pessoal que acompanharam à crise para melhorar seus sistemas de produção e eliminar ineficiências.
Por outra parte, a Agência Internacional de Energia (AIE) cortou seu prognóstico da demanda global de petróleo para este ano, devido à persistência dos preços altos e as projeções de menor crescimento para as economias desenvolvidas.
Vemos claramente uma desaceleração no crescimento da demanda comparado com o nível do ano passado e que grande parte disto se concentraria principalmente na América do Norte em termos de gasolina, disse David Fyfe, chefe da divisão de Mercados e Indústria Petroleira da AIE.
Dados preliminares de março mostraram uma marcada desaceleração na demanda global de petróleo.
"Preços persistentemente altos nesta etapa do ciclo econômico poderiam em última instância plantar as sementes de sua própria destruição. Até então, o mercado enfrenta fundamentos que ainda poderiam ser ajustados na segunda metade de 2011", disse a AIE no relatório.
(*) O autor é jornalista, jurista, ex-diplomata cubano, trabalhou na Comissão Econômica da Assembléia Geral da ONU e colabora com a Prensa Latina.
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