entre a base norte-americana de Guantánamo e Miami
Agência Ansa
Publicação: 15/01/2010 12:41
O governo cubano decidiu nesta sexta-feira abrir seu espaço aéreo a aviões
dos Estados Unidos para que sejam tiradas da base militar de Guantánamo as
vítimas do terremoto que atingiu o Haiti na terça-feira.
O anúncio foi feito em Washington pela Casa Branca. Nos primeiros trabalhos
de resgate que se seguiram à tragédia, que pode ter causado até 50 mil
mortes, segundo a Cruz Vermelha, as equipes de resgate norte-americanas
transferiram alguns feridos para sua base de Guantánamo, que fica no leste
de Cuba, perto do Haiti.
De lá, algumas devem ser levadas para a Flórida. O uso do espaço aéreo
cubano tornará as viagens para Miami mais rápidas.
O porta-voz da Casa Branca, Tommy Vietor, explicou que a medida encurtará o
tempo de voo em 90 minutos. Ele ainda não soube precisar, no entanto,
quantas viagens poderão ser feitas com base neste acordo.
Já existem tratados em vigência que autorizam o uso do espaço aéreo de Cuba
em casos de emergências médicas, mas agora as duas partes concordaram sobre
a necessidade de ampliá-los.
Cuba é submetida a um embargo econômico imposto pelos Estados Unidos desde a
década de 1960.
Fidel
Em um artigo publicado ontem, o ex-presidente cubano Fidel Castro se referiu
ao terremoto que atingiu o Haiti nesta semana e atribuiu em parte suas
graves consequências às precárias condições em que vive o país
centro-americano há décadas, com seguidos golpes de Estado militares e
altíssimos níveis de pobreza.
Ex-colônia francesa, o Haiti conseguiu sua independência em 1804,
tornando-se a primeira república negra das Américas. Mais recentemente, após
anos de instabilidade política, em 2004 o país passou a estar sob a
intervenção da Missão das Nações Unidas para a Estabilização do Haiti
(Minustah), encabeçada pelo Brasil.
"O Haiti é um produto bruto do colonialismo e do imperialismo, de mais de um
século de emprego de seus recursos humanos nos trabalhos mais duros, das
intervenções militares e da extração de suas riquezas", disse. "Situações
como a deste país não deveriam existir em nenhum lugar da Terra",
complementou Fidel.
Para ele, "não se pode culpar" as potências pelo fenômeno natural que
atingiu o Haiti. No entanto, o ex-presidente ressaltou que Cuba "não
concorda" com as políticas implementadas no país, que é o mais pobre do
Hemisfério Ocidental, com 80% de seus quase 10 milhões de habitantes vivendo
abaixo da linha de pobreza.
No artigo, Fidel Castro ainda destacou o trabalho dos mais de 400 médicos
cubanos que já vinham atuando no Haiti e que agora participam dos resgates
das vítimas. Além disso, indicou que centenas de jovens haitianos estudaram
medicina em escolas cubanas e também poderão colaborar.
"Sentimos orgulho da cooperação que, nestes momentos trágicos, os médicos
cubanos e os jovens médicos haitianos formados em Cuba estão prestando a
seus irmãos do Haiti", disse.
--
Associação Cultural José Martí -MG
"Com todos e para o bem de todos"
R. Carijós,136 sala 1003 Centro - BH-MG
Fone:(31) 88059701/ 85863100
--
Quando o extraordinário se transforma em cotidiano, isto é revolução !
Che Guevara
__._,_.___
Nenhum comentário:
Postar um comentário