Por Carmen Esquivel Sarría
Playa del Carmen, México, 21 fev (Prensa Latina)
A criação de uma entidade regional, a reconstrução do Haiti e a rejeição ao bloqueio estadunidense contra Cuba figuram no projeto de declaração debatido pelos chanceleres prévio à Cúpula da Unidade.
Ministros de Relações Exteriores de uns 30 países da América Latina e do Caribe reúnem-se este fim de semana na Riviera Maya para afinar detalhes do documento que será apresentado na segunda-feira aos chefes de Estado ou do Governo.
Ao inaugurar o encontro ministerial, a secretária mexicana de Relações Exteriores, Patricia Espinosa, afirmou que durante os últimos anos foram dados passos importantes para a conformação de uma nova instância que agrupe a todos os países da região.
Entre os avanços mencionou a integração de Cuba e Jamaica como membros plenos ao Grupo do Rio.
Ainda que ainda existam discrepâncias sobre o nome da futura organização, existe consenso entre os países na necessidade de criar uma entidade onde não estejam representados nem nos Estados Unidos, nem no Canadá.
A chanceler mexicana antecipou também que a Cúpula da Unidade definirá as prioridades para a reconstrução do Haiti depois do devastador terremoto de 12 de janeiro, que deixou uns 240 mil mortos e três milhões de prejudicados.
O presidente haitiano, René Preval, chegará hoje aqui para expor a situação de seu país depois do movimento telúrico que devastou Porto Príncipe, a capital, e cidades próximas.
Preval transladará aos líderes da região a imperiosa necessidade de seu governo de encontrar lugares seguros para milhares de famílias que se encontram à intempérie e estão ameaçadas pela chegada da temporada de chuvas.
O presidente haitiano participará em uma reunião entre o México e a Comunidade do Caribe (CARICOM) que funcionará neste domingo de maneira paralela ao encontro ministerial.
Ainda que as reuniões sejam a portas fechadas, o vice-chanceler mexicano, Salvador Beltrán, antecipou que a cúpula adotará uma declaração contra o bloqueio mantido pelos Estados Unidos contra Cuba há cinco décadas.
Este cerco econômico, comercial e financeiro, que ocasiona perdas milionárias à ilha, tem sido condenado por sucessivas resoluções da Assembléia Geral da ONU.
A reunião de chefes de Estado ou de Governo será na segunda-feira e terça-feira na Riviera Maya, pólo turístico mexicano localizado a 65 quilômetros de Cancún, onde já começaram a chegar os presidentes.
"A Cúpula do Rio será histórica em matéria de integração", disse o presidente paraguaio, Fernando Lugo, o primeiro em chegar a este país.
Mais de 400 jornalistas nacionais e estrangeiros se inscreveram para cobrir o encontro onde confluirão os países do Grupo do Rio e os da Cúpula da América Latina e do Caribe sobre Integração e Desenvolvimento.
tgj/car/cc
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