domingo, 21 de fevereiro de 2010

Irã apresenta navio destruidor e recusa acusação sobre arma nuclear

Teerã, 19 fev (Prensa Latina)


O líder supremo, Ayatolah Ali Khamenei, presidiu hoje a apresentação

do primeiro destruidor míssil iraniano, e recusou acusações de que o país tenta a arma atômica, ao a

considerar incompatível com os princípios da religião islâmica.

Khamenei visitou o navio batizado como "Jamaran" junto com oficiais de alta patente da Marinha

de Guerra do Irã e constatou que está "plenamente operacional", apesar de ser o primeiro de seu tipo

arquitetado e desenvolvido na República Islâmica.

A embarcação foi posta nas águas do Golfo Arábico-Pérsico e tem capacidade para acolher 14 mil

toneladas, além de estar dotada de modernos radares e equipamento militar eletrônico, segundo

explicaram fontes especializadas à televisão estatal.

As autoridades indicaram que atualmente estão em construção mais barcos multipropósito desse

porte, que carregam torpedos e canhões navais avançados, podem transportar a bordo de 120 a 140

efetivos, e mísseis destruidores antibarcos e superfície-ar.

O que já se considera o maior salto tecnológico da indústria naval iraniana, além de 94 metros de

comprimento e um peso de 1.500 toneladas, tem uma velocidade limite de até 30 nodos [30 milhas

por hora] e possui uma pista de aterrissagem para helicópteros.

Paralelo ao lançamento do Jamaran, círculos governamentais reproduziram declarações do guia

religioso do Irã nas que recusou em duros termos acusações do novo diretor do Organismo

Internacional da Energia Atômica (OIEA), o japonês Yukiya Amano.

"Nós não cremos nas bombas atômicas e não as buscamos", sentenciou Khamenei em resposta a

Amano, que em uma postura bem mais hostil expressou em seu primeiro informe o temor pelo

suposto interesse do Teerã de fazer a arma atômica.

Na quinta-feira, o OIEA confirmou que o país já enriquece urânio a 20 por cento na planta de

Natanz, o que tinha anunciado o presidente Mahmoud Ahmadinejad, mas em um rascunho assinalou

que pode estar trabalhando em segredo para desenvolver ogivas nucleares.

Ao qualificar de infundadas essas alegações, o líder supremo assegurou que "esse tipo de armas de

destruição em massa são vistas (pelos islamistas) como símbolos de genocídio e, portanto, estão

proibidas e consideradas como 'haram' (pecado religioso)".

Analistas locais interpretaram o primeiro relatório de Amano como sinal de uma postura mais hostil

do OIEA sob seu gerenciamento, e de mais pressões das potências ocidentais para que renuncie a

seu programa nuclear, apesar de reiterar seu caráter pacífico e civil.

lac/Ucl/es

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