Por Miguel Lozano
Caracas, 23 fev (Prensa Latina)
Considerado anteriormente depósito de betume, a Faixa do Orinoco
se confirma hoje como eixo do projeto de certificação para converter a Venezuela em 2010-2011 na
maior reserva de petróleo do Planeta.
Mais 1 trilhão e 300 mil barris de petróleo pesado e extrapesado dormem sob a faixa de mais de 55
mil quilômetros quadrados que passou de gata borralheira à rainha petroleira graças à política de
resgate do setor do governo do presidente Hugo Chávez.
Quando em 1999 Chávez assumiu a presidência do país sul-americano, o petróleo da faixa era
explorado por um seleto número de empresas multinacionais que recebiam todos os benefícios
fiscais diante de um negócio apresentado como arriscado.
As empresas pagavam o petróleo a preço de carvão e mal devolviam ao país um por cento pelo
concedimento de exploração, apoiadas no mito do betume, apesar da existência de técnicas
necessárias para extrair os hidrocarbonetos da região.
Como parte de uma política nacional de recuperação da soberania petroleira, o parlamento
venezuelano declarou valor os antigos convênios de serviços por considerá-los uma privatização
encoberta.
Às empresas que tinham esses acordos de serviços foi oferecida, em 2007, a possibilidade de se
integrar em empresas mistas nas quais a Petróleos da Venezuela (PDVSA) mantém a maioria, com
60 por cento das ações no mínimo.
Só umas poucas empresas não aceitaram a nova política e se retiraram, mas a maioria aceitou as
regras do jogo, evidência de que o negócio é rentável e não se trata de betume como
interessadamente faziam crer, senão do ouro negro, mais incômodo de manejar, mas ouro ao fim.
As concessões passaram a 34 por cento e o imposto sobre a renda de 33 a 50 por cento, como parte
das ações das autoridades para se assegurar os benefícios desta enorme riqueza.
Com um estimado de recuperação de 20 por cento do petróleo no lugar, correspondente à tecnologia
à que tem acesso a Venezuela na atualidade, as autoridades estimam em 272 bilhões de barris a
quantidade a se extrair na faixa.
Geólogos estadunidenses, no entanto, estimam que se podem aplicar tecnologias de até 40 por cento
de aproveitamento, com o qual a cifra chegaria a 513 bilhões de barris.
Paralelamente à exploração, a Venezuela leva adiante o programa de certificação na Faixa do
Orinoco, que deve terminar neste ano ou no início do próximo, para colocar toda a Venezuela com
mais de 316 bilhões de barris como o país com maior reserva do mundo.
O hidrocarboneto venezuelano é suficiente para atender a demanda por mais de 300 anos.
O valor da faixa é remarcado pela presença de numerosas empresas de todo mundo que vão às
licitações de seus campos ou assinam acordos para a exploração e extração.
Os acordos normalmente incluem o pagamento de taxas de participação por parte dessas empresas
de até um bilhão de dólares e compromissos para acompanhar a extração da construção de
plataformas para o petróleo pesado e extrapesado.
As empresas mistas já investiram mais de 13 bilhões de dólares para o desenvolvimento da região,
mas países como Rússia, Itália e China já assinaram acordos por outros 80 bilhões de dólares até
2016.
Segundo os planos do Ministério de Economia e Petróleo, os investimentos na faixa chegariam a
100 bilhões de dólares.
A Petróleos da Venezuela (PDVSA) calcula que para 2016 a faixa esteja produzindo 1 milhão 290
mil barris por dia, enquanto se empreende um plano para o desenvolvimento não petroleiro e social
na região, tendo em conta erros do passado.
A projeção é construir cidades que deem a frente e não as costas ao rio Orinoco conjuntamente com
o desenvolvimento da pesca, a recuperação de terras para a agricultura e outras atividades como o
reflorestamento e instalação de empresas de processamento.
O propósito é seguir desenvolvendo a indústria petroleira, garantir a segurança alimentar e
conseguir a diversificação econômica para deixar para trás a condição de apenas produtor de
hidrocarbonetos, base, não obstante, sobre a qual descansa o futuro do país.
lma/Ml/es
Republicano
Criada em Goiás associação de solidariedade a Cuba
-
*Thaís Falone, vice-presidente da União Nacional dos Estudantes (UNE) |
Foto:Vinícius Schmidt Santos *
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