La Paz, 13 fev (Prensa Latina)
O mais longo feriado do ano devido aos tradicionais carnavais coincidiu na semana que terminou, na Bolívia, com desastres naturais de grande envergadura, associados ao fenômeno climatológico El Niño.
De Oruro, onde esses festejos pagãos têm sido catalogados pela UNESCO como Patrimônio Oral e Intangível da Humanidade, até outras regiões como La Paz, Cochabamba, Beni, Santa Cruz, Pando e Potosí, os habitantes celebraram o Anata Andino com oferendas à Mãe Terra e com votos de paz e unidade em 2010.
As celebrações também se viram comprometidas sobretudo no oriente do país sul-americano, a região mais afetada por intensas precipitações, inundações, deslizamentos, e geadas, que têm afetado a mais de 36 mil famílias e trouxeram como saldo 14 mortos.
Os embates climáticos afetam na Bolívia 92 municípios e as inundações mantêm alagadas 11 mil e 451 hectares cultivadas.
Por sua vez, o Serviço Nacional de Meteorologia e Hidrologia prognosticou uma nova escalada de chuvas de ao menos 10 dias, e o vice-ministro da Defesa Civil alertou a possíveis inundações em Chapare (Cochabamba), norte de La Paz e Santa Cruz, e as terras ribeirinhas ao rio Mamoré e Ibare, em Beni.
Diante deste palco, o Governo decretou emergência nacional e destinou cerca de mil toneladas de ajuda que foi distribuída, especialmente, nos territórios mais impactados pelo temporal.
Na semana, os bolivianos assistiram ainda a intensos debates da Assembléia Legislativa Plurinacional, na qual deputados e senadores avaliaram exaustivamente uma lei transitória para a designação temporária de autoridades do poder judicial e outra para combater a corrupção.
Ambas medidas se viram barradas pela oposição, que tentou colocar seus interesses acima da vontade de organizações sociais e do Executivo que procurava acelerar por volta de 10 mil processos judiciais pendentes e combater a corrupção nas suas raízes.
A última norma, apresentada pelo governamental Movimento al Socialismo (MAS), estabelece os procedimentos destinados a prevenir, pesquisar, processar, sancionar e recuperar o patrimônio do Estado através dos órgãos jurisdicionais competentes, bem como os atos de corrupção cometidos pelos servidores públicos.
Também assinala o princípio de imprescriptibilidade, isto é, a não extinção dos direitos e ações que têm o Estado, pelo transcurso do tempo, nos delitos de corrupção e enriquecimento ilícito.
Por outra parte soube-se que a partir da próxima quarta-feira, o Ministério Público começará a pesquisa nos arquivos das ditaduras militares em busca de informação sobre o assassinato do líder socialista Marcelo Quiroga Santa Cruz, entre outras vítimas.
De acordo com o promotor Milton Mendoza, essa investigação ajudará também a conhecer o paradeiro de lutadores sociais como Juan Carlos Bedregal e Renato Ticona, entre outros políticos desaparecidos na ditadura de Luis García Meza (1980-1981).
O flamante ministro da Defesa, Rubén Saavedra, assinalou que existe uma resolução para abrir arquivos militares e descobrir o paradeiro de 170 mortos e desaparecidos em quase 20 anos de revoltas.
Também a promotoria revelou nesta semana que o militar húngaro Istvan Belovai, encarregado de elaborar documentos para uma célula terrorista neutralizada na Bolívia em 2009, dava informação à estadunidense Agência Central de Inteligência (CIA).
Segundo a investigação do promotor Marcelo Soza, a documentação era utilizada pelo chamado conselho supremo que financiava as ações do grupo irregular abatido em um operativo em abril.
Em 16 de abril de 2009, um grupo da Unidade Tática de Resolução de Crise da Polícia boliviana entrou no hotel Las Américas, de Santa Cruz, e surpreendeu um comando paramilitar.
Na operação pereceram os mercenários europeus Eduardo Rózsa Flores (croata) -lider do grupo- , Michael Dwyer (irlandês) e Árpád Magyarosi (rumano-húngaro).
Também foram detidos Mario Francisco Tadic Astorga (boliviano com passaporte croata) e Elod Tóásó (húngaro), os quais estão em prisão preventiva na cidade de La Paz.
rc/ga/cc
Criada em Goiás associação de solidariedade a Cuba
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*Thaís Falone, vice-presidente da União Nacional dos Estudantes (UNE) |
Foto:Vinícius Schmidt Santos *
Por Sturt Silva
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