Beirut, 10 fev (Prensa Latina)
O premiê do Líbano, Saad Hariri, qualificou de "verdadeiramente
perigosa" a escalada das ameaças e violações do espaço aéreo por parte de Israel, sem que tenha
reação efetiva das principais potências mundiais.
"Vemos o que está ocorrendo no terreno e em nosso espaço aéreo e o que tem sucedido o tempo
todo durante os dois últimos meses, com aviões israelenses entrando diariamente no espaço aéreo
libanês", comentou Hariri em declarações ao canal britânico BBC.
Na entrevista reproduzida por meios televisivos locais, o chefe de governo recordou que nas últimas
semanas Tel Aviv ameaçou reiteradamente com desatar uma forte resposta, se se produz qualquer
ataque da resistência xiita do Hezbolah.
No entanto, afirmou que se aprecia uma escalada na atividade militar de Israel, virado a uma
"guerra de palavras", por agora, com líderes sírios e do Partido de Deus (Hezbolah). "Escutamos
muitas ameaças israelenses um e em outro dia, e não são só ameaças", advertiu.
"É algo que vai em ascensão, algo verdadeiramente perigoso", prosseguiu o chefe do bloco 14 de
Março, maioria no parlamento.
A respeito, aconselhou ao premiê israelense, Benjamín Netanyahu, descartar que este país estará
dividido em caso de um ataque, apesar de seu fracionado palco político-confessional.
"Penso que eles estão apostando a que pudesse ter alguma divisão no Líbano, se tivesse uma guerra
contra nós", remarcou Hariri na entrevista para de imediato sublinhar que "estaremos unidos e
firmes contra Israel. Estaremos com nosso próprio povo".
Netanyahu assegurou no passado domingo que deseja a paz com todos seus vizinhos, mas acusou a
Beirut de permitir o Hezbolah o contrabando de armas para o Líbano no que descreveu como
"flagrante violação" da resolução 1701 da ONU que pôs fim à guerra de 2006.
Essa beligerância de 34 dias causou mais de 1.200 mortos libaneses, em sua maioria civis, e uns 160
israelenses, basicamente militares, mas dano a imagem do exército sionista que se viu forçado a
retroceder ante a resistência das milícias xiitas.
A raiz da formação do novo governo encabeçado por Hariri, a estratégia de defesa nacional do país
reconheceu o direito do Hezbolah a manter seu arsenal para a defesa da integridade territorial em
frente às pretensões israelenses.
lgo/ucl/dcp
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Por Sturt Silva
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