terça-feira, 9 de fevereiro de 2010

Inicia Parlamento nicaraguense exame de proposta de anistia

Alfredo G. Pierrat

Manágua, 9 fev (Prensa Latina) A Assembléia Nacional da Nicarágua começa hoje a examinar um controvertido anteprojeto de anistia a políticos corruptos proposto pela oposição, em meio a numerosas manifestações populares que se opõem a sua aprovação.

A polêmica iniciativa, anunciada o passado 28 de janeiro, domina desde então do palco político nacional e ocupa amplos espaços na imprensa escrita, tadial e televisiva.

Trata-se de um projeto que, se for convertido em lei, limparia os expedientes judiciais de ao redor de mais de uma centena de servidores públicos que exerceram seus cargos entre 25 de abril de 1990 e 9 de janeiro de 2007, período que abarca os governos neoliberais dos ex presidentes Violeta Barrios de Chamorro, Arnoldo Alemán Lacayo e Enrique Bolaños Geyer.

Segundo declarou na semana passada o vice-presidente da Controladoria Geral da República (CGR), Luis Angel Montenegro, o desfalque aos cofres do Estado cometido por servidores públicos corruptos durante esses três governos superam 18 bilhões de córdobas, ao redor de 870 milhões de dólares à mudança atual.

As figuras de maior importância implicadas nesses delitos são o ex mandatário Arnoldo Alemán, líder do Partido Liberal Constitucionalista (PLC), e o banqueiro Eduardo Montealegre, que encabeça o denominado Movimento Vamos com Eduardo, também de orientação liberal.

O futuro político destas duas personagens é o que está em jogo no fundo da proposta, pois com sua aprovação se pretende garantir que ambos possam enfrentar à Frente Sandinista de Libertação Nacional (FSLN) nas eleições presidenciais do 2011 com seus expedientes limpos.

Desde que conheceu-se o texto, as estruturas do FSLN em todo o país desenvolvem uma intensa campanha pública para desmascarar a estas duas personagens e denunciar os roubos, desfalcos, malversações, lavagem de dinheiro e outros muitos delitos que se lhes imputam a eles e a muitos de seus colaboradores.

Ao mesmo tempo, o FSLN está mobilizando a seus partidários e a toda a população para que se oponha de maneira resolvida e em massa à aprovação da proposta na Assembléia Nacional.

Os deputados das diferentes formações políticas sustentaram ontem reuniões por separado para preparar a sessão de hoje no hemiciclo parlamentar.

Ao mesmo tempo, em círculos da oposição continuou o intenso debate com vistas a tratar de assegurar os 47 votos necessários para que o projeto seja aprovado, algo que até agora parece não se ter conseguido.

Tudo parece indicar que os deputados votarão hoje sob grande pressão, no meio de numerosos protesto em diversos lugares desta cidade, incluindo nos arredores da Assembléia.

lgo/agp/bj

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