Por Enrique Torres, enviado especial
Porto Príncipe, 9 fev (Prensa Latina) O vice-presidente cubano Esteban Lazo continua hoje sua
visita ao devastado Haiti, onde a ilha mantém mais de mil cooperantes na esfera da saúde, setor em
que esta colaboração data de mais de uma década.
Em declarações à Prensa Latina, Lazo reafirmou que o principal objetivo de sua viagem é avaliar
com as autoridades haitianas a proposta da Aliança Bolivariana para os Povos de Nossa América
(ALBA) de apoiar a criação de um novo sistema de saúde pública no país.
De acordo com o dirigente, em função deste projeto trabalhou durante vários dias um grupo
interdisciplinar, a fim de determinar as necessidades e possibilidades, com a mente no futuro.
Neste sentido recordou detalhes de seu encontro ontem com o presidente haitiano, René Preval, que
expressou-lhe que oxalá todos os países fossem como Cuba, que sempre trabalha para o futuro.
Preval disse que "quem vem se retrata e não o vê mais, mas Cuba não é assim, Cuba não vem, Cuba
estava, e estava seguro de que seguiria", revelou Lazo.
A ideia é dispor de um sistema de atenção primária para valer, que garanta a saúde do povo, a partir
do esforço da ALBA, apoiado na experiência cubana aqui, que começou em 1998 por causa dos
danos ocasionados pelo furacão George.
Mas também, de um mecanismo de atenção terciária, e chegar a dispor de alguns hospitais
especializados a nível nacional.
"Isto é, que a ALBA se encarregaria de fazer o sistema de saúde", destacou Lazo, que em um
encontro com cooperantes cubanos nessa segunda-feira também disse que seu país convidava as
nações do mundo que quisessem incorporar-se a este projeto.
"Não importa de que país sejam os convidamos, o que faz falta é fazer o programa, fazer os
hospitais, fazer os ).
Na atualidade os colaboradores da ilha aqui trabalham em três instituições de saúde em Porto
Príncipe e em sete Centros de Diagnóstico Integral (CDI).
Também trabalham em cinco hospitais de campanha, distribuídos nesta capital e outras localidades,
bem como em vários centros de saúde de outras zonas do país.
Logo serão inaugurados três CDI, instalações que são resultado de um convênio Cuba-Venezuela.
Nessa segunda-feira, Lazo visitou dois hospitais de Porto Príncipe, um hospital de campanha na
localidade de Croix des Bouquets e um Centro de Diagnóstico Integral na comuna de Mirebalais, no
Departamento do Centro.
Conversou com dezenas de pacientes, interessou-se pelo funcionamento das instalações e dialogou
com os cooperantes cubanos e haitianos, estes últimos estudantes de quinto e sexto ano da Escola
Latinoamericana de Medicina (ELAM) e médicos que já cursavam a especialidade.
No CDI de Mirebalais, o dirigente cubano presenciou o atendimento de algumas vítimas do
terremoto, entre elas o caso Jean Wilmark, estudante da Faculdade de Línguas Aplicadas, de Porto
Príncipe, a quem foi necessário amputar-lhe parte de sua perna direita.
A Wilmark praticamente a terra engoliu-o, já que ao produzir-se o terremoto, em sua sala abriu-se
um grande buraco, por onde caíram ele e vários de seus colegas, alguns deles morreram.
Durante dois dias permaneceu o jovem de 26 anos sob os escombros, até que foi resgatado por
familiares, mas embora lhe tenham salvo a vida, foi inevitável a amputação.
Diante da presença de Lazo, deu graças a Cuba pelo tratamento que recebe na sala de reabilitação,
um serviço que no Haiti não tem antecedentes nos hospitais públicos.
rc/et/es
Brasil
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