terça-feira, 9 de fevereiro de 2010

Vice-presidente cubano continua visita ao Haiti

Por Enrique Torres, enviado especial



Porto Príncipe, 9 fev (Prensa Latina) O vice-presidente cubano Esteban Lazo continua hoje sua

visita ao devastado Haiti, onde a ilha mantém mais de mil cooperantes na esfera da saúde, setor em

que esta colaboração data de mais de uma década.

Em declarações à Prensa Latina, Lazo reafirmou que o principal objetivo de sua viagem é avaliar

com as autoridades haitianas a proposta da Aliança Bolivariana para os Povos de Nossa América

(ALBA) de apoiar a criação de um novo sistema de saúde pública no país.

De acordo com o dirigente, em função deste projeto trabalhou durante vários dias um grupo

interdisciplinar, a fim de determinar as necessidades e possibilidades, com a mente no futuro.

Neste sentido recordou detalhes de seu encontro ontem com o presidente haitiano, René Preval, que

expressou-lhe que oxalá todos os países fossem como Cuba, que sempre trabalha para o futuro.

Preval disse que "quem vem se retrata e não o vê mais, mas Cuba não é assim, Cuba não vem, Cuba

estava, e estava seguro de que seguiria", revelou Lazo.

A ideia é dispor de um sistema de atenção primária para valer, que garanta a saúde do povo, a partir

do esforço da ALBA, apoiado na experiência cubana aqui, que começou em 1998 por causa dos

danos ocasionados pelo furacão George.

Mas também, de um mecanismo de atenção terciária, e chegar a dispor de alguns hospitais

especializados a nível nacional.

"Isto é, que a ALBA se encarregaria de fazer o sistema de saúde", destacou Lazo, que em um

encontro com cooperantes cubanos nessa segunda-feira também disse que seu país convidava as

nações do mundo que quisessem incorporar-se a este projeto.

"Não importa de que país sejam os convidamos, o que faz falta é fazer o programa, fazer os

hospitais, fazer os ).

Na atualidade os colaboradores da ilha aqui trabalham em três instituições de saúde em Porto

Príncipe e em sete Centros de Diagnóstico Integral (CDI).

Também trabalham em cinco hospitais de campanha, distribuídos nesta capital e outras localidades,

bem como em vários centros de saúde de outras zonas do país.

Logo serão inaugurados três CDI, instalações que são resultado de um convênio Cuba-Venezuela.

Nessa segunda-feira, Lazo visitou dois hospitais de Porto Príncipe, um hospital de campanha na

localidade de Croix des Bouquets e um Centro de Diagnóstico Integral na comuna de Mirebalais, no

Departamento do Centro.

Conversou com dezenas de pacientes, interessou-se pelo funcionamento das instalações e dialogou

com os cooperantes cubanos e haitianos, estes últimos estudantes de quinto e sexto ano da Escola

Latinoamericana de Medicina (ELAM) e médicos que já cursavam a especialidade.

No CDI de Mirebalais, o dirigente cubano presenciou o atendimento de algumas vítimas do

terremoto, entre elas o caso Jean Wilmark, estudante da Faculdade de Línguas Aplicadas, de Porto

Príncipe, a quem foi necessário amputar-lhe parte de sua perna direita.

A Wilmark praticamente a terra engoliu-o, já que ao produzir-se o terremoto, em sua sala abriu-se

um grande buraco, por onde caíram ele e vários de seus colegas, alguns deles morreram.

Durante dois dias permaneceu o jovem de 26 anos sob os escombros, até que foi resgatado por

familiares, mas embora lhe tenham salvo a vida, foi inevitável a amputação.

Diante da presença de Lazo, deu graças a Cuba pelo tratamento que recebe na sala de reabilitação,

um serviço que no Haiti não tem antecedentes nos hospitais públicos.

rc/et/es

Brasil

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