segunda-feira, 14 de dezembro de 2009

Ações na Venezuela para preservar a força financeira

Por Waldo Mendiluza



Caracas, 12 dez (Prensa Latina) O governo venezuelano desenvolveu pela terceira semana consecutiva ações para preservar a estabilidade financeira, após detectar irregularidades na banca privada que puseram em risco o desenvolvimento produtivo e o dinheiro das poupanças.



Entre as medidas mais destacadas estão a intervenção do banco BaNorte, o pagamento a clientes de entidades liquidadas, a emissão de ordens de captura contra banqueiros corruptos e a recuperação de empresas vinculadas a estes.



De acordo com o presidente Hugo Chávez, diferente do que acontecia durante a Quarta República (1958-1998), o executivo assume o compromisso de defender os interesses nacionais.



Antes protegiam os banqueiros ladrões, mas agora aqui existe um governo responsável que não permitirá que brinquem com o dinheiro do povo, advertiu ontem, a Superintendência de Bancos e Outras Instituições Financeiras anunciou a intervenção a portas fechadas do BaNorte, o oitavo submetido a votação por descumprimento da normativa vigente no setor, depois dos bancos Bolívar, Confederado, Baninvest, Central Universal, Real, Canarias e Banpro.



Tal como sucedeu com os anteriores, mais de 90 por cento dos clientes receberam garantias de total recuperação de suas poupanças.



Em relação a esse tema, 35 mil venezuelanos começaram diligências para ter de volta seus depósitos no Canarias e Banpro, entidades liquidadas pela seriedade de seus problemas de solvência e liquidez.



O processo de resgate recebeu nos últimos dias um impulso com a incorporação de bancos privados, os quais apoiaram a gestão do estatal Banco de Venezuela. Para o poder executivo, semelhante complemento demonstra a saúde do sistema financeiro venezuelano, questionada por setores radicais da oposição.



Uma vez ratificado que não estamos numa crise, se trata de situações pontuais em alguns bancos, afirmou o ministro de Economia e Finanças, Alí Rodríguez.



Uma das pontas de lança dos inimigos de Chávez tem sido a cruzada mediática para desatar pânico, inquietude e principalmente uma corrida bancária (extração massiva de fundos).



Na mira governamental para lidar com as violações detectadas, está o tema produtivo, considerando que as casas financeiras intervindas não cumpriram com a contribuição determinada para potencializar o desenvolvimento econômico. A banca privada e pública devem definitivamente orientar grande parte de seus recursos aos créditos para a produção, caso contrário não podem existir no socialismo, indicou o chefe de Estado.



Segundo Chávez, aumentará a exigência em vias de garantir tal postura.



Não aceitaremos mais desculpas, vou apertar com força a torca porque o desenvolvimento social depende do desenvolvimento econômico, afirmou.



Medidas contra banqueiros corruptos



Esta semana chegaram a 31 as ordens de prisão emitidas por solicitação da Fiscalia para levar perante tribunais os banqueiros e executivos envolvidos no caso.



Como resultado permanecem detidas pelo menos oito pessoas (uma escapou por suposta cumplicidade), enquanto que as restantes são procuradas pelas autoridades competentes.



De acordo com o governo, sete suspeitos fugiram ao exterior, fundamentalmente aos Estados Unidos, o que motivou sua circulação via Interpol.



Além da persecução policial, começaram a ocupar empresas obtidas pelos banqueiros corruptos a partir da apropriação do dinheiro de poupanças.



Nesse sentido foram recuperados Almacenes Transportes Cerealeros ATC, entidade com 751 caminhões; a produtora de atum Festun e uma fazenda no estado de Barinas com mais de 10 mil cabeças de gado.



tgj/wmr/cc

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