terça-feira, 15 de dezembro de 2009

Cúpula de Copenhague: aproxima-se hora da verdade

Por Fausto Triana, enviado especial



Copenhague, 15 dez (Prensa Latina) Copenhague previu uma Cúpula sobre Mudança Climática para transcender na história, mas o milagre passa agora pelo efeito das pressões internacionais de vozes que se levantam para exigir responsabilidades com o mundo.



Do ponto de vista logístico, a Conferência das Partes das Nações Unidas a respeito do aquecimento global da atmosfera (COP15), ultrapassou as expectativas e Dinamarca mostrou pouca perícia para resolver a crescente demanda de espectadores concernidos.



A capacidade do palácio dos congressos Bella Center para 15 mil pessoas foi excedida por uma cifra duas vezes superior, com uma legião de cinco mil jornalistas ao estilo de alguns Jogos Olímpicos, mas mal organizados.



Ainda falta o pior, que é o segmento de alto nível para o qual se espera a presença de 120 chefes de Estado ou Governo, entre eles o presidente estadunidense, Barack Obama, o que complicará mais o dispositivo de segurança.



"O tempo acaba-se (...) não há tempo para adotar poses ou buscar culpas, Copenhague pode abrir a via para um futuro de crescimento verde e sustentável ou continuaremos no caminho para a ruína", disse Ban Ki-moon, o secretário geral da ONU.



Com fina ironia, o embaixador da Bolívia frente às Nações Unidas, Pablo Solón, fez referência ao filme Matrix para pedir às nações desenvolvidas "acordar-se" e assumir com espírito construtivo as negociações.



"Pedimos às delegações dos países ricos que saiam do marasmo inamovível e se tomem a pílula vermelha que os devolva à realidade", assinalou recordando Matrix e a fórmula para não seguir na alienação.



O ex-vice-presidente estadunidense Al Gore, Prêmio Nobel da Paz por sua luta contra a mudança climática, advertiu que no verão dentro de cinco ou sete anos pode começar um dramático degelo do Ártico.



Os integrantes da Aliança para os Povos de Nossa América (ALBA) condenaram em sua cúpula de Havana a atitude do bloco do Norte na COP15 e exigiram respeitar o clamor da maioria da comunidade internacional.



Desta forma qualificaram de inaceitável a intenção de impor um acordo político que condene 80 por cento da população mundial a viver no subdesenvolvimento e na pobreza.



Com estes e outros muitos atores, em especial o protagonismo do Grupo dos 77 mais a China, seguem as deliberações em relação com o recorte nas emissões de gases de efeito estufa, em cifras abaixo de mínimos indispensável.



A diminuição do desmatamento avançou longe de suas expectativas e mantém-se uma discrepância com respeito ao Protocolo de Kyoto, diante da pretensão do ocidente de afundá-lo para agradar os Estados Unidos.



rc/ft/es

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