sexta-feira, 18 de dezembro de 2009

ALBA sobe tom em Copenhague e declara seu fracasso

Por Fausto Triana



Copenhague, 18 dez (Prensa Latina) Os países da Aliança Bolivariana para os Povos de Nossa América (ALBA) subiram o tom da Cúpula sobre Mudança Climática (COP15), declararam seu fracasso absoluto e exigiram compromissos transparentes.



Não sabem com quem se metem, se querem apagar as luzes, que o façam e que depois vingam-se retirando pela força, disse o presidente venezuelano, Hugo Chávez, ao responder a pressões para terminar um encontro com os meios de comunicação.



Chávez, acompanhado de seu homologo boliviano, Evo Morales, e o vice-presidente cubano, Esteban Lazo, sentenciou que para a ALBA e outras muitas nações, "não há documento em Copenhague pela falta de vontade política do bloco do Norte".



"Sacaram um texto do nada, negociado as escondidas e pelas costas da maioria. Lamentavelmente, a cúpula é um fracasso, seguiremos lutando para atingir os objetivos de salvar o planeta", apontou.



Por sua vez, Morales condenou a atitude dos anfitriões dinamarqueses de aproveitar sua condição para efetuar deliberações com 26 "países amigos" e tratar assim de forçar uma declaração sem consenso.



"Falam de reduzir os gases contaminantes em dois por cento. Com isso acabariam com os pequenos estados insulares. Dizem de recortar em 50 por cento de CO2 para 2050, é insuficiente. Os milagrosos não têm conseguido milagres com um acordo de contrabando", afirmou.



A seu turno, o vice-presidente de Cuba argumentou que uma das causas do aquecimento global se inscreve no desconhecimento, na ausência de enfoques corretos, "para atacar a raiz do problema, que é o modo consumista do capitalismo".



"Se existisse uma cultura ecológica internacional, Obama (Barack) ao regressar aos Estados Unidos se veria com problemas para explicar a seu povo que não se pode conseguir um acordo em Copenhague para preservar o planeta e o ser humano", considerou Laço.



Em representação do Equador, a ministra Coordenadora de Patrimônio, María Fernanda Espinosa, aplaudiu a atitude dos dois chefes de Estado da ALBA que tomaram parte na citada cúpula de denunciar as manobras em curso na Conferência.



"Deram-se praticas antidemocráticas que transgridem a Carta das Nações Unidas e violam o multilateralismo em procedimentos para passar à força um documento da COP15. Não se pode tolerar um texto maquiado", sublinhou.



Temos voz e a ALBA tem imposto sua voz. O Equador lançou sua iniciativa de renunciar à exploração de petróleo, seu principal setor de exportação, para não continuar danificando a natureza. É algo concreto, um exemplo que deveriam seguir os ricos", agregou.



Por final, o chanceler da Nicarágua, Samuel Santos, criticou também os países industrializados por "se comer o planeta", com "um modo de vida capitalista de luxo, que transfere a culpa ao Terceiro Mundo e não assume suas responsabilidades".



O contato com a imprensa amplamente estendido, que contou também com a assistência do ministro de Relações Exteriores de Cuba, Bruno Rodríguez, terminou sem contratempos e os guardas de segurança da ONU consagrados a fazer seu trabalho de maneira respeitosa.



et/ft/es

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