terça-feira, 15 de dezembro de 2009

Cúpula de Havana confirma ALBA como sólida aliança

Havana, 14 dez (Prensa Latina)


A VIII Cúpula da ALBA concluiu hoje aqui com instrutivos discursos de chefes de Estado e Governo, que destacaram os avanços do mecanismo de integração regional e sua efetiva confirmação como aliança política, econômica e social.



Os presidentes e outras personalidades presentes na reunião alertaram sobre as ameaças que representam o estabelecimento de bases militares dos Estados Unidos na América Latina e ações golpistas como a ocorrida em Honduras.



O presidente de Cuba, Raúl Castro, afirmou que ser parte da Aliança Bolivariana para os Povos de Nossa América implica o propósito de construir sociedades racionais, eficientes, que vivam em harmonia com a natureza e tentem a justiça social para nossos povos.



"Essa é a cooperação e a integração que promovemos, e tal empenho exige um espírito revolucionário", expressou o presidente.



Qualificou de muito produtivo o intercâmbio na análise dos indiscutíveis avanços e os desafios que enfrenta o mecanismo de integração regional.



Por sua vez, o presidente venezuelano, Hugo Chávez, narrou como conheceu o líder da Revolução Cubana, Fidel Castro, e como nasceu a ideia do bloco regional.



"A Aliança começou com esse abraço", apontou Chávez, que começou seu discurso com a leitura de uma carta de Fidel dirigida a ele como presidente da República Bolivariana da Venezuela.



Agregou que a estratégia do bloco é lançar uma ofensiva nos próximos cinco anos para fortalecer o que qualificou de movimento anticapitalista e alternativa socialista de libertação.



O próximo quinquênio será de ofensiva incrementada, de redobrar a marcha, para conformar este grande espaço que está na vanguarda das mudanças neste planeta, remarcou o líder bolivariano.



O presidente da Bolívia, Evo Morales, denunciou que as bases militares na Colômbia, sob controle dos Estados Unidos, constituem uma invasão à América do Sul e defendeu a realização de um referendo continental sobre este tema.



Morales expressou sua segurança de que os povos da região se unirão para defender qualquer país diante de uma agressão estadunidense.



"Bem como Bolívar defendeu a outros povos, todos os países latino-americanos defenderemos a dignidade de qualquer nação latino-americana", expressou.



O chanceler do Equador, Fander Falconí, e o embaixador de Dominica na Venezuela e coordenador nacional da ALBA, Philber Aaron, condenaram o bloqueio econômico, comercial e financeiro dos Estados Unidos contra Cuba, medida que qualificaram de imoral.



"Se trata de um bloqueio criminoso contra o povo cubano", enfatizou Falconí, enquanto Aaron a descreveu como injusta e contrária à vontade da abrumadora maioria da comunidade internacional.



A chanceler de Honduras, Patricia Rodas, declarou que seu povo continuará a luta por uma Assembleia Constituinte apesar da repressão e das manobras para tratar de institucionalizar o golpe de Estado.



"A força política que hoje se constrói em Honduras, junto aos sindicatos dos camponeses, os operários, os indígenas e estudantes, caminha inexoravelmente para um novo poder constituinte", disse Rodas.



A ministra destacou as contribuições da ALBA para seu país no campo da saúde, da educação, da produção de alimentos e da formação de jovens.



Rodas denunciou que o golpe de Estado em Honduras foi um golpe contra a ALBA e manifestou seu convencimento que esse golpe será vencido pelo povo hondurenho.



A VIII cúpula emitiu uma declaração final que destaca os avanços do mecanismo de integração regional na defesa da soberania, autodeterminação, identidade e unidade da América Latina e do Caribe.



O documento ressalta os resultados atingidos nos projetos já instrumentados ou em execução a favor do desenvolvimento social, da formação de recursos humanos e da alfabetização.



Igualmente na prestação de serviços de saúde, criação de infra-estrutura e complementação produtiva, fomento à produção de alimentos e formação de capital para projetos de investimento.



Os presidentes afirmaram que o impacto sustentado destes resultados a favor da justiça e de uma melhor distribuição da riqueza, o maior desenvolvimento e participação dos povos e a integração de populações tradicionalmente discriminadas.



O documento final sublinha o contribuição da ALBA ao acervo político e cultural da região, o que significa a aplicação prática dos princípios de cooperação, solidariedade, justiça social e complementaridade econômica.



Os presidentes reiteraram sua decisão de consolidar a capacidade de acordo político atingida para atender temas de alcance regional ou global, como o demonstra a atuação exitosa em organismos multilaterais dirigida à construção de um mundo mais justo e solidário.



A declaração denuncia que as bases militares estadunidenses na Colômbia constituem a ameaça mais grave à paz, à segurança e à estabilidade da América Latina e do Caribe.



Condenação, nos termos mais enérgicos, à ofensiva política e militar dos Estados Unidos na região, manifestada, fundamentalmente, pelos acordos promovidos para estabelecer enclaves bélicos.



Igualmente, ratifica que América Latina e Caribe deve ser uma região livre desse tipo de instalações militares estrangeiras e reafirmaram que é inaceitável utilizar a luta contra o tráfico de drogas e o terrorismo internacional como pretexto para aumentar a presença militar estadunidense na área.



A cúpula emitiu ademais um comunicado especial que expressa preocupação pelas negociações prévias à conferência sobre mudança climática em Copenhague, já que os países desenvolvidos não têm intenção de atingir resultados justos e balanceados.



O texto deplora que as nações desenvolvidas encaminhem seus esforços a alterar e quebrantar os princípios e compromissos do regime legal vigente.



O objetivo é "perpetuar seus padrões de produção e consumo insustentáveis, e a dependência e marginalização dos países em desenvolvimento, ao tentar deslocar o ônus que representam a moderação e a adaptação para ditos países", precisa o documento.



et/es

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