quinta-feira, 21 de janeiro de 2010

Bolívia chamará os EUA ante a ONU por ocupação do Haiti

La Paz, 20 jan (Prensa Latina)


O governo boliviano confirmou hoje que solicitará à Organização de Nações Unidas (ONU) uma reunião urgente para que o mundo repudiem a "injusta, desumana e oportunista" ocupação militar dos Estados Unidos no Haiti.



Em declarações à imprensa, o presidente Evo Morales expressou a rejeição e indignação do povo da Bolívia pela decisão de Washington de enviar tropas em lugar de ajuda ao Haiti, cuja capital, Porto Príncipe, foi seriamente afetada por um devastador terremoto.



"Não é possível que os Estados Unidos use a desgraça do povo haitiano para invadir e ocupar militarmente a esse país", manifestou o chefe de Estado.



Qualificou esse fato de sumamente grave que deve provocar a rejeição da comunidade internacional.



O movimento telúrico de 7,3 graus na escala Richter que devastou à capital haitiana e populações vizinhas deixou um saldo estimado em mais de 100 mil mortos, um milhão e meio de pessoas sem lar e três milhões e meio de danificados.



Para o governante, ao país caribenho "é preciso ir salvar vidas e não a ocupar militarmente".



"Haiti não quer mais sangue e mais mortes pelo disparo de armas de fogo e a invasão, o que seu povo quer é sangue, medicamentos, alimentos, água para salvar vidas", pontuou o líder boliviano.



Morales questionou as afirmações de seu par estadunidense, Barack Obama, quem na V Cúpula das Américas, celebrada em Trinidad e Tobago em abril de 2009, disse que queria relações diplomáticas de respeito mútuo com o mundo e em especial com os países em via de desenvolvimento.



"Ter relações de respeito mútuo não se levam adiante com ocupações militares e a instalação de bases estadunidenses em outras nações", manifestou o estadista sul-americano.



Sublinhou que a Bolívia se manterá firme na defesa da soberania e a dignidade de todos os países do mundo para acabar com essa classe de intervenção militar imperialista.



tgj/por/dcp

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