PORTO PRÍNCIPE, 20 JAN (PRENSA LATINA)
O TERREMOTO NO HAITI SUSCITOU A REAÇÃO IMEDIATA DA COMUNIDADE INTERNACIONAL PARA DAR RESPOSTA ÀS NECESSIDADES URGENTES, MAS PARA ALÉM DE ALIVIAR O SOFRIMENTO, O PAÍS PRECISA DE PROGRAMAS A LONGO PRAZO PARA O DESENVOLVIMENTO.
O MOVIMENTO TELÚRICO DE 7,3 GRAUS NA ESCALA RICHTER QUE DEVASTOU ESTA CAPITAL E CIDADES PRÓXIMAS DEIXOU UM SALDO ESTIMADO EM MAIS DE 100 MIL MORTOS, UM MILHÃO E MEIO DE PESSOAS SEM LAR E TRÊS MILHÕES E MEIO DE ATINGIDOS.
EDIFÍCIOS EMBLEMÁTICOS, COMO O PALÁCIO PRESIDENCIAL, A CATEDRAL, O ARCEBISPADO, O PARLAMENTO, VÁRIOS MINISTÉRIOS E A SEDE DA ONU VIERAM ABAIXO COM O SISMO.
MAS TAMBÉM FORAM DESTRUÍDAS DEZENAS DE MILHARES DE MORADIAS, LOJAS, ESCOLAS, HOSPITAIS, IGREJAS, HOTÉIS E OUTRAS INSTALAÇÕES EM PORTO PRÍNCIPE E NOS CENTROS URBANOS DE JACMEL, CARREFOUR E LEOGANE.
"É COMO SE O PAÍS TIVESSE SIDO BOMBARDEADO POR 15 DIAS", DECLAROU O PRESIDENTE HAITIANO, RENÉ PREVAL, CUJA RESIDÊNCIA TAMBÉM FOI DERRUBADA.
O MANDATÁRIO ADMITIU QUE SE PRECISA CURAR NÃO SOMENTE AS FERIDAS ABERTAS PELO TERREMOTO, MAS DESENVOLVER A ECONOMIA, A AGRICULTURA, A EDUCAÇÃO E A SAÚDE, CRIAR POSTOS DE TRABALHO E REFORMAR AS INSTITUIÇÕES.
PREVAL CONSIDEROU O FORTALECIMENTO INSTITUCIONAL E O DESENVOLVIMENTO COMO CONDIÇÕES INDISPENSÁVEIS PARA CONSEGUIR A ESTABILIDADE POLÍTICA E ECONÔMICA.
O TEMA DA AJUDA PARA A RECONSTRUÇÃO DE HAITI FOI ANALISADO PELA PRIMEIRA VEZ NESTA SEMANA EM SANTO DOMINGO EM UMA REUNIÃO PREPARATÓRIA DA CÚPULA MUNDIAL DE DOADORES.
A PRINCIPAL CONCLUSÃO FOI QUE O PAÍS CARIBENHO PRECISARÁ DEZ BILHÕES DE DÓLARES EM CINCO ANOS PARA A RECUPERAÇÃO DOS DANOS OCASIONADOS PELO TERREMOTO.
OS ESFORÇOS, NO ENTANTO, DEVERÃO ENCAMINHAR-SE NÃO SOMENTE À ATENÇÃO DA EMERGÊNCIA, MAS TAMBÉM À IMPLEMENTAÇÃO DE PROGRAMAS SUSTENTÁVEIS QUE PERMITAM SUPERAR O SUBDESENVOLVIMENTO.
HAITI FOI COLÔNIA DA ESPANHA E APÓS FRANÇA ATÉ QUE EM 1804 SE CONVERTEU NA PRIMEIRA REPÚBLICA INDEPENDENTE DA AMÉRICA LATINA E CARIBE, DEPOIS DE VÁRIOS ANOS DE LUTA.
SÉCULOS DE COLONIALISMO E NEOCOLONIALISMO, DE INTERVENCIONISMO CONTINUADO E DO INJUSTO E EXCLUDENTE ORDEM ECONÔMICA INTERNACIONAL, CONVERTERAM A ESTA NAÇÃO NA MAIS ATRASADA DO HEMISFÉRIO, COM UMA POBREZA QUE RONDA 80 POR CENTO.
O PAÍS OCUPA TAMBÉM O ÚLTIMO POSTO NA REGIÃO QUANTO AO ÍNDICE DE DESENVOLVIMENTO HUMANO, AVALIAÇÃO ANUAL DA ONU PARA MEDIR A QUALIDADE DE VIDA E A PROTEÇÃO DA INFÃNCIA.
À JÁ DEPRIMIDA SITUAÇÃO ECONÔMICA SE SOMAM AGORA OS PROBLEMAS CRIADOS PELO TERREMOTO DE 12 DE JANEIRO, CUJO CUSTO ECONÔMICO SERÁ MUITO MAIOR QUE AS PERDAS OCASIONADAS EM 2008 POR SUCESSIVAS TORMENTAS E FURACÕES.
ALÉM DA VULNERABILIDADE POR SUA LOCALIZAÇÃO EM UMA ÁREA DE ALTA INCIDÊNCIA DE CICLONES, HAITI SOFRE COM MAIORES RIGORES OS EMBATES DESSES FENÔMENOS CLIMATOLÓGICOS DEVIDO À DESMATAMENTO E A DEVASTAÇÃO INDISCRIMINADA DE 98 POR CENTO DOS BOSQUES.
OS ESPECIALISTAS CONSIDERAM QUE APÓS OS MAIS RECENTES DESASTRES, OS ESFORÇOS PARA RECUPERAR O PAÍS TERÃO QUE TER EM CONTA A NECESSIDADE DE REVERTER O DANO AMBIENTAL E A ARIDEZ DOS SOLOS, QUE AMEAÇAM OS FORNECIMENTOS DE ALIMENTOS E ÁGUA.
TAMBÉM É URGENTE QUE AS NAÇÕES INDUSTRIALIZADAS CUMPRAM COM SEU COMPROMISSO DE AJUDA ÀS NAÇÕES POBRES E QUE SE CONSIGA AVANÇAR NOS OBJETIVOS DO MILÊNIO DA ONU.
TAIS METAS SÃO ENCAMINHADAS A REDUZIR A EXTREMA POBREZA, A FOME, A MORTALIDADE INFANTIL E MATERNA E AMPLIAR O ACESSO À EDUCAÇÃO E A ATENÇÃO MÉDICA PARA 2015.
"ESTAMOS BEM LONGE DE CUMPRIR NOSSAS PROMESSAS DE UM FUTURO MELHOR PARA OS MAIS POBRES DO MUNDO", ADMITIU O SECRETÁRIO GERAL DA ORGANIZAÇÃO DE NAÇÕES UNIDAS, BAN KI-MOON, DEPOIS DE UM PERCURSO PELA ÁREA DE DESASTRE NO HAITI.
A ONU, A OEA, A UNIÃO EUROPEIA, ESTADOS UNIDOS E AMÉRICA LATINA PARTICIPARÃO NO PRÓXIMO DIA 25 EM MONTREAL, CANADÁ, EM UMA SEGUNDA REUNIÃO PREPARATÓRIA DA CÚPULA MUNDIAL DE DOADOR SOBRE HAITI.
CUBA, QUE DESDE HÁ MAIS DE UMA DÉCADA APOIA ESTA NAÇÃO NA SAÚDE, EDUCAÇÃO E FORMAÇÃO DE ESPECIALISTAS, ADVERTIU QUE HAITI SÓ PODERÁ AVANÇAR PARA UM FUTURO DE PROSPERIDADE COM O RESPALDO CONSTANTE E FIRME DA COMUNIDADE INTERNACIONAL A LONGO PRAZO.
O PREMIÊ HAITIANO, JEAN MAX BELLERIVE, DESCREVE-O COMO UM ESFORÇO MUNDIAL QUE PERMITA PASSAR DA RECONSTRUÇÃO À EDIFICAÇÃO DE UM NOVO PAÍS.
RC/CAR/BJ
Criada em Goiás associação de solidariedade a Cuba
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*Thaís Falone, vice-presidente da União Nacional dos Estudantes (UNE) |
Foto:Vinícius Schmidt Santos *
Por Sturt Silva
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