segunda-feira, 18 de janeiro de 2010

Testemunhas do massacre na Bolívia prestam declarações em La Paz

La Paz, 18 jan (Prensa Latina)


O Tribunal de Sentença encarregado do julgamento de responsabilidades contra o ex-presidente boliviano Gonzalo Sánchez de Lozada se transferirá hoje a esta cidade para tomar declarações das testemunhas do massacre de outubro de 2003.



Segundo o advogado dos familiares de mortos e feridos nesse fato, Freddy Ávalos, trata-se de 20 testemunhas que se encontram impossibilitadas de viajar até Sucre, cidade onde se desenvolve o processo iniciado em maio de 2009.



Ávalos assinalou que os declarantes dispõem de um relatório médico legista que aprova sua situação; no entanto, "dependerá da vontade das autoridades judiciais para tomar seus depoimentos seja na cidade de La Paz, seja em El Alto.



De acordo com esse documento, aqueles que foram lesionados na matança não podem suportar uma viagem de 12 horas até Sucre, pelas próteses que têm, em alguns casos, ou porque perderam a mobilidade por causa das feridas.



O advogado indicou que também prestarão suas declarações outras pessoas como o presidente Evo Morales e a senadora e ex-defensora do Povo Ana María Romero, embora ainda não exista uma data exata para isso.



Até o momento, o Tribunal de Sentença da Corte Suprema de Justiça já tomou cerca de 100 declarações, com as quais se tem entre 70 e 80 por cento de avanço no trabalho processual.



"Esperamos concluir o julgamento de responsabilidades em maio próximo. Nesse mês já se pode ter a sentença para os ex-ministros e ex-membros do Alto Comando Militar que estão em julgamento dentro do país", expressou.



Sánchez de Lozada, agora refugiado nos Estados Unidos, e vários de seus ex-ministros, são julgados por seu envolvimento na repressão policial na cidade do Alto contra uma manifestação ocorrida em outubro de 2003, a qual deixou um saldo de 68 mortos e mais de 400 feridos.



Entre os colaboradores do ex-dirigente encontram-se Carlos Sánchez Berzaín, Jorge Berindoague, Hugo Carvajal Donoso, Guido Añez Moscoso, Adalberto Kuajara e Erick Reyes Villa.



Também estão acusados Mirtha Quevedo, Jorge Torres, Javier Torres, estes três asilados no Peru, onde também se presume que esteja Dante Pino.



O massacre de outubro de 2003 recorda-se como um dos períodos mais turbulentos da história recente da nação andina, originada pelo projeto para exportar gás para a potência nortista através de portos do Chile.



lac/por/es

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