terça-feira, 19 de janeiro de 2010

Por onde vai a ajuda estadunidense ao Haiti

Washington, 19 jan (Prensa Latina)


Um devastador terremoto deixou o Haiti a mercê da solidariedade internacional, mas enquanto todos anunciam envios de médicos, remédios e alimentos, os Estados Unidos envia equipamentos de guerra e militares em uma missão declarada como sendo de segurança.



Milhares de efetivos estadunidenses chegam à nação caribenha desde a quinta-feira passada, depois do abalo sísmico de grande escala dois dias antes.



Já se encontram ali os soldados da 82 Divisão Aerotransportada de Infanteria do Exército, uma unidade expedicionária da Infanteria da Marinha, o porta-aviões USS Carl Vinson e um navio hospital da Marinha.



O exército estadunidense controla o aeroporto de Porto Príncipe, e vários países denunciam a presença militar de Washington na região, quando o que se precisa -advertem-, mais que militares, são ajudas urgentes de socorro.



França, Venezuela, Nicarágua, Brasil: são algumas das nações que alertaram já do perigo da infiltração militar estadunidense no Haiti, além de queixarem-se da falta de coordenação na distribuição da ajuda e do congestionamento no aeroporto.



No último domingo, Obama emitiu um comunicado junto ao governo haitiano, para justificar a mobilização militar nesse país.



Alegou no documento, segundo o Departamento de Estado, que o presidente haitiano, René Preval, solicitou a Washington, à Organização das Nações Unidas e aos sócios internacionais, ajudar, como for necessário, para aumentar a segurança.



Desde que os soldados estadunidenses chegaram ao Haiti, os politólogos visionam as consequências das forças militares na terra devastada.



A Casa Branca tenta liderar os esforços da comunidade internacional para socorrer os atingidos e agilizar as tarefas de resgate e reconstrução, dizem.



Para isso tem enviado equipamentos militares, especialistas militares, fornecimentos e pessoal médico, e anunciou a entrega de 100 milhões de dólares para a ajuda iminente dos afetados, agregaram.



O Haiti é vítima hoje de sua pior catástrofe em 200 anos, depois que em 2008 sofreu os impactos de quatro furacões seguidos, destacam especialistas.



No entanto, o que para uns é ruína e subsistência, para outros é política. Especialistas asseguram que esta é a primeira crise humanitária que enfrenta Obama e uma oportunidade para demonstrar a liderança imperial na região.



O mal-estar internacional não é injustificado, quase uma semana após o terremoto, os Estados Unidos, que têm mobilizado o maior esforço humanitário de sua recente história, superará a cifra de 14 mil soldados no país caribenho.



Mas nesta segunda-feira o vice-presidente, Joseph Biden, assegurou que seu governo mantém um forte compromisso a longo prazo para ajudar na recuperação do Haiti.



Durante uma cerimônia de celebração do Dia de Martin Luther King (líder afro-americano de direitos civis), indicou diante de estudantes haitianos que a ajuda seguirá crescendo. Quiçá ao mesmo ritmo o farão os soldados e equipamentos militares.



O terremoto, ocorrido na terça-feira, deixou sem moradia um milhão e meio de haitianos, os feridos contabilizados em 250 mil, e tirou a vida, até o momento registrado, de mais de 70 mil pessoas, número que seguirá crescendo com os dias.



rc/ggr/es

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