segunda-feira, 30 de novembro de 2009

Brasil desconhecerá resultado de eleições em Honduras

Brasília, 30 nov (Prensa Latina)


O presidente Luiz Inácio Lula da Silva sublinhou que Brasil desconhecerá o resultado das eleições deste domingo em Honduras, pois legitimar esse processo pode abrir um grave precedente na América Latina.



Em declarações à imprensa ao chegar a Estoril, Portugal, para assistir à décima nona Cúpula Iberoamericana, Lula assegurou que o "Brasil não tem porque repensar a questão de Honduras" e agregou a necessidade de manter firmeza nas posturas para que sirva de alerta para outros aventureiros.



"Ainda existem muitos países, sobretudo na América Central, em situação de vulnerabilidade política. Portanto, o Brasil não tem que reconhecer nem repensar a questão de Honduras", afirmou.



Constitui um sinal perigoso e delicado o fato de que os golpistas não tenham permitido que o presidente constitucional de Honduras, José Manuel Zelaya, voltasse ao poder para coordenar o processo eleitoral, sentenciou Lula, cujas declarações são destacadas por meios de comunicação locais.



Interrogado sobre a postura das demais nações da região, o governante brasileiro não descartou a possibilidade de eventuais intercâmbios entre os presidentes sul-americanos, que a princípio adiantaram que não reconheceriam o resultado das eleições hondurenhas.



Cada país determinará em função de sua própria realidade, alguns poderão manter sua postura inicial e outros não, mas -assegurou- o Brasil manterá a posição, porque não é possível que aceitemos um golpe, seja militar, seja disfarçado de civil, como foi o golpe de Honduras".



No dia 28 de junho passado, um golpe de Estado não só retirou Zelaya da presidência, como também do país. Em 21 de setembro último, o presidente hondurenho retornou a Tegucigalpa e desde então está refugiado na embaixada do Brasil na capital dessa nação centro-americana.



Vários gerenciamentos, incluída a mediação da Organização dos Estados Americanos, fracassaram na intenção de que Zelaya retornasse ao poder, como era a petição de todas as nações do continente americano.



Sobre o abrigo de Zelaya no recinto diplomático brasileiro, Lula pontualizou que estará ali até que o governo de Honduras dê garantias de vida para ele, já que não podemos permitir que saia sem essa segurança.



Minimizou as diferenças com o presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, em relação com Honduras, onde Washington decidiu respaldar o processo eleitoral.



"Obviamente que temos discórdias sobre como foi tratada a questão de Honduras, mas também se entre dois chefes de Estado não tivesse nenhuma discórdia, não teria graça", afirmou Lula.



ocs/ale/es

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