quinta-feira, 3 de dezembro de 2009

Polêmica por reinício de presença militar em região guatemalteca

Guatemala, 3 dez (Prensa Latina)



País de constantes polêmicas, Guatemala tem hoje em turno a desatada depois do reinicio de funções de um destacamento militar em uma zona altamente sensível pelos desmanes cometidos durante o conflito armado interno.



O presidente Alvaro Colom encabeçou um ato para reinstalar a sexta brigada militar no município de Ixcán, departamento maioritariamente indígena de Quiché, com o objetivo de combater ao crime organizado e o narcotráfico.



A ideia é recuperar o controle territorial do norte do país, especificamente nos territórios de Quiché, Alta Verapaz, Izabal e parte de Petén, de acordo com uma nota oficial.



Nas antigas instalações, afirma, funcionou a Zona Militar número 22 e desde 2004 esteve clausurada, mas um acordo governamental modificou neste ano outro anterior para retomar os labores em aras da segurança do Estado.



"Este é um novo exército ao serviço da humanidade", expressou Colom ao informar que dentro das funções da brigada está velar pela segurança quando iniciem os novos pontos fronteiriços nessa área, segundo o texto.



No entanto, a imprensa recordou que naqueles lugares se contabilizaram 102 massacres de 1979 a 1988, com 2.500 mortes, além de fugir 96% de seus habitantes pelas atrocidades cometidas.



Agora regressam a Ixcán uns mil efetivos, que podem chegar a dois mil no futuro, porque "têm mudado os tempos", expressou Colom, e os soldados protegerão à população da violência, o narcotráfico e o contrabando desde o México.



Reportagens jornalísticas desde o lugar citam os temores da população autóctone pela presença militar, ao recordar muitos de seus integrantes os horrores do conflito bélico começado em 1960 e concluído em 1996 com a assinatura dos acordos de paz.



Outros justificam a ação militar pelo aumento desmedido da violência e atividades ilícitas em geral naquele lugar.



O jornal Prensa Livre, em sua edição digital, indica que Ixcán, no norte de Quiché e com 100 mil habitantes principalmente indígenas, "viveu naqueles anos sob o jugo da contra-insurgência e seu território se banhou de sangue".



asg/jf/dcp

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