Tegucigalpa, 3 dez (Prensa Latina)
A ratificação pela maioria do congresso de Honduras da destituição do presidente constitucional, Manuel Zelaya, abriu um novo capítulo à prolongada crise política do país.
A decisão, adotada em uma longa sessão culminada ontem à noite, referendou o derrocamento e a expatriação do estadista pelas forças armadas no dia 28 de junho passado, validadas poucas horas depois pelo parlamento.
Desde meu ponto de vista, o que passou no Congresso Nacional foi um golpe de estado, disse o deputado Edmundo Orellana, um dos poucos membros do Partido Liberal que defendeu a volta à ordem constitucional.
O legislador César Ham, do Partido Unificação Democrática, assegurou que a resolução, a qual se opôs, só conduzirá ao agravamento da crise em Honduras.
Os principais atores do golpe -as forças armadas, os poderes do regime de facto e Estados Unidos- apostam em que as eleições do domingo passado conduzam à normalização do país.
Nas eleições, o Tribunal Supremo Eleitoral deu a vitória ao empresário de 62 anos, Porfirio Lobo, postulado pelo conservador Partido Nacional, cujos 55 legisladores votaram na contra Zelaya.
Enquanto isso, a Frente Nacional contra o golpe de Estado, que lidera a resistência desde o mesmo dia da ação militar, reiterou desconhecer os resultados das eleições, que considera uma farsa para legitimar a ruptura da ordem constitucional pelos militares.
Essa vasta aliança de forças populares ratificou que continuará a luta pela restituição da democracia e de Zelaya, bem como por uma assembleia nacional constituinte que refunde a nação.
O estadista adiantou que impugnará legalmente as eleições e buscará reprogramá-las quando existirem condições para sua realização limpa e transparente.
Na prática, os mesmos atores do conflito desatado pelo derrocamento de Zelaya mantêm suas posições encontradas, ainda que um novo fator incorporou-se depois das eleições: Lobo e o Partido Nacional.
Este último, acusado pela resistência de ser um dos pilares da conspiração golpista, atingiu, segundo o Tribunal Supremo Eleitoral, a maioria no próximo congresso com mais de 70 das 128 cadeiras.
O deputado Ham alertou que Honduras precisa de mudanças urgentes, pois é inadmissível que 10 por cento da população controle 90 por cento da riqueza enquanto o restante esteja condenado à miséria.
O congresso debateu o tema de Zelaya em virtude dos acordos assinados por representantes deste e do chefe do regime de facto, Roberto Micheletti, no passado 30 de outubro, depois de quase cinco meses de tensas negociações.
Zelaya tinha anunciado que não ia aceitar sua restituição como parte de uma manobra para legitimar o golpe militar e as eleições do domingo. asg/rl/es
Criada em Goiás associação de solidariedade a Cuba
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*Thaís Falone, vice-presidente da União Nacional dos Estudantes (UNE) |
Foto:Vinícius Schmidt Santos *
Por Sturt Silva
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