terça-feira, 1 de dezembro de 2009

França: panorama sombrio climático em ombreira de Copenhague

Por Fausto Triana



Paris, 1 dez (Prensa Latina) O panorama climático mundial pareceu mais sombrio que nunca a raiz de revelações contidas em diversos relatórios científicos divulgados na França, na ombreira da Cúpula de Copenhague (COP 15) do 7 a 18 de dezembro.



A jornada de manhã estará especialmente consagrada em Paris, na sede da Assembléia Nacional, a escutar diretamente os pontos de vista de instituições e grupos científicos que estudam as conseqüências da mudança climática no universo.



De acordo com os especialistas, um dos pontos mais neurálgicos e visíveis nos danos recebidos é a Antártida, reaquecida pelo buraco na camada de ozônio durante 30 anos, e que pode chegar a sofrer mais três graus de temperatura no presente século.



"Ao ocidente do continente branco, a península antártica esquentou-se durante o verão, sobretudo com as chuvas e a chegada de novas espécies animais e vegetais", assinalaram.



Porém, o assunto não se reduz unicamente ao desgelo e seus impactos na natureza e o ser humano, senão também na perspectiva de aumento da fome, que já padecem mais de bilhões de pessoas.



Na recente Cúpula sobre Segurança Alimentária de Roma, auspiciada pela FAO, o próprio secretário geral das Nações Unidas, Ban Ki-moon, remarcou a importante da Conferência das Partes (COP 15) de Copenhague.



"Se hoje falamos de problemas de produção de alimentos, de gente que morre de fome a cada dia, com o aquecimento da atmosfera a agricultura se ressentirá ainda mais. Não há tempo, devemos atuar", sentenciou Ban.



O Painel Intergovernamental sobre Mudança Climática (IPCC) que se reunião sob a sombra da UNESCO em Paris em 2007, antecipou que o incremento das temperaturas será decisivo nas afetações perspectivas da humanidade.



Normalmente fala-se de dois graus como possibilidade potencial. No entanto, o IPCC adverte que no ano 2100 se pudesse chegar até quatro graus célcio de elevação dos termômetros.



Além da fome, são previsíveis as secas, as pragas e as doenças. De todas formas, subsistem as dúvidas e o cepticismo de quem afirmam estas advertências como alarmes injustificadas da ciência.



O IPCC e os analistas que já começam a vaguear Européia caminho a Copenhague recordaram nestes dias que os impactos devastadores dos furacões no continente americano e os tufões na Ásia são mal uma pequena mostra.



Depois, tsunamis e terremotos, junto com as variações, em ocasiões surpreendentes, do clima em temporadas invernais ou de outono demasiado cálidos, completam um portfólio de sinais inequívocos do Planeta.



O desaparecimento de espécies se sente um elemento previsível em América do Sul se não se adotam medidas excepcionais, pelo qual Brasil encabeça uma cruzada relevante no Amazonas, com a pretensão de somar a todos os países concernidos na região.



Em particular, o IPCC pronostica maus augúrios para a América do Norte e Central. Do mesmo modo, lança alertas sobre o eventual desaparecimento dos glaciares na América do Sul para o 2020, reduzindo assim a capacidade hídrica e energética.



A água pode converter-se na futura maçã da discórdia da humanidade, se prevalece o egoísmo e o esbanjamento atual, e já em 2020 entre sete e 77 milhões de latino-americanos padecerão carências do líquido vital.



Ainda que os contornos não são agradáveis em nenhum caso, o continente mais rico e ao mesmo tempo com maior atraso, Africa, será o mais golpeado para o 2080, com 90% de sua população com carências de alimento e água potável.



Também não Ásia e Oceania escapam das desventuras climáticas, pelo qual as urgências da COP 15 são a cada vez mais peremptórias.



ocs/ft/dcp

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