terça-feira, 1 de dezembro de 2009

Petróleo, sob estratégia da OPEP

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Rafael Contreras (*)



http://xixona.dlsi.ua.es/apertium/webform/index.php?direccion=&word=)

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Havana, (Prensa Latina)


A debilidade do dólar, uma alta demanda do petróleo nos Estados Unidos e fatores especulativos, fazem com que os preços do petróleo mantenham uma linha ascendente, rondando os 80 dólares o barril no mercado internacional.



A alta, com um crescimento, cada vez mais amplo e apoiado pelas contratações de compra venda, sugerem que a indústria se dispõe a empurrar depois de um ano de descenso que marcou os 32 dólares a unidade no primeiro trimestre de 2009.



Para desviar-se dos comentários sem fundamentos, o secretário geral da Organização de Países Exportadores de Petróleo (OPEP), Abdalá o Badri, afirmou que o valor atingido do hidrocarboneto não se deve somente à oferta e demanda, mas a manobras especulativas lançadas pelos inimigos dos principais produtores do hidrocarboneto na OPEP.



Destacou que juntamente à campanha contra a OPEP, também influi na alta dos preços, o alto consumo de combustível nos Estados Unidos.



Há uma grande quantidade de petróleo no mercado e os inventários estão muito altos, disse o servidor público.





Previsões de alta



No início de novembro deste ano, os mercados de Londres, Nova Iorque e Japão prognosticaram que se continuasse as atuais condições do mercado o barril de petróleo seria pago a 160 dólares em 2016, no entanto, o banco de investimento maior do mundo, o Goldman Sachs, situava este preço nos 200 dólares.



Sem intenções especulativas há organismos especializados que falam de uma cotação de 145 dólares o barril para finais de janeiro do 2010.



Arábia Saudita, um dos 12 membros da OPEP, argumentou recentemente que o mercado está bem abastecido e que o organismo não fará nada para baixar o valor monetário do petróleo.



As principais economias do mundo, com Estados Unidos à cabeça, exortaram recentemente à OPEP a aumentar sua produção para ajudar a baixar os preços do combustível abaixo dos 30 dólares.



"Vamos continuar com a mesma linha", afirmou recentemente o ministro de energia de Arábia Saudita, Ahmed al Nuaimi, depois de negar que tenha um acordo para diminuir a produção da OPEP.



O titular saudita esclareceu que seu organismo tomou a decisão de manter a produção em 24,84 milhões de unidades de 159 litros diários, e reiterou que não há motivos para romper este acordo.



A estratégia da OPEP envolve a todos seus membros, tais como Arábia Saudita, Indonésia, Argélia, Kuwait, Líbia, Nigéria, Venezuela, Qatar, Iraque, Irã, Angola e Emirados Árabes Unidos.



Reiterou que a OPEP continuará trabalhando para manter os preços entre 70 a 80 dólares a unidade, e tratar de não ultrapassar os 100 dólares.



Os analistas apontam que a oferta também de produtos refinados como o diesel manterá os preços elevados, sobretudo agora na temporada de inverno nos Estados Unidos, na que há um aumento no uso de veículos.



Estados Unidos consome mais de 20 milhões de barris diários, equivalentes a cerca do 25 por cento do consumo mundial, o que contrasta com as políticas de poupança e eficiência energética implementadas em vários países.



Operadores da empresa de diagnósticos Gasolina Europe disseram que os preços do petróleo subiram em ocasiões recentes acima dos 82 dólares o barril, e futuramente continuarão subindo.



Indicaram que a demanda não diminuirá, por isso há algo de otimismo nos produtores para o futuro que esperam com uma melhor atmosfera de lucro.



Mark Pervan, estratega de matérias primas do Banco Melbourne, disse que existe uma sensação muito positiva para o contínuo crescimento do valor do produto, em grande parte pelo debilitamento do dólar, a atual recessão econômica nos Estados Unidos e o resto de Ocidente, bem como o contínuo trabalho dos especuladores.



David Moore, um analista de matérias primas do Commonwealth Bank of Austrália, explicou que os investidores estadunidenses e do Ocidente estão muito cautelosos diante da evidência de um petróleo em alta, o qual, seguirá a direção do dólar, enquanto o informe de inventários também marcará a pauta.



Tony Nunan, gerente de risco na Mitsubishi Corp, disse que o petróleo continuará se movendo de acordo com os mercados da Bolsa de Valores e à debilidade da moeda norte-americana, que se manterá em baixa.



Para Olivier Jakob de Petromatrix "ainda estamos tentando descifrar o que realmente está sucedendo em termos da economia mundial a partir de diferentes dados macroeconômicos".



"Ainda tratamos de avaliar como a recessão vai se transladar aos fundamentos do mercado petroleiro", informou essa fonte.



Khalid Al-Falih, presidente da empresa petroleira árabe Aramco, disse que a demanda por petróleo nos Estados Unidos e Europa se manterá alta, o que influirá nas economias dessas nações.



Evidentemente, todas estas questões fazem que ainda tenha muita incerteza em torno da recuperação econômica em ocidente.



A situação no mercado do petróleo em Washington esteve acompanhada em outubro e parte de novembro pela publicação de cifras sobre as perdas de empregos nos Estados Unidos durante os primeiros 10 meses consecutivos deste ano.



Em setembro, a economia estadunidense perdeu 157 mil empregos e em outubro 190 mil, umas das cifras mais altas deste ano com uma inatividade superior a 10,2 por cento.



A OPEP, que controla 40 por cento do fornecimento mundial de petróleo, produz atualmente 24,82 milhões de barris diários.



(*) O autor é chefe da Redação Econômica de Prensa Latina.



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