terça-feira, 1 de dezembro de 2009

Resistência em Honduras desconhecerá próximo governo

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Tegucigalpa, 1 dez (Prensa Latina)


A Frente Nacional contra o Golpe de Estado de Honduras anunciou que desconhecerá o governo que assumir em janeiro próximo e continuará lutando pela restituição da ordem constitucional no país.



Em um comunicado, essa aliança de forças populares reiterou que continuará a resistência contra o golpe militar e manterá a demanda de convocar uma assembleia nacional constituinte.



O fracasso total da farsa eleitoral montada pela oligarquia no dia 29 de novembro em condições de ditadura, confirma nossa proposta de declarar ilegais e ilegítimas as eleições e seus resultados, sublinha.



Chama também "os governos e movimentos sociais democráticos e honestos no mundo a recusar os resultados da farsa eleitoral e a desconhecer" o governo que se instale no dia 27 de janeiro do próximo ano.



O presidente constitucional Manuel Zelaya, derrocado pelos militares em 28 de junho passado, adiantou que não voltará ao cargo se amanhã o congresso, que debaterá em sessão extraordinária sua restituição, decidi o reinstalar.



Nem restituição para legitimar o golpe nem para aprovar um processo que está totalmente viciado de nulidade, declarou Zelaya à Rádio Globo (de Honduras) da embaixada do Brasil, onde se encontra há mais de dois meses.



O estadista afirmou que as eleições do domingo, as quais atribuiu um abstencionismo superior a 65 por cento, foram realizadas com uma população aterrorizada e sem liberdade de expressão sob a ameaça dos militares.



Zelaya confirmou também a decisão de impugnar legalmente as eleições.



Enquanto isso, a imprensa, controlada pelos grupos de poder que financiaram o golpe, mantém uma intensa campanha sobre uma afluência em massa de votantes às urnas e qualifica a jornada do domingo como uma festa cívica.



O Tribunal Supremo Eleitoral informou em sua última parte sobre uma ampla vantagem do candidato presidencial do conservador Partido Nacional, Porfirio Lobo, sobre seu mais próximo rival, Elvin Santos, do Liberal.



Segundo esses dados, Lobo tem 55,9 por cento dos votos; Santos 38,2; e muito atrás os demais aspirantes, Bernard Martínez (2,2); Felícito Ávila (1,9) e César Ham (1,8).



Ainda que ainda não tenha sido proclamado vencedor, Lobo começou ontem a atuar como tal, e

uma de suas primeiras atividades foi reunir-se com o chefe das forças armadas, o general Romeo Vázquez.



Lobo, um rico empresário pecuarista de 62 anos, anunciou também em sua primeira coletiva de imprensa que tentará um governo de unidade e reconciliação, além de assegurar não ter urgências pelo reconhecimento internacional.



Argentina, Brasil, Bolívia, Chile, Equador, Nicarágua, Venezuela, Paraguai, Uruguai e outros países adiantaram que não reconhecerão os resultados das eleições.



Enquanto os Estados Unidos e seus mais próximos aliados na região, Colômbia, Costa Rica, Panamá e Peru, anunciaram seu respaldo ao processo eleitoral e seus resultados.



asg/rl/es

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